Funcionando como uma versão
moderna de O Retrato de Dorian Gray,
de Oscar Wilde, ou do Fausto, de
Goethe, A Substância usa o horror
corporal para ponderar sobre o tempo, nossa relação com o corpo e os excessos
que as pessoas vão para se adequarem a padrões de beleza e juventude impostos
pela sociedade. É também sobre como Hollywood e toda a indústria do
entretenimento objetifica as mulheres e constrói uma visão de que
envelhecimento é algo indesejável apesar de ser um meio controlado por homens
brancos velhos.
A narrativa é protagonizada por
Elizabeth Sparkle (Demi Moore) que outrora foi uma premiada estrela de cinema,
mas com o tempo viu sua fama diminuir e agora apresenta um programa matinal de
ginástica. Em seu aniversário de 50 anos Elizabeth ouve Harvey (Dennis Quaid),
o produtor do programa, falando em demiti-la e contratar alguém mais jovem por
Elizabeth já ter passado demais de seu tempo. Depois da demissão Elizabeth
recebe uma correspondência lhe oferecendo uma droga misteriosa chamada apenas
de “A Substância” que promete um “novo eu” perfeito. Ela decide usar o item
misterioso e cria uma versão jovem e bela de si em Sue (Margaret Qualley). Os
efeitos da substância, no entanto, não são permanentes e ela deve voltar ao seu
corpo original a cada sete dias, mas a fama e facilidades que Sue obtém a fazem
ter repulsa de seu corpo mais velho e a levam a estender mais seu tempo como
Sue, trazendo consequências sérias para ambas.