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quinta-feira, 16 de maio de 2024

Crítica – X-Men 97

 

Análise Crítica – X-Men 97

Review – X-Men 97
Foi uma surpresa o anúncio de que a Marvel iria reviver a animação dos X-Men da década de 90 neste X-Men 97. Mais surpreendente ainda é que a produção não tenha se acomodado a ser uma exploração cínica da nostalgia noventista e tenha realmente feito algo incrível com esses personagens e esse universo. A verdade é que X-Men 97 é muito melhor do que teria qualquer direito de ser e provavelmente é a melhor produção da Marvel Studios desde sua origem.

A série continua de onde a animação original parou, com Xavier sendo levado pelos Shi’ar depois de sofrer uma tentativa de assassinato. Sem seu líder, os X-Men tentam prender Bolivar Trask e os remanescentes do programa dos sentinelas, mas o testamento de Xavier coloca Magneto no comando da equipe e da escola, iniciando novas tensões dentro do grupo.

Poucos produtos da Marvel entenderam tão bem a essência de seus personagens e suas diferentes facetas como essa série faz. A série explora os X-Men como super-heróis, como metáfora social para o preconceito, como personagens de ficção científica e também como protagonistas de um grande melodrama familiar repleto de triângulos amorosos e traições. Tudo isso embalado em um pacote coeso, que nunca soa tonalmente inconsistente a despeito das várias direções nas quais joga seus personagens.

terça-feira, 26 de março de 2024

Crítica – Madame Teia

 

Análise Crítica – Madame Teia

Review – Madame Teia
Depois do horrendo Morbius (2022) a Sony parece não ter aprendido a lição e continua a insistir na ideia equivocada de construir um universo com personagens que gravitam em torno do Homem-Aranha sem, no entanto, usar o herói. A mais nova adição nesse plantel de erros é Madame Teia, um filme tão equivocado, tão sem sentido e incompetente que acaba se tornando divertido e, nesse sentido, acaba sendo um pouco melhor do que Morbius. Um patamar fácil de superar, admito.

A trama acompanha Cassandra Webb (Dakota Johnson) uma paramédica que desenvolve a capacidade de ver o futuro depois de um incidente de quase morte. Ela passa a ter visões com três garotas sendo assassinadas e quando as encontra no metrô decide protegê-las do perigoso Ezekiel Sims (Tahar Rahim). Assim, Cassie coloca as jovens Julia (Sydney Sweeney), Anya (Isabela Merced) e Mattie (Celeste O’Connor) sob sua proteção, já que elas estão destinadas a serem super-heroínas e Sims tem visões de que elas o matarão no futuro.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Crítica – What If...?: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – What If...?: Segunda Temporada

Review – What If...?: Segunda Temporada
A primeira temporada de What If...? tinha algumas boas histórias, mas sofria um pouco com alguns episódios que não desenvolviam suas premissas de modo interessante. Essa segunda temporada é mais consistente na sua curadoria de histórias e apresenta tramas que se valem melhor de suas ideias.

Como na primeira temporada, a série acerta ao situar suas tramas em diferentes gêneros. O primeiro episódio protagonizado pela Nebulosa é bem tributário ao film noir, remetendo a produções como O Falcão Maltês (1940) ou o noir futurista de Blade Runner (1982). O episódio de Peter Quill invadindo a Terra remete a filmes de monstro e aquele que traz Happy preso na torre dos Vingadores com um bando de criminosos é claramente feito para remeter a Duro de Matar (1988).

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Critica – Loki: Segunda Temporada

 

Análise Critica – Loki: Segunda Temporada

Review – Loki: Segunda Temporada
Depois do picolé de chuchu que foi a minissérie Invasão Secreta não estava disposto a voltar tão cedo a outra série da Marvel e só acompanhei essa segunda temporada de Loki porque o primeiro ano foi bem bacana. Ainda que não seja tão bom quanto sua estreia, esse segundo ano ao menos tem um final que encerra com consistência o arco iniciado por Loki no primeiro Thor (2011).

A trama retoma ao ponto em que o ano anterior terminou, com Loki (Tom Hiddleston) retornando à AVT, mas uma versão diferente àquela em que estava e agora ninguém o reconhece. Loki se dá conta de que está aleatoriamente viajando através do tempo e O.B (Ke Huy Quan), o responsável por boa parte da tecnologia da AVT, lhe avisa que isso pode estar relacionado com a energia emitida pelo Tear Temporal, mecanismo que constrói as linhas do tempo, que saiu do controle desde que Sylvie (Sophia di Martino) matou Aquele Que Permanece (Jonathan Majors). Agora Loki precisa restaurar o Tear para salvar a si mesmo e o multiverso.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Crítica – Marvel’s Spider-Man 2

 

Análise Crítica – Marvel’s Spider-Man 2

Review – Marvel’s Spider-Man 2

Depois de um excelente primeiro game em Marvel’s Spider-Man e um spin-off competente, ainda que carente de inovações em Spider-Man: Miles Morales, a Insomniac entrega uma continuação propriamente dita neste Marvel’s Spider-Man 2, que não apenas alcança as altas expectativas deixadas pelos games anteriores como também é o primeiro jogo que efetivamente me fez sentir a diferença da atual geração de consoles.

A trama começa com o retorno de Harry Osborn, aparentemente curado da doença degenerativa que o afligia. Peter e Miles agora trabalham em conjunto e tentam equilibrar suas vidas como Homem-Aranha e seus desafios pessoais. A chegada de Harry traz uma nova oportunidade para Peter reconstruir sua carreira profissional, mas uma nova ameaça surge quando o temível Kraven aparece em Nova Iorque disposto a caçar os vários heróis e vilões que habitam a cidade. Ao mesmo tempo, o estranho traje que mantem Harry saudável começa a dar sinais que talvez seja algo mais, principalmente no modo como se fixa em Peter.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Crítica – Invasão Secreta

 

Análise Crítica – Invasão Secreta

Review – Invasão Secreta
Não sou lá muito fã do arco da Invasão Secreta nos quadrinhos embora ela tenha servido para repensar muitos personagens do universo Marvel na época e trouxe momentos impactantes sobre quais heróis eram skrulls disfarçados. Sabia que a minissérie Invasão Secreta provavelmente não teria o mesmo escopo amplo da saga dos quadrinhos, mas ao menos esperava que trouxesse repercussões que nos fizessem repensar certos eventos do universo Marvel. Isso, porém, não aconteceu e o resultado é a mais decepcionante série da Marvel produzida pelo Disney+. Aviso que o texto tem SPOILERS da série.

Na trama, depois de anos no espaço tentando encontrar um novo lar para os skrulls, Nick Fury (Samuel L. Jackson) retorna à Terra para lidar com a ameaça de Gravik (Kingsley Ben-Adir), um líder skrull que se cansou da política de “boa vizinhança” de Talos (Ben Mendelsohn) e decidiu iniciar um movimento para tomar o planeta para sua raça. Gravik infiltrou skrulls nas principais estruturas de poder do planeta e visa iniciar um conflito entre várias nações. Sem ter em quem confiar, Fury conta apenas com Talos para tentar deter Gravik.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

 

Análise Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Review Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Não esperava nada de Homem-Aranha: No Aranhaverso (2018) e ele foi uma das melhores produções de 2018. Digo não apenas em termos de animação, mas no geral. É lógico, portanto, que as expectativas estariam em alta para este Homem-Aranha: Através do Aranhaverso. Expectativas são uma coisa perigosa, podendo derrubar mesmo uma produção competente caso ela não corresponda a todo o hype criado. Felizmente não é o caso aqui, que aprofunda boa parte das ideias do original, ainda que eu tenha alguns problemas no modo como o filme decide encerrar.

A trama se passa algum tempo depois do primeiro. Miles (Shameik Moore) está mais confortável no seu papel de Homem-Aranha, ainda que continue com dificuldade de conciliar isso com a escola com a relação com os pais. As coisas se tornam ainda mais severas com a aparição do vilão Mancha (Jason Schwartzman), cujo poder de criar portais mais uma vez ameaça o multiverso. É nesse ponto que Gwen (Hailee Steinfeld) retorna ao universo de Miles. Como parte de uma força-tarefa multiversal de “pessoas aranha” que caça focos de instabilidade Gwen está lá para deter o Mancha, mas o líder da equipe, Miguel O’Hara (Oscar Isaac), o Homem-Aranha do ano 2099, tem seus próprios planos em relação a Miles.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

 

Análise Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

Review – Guardiões da Galáxia Vol. 3
Depois de um segundo filme que ficou abaixo do original, ainda que divertido, o diretor James Gunn retorna para um terceiro (e último, já que agora ele está a frente das produções da DC na Warner) filme neste Guardiões da Galáxia Vol. 3 e traz uma emocionante conclusão para a história que começou no filme original.

A trama segue mais ou menos no ponto em que encontramos a equipe ao final de Guardiões da Galáxia: Especial de Festas (2022). Os Guardiões reconstruíram Luganenhum e agora usam o local como base, cuidando da população. Tudo muda quando são subitamente atacados por Adam Warlock (Will Poulter), que deixa Rocket (Bradley Cooper) gravemente ferido. Os equipamentos médicos dos Guardiões não conseguem curar o companheiro por conta da tecnologia específica que foi usada em seu aprimoramento. Assim, Peter Quill (Chris Pratt) e seus aliados partem em busca da corporação liderada pelo perigoso Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji).

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Crítica – Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

 

Análise Crítica – Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Review – Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
Depois de ter a presença sugerida em outras produções da Marvel, Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania finalmente introduz o vilão Kang, a próxima grande ameaça a ser enfrentada pelos heróis. O filme não é livre de problemas, mas mostra como Kang faz juz a toda expectativa criada sobre ele.

A trama mostra Scott (Paul Rudd) tentando se reconectar com a filha, Cassie (Kathryn Newton). Quando ela cria uma espécie de telescópio para o reino quântico, isso desperta temor em Janet (Michelle Pfeiffer), que tenta desligar o aparelho. Antes que consigam, porém, Scott, Cassie, Janet, Hope (Evangeline Lilly) e Hank (Michael Douglas) são arrastados para o reino quântico. Lá eles precisam sobreviver aos estranhos perigos do local e ao temível Kang (Jonathan Majors), que vê nas partículas Pym um meio de finalmente sair do reino quântico.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Drops – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas

 

Análise - Drops – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas




Review – Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
Assim como falei em Lobisomem da Noite, gosto desse formato da Marvel de especiais mais soltos e mais curtos, que vão direto ao ponto sem demandar que precisemos assistir meia dúzia de filmes antes ou aguentar mais de duas horas e meia de filme. Este Guardiões da Galáxia: Especial de Festas cumpre exatamente o que se propõe: ser um divertido especial de fim de ano ao mesmo tempo em que posiciona algumas dinâmicas para o terceiro filme dos Guardiões.

A trama foca principalmente em Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff). Depois de ouvirem como Yondu (Michael Rooker) sabotou o Natal de Peter (Chris Pratt) desde a infância, a dupla decide trazer o Natal da Terra até Peter. Para isso Drax e Mantis decidem vir à Terra e sequestrar o ator Kevin Bacon (interpretando a si mesmo) para levá-lo de presente a Peter.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Crítica – Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

 

Análise Crítica – Pantera Negra: Wakanda Para Sempre

Review – Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Quaisquer que fossem os planos originais da Marvel e do diretor Ryan Coogler para o segundo filme do Pantera Negra, eles foram inequivocamente abalados pela prematura morte do astro Chadwick Boseman. É preciso ter isso em mente ao analisar este Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, que certamente precisou fazer várias gambiarras narrativas para adaptar as ideias originais, ser respeitoso com o falecimento de seu astro e atender às demandas corporativas da Marvel e a construção de seu universo cinematográfico.

A narrativa começa justamente com Wakanda lidando com o falecimento de T’Challa (Chadwick Boseman) por uma doença misteriosa. Um ano depois, Wakanda e seu valioso vibranium são alvo de ataques das potências mundiais que buscam o valioso recurso. O mundo acha que sem o Pantera Negra, a rainha Ramonda (Angela Bassett) e a princesa Shuri (Letitia Wright) estão vulneráveis. Ao mesmo tempo, quando uma plataforma marítima que pesquisava vibranium é atacada por estranhos seres aquáticos, o mundo desconfia de Wakanda. O líder desses seres, Namor (Tenoch Huerta) se revela para Ramonda e Shuri pedindo que Wakanda entregue a ele os responsáveis pela pesquisa com o vibranium submarino. Agora elas precisam ponderar como proceder com ameaças por todos os lados.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Crítica – Mulher-Hulk: Defensora de Heróis

 

Análise Crítica – Mulher-Hulk: Defensora de Heróis

Review – Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
A ideia de fazer uma série da Mulher-Hulk estruturada como uma comédia jurídica estilo Ally McBeal parecia promissora e coerente com o humor das histórias da personagem durante a fase comandada por John Byrne, que inseriu características como o fato de Jen falar diretamente ao leitor, e também de arcos mais recentes que colocavam a Mulher-Hulk para explorar a maluquice do lado jurídico do universo Marvel. Em geral Mulher-Hulk: Defensora de Heróis se sai bem em sua proposta de ser uma comédia e apresentar um formato diferente das tramas do MCU, embora o formato escolhido também soe como um grilhão em muitos momentos.

A trama é protagonizada por Jennifer Walters (Tatiana Maslany), advogada e prima de Bruce Banner (Mark Ruffalo). Durante um acidente de carro, Jen se contamina com o sangue de Bruce e acaba se transformando também em uma Hulk. Ao contrário do primo, Jen consegue controlar facilmente a transformação e tenta retornar a sua vida normal. Logicamente a advogada não consegue retornar a esse senso de normalidade, precisando lidar com o cotidiano de sua profissão como advogada e também com as demandas de ter super-poderes, incluindo ser advogada de outros heróis.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Crítica – Ms. Marvel

 

Análise Crítica – Ms. Marvel

Review – Ms. Marvel
Depois que Cavaleiro da Lua prometeu algo mais ao estilo de um estudo de personagem e acabou entregando um clímax que se entregava a todos os lugares-comuns de histórias de super-heróis, Ms. Marvel chega para entregar uma trama focada em sua protagonista de maneira mais coesa. Apesar de ter seus momentos de ação, o interesse principal é o amadurecimento de sua protagonista e como ela lida com questões de identidade e pertencimento. Aviso que o texto contem SPOILERS da série.

Na trama, Kamala (Iman Vellani) é uma adolescente de origem paquistanesa que é fã de super-heróis, principalmente da Capitã Marvel (Brie Larson). A vida de Kamala muda quando ela usa um antigo bracelete que pertenceu a sua bisavó e ganha estranhos poderes de manipular energia. Essas habilidades colocam ela na mira do Controle de Danos, agência governamental que monitora indivíduos com potencial destrutivo, e também de um grupo de seres poderosos interessados no bracelete.

A trama é menos sobre combater uma ameaça específica e mais sobre Kamala compreender seu lugar no mundo como uma filha de imigrantes que vive em um constante entrelugar entre o país no qual nasceu, com tudo que ela se identifica nele, e a cultura de sua família cuja comunidade é parte integral da vida dela. É uma questão que impacta boa parte das segundas gerações de imigrantes, principalmente dos imigrantes que são tratados como cidadãos de segunda classe ou como ameaça pelos EUA, a exemplo dos muçulmanos.

terça-feira, 5 de julho de 2022

Crítica – Thor: Amor e Trovão

 

Análise Crítica – Thor: Amor e Trovão

Review – Thor: Amor e Trovão
Devo confessar que apesar de gostar de muita coisa que o Taika Waititi fez por trás das câmeras, não me agradei muito com Thor: Ragnarok. A impressão é que o filme não conseguia equilibrar seu humor com as necessidades da trama e que Waititi estava mais interessado na maluquice espacial do que nos problemas de Asgard ou em introduzir a chegada de Thanos. Pois neste Thor: Amor e Trovão o diretor se sai bem melhor.

A trama é praticamente a mesma de Ragnarok, depois de perder tudo que valorizava, Thor (Chris Hemsworth) precisa se redescobrir e encontrar um novo propósito. Aqui as coisas se complicam quando o vilão Gorr (Christian Bale) sequestra crianças asgardianas e também pela descoberta de que sua antiga amada, Jane (Natalie Portman), agora empunha o Mjolnir.

Ao contrário do que acontecia no filme anterior do Thor, a condução de Waititi sabe dosar a comédia com os momentos de desenvolvimento de personagem, evitando sabotar a construção das tramas com piadas inoportunas. Isso permite um desenvolvimento mais consistente da relação entre Thor e Jane conforme eles navegam pelo reencontro que abre velhas feridas e tentam encontrar uma maneira de reconstruir a relação.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Crítica – Morbius

 

Análise Crítica – Morbius

Review – Morbius
Depois que Venom (2018) fez mais sucesso que a Sony esperava, o estúdio resolveu fazer mais filmes de personagens secundários do universo do Homem-Aranha, o que resultou neste Morbius. A decisão, no entanto, parecia ignorar o contexto do sucesso do filme do simbionte. Venom é um personagem com uma ampla base de fãs e era protagonizado por um ator carismático que mais de uma vez tinha mostrado ser capaz de segurar um grande blockbuster.

Nada disso, no entanto, se aplica a Morbius, que pega um personagem de quinto escalão das histórias do Homem-Aranha, muito longe da popularidade do Venom.  Ainda por cima escalam Jared Leto, um ator que nos últimos anos só tem atraído antipatia do público, em especial do público de filmes de super-heróis devido ao seu pavoroso trabalho como Coringa em Esquadrão Suicida (2016), por suas presepadas de bastidores devido à “imersão” em seus personagens que não necessariamente resulta em bons filmes ou boas atuações. Então de cara Morbius já era um filme que não prometia muita coisa, o que surpreende é como ele consegue entregar ainda menos do que as expectativas já baixas a seu respeito indicavam.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Crítica – Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

 

Análise Crítica – Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

Review Crítica – Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
O primeiro Doutor Estranho (2016) apresentava ao lado mais bizarro da Marvel, ainda que preso a uma trama excessivamente convencional que era basicamente uma versão com magia do primeiro Homem de Ferro (2008). Este Doutor Estranho no Multiverso da Loucura prometia levar as coisas ainda mais para o lado sombrio e psicodélico e graças à direção de Sam Raimi o filme cumpre o que promete.

Na trama, a viajante interdimensional America Chavez (Xochitl Gomez) chega ao nosso universo, sendo encontrada pelo Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) que tenta protegê-la dos poderosos seres que a perseguem. Para entender o poder de viajar entre universos possuído por America, o Doutor Estranho recorre à ajuda de Wanda (Elizabeth Olsen), mas a Feiticeira Escarlate tem seus próprios planos para a garota.

Colocar Stephen Strange para viajar pelo multiverso é uma ótima desculpa para que Raimi exercite sua capacidade de introduzir criaturas bizarras, visuais psicodélicos e momentos de horror que só não são mais impactantes pela baixa classificação indicativa do filme. Ainda assim, encontrei sustos que não esperava em uma produção voltada para o publico mais novo. A condução de Raimi consegue criar cenas bem singulares, como o segmento em que um Estranho zumbi comanda um exército de espíritos sombrios e que não soaria deslocado em um filme da franquia Evil Dead. Do mesmo modo, a ação usa de maneira criativa as diversas habilidades de heróis e inimigos, seja na luta contra Gargantos em Nova Iorque, seja no modo como America usa seus portais para lutar ou na batalha que envolve os Illuminati, a ação sempre tem algo inesperado a nos oferecer.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Crítica – Cavaleiro da Lua

 

Análise Crítica – Cavaleiro da Lua

Review – Cavaleiro da Lua
Tive minhas desconfianças quando os envolvidos com Cavaleiro da Lua, do diretor Mohamed Diab aos astros Oscar Isaac e Ethan Hawke, passaram a divulgação inteira se referindo à série como um estudo de personagem. Considerando o padrão das histórias dos filmes e séries da Marvel, no entanto, não imaginei que o produto final fosse levar isso a cabo, mas, de fato, os seis episódios colocam no centro o estudo da personalidade fraturada de seu protagonista. Isso, porém, não significa que a série seja livre de falhas.

Na trama, Steven (Oscar Isaac) é um pacato funcionário de museu que vê sua vida virar ao avesso quando começa a ser perseguido pelo misterioso líder de seita Arthur Harrow (Ethan Hawke). Aparentemente Harrow busca um artefato que lhe permitiria ressuscitar a cruel deusa egípcia Ammit e esse artefato estaria com Steven. A questão é que Steven tem uma personalidade alternativa, o aventureiro mercenário Marc Spector. Marc serve como avatar do deus Konshu (F. Murray Abraham) na Terra, se transformando no implacável Cavaleiro da Lua. Agora Marc/Steven precisa resolver sua personalidade fraturada ao mesmo tempo que impede Harrow de reviver Ammit.

O primeiro episódio já estabelece um claro tom anti-programático em relação ao que se espera de uma trama da Marvel. Todas as cenas de ação são abruptamente cortadas toda vez que Marc assume o lugar de Steven, com o personagem confuso em relação ao que aconteceu. Isso permite a trama focar nos dramas de seu protagonista, nas tensões entre ele e o deus Konshu e também no embate moral em relação a Harrow.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Crítica – Gavião Arqueiro: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – Gavião Arqueiro: Primeira Temporada

Review – Gavião Arqueiro: Primeira Temporada
Apesar de ser um membro fundador dos Vingadores, o Gavião Arqueiro até então não tinha recebido o devido holofote. Mesmo a Viúva Negra recebeu seu próprio longa-metragem e nada do Gavião ter seu momento de protagonismo. Isso muda com a primeira temporada de Gavião Arqueiro, que não apenas aprofunda o que sabemos sobre Clint Barton, como abre caminho para sua sucessora ao nos apresentar a Kate Bishop.

Na trama Clint (Jeremy Renner) está em Nova Iorque com os filhos para compras de Natal e prestes a retornar à fazenda na qual vive com a família. Problemas surgem quando a jovem Kate Bishop (Hailee Steinfeld) esbarra em um leilão ilegal que vende itens retirados do complexo dos Vingadores depois da batalha contra Thanos em Vingadores: Ultimato (2018). Entre os itens estão um relógio que pertence a alguém que Clint conhece e o uniforme de Ronin usado por Clint durante o período do Blip. Sem saber que Clint era o Ronin, Kate sai usando o uniforme pelas ruas da cidade, o desperta hostilidade de vários criminosos, então Clint precisa encontrá-la e confrontar seu passado como Ronin.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Crítica – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa

 Análise Crítica – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa


Review – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
As primeiras informações sobre Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa me deixaram preocupado. Afinal, a Marvel estava basicamente adaptando uma das piores histórias recentes do herói nos quadrinhos, o arco em que ele pede a Mephisto para apagar a memória de todos a respeito de sua identidade, apenas substituindo aqui Mephisto pelo Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch). Retificar a continuidade (ou retcon) é um dispositivo dramatúrgico preguiçoso, que “reseta” um personagem por alguma conveniência de roteiro e tira todo o peso do que veio antes. Neste novo filme do teioso a Marvel parecia usar da nostalgia, trazendo vilões (e outros personagens) de filmes passados, para nos fazer esquecer que estamos diante de um retcon covarde.

Tendo visto o filme, posso dizer que alguns dos meus temores estavam equivocados, enquanto outros se confirmaram. A primeira coisa é que esses personagens de outrora não estão ali apenas por um nostalgismo rasteiro, a presença deles aqui tem muito a dizer sobre a jornada de Peter Parker (Tom Holland), o que está no cerne do Homem-Aranha e qual é a essência do heroísmo. Todo mundo meio que concorda que um herói é aquele que faz o bem, no entanto, a ideia de qual bem é esse que um herói faz pode variar. Ao colocar o atual Peter diante da encruzilhada de enviar antigos vilões para a morte certa, a trama nos lembra que um herói é alguém que, acima de tudo, salva pessoas, mesmo vilões. A noção de Peter se arriscar por indivíduos que querem matá-lo também dialoga com os temas de poder e responsabilidade que sempre acompanharam o personagem.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Crítica – Venom: Tempo de Carnificina

 

Análise Crítica – Venom: Tempo de Carnificina

Review – Venom: Tempo de Carnificina
O primeiro Venom (2018) não era lá grande coisa, mas encerrava com um gancho para continuação que talvez rendesse algo melhorzinho por conta da presença do serial killer Cletus Kasady. Pois bem, este Venom: Tempo de Carnificina tenta pegar o gancho final do primeiro e não faz nada de muito interessante.

Na trama, Eddie Brock (Tom Hardy) consegue uma entrevista exclusive com o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson), mas durante a conversa Brock é mordido por Kasady, que fica com o pedaço do simbionte de Eddie. Usando o novo simbionte para se tornar o perigoso Carnificina, Cletus foge da cadeia e começa a causar destruição por onde passa. Cabe a Eddie Brock e ao simbionte Venom deter a nova ameaça.

De cara incomoda como a relação entre Brock e Venom parece estagnada em relação aos eventos do filme anterior. No final do primeiro Brock parecia ter aceito a condição de “protetor letal” permitindo que Venom devorasse bandidos. Aqui, no entanto, tudo parece ter voltado à estaca zero, com o filme dando a desculpa de que as autoridades ainda estavam à procura do simbionte por causa dos eventos do filme anterior, sendo que nada disso tinha sido dito no final do primeiro filme quando Eddie deixa Venom devorar um assaltante. Assim, ao invés de mover adiante a relação dos personagens, tudo soa estagnado, repetindo o que já tinha sido feito no primeiro filme, sendo que o primeiro filme não é exatamente bom.

Muitos defeitos do anterior também retornam, como o fato de que o texto não consegue fazer Eddie soar como um competente repórter investigativo. Porque inicialmente ele recusaria uma exclusiva com um serial killer? Porque ele aceitaria publicar uma fala de Cletus que claramente é uma mensagem cifrada sendo que isso poderia ser um código para que crimes fossem cometidos em nome dele? É um tipo de coisa que deveria passar pela cabeça de um jornalista experiente, mas Brock continua a agir como um amador estúpido.

Do mesmo modo, a relação entre Venom e Eddie continua sendo apresentada mais como uma espécie de comédia romântica e menos como um sujeito lidando com um parasita alienígena querendo controlar seu corpo. Ao fazer Venom engraçadinho, o filme diminui a capacidade intimidadora da criatura como um predador voraz e letal, impedindo que Venom seja aqui a presença imponente que o texto visa construir.

Qualquer um que já tenha assistido Assassinos por Natureza (1994) sabe que Woody Harrelson é perfeitamente capaz de fazer um serial killer caipira cruzando o país ao lado de um interesse romântico igualmente letal. A escalação dele como Cletus Kasady seria um acerto fácil, no entanto, não funciona por conta de um texto que não sabe fazer com o personagem. Kasady muda de personalidade o tempo todo, uma hora sendo enquadrado como um completo lunático e sádico, um psicopata cruel que busca destruição e dor. Em outros momentos o filme tenta transformar Cletus em uma vítima das circunstâncias, um coitado solitário e incompreendido que se tornou violento por causa dos abusos que sofreu e só queria ser amado. Essas duas abordagens entram em conflito uma com a outra e o personagem acaba soando vazio.

Não ajuda que o roteiro tenha uma série de incoerências e elementos mal explicados ou desenvolvidos. Porque, por exemplo, Cletus só queria dar entrevista para Eddie? O filme nunca dá uma justificativa crível para isso e soa mais como algo que acontece porque precisa acontecer para mover a trama. Do mesmo modo, porque exatamente o simbionte Carnificina precisa matar Venom? É estabelecido desde o início que Carnificina é naturalmente mais poderoso que Venom, então qual a razão dessa obsessão em matar o “pai”? Porque Venom fica assustado ao ver Carnificina pela primeira vez, explicando que é por ele ser vermelho? Qual o motivo do inimigo ser um simbionte vermelho afetar tanto Venom?

A ação abusa de névoa e espaços mal iluminados, provavelmente para facilitar os efeitos especiais que criam as criaturas, mas assim como no anterior são escolhas que tornam tudo incomodamente escuro. As lutas entre simbiontes continuam parecendo que duas manchas de tinta foram jogadas em uma folha de papel. São menos confusas que o filme anterior por causa das cores mais díspares entre as criaturas, entretanto não empolgam como deveriam. Parte do motivo da ação não empolgar é que o filme nos diz o tempo todo como esses seres são monstros carniceiros devoradores de gente, porém nunca vemos essa violência e brutalidade nas cenas de ação, já que o filme tem classificação indicativa baixa e não pode mostrar nada muito explícito.

Não esperava nada de Venom: Tempo de Carnificina e ainda assim o filme conseguiu decepcionar sendo pior que o primeiro em praticamente tudo.

 

Nota: 3/10


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