A trilogia Batman de Christopher
Nolan criou uma espécie de modelo para filmes de super-heróis em termos de
apresentarem um realismo convincente ao mesmo tempo em que mantinha a grandiloquência
deste tipo de história. Mais de dez anos depois do fim da trilogia, ela
continua influenciando a produção deste tipo de história, como este novo Batman, dirigido por Matt Reeves. A questão
é que agora esse modelo “nolanizado” de realismo funcional soa mais como limitador
do que ampliador de horizontes.
Na trama, Bruce Wayne (Robert
Pattinson) já está há dois anos trabalhando como Batman e questiona se está
fazendo alguma diferença. Tudo muda quando o misterioso Charada (Paul Dano) começa
a matar figuras proeminentes de Gotham City. Cabe ao Batman investigar os
crimes ao lado do tenente Gordon (Jeffrey Wright), seu único aliado em meio à
corrupção que assola a polícia, e da misteriosa Selina Kyle (Zoe Kravitz), que
esconde uma ligação com o mafioso Carmine Falcone (John Turturro).
É uma trama que foca mais no lado
detetivesco do Batman e que, por isso, consegue trazer algum frescor, já que é
uma faceta que sempre foi deixada de lado em outras versões do personagem. Por
outro lado, toda a abordagem que remete ao trabalho de diretores como Michael
Mann ou David Fincher já tinha sido explorada na trilogia de Nolan e, nesse
sentido, o filme de Reeves acaba sendo mais um retrato realista e funcional do
homem morcego, com pouco a se diferenciar do que veio antes.