Mostrando postagens com marcador Fantasia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fantasia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Crítica – Garotos Detetives Mortos

 

Análise Crítica – Garotos Detetives Mortos

Review – Garotos Detetives Mortos
Não conhecia os quadrinhos dos Garotos Detetives Mortos do Neil Gaiman, mas sabia que se passavam no mesmo universo de Sandman e que a série de mesmo nome da Netflix também compartilharia o mesmo universo da série estrelada por Morpheus. Assim, o que me atraiu inicialmente em Garotos Detetivos Mortos foi ver mais do universo de Sandman nas telas, ainda que a série não seja tão arrojada em suas tramas ou visuais.

A narrativa é foca em Edwin (George Rextrew) e Charles (Jayden Revri), dois jovens fantasmas que seguem no mundo dos vivos evadindo a Morte (Kirby) e ajudando outros fantasmas a lidarem com problemas sobrenaturais. Depois que a dupla fica presa a uma cidade quando Edwin arruma problema com o Gato Rei (Lukas Gage), os dois acabam estabelecendo um escritório no local ao lado da médium Crystal (Kassius Nelson) enquanto tentam encontram um meio de desfazer a maldição do Gato Rei.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Crítica – O Homem dos Sonhos

 

Crítica – O Homem dos Sonhos

Review – O Homem dos Sonhos
Com uma premissa bastante insólita, é difícil não ficar curioso para conferir O Homem dos Sonhos. O filme narra a história do pacato e frustrado professor universitário Paul (Nicolas Cage). Apesar de uma carreira estável, Paul anseia mais reconhecimento, algo que vem quando várias pessoas ao redor do país começam a dizer que estão vendo o professor em seus sonhos. O fenômeno ganha atenção da mídia e Paul logo se torna uma espécie de celebridade. O problema é que a fama não é o que o professor esperava.

É uma trama que transita entre comédia, drama, terror e surrealismo, com muito do que sustenta essa variação sendo a performance de Nicolas Cage. Logo quando conhecemos Paul o vemos como um sujeito pacato e relativamente patético, exemplificado na cena em que ele cobra de outra acadêmica os créditos por um termo que ele crê ter cunhado. A cena em questão nos mostra o anseio do personagem ao mesmo tempo em coloca algo de ridículo no modo como ele parecer exigir do mundo algum reconhecimento. Conforme a trama progride e a fama passa a ser um fardo para Paul e sua família, Cage transita entre a dor e a frustração de ver que nem assim suas ambições irão se realizar.

quarta-feira, 13 de março de 2024

Crítica – Donzela

 

Análise Crítica – Donzela

Review – Donzela
Abrindo com um diálogo que diz algo tipo “existem muitas histórias sobre cavaleiros salvando donzelas em perigo, essa não é uma delas” faz parecer que Donzela, produção original da Netflix, tem algo de bastante subversivo. O problema é que o filme não faz nada de interessante com essa ideia e ou que já tenha sido feito melhor por outros filmes com protagonistas femininas.

A trama é protagonizada por Elodie (Millie Bobby Brown), uma princesa de um reino que está definhando e é convencida pelo pai, lorde Bayford (Ray Winstone), e pela madrasta, Lady Bayford (Angela Bassett), a se casar com um príncipe de um próspero reino distante para salvar o seu próprio. Chegando lá se encanta pela beleza do local e como é recebida pela rainha Isabelle (Robin Wright) e o príncipe Henry (Nick Robinson). No casamento, porém, ela descobre que tudo não passa de uma farsa e um ritual para sacrificá-la a um dragão que habita o reino muito antes dos humanos chegarem. Sozinha no covil do dragão, Elodie precisa encontrar um jeito de sobreviver.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Crítica – A Pequena Sereia

 

Análise Crítica – A Pequena Sereia

Review – A Pequena Sereia
Mais nova tentativa de um live action de suas animações clássicas, A Pequena Sereia é mais uma animação a usar tecnologia de ponta para recriar de maneira bastante realista o universo submarino de sua protagonista. A exemplo de produções como o remake de O Rei Leão (2019) esse fotorrealismo mais tira do que acrescenta à experiência.

Na trama Ariel (Halle Bailey) é uma sereia sonhadora que anseia em conhecer o mundo da superfície apesar de seu pai, o poderoso Rei Tritão (Javer Bardem) alertá-la dos perigos que os humanos representam. Quando Ariel salva o príncipe Eric (Jonah Hauer King) ela se torna ainda mais decidida em experimentar o modo de vida dos humanos. A sereia decide aceitar um perigoso acordo com a bruxa do mar Ursula (Melissa McCarthy) para se tornar humana, mas isso coloca os mares e a superfície em risco.

O filme recria o fundo do mar com muita fidelidade e competência técnica, mas essa escolha por realismo faz o reino submarino soar vazio, sem graça e desprovido de encantamento. Isso fica evidente no número musical de Aqui no Mar, uma das canções mais marcantes da animação que perde muito da sua energia e deslumbramento porque as criaturas marinhas estão presas a se movimentarem como criaturas marinhas. Se até o filme do Aquaman (2018) conseguiu colocar um polvo tocando bateria, não vejo porque uma trama mais lúdica e fantasiosa como A Pequena Sereia deveria se prender tanto ao realismo.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 2)

Análise Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 2)

Review – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 2)
A primeira parte da terceira temporada de The Witcher sofria ao deixar o trio principal perdido em meio a um monte de subtramas que não necessariamente incidiam sobre eles. Esperava que essa segunda parte pudesse corrigir isso ao devolver o foco a Geralt (Henry Cavill), mas mais uma vez ele se perde na quantidade enorme de núcleos de personagem. É uma pena considerando que Cavill é o melhor da série e essa é sua última temporada como o protagonista, já que ele será substituído por Liam Hemsworth a partir do quarto ano.

Essa segunda parte inicia onde a primeira parou, com Djikstra (Graham McTavish) tomando o controle de Aretusa e todos por lá ao mesmo tempo que elfos a serviço de Nilfgaard atacam o local em busca de Ciri (Freya Allan). Geralt percebe que não é mais possível fugir ou ficar à margem da guerra que se desenha e decide ajudar as feiticeiras a rechaçarem ambos invasores.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Crítica – Nimona

 

Análise Crítica – Nimona

Review – Nimona
Situado em um universo que mescla fantasia e tecnologia, a animação Nimona trata de preocupações bastante contemporâneas sem abrir mão do lúdico e do senso de encantamento, se apoiando principalmente na relação de seus dois personagens principais. Em um mundo futurista no qual cavaleiros protegem o reino de monstros, Ballister é o primeiro plebeu a ser considerado como cavaleiro, a divisão de elite do reino. Na sua cerimônia de nomeação sua espada inesperadamente dispara um raio na rainha e ele é acusado de assassinato. Sem saber o que aconteceu Ballister foge para a floresta além das muralhas do reino e lá conhece a garota Nimona, que se dispõe a ajudá-lo a provar a que é inocente.

Visualmente a produção se destaca pelo modo como mistura uma estética medieval com um visual futurista, criando um universo em que cavaleiros de armadura pilotam motos voadoras e castelos futuristas coexistem com arranha-céus e letreiros luminosos na paisagem urbana. Não lembro de nenhuma produção recente que usou uma ambientação assim e isso ajuda a dar personalidade ao universo que a trama tenta criar.

terça-feira, 4 de julho de 2023

Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)

 

Análise Crítica – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)

Review – The Witcher: Terceira Temporada (Parte 1)
Pensei seriamente se assistiria essa terceira temporada de The Witcher. O anúncio de que Henry Cavill, o elemento mais consistente da série, sairia ao fim deste terceiro ano e seria substituído na quarta temporada por Liam Hemsworth diminuiu um pouco do meu interesse. Mesmo menos empolgado do que em temporadas anteriores, resolvi conferir esse terceiro ano, que continua a acertar no clima de mistério e no universo sombrio que apresenta, ainda que sofra dos problemas de ritmo da primeira temporada.

A trama segue mais ou menos onde o segundo ano parou, com Geralt (Henry Cavill) e Yennefer (Anya Chalotra) se unindo para cuidarem de Ciri (Freya Allan). Depois dos eventos de Kaer Morhen, o trio tenta viver escondido, mas a quantidade de pessoas que buscam Ciri para propósitos pessoais torna difícil ficar escondido muito tempo ou manter a garota plenamente segura. Assim, eles partem em busca de uma solução.

Se a temporada anterior se beneficiava por manter muito da trama focada em poucos lugares e dava bastante tempo para a relação entre Geralt e Ciri florescer, aqui ela se divide entre vários lugares e um elenco cada vez maior de personagens ao ponto em que fica difícil lembrar quem está aonde, fazendo o quê e por qual motivo. Essas mudanças constantes de ambiente dão a impressão de que a trama principal não caminha e que Geralt está virando quase um coadjuvante na própria história. Tudo bem que isso serve para mostrar a situação política complicada do reino e a quantidade de ameaças que pairam sobre Ciri, mas talvez nem todas as maquinações precisariam efetivamente aparecer a menos que fossem impactar diretamente nos protagonistas.

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Crítica – Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

 

Análise Crítica – Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes

Review Crítica – Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes
Considerando que as tentativas anteriores de Hollywood em levar as telonas o universo de Dungeons & Dragons rendeu péssimos filmes, inicialmente não tinha nenhuma vontade de conferir este Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes. As coisas começaram a mudar quando saíram os primeiros trailers, que davam a impressão de uma aventura divertida e também o fato de que estava sendo dirigido pela mesma dupla do super engraçado e pouco visto A Noite do Jogo (2018).

A trama é centrada no bardo Edgin (Chris Pine), outrora um espião hoje ele vive ao lado da bárbara Holga (Michelle Rodriguez) como criminosos. Depois de um tempo preso, Edgin descobre que o antigo aliado, Forge (Hugh Grant), se tornou o governante de Nevenunca e guardião da filha do bardo, mentindo para ela sobre os motivos para o qual o pai fora preso. Agora Edgin vai reunir um grupo de aliados para assaltar os cofres de Forge, provar a verdade para a filha e recuperar um artefato que lhe permitirá ressuscitar a esposa morta.

Da mesma forma que acontece na série A Lenda de Vox Machina, o filme capta muito bem a atmosfera caótica de uma mesa de RPG, no qual os personagens nem sempre se comportam como se espera, as coisas dão errado e é preciso improvisar com o que se tem para tentar sobreviver. Isso é evidente na cena em que o paladino Xenk (Regé Jean-Page, de Bridgerton) tenta explicar o complexo funcionamento de uma armadilha apenas para o feiticeiro Simon (Justice Smith) acioná-la por acidente, obrigando o grupo a pensar em alternativas para superar o obstáculo.

Outro acerto são as interações entre os personagens, que de fato soam como um grupo de pessoas que não necessariamente gosta um do outro, mas é obrigado a conviver por conta de um objetivo em comum, precisando aprender a ajudar um ao outro e trocando farpas e provocações no processo. O elenco tem uma química divertida entre si e faz todas as piadas soarem naturais diante daquelas situações, algo que pessoas naquela situação poderiam dizer e não apenas um chiste inane para dar a impressão de que algo está acontecendo em cena. Aqui é tudo consistente com as personalidades que a trama estabelece para os heróis e ao fim vemos um crescimento genuíno neles e nas interações.

Chris Pine é perfeito como o tipo de herói blasé e cafajeste que Hollywood tenta há anos forçar Chris Pratt a fazer, mas Pine já provou ser bem mais eficiente desde suas performances como Kirk no reboot de Star Trek. O jeito largado de Edgin rende interações divertidas com o sisudo e galante paladino vivido por Regé Jean-Page (outra escalação precisa de elenco), sendo uma pena que Page acabe aparecendo tão pouco. Justice Smith e Sophia Lillis tem bons momentos como Simon e a druida Doric, mas o foco acaba sendo a amizade entre Edgin e a bárbara Holga, interpretada por Michelle Rodriguez com uma personalidade abrasiva, mas repleta de calor humano.

Hugh Grant rouba todas as cenas em que aparece como o cínico lorde Forge, sendo uma pena que ele seja abandonado no clímax por uma necromante clichê interpretada por Daisy Head. Tudo bem que a atriz é eficiente em criar uma aura de ameaça ao redor da bruxa Sofina, mas ela é o tipo de vilã que já vimos a rodo em tramas de fantasia e o texto não faz nada para lhe dar qualquer nuance. Na verdade, toda a narrativa é a típica caça para achar e/ou destruir itens mágicos que a fantasia nos entrega há séculos, sem muito o que sair desse molde.

O que faz o material ser envolvente é o já citado carisma do elenco e também o modo criativo como as cenas de ação exploram as habilidades dos heróis, vilões e monstros que encontramos ao longo da jornada, sejam as formas animais de Doric, a varinha de portais de Simon ou as ilusões de uma pantera deslocadora. Tudo é conduzido de modo a manter um frescor aos embates e perseguições, mantendo nosso interesse tanto pela inventividade visual quanto por nossa conexão com os personagens.

Assim, mesmo que apresente uma trama típica de fantasia, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes capta bem a diversão caótica de uma sessão de RPG de mesa, conquistando pelo seu despretensioso senso de aventura, o carisma de seus personagens e a inventividade de algumas cenas de ação.

 

Nota: 7/10


Trailer

quarta-feira, 29 de março de 2023

Crítica – Cidade Invisível: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – Cidade Invisível: 2ª Temporada

Review – Cidade Invisível: 2ª Temporada
A primeira temporada de Cidade Invisível surpreendeu ao misturar uma trama investigativa com elementos sobrenaturais das mitologias nativo-brasileiras. Esta segunda temporada, porém, derrapa em uma trama que demora de engrenar e acaba de maneira muito abrupta, quase como se fosse um capítulo de transição ou uma preparação para um conflito que ainda vai ocorrer do que uma narrativa com começo meio e fim.

Depois dos eventos do primeiro ano, Luna (Manu Dieguez), a filha de Eric (Marco Pigossi), vai com Inês (Alessandra Negrini) ao Pará para tentar trazê-lo de volta. A garota acaba fazendo um acordo com a Matinta Perê (Letícia Spiller) para trazer seu pai de volta. Eric retorna, mas a entidade cobra seu preço a Luna e agora Eric precisa encontrá-la. No meio do caminho, o protagonista encontra um esquema para usar o poder das entidades para alcançar o Marangatu, um lugar espiritual cujos fazendeiros da região creem encontrar muitas riquezas.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Crítica – A Filha do Rei

 

Análise Crítica – A Filha do Rei

Review – A Filha do Rei
Adaptando um romance escrito por Vonda McIntyre, A Filha do Rei teve uma longa jornada até os cinemas. O filme foi feito em 2014, mas ficou engavetado até 2022 quando foi lançado sem muito barulho e depois de tê-lo assistido entendi o motivo. Não consegui encontrar muita coisa em termos do por que ter sido engavetado e esperado sete anos para sair, no entanto, o resultado pavoroso torna compreensível o porquê do filme ser jogado de qualquer jeito nas salas de cinema. Imagino que a produtora sabia do fracasso que tinha em mãos e preferiu reduzir as perdas ao não gastar muito com publicidade.

A trama se passa no século XVIII. O rei Luís XIV (Pierce Brosnan) volta a Paris depois de uma guerra custosa que coloca parte da população contra ele. Obcecado com a ideia de imortalidade, o rei descobre que seu desejo pode ser alcançado se roubar a força vital de uma sereia e despacha sua marinha em busca da criatura. Ao mesmo tempo, ele tenta se aproximar de Marie-Josephe (Kaya Scodelario), a filha que manteve em segredo do mundo e até dela mesma. Usando a ocorrência de um eclipse, o rei manda trazer Marie a Paris sob o pretexto que ela toque em uma cerimônia, mas na verdade deseja revelar à jovem que é seu pai.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Crítica – Pinóquio

 

Análise Crítica – Pinóquio

Review Crítica – Pinóquio
Dirigido por Guillermo del Toro, esta nova versão de Pinóquio sai meses depois que a Disney lançou mais um insosso remake live action de sua versão animada. A de del Toro, por sua vez, se sai melhor tanto por sua estética stop motion peculiar como pelos temas que agrega ao conto originalmente escrito por Carlo Collodi.

A trama se passa na Itália sob o regime fascista de Mussollini. Em plena guerra, Gepetto perde o filho depois que sua pequena vila é bombardeada. Devastado pelo trauma, o carpinteiro decide recriar a aparência do filho em um boneco de madeira e um espírito da floresta decide dar vida ao boneco. Agora Gepeto precisa cuidar do travesso Pinóquio, mas ele ainda enxerga o filho no boneco.

O conto original era uma fábula moral sobre infância, educação e consciência, mas aqui além desses temas del Toro também se debruça sobre questões um pouco mais adultas e sombrias. Não seja um filme desaconselhável para crianças, não há nada aqui de muito explícito em termos de violência ou linguajar, no entanto, certos temas provavelmente vão ressoar mais com adultos do que com os pequenos.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Crítica – O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder

 

Análise Crítica – O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder

Review – O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder
Confesso que não estava exatamente empolgado para este O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder. Depois da decepcionante tentativa de forçar O Hobbit em uma trilogia, fazer uma série baseada nas lacunas da mitologia de Tolkien ou em um período sobre o qual ele escreveu de forma passageira em O Silmarillion tinha cara de que poderia dar muito errado. Mesmo a noção de que o espólio de Tolkien daria consultoria e acompanharia mais de perto a produção fez pouco para mudar minhas ressalvas. Felizmente o resultado é fiel ao espírito das narrativas e universo criados por Tolkien e ainda que tenha seus momentos de tomar algumas liberdades com elementos estabelecidos do cânone é, em geral, coerente com o material original.

A trama se passa durante a Segunda Era da Terra-Média. Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro, foi derrotado e o continente vive em uma aparente paz. Galadriel (Morfydd Clark), no entanto, crê que a guerra ainda não acabou. Sauron, principal discípulo de Morgoth, segue vivo e Galadriel varre o continente em busca dele. Ao mesmo tempo, orques começam a se mobilizar nas terras do sul, ameaçando a população humana que ali vive. Em outra parte do continente, o cotidiano pacífico dos hobbits é alterado quando um Estranho (Daniel Weyman) cai dos céus.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Crítica – Era Uma Vez um Gênio

 

Análise Crítica – Era Uma Vez um Gênio

Review – Era Uma Vez um Gênio
Depois do apocalipse de Mad Max: Estrada da Fúria (2015), o diretor George Miller resolve explorar o poder da fábula em Era Uma Vez um Gênio, adaptando um romance escrito por A.S Byatt. É uma trama que explora o quanto a fabulação e arte são importantes em nossa vida, ainda que muitas vezes subestimemos esses elementos.

A trama é protagonizada por Alithea (Tilda Swinton) que em uma viagem para a Turquia liberta um Djinn (Idris Elba) preso na garrafa. Agora a criatura se oferece para conceder três desejos a Alithea em troca da liberdade dele, mas Alithea não sabe o que pedir. O Djinn então começa a narrar suas desventuras ao longo dos últimos três mil anos.

O filme chama atenção pela construção visual das fábulas contadas pelo Djinn, cheias de elementos singulares e que nos conquistam pela capacidade de imaginação dos realizadores em conceber tudo aquilo. A tramas em si envolvem pelo modo como elas se costuram uma na outra, como pequenas ações causam repercussões que serão sentidas séculos depois e irremediavelmente mudam a trajetória do Djinn e das pessoas com as quais ele se envolve. O próprio visual do Djinn, com extremidades douradas, palmas vermelhas e uma constante fumaça ao seu redor convencem de que estamos diante de uma criatura que, como ele mesmo diz, é feita de fogo e poeira.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Crítica – Sandman

 

Análise Crítica – Sandman

Review – Sandman
Não tenho muita familiaridade com os quadrinhos de Sandman escritos por Neil Gaiman apesar de já ter ouvido bastante sobre ele e lido algumas histórias soltas. O anúncio de uma série baseada nele me deixou curioso e igualmente cauteloso considerando o quanto Deuses Americanos, outra série baseada em obra de Gaiman, desandou rápido depois de um começo promissor. Aparentemente Gaiman se fez mais presente durante Sandman justamente para evitar os problemas que Deuses Americanos teve.

Na trama, Sonho (Tom Sturridge) é um dos perpétuos, seres que controlam aspectos chave da nossa realidade. Ele reina sobre o Sonhar, dimensão na qual os seres humanos vão quando estão sonhando, e tem pleno domínio sobre nossos sonhos e pesadelos. Preso por humanos durante um ritual de magia que dá errado, Sonho passa quase todo o século XX em cativeiro. Quando finalmente escapa descobre que seu reino ficou em ruínas, os sonhos e pesadelos escaparam para o mundo material e seus objetos de poder estão na mão de humanos. Assim, Sonho parte em uma busca para reconstruir seu reino e seu poder.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Crítica – Palm Springs

 

Análise Crítica – Palm Springs

Review – Palm Springs
A demora de Palm Springs em receber um lançamento oficial no Brasil é um daqueles casos inexplicáveis de distribuidoras e plataformas digitais deixando um filme ótimo (e bastante elogiado lá fora) passar enquanto catálogos digitais e salas de cinema recebem porcarias. A essa altura muita gente que estava ciente do filme provavelmente já viu pirateado por conta da demora em chegar aqui, então as instâncias de distribuição só tem a perder demorando de trazer um filme para nosso mercado.

Na trama, Nyles (Andy Samberg) é um sujeito despreocupado que tenta aproveitar o casamento de uma amiga da namorada quando conhece a dama de honra Sarah (Cristin Milioti). Os dois passam a noite conversando até o ponto em que Nyles é perseguido por um estranho homem e Sarah tenta ajudá-lo, mas acaba atravessando um estranho portal dentro de uma caverna. Para a surpresa de Sarah, ela acorda de volta no dia do casamento da irmã e descobre não apenas que está em um loop temporal, mas que Nyles está há tempos preso nesse mesmo loop. Assim, os dois tentam pensar em como quebrar o ciclo ao mesmo tempo em que tentam experimentar essa vida sem consequências.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Crítica – Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

 

Análise Crítica – Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

Review – Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
Depois da recepção e bilheteria abaixo do esperado de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald (2018), a Warner decidiu adiar o terceiro filme da saga para reestruturar os planos. Outros atrasos aconteceram por conta da pandemia, mas a ideia do estúdio reconhecer o erro e repensar o caminho dava esperança de que este terceiro filme, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, poderia finalmente acertar.

Na trama, uma eleição está para decidir a nova liderança do mundo bruxo e Grindelwald (Mads Mikkelsen) planeja controlar o pleito a seu favor. Por sua vez Dumbledore (Jude Law) percebe que não pode mais acompanhar de longe a ascensão do rival e bola um plano que envolve Newt Scamander (Eddie Redmayne), Kowalski (Dan Fogler) e outros aliados.

A primeira coisa que chama atenção é o quão inconsequentes a maioria dos personagens são para a trama. Personagens são presos, resgatados, atentados são feitos e nada disso faz qualquer diferença. Se no anterior os personagens ao menos tinham algum arco dramático, como a jornada de Newt em compreender o imperativo moral de enfrentar o fascismo, aqui ninguém tem qualquer narrativa própria, passa por qualquer transformação ou aprendizado. Tirando Dumbledore e Grindelwald nenhum deles soa necessário para a trama. Alguns personagens, como o irmão de Newt (tão sem personalidade que nem me lembro o nome), poderiam ser limados completamente que não faria diferença.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Crítica – A Lenda do Cavaleiro Verde

 Análise Crítica – A Lenda do Cavaleiro Verde


Review – A Lenda do Cavaleiro Verde
Baseado em um poema épico que remete aos mitos arturianos e que tratava sobre virtude, este A Lenda do Cavaleiro Verde revisa o material original conseguindo tocar em temas semelhantes. O diretor David Lowery já tinha produzido meditações sobre a existência humana no excelente Sombras da Vida (2017) e aqui remete à lendas de outrora para ponderar a humanidade que há por trás dos mitos.

Na trama, Gawain (Dev Patel) é um jovem que sonha em se tornar cavaleiro. Durante as comemorações de Natal a corte é visitada pelo estranho Cavaleiro Verde (Ralph Ineson) que propõe um desafio: um cavaleiro deveria tentar atacá-lo, se conseguisse dentro de um ano o Cavaleiro Verde retribuiria o golpe com a mesma intensidade. Gawain rapidamente corta a cabeça do desafiante, imaginando ter vencido, mas o Cavaleiro Verde se levanta e avisa que estará esperando por ele dentro de um ano. Agora Gawain precisa viajar rumo ao seu destino.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Crítica – The Witcher: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – The Witcher: Segunda Temporada

Review – The Witcher: Segunda Temporada
A primeira temporada de The Witcher era uma competente introdução ao universo criado nos livros de Andrzej Sapkowski, mas se atrapalhava com uma estrutura narrativa de múltiplas temporalidades que tinha dificuldade de comunicar ao espectador onde e quando na trama estávamos, algo agravado pelo fato de que muitos personagens não envelhecem, dificultando essa localização temporal. Pois esta segunda temporada corrige esse problema, apresentando uma narrativa mais linear ainda que tenha alguma parcela de problemas.

A trama segue do ponto em que o ano anterior parou, com Geralt (Henry Cavill) encontrando Ciri (Freya Allan). Sabendo do perigo que Ciri corre, Geralt decide levá-la para Kaer Morhen, a fortaleza ancestral dos bruxos liderada por Vesemir (Kim Bodnia), mentor de Geralt. Ao mesmo tempo, Yennefer (Anya Chalotra) lida com as consequências da batalha em Cintra, tendo perdido seus poderes mágicos e buscando recuperá-los. Cientes do poder de Ciri, diferentes reinos e monarcas buscam encontrar a garota.

A companhia de Ciri beneficia o desenvolvimento de Geralt enquanto personagem, obrigando ele a se abrir mais, tirando o bruxo de seu estoicismo rígido cuja comunicação se dava principalmente através de grunhidos (algo que acabou virando meme). Assim, a temporada nos permite ver outra faceta de Geralt conforme ele começa a desenvolver uma preocupação genuína pela garota e eles começam a forjar uma relação de pai e filha. A presença de Vesemir também permite que vejamos outras facetas de Geralt conforme ele interage com o mentor a quem tem como pai.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2

 

Análise Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2

Review Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2
A primeira parte de Mestres do Universo: Salvando Etérnia era muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Explorava as relações entre os personagens principais e como anos de batalhas entre He-Man e o Esqueleto afetaram os vários heróis e vilões da série. Essa segunda parte tinha a difícil missão de manter o mesmo nível e também dar conta satisfatoriamente o surpreendente ganho da primeira parte.

Essa segunda parte começa do ponto em que a anterior parou. Esqueleto consegue a Espada do Poder e se transforma em uma versão mais poderosa de si. Maligna toma o lugar da Feiticeira no Castelo de Grayskull e o príncipe Adam está gravemente ferido depois de um ataque do Esqueleto. Os heróis devem se reagrupar e decidir como lidar com essa versão mais poderosa  do Esqueleto ao mesmo tempo em que uma novas crises surgem.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

 

Análise Crítica – The Witcher: A Lenda do Lobo

Review – The Witcher: A Lenda do Lobo
Ainda que tenha sua parcela de problemas, a primeira temporada de The Witcher foi um grande sucesso para a Netflix, então era de se esperar que o serviço de streaming fosse expandir isso em novas temporadas da série e também em outros produtos. O longa animado The Witcher: A Lenda do Lobo vai exatamente nessa direção, contando uma história que se passa séculos antes de Geralt, focando em Vesemir, que se tornaria o mentor do conhecido bruxo de Rívia.

A trama conta a origem de Vesemir, mostrando como ele se tornou bruxo e também como a Escola do Lobo chegou próxima ao fim. Alternando entre passado e presente, vemos a infância do protagonista e o presente enquanto ele se envolve em uma conspiração para eliminar os bruxos da fortaleza ancestral de Kaer Morhen.

A narrativa toca em temas que são comuns às histórias protagonizadas por Geralt, como o preconceito, as desigualdades de classe e o fato de que muitos humanos são mais vis do que qualquer monstro irracional. Tudo isso está presente aqui conforme Vesemir deixa sua vida pobre para se tornar um bruxo e encontra Tetra, uma feiticeira movida por vingança que deseja eliminar os bruxos. Não há nada que nos dê uma compreensão mais profunda sobre isso que já não tenhamos visto na série principal, mas ao menos serve para ampliar o que sabemos sobre a história desse universo.