sexta-feira, 31 de maio de 2024

Drops – City Hunter

 

Análise Crítica – City Hunter

Review – City Hunter
Adaptando o mangá de mesmo nome, City Hunter acompanha as aventuras do detetive particular Ryo Saeba (Ryohei Suzuki) que resolve os casos que a polícia não dá conta. Durante a busca por uma garota desaparecida, o parceiro de Ryo, o ex-policial Makimura (Masanobu Ando), é morto e Ryo continua no caso para descobrir o responsável pelo assassinato. O detetive acaba recebendo a ajuda de Kaori (Misato Morita), irmã de Makimura, que decide acompanhar Ryo na investigação.

O filme acerta na mescla de drama criminal sério e comédia escrachada que era tão marcante no mangá e no anime. Seria difícil sair de uma cena dramática de assassinato e partir para outra com Ryo agindo como um completo idiota por não saber se comportar diante de mulheres atraentes, entretanto o filme consegue transitar por essas variações sem cair em uma inconsistência tonal. É um equilíbrio que me remete aos games da franquia Yakuza/Like a Dragon e me faz pensar porque nunca fizeram um game de City Hunter nesse molde, mas, divago.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Crítica – Godzilla e Kong: O Novo Império

Análise Crítica – Godzilla e Kong: O Novo Império


Review – Godzilla e Kong: O Novo Império
O primeiro Godzilla vs Kong (2021) entregava empolgantes luta entre monstros, mas caía nos mesmos erros de sempre do “Monsterverso”, em especial no excesso de personagens desinteressantes e superficiais. Este Godzilla e Kong: O Novo Império evita o número excessivo de núcleos de personagens dos filmes anterior, embora ainda assim não consiga fazer nada de muito envolvente com os que restam.

Na trama, Kong vive aparentemente em paz na terra oca, até descobrir uma nova ameaça na forma de Skar, um símio gigante que controla o titã gélido Shimo e lidera um exército de outras criaturas. Skar tinha sido banido para as profundezas da terra oca, mas agora que escapou Kong talvez não seja o suficiente para lidar sozinho com a ameaça e precise de Godzilla.

terça-feira, 28 de maio de 2024

Crítica – Jardim dos Desejos

 

Análise Crítica – Jardim dos Desejos

Review – Jardim dos Desejos
O roteirista e diretor Paul Schrader costuma explorar cantos sombrios da existência humana em seus filmes. É assim no pavor existencial de Fé Corrompida (2017) ou nos relacionamentos da indústria hollywoodiana em Vale do Pecado (2013). Seu mais novo trabalho, Jardim dos Desejos, não deixa de explorar essas facetas mais soturnas da experiência humana, mas traz também uma ternura que não costuma ser comum no cinema de Schrader.

A trama gira em torno de Narvel (Joel Edgerton), um jardineiro meticuloso que trabalha na propriedade de uma ricaça, Norma (Sigourney Weaver), cuidando do jardim e prestando outros serviços. Quando Norma lhe pede que ele ensine jardinagem a sua problemática sobrinha-neta Maya (Quintessa Swindell) Narvel aceita, mas a presença da jovem negra os problemas com vícios que ela enfrenta fazem Narvel desenterrar um passado que preferia esquecer ao mesmo tempo em que ele se afeiçoa a ela.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Drops – Imaculada

 

Análise Crítica – Imaculada

Review – Imaculada
Protagonizado por Sydney Sweeney, Imaculada é um terror que parece incerto de como quer abordar a história que tem em mãos. A narrativa acompanha Cecilia (Sydney Sweeney), uma jovem freira que vai viver em um convento no interior da Itália. Chegando lá se depara com fenômenos estranhos que culminam em sua gravidez apesar de ser virgem. A congregação, em especial o padre Tedeschi (Alvaro Morte, o Professor de La Casa de Papel) crê que ela traz no ventre a segunda vinda de Cristo e passa a cercá-la de cuidados, praticamente mantendo-a presa no convento até o parto.

É uma narrativa que trata a ideia de concepção imaculada não como um milagre, mas como uma situação de horror na qual uma mulher perderia completamente a autonomia sobre o próprio corpo, sendo forçada a uma gravidez que não quis e tratada como um objeto, um mero receptáculo para o bebê por todos a sua volta. A noção do corpo de uma grávida como “propriedade coletiva” não é novidade no cinema horror, O Bebê de Rosemary (1964) já fazia isso muito bem. Filmes como o brasileiro As Boas Maneiras (2017) também já trabalharam a experiência de estar grávida como um horror corporal digno de David Cronenberg. Nesse sentido Imaculada não faz nada que já não tenha sido bem executado antes e não tem muitas questões novas a explorar no modo como pensa o comportamento da sociedade diante do corpo feminino.

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Crítica – O Dublê

Análise Crítica – O Dublê


Review – O Dublê
Tenho uma vaga memória de assistir a série Duro na Queda quando passava na TV aberta. Estrelada por Lee Majors (o eterno Homem de Seis Milhões de Dólares), a série mostrava um dublê de cinema que nas horas vagas trabalhava como caçador de recompensa. Apesar de alguma memória, não fiquei exatamente empolgado quando anunciaram uma nova versão da série neste O Dublê. Parecia mais uma maneira de associar um nome conhecido ao que seria só mais um filme de ação para tentar minimizar riscos e atrair mais gente aos cinemas, ainda mais por não ser uma produção com uma enorme comunidade de fãs clamando por mais. De todo modo, fui conferir O Dublê e fico contente de encontrar uma aventura bem bacana e despretensiosa.

A narrativa é protagonizada por Colt (Ryan Gosling), um dublê em hiato na carreira depois de um acidente durante uma filmagem. Ele recebe uma chance de voltar ao trabalho quando a produtora Gail (Hannah Waddingham) pede que ele participe de seu novo filme e a ajude a encontrar o astro Tom Ryder (Aaron Taylor Johnson) que está desaparecido. O que leva Colt a aceitar o trabalho é que o filme está sendo dirigido por Jody (Emily Blunt), antiga paixão do dublê da qual ele se afastou depois de um acidente.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Crítica – Feud: Capote vs the Swans

 

Análise Crítica – Feud: Capote vs the Swans

Review – Feud: Capote vs the Swans
Se em sua primeira temporada Feud contou a história dos anos de divergência entre Bette Davis e Joan Crawford, esse segundo ano resgata uma briga que mexeu com a alta sociedade nova-iorquina da década de 70 por conta da briga pública entre o escritor Truman Capote e um grupo de mulheres da alta sociedade da qual ele era amigo e denominava como suas “cisnes”.

A trama começa quando Capote (Tom Hollander) publica o conto La Côte Basque 1965 na revista Esquire. O conto seria parte de Súplicas Atendidas, um romance que o escritor estaria produzindo baseado em histórias que ouvia nas altas rodas da sociedade. O conto expunha várias indiscrições e boatos de membros da elite que, embora tivessem seus nomes modificados por Truman Capote, ainda eram facilmente identificáveis. A exposição de casos extraconjugais e outros escândalos levaram as “cisnes” a romperem relações com Capote e o excluírem de eventos da alta sociedade, levando o escritor ao ostracismo e paralisando sua carreira.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Crítica – Sugar

 

Análise Crítica – Sugar

Review – Sugar
Uma trama detetivesca evocando os noir das décadas de 40 e 50 protagonizada por um investigador particular excêntrico e cinéfilo parecia uma proposta curiosa por si só para me atrair a Sugar, série protagonizada por Colin Farrell e produzida pela AppleTV. O que eu não imaginava era a guinada maluca que a série tomaria em seu sexto episódio, ressignificando tudo que vimos antes. Como é praticamente impossível falar sobre a série sem mencionar suas principais reviravoltas, aviso que o texto contém SPOILERS. 

O detetive particular John Sugar (Colin Farrell) atua na cidade de Los Angeles e trabalha exclusivamente encontrando pessoas desaparecidas. Ele é contratado pelo lendário diretor de cinema Jonathan Siegel (James Cromwell) para encontrar Olivia (Sydney Chandler), neta do diretor que está desaparecida há algum tempo. O contato com o cliente acontece por fora da agenciadora habitual de Sugar, Ruby (Kirby, que fez a Morte em Sandman), que não aprova o novo cliente. Ruby e Sugar parecem partilhar um passado misterioso e ambos exibem habilidades e conhecimentos muito além do que se esperaria de investigadores no ramo deles. 

terça-feira, 21 de maio de 2024

Crítica – Fúria Primitiva

 

Análise Crítica – Fúria Primitiva

Review – Fúria Primitiva
Estreia do ator Dev Patel como diretor, Fúria Primitiva foi vendido como um John Wick indiano e meio que é isso mesmo. A produção até menciona a franquia estrelada por Keanu Reeves. A diferença é que aqui se ensaia uma tentativa de comentário social que nunca engrena.

A trama acompanha um garoto (Dev Patel) que cresceu ouvindo da mãe a lenda de Hanuman, o poderoso deus-macaco hindu. Quando sua mãe é morta ainda durante sua infância, o garoto jura vingança contra os líderes corruptos que causaram sua morte. Ele cresce treinando para se vingar e entra no submundo de lutas ilegais para aprimorar suas habilidades e chegar mais perto dos responsáveis pela morte de sua mãe. Durante as lutas ele usa uma máscara de macaco como alusão a Hanuman e à memória da mãe.

É uma trama de vingança bem típica, com o protagonista se infiltrando na organização corrupta liderada pelo político conservador Baba Shakti (Makrand Deshpande) em busca do cruel xerife Rana (Sikandar Kher), responsável direto pela morte de sua mãe. Conforme ele sobe na organização ele testemunha a vida de excessos dos mais ricos cuja vida de luxo se constrói em cima do sofrimento dos mais pobres.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Crítica – Furiosa: Uma Saga Mad Max

 

Análise Crítica – Furiosa: Uma Saga Mad Max

Review – Furiosa: Uma Saga Mad Max
A ideia de um prelúdio de Mad Max: Estrada da Fúria (2015) que contasse a história da Furiosa não parecia algo necessário, já que o filme de 2015 não criava nenhum grande mistério em relação a sua origem. Ainda assim, Furiosa: Uma Saga Mad Max entrega um épico de ação tão bom quanto sua incursão anterior neste universo.

A trama conta como Furiosa (Anya Taylor-Joy) foi sequestrada de seu lar, uma terra de abundância governada por mulheres em meio ao deserto estéril que o mundo se tornou, pelo caótico Dementus (Chris Hemsworth). Jurando vingança contra o vilão que lhe tirou tudo, Furiosa se torna soldado do cruel Immortan Joe (Lachy Hulme) para tentar destruir Dementus.

Tal como em Mad Max: Estrada da Fúria a força da trama contada por Miller reside mais na construção das imagens do que em diálogos. Os temas, as emoções e os significados são mais transmitidos via a construção visual do que através de falas dos personagens. Há uma clara oposição entre o verde saturado da terra de abundância das Vuvalini e os causticantes tons de laranja que dominam o deserto governado por homens violentos como Dementus e Joe. O mundo das mulheres é um mundo de verde, de cuidado, de preservação, vida e coletividade, o mundo dos homens é cruel, estéril, bruto, sem esperança onde apenas a morte prospera. Essa metáfora visual permanece até o fim quando Furiosa planta dentro de um inimigo a semente que recebeu de sua mãe, mostrando como a vida pode crescer através da destruição dessa lógica masculina violenta e a necessidade de derrubar essa lógica para reavivar um mundo devastado.

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Crítica – A Batalha do Biscoito Pop-Tart

 

Análise Crítica – A Batalha do Biscoito Pop-Tart

Review - Unfrosted
Filmes sobre produtos viraram uma tendência recente em Hollywood, com histórias sobre Tetris (2023), sobre o tênis Air Jordans em Air (2023), o Cheetos picante em Flamin Hot (2023) ou sobre o Blackberry (2023). Escrito, dirigido e estrelado por Jerry Seinfeld, A Batalha do Biscoito Pop-Tart parecia ser mais um desses filmes feitos para exaltar histórias de sucesso e confirmar mitos sobre o capitalismo corporativo. A narrativa, no entanto, vai na contramão disso, preferindo tratar toda a história como uma farsa absurda, construindo os trâmites corporativos para a criação de produtos como um circo ridículo.

A trama se passa na década de 60 e é protagonizada por Bob Cabana (Jerry Seinfeld), executivo da Kellogg que descobre que a empresa rival, Post, está desenvolvendo um novo produto de café da manhã que mistura biscoito e geleia, dispensando leite e cozimento, podendo ser esquentado em uma torradeira. Para superar a concorrência Cabana chama a genial, mas geniosa, Stan (Melissa McCarthy), que tenta criar a própria versão desse biscoito antes que a Post o faça.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Crítica – X-Men 97

 

Análise Crítica – X-Men 97

Review – X-Men 97
Foi uma surpresa o anúncio de que a Marvel iria reviver a animação dos X-Men da década de 90 neste X-Men 97. Mais surpreendente ainda é que a produção não tenha se acomodado a ser uma exploração cínica da nostalgia noventista e tenha realmente feito algo incrível com esses personagens e esse universo. A verdade é que X-Men 97 é muito melhor do que teria qualquer direito de ser e provavelmente é a melhor produção da Marvel Studios desde sua origem.

A série continua de onde a animação original parou, com Xavier sendo levado pelos Shi’ar depois de sofrer uma tentativa de assassinato. Sem seu líder, os X-Men tentam prender Bolivar Trask e os remanescentes do programa dos sentinelas, mas o testamento de Xavier coloca Magneto no comando da equipe e da escola, iniciando novas tensões dentro do grupo.

Poucos produtos da Marvel entenderam tão bem a essência de seus personagens e suas diferentes facetas como essa série faz. A série explora os X-Men como super-heróis, como metáfora social para o preconceito, como personagens de ficção científica e também como protagonistas de um grande melodrama familiar repleto de triângulos amorosos e traições. Tudo isso embalado em um pacote coeso, que nunca soa tonalmente inconsistente a despeito das várias direções nas quais joga seus personagens.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Crítica – Abigail

 

Análise Crítica – Abigail

Review – Abigail
Partindo de uma premissa típica de Agatha Christie, Abigail mistura suspense, horror e histórias de vampiros de um jeito bem singular. A narrativa acompanha um grupo de criminosos contratados pelo misterioso Lambert (Giancarlo Esposito) para sequestrarem uma garota de 12 anos, Abigail (Alisha Weir, de Matilda: O Musical), e exigir um resgate milionário. Conforme a noite avança, os criminosos, trancados na mansão, começam a morrer um a um. Joey (Melissa Barrera) desconfia que seja um mercenário a serviço do poderoso pai da menina, mas logo descobrem que na verdade Abigail é uma vampira e quer devorar a todos.

O filme começa sem pressa, estabelecendo a lógica espacial da mansão na qual eles guardam a garota e construindo as tensões entre os excêntricos criminosos que compõem o grupo, como a patricinha hacker Sammy (Kathryn Newton) ou o estúpido Peter. Essas tensões são importantes para compreendermos as motivações desses personagens depois que Abigail se revela e eles são obrigados a cooperarem para sobreviver apesar de não confiarem uns nos outros.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Drops – Grandes Hits

 

Crítica – Grandes Hits

Review – Grandes Hits
É curioso como as vezes cineastas chegam em ideias similares num mesmo período de tempo. Esse ano, com semanas de diferença, tivemos dois filmes sobre pessoas viajando no tempo com o poder da música. Aqui no Brasil tivemos Evidências do Amor enquanto que o cinema hollywoodiano produziu este Grandes Hits, que parte de uma premissa relativamente similar, ainda que faça coisas diferentes com ela.

Na trama, Harriet (Lucy Boynton) lida com a perda do namorado, Max (David Corenswet, que vai ser o próximo Superman), em um acidente de carro dois anos atrás. Por conta de um ferimento que sofreu na cabeça no acidente em que Max morreu ela consegue voltar no tempo toda vez que ouve alguma música que lhe remete a algum momento importante com o namorado. Ao mesmo tempo, Harriet conhece David (Justin H. Min) no grupo de terapia de luto que frequenta. Eles se aproximam, mas ela tem dificuldade de se permitir viver algo com ele porque cada música que ouve a transporta para seu passado com Max.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Crítica – Palm Royale

 

Análise Crítica – Palm Royale

Review – Palm Royale
Estrelada por Kristen Wiig, a minissérie Palm Royale é um novelão exagerado e tem plena consciência disso. Adaptando um romance escrito por Juliet Mc Daniel, a série retrata a elite da Flórida na década de 1960, criticando a superficialidade e as hipocrisias dessas pessoas com um viés humorístico. Aviso que o texto contem SPOILERS da série.

A trama é protagonizada por Maxine (Kristen Wiig), uma ex-miss que sonha em entrar para o Palm Royale, o clube mais elitizado e seleto da Flórida. Sua chance vem quando Norma (Carol Burnett), a tia rica de seu marido tem uma embolia, deixando Maxine e o marido, Douglas (Josh Lucas), no controle dos bens dela por serem os únicos parentes vivos. Usando a riqueza de Norma, Maxine tenta entrar de qualquer jeito no mundo da alta sociedade e no clube Palm Royale.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Drops – Quem Fizer Ganha

 

Análise Crítica – Quem Fizer Ganha

Review – Quem Fizer Ganha
Filme mais recente de Taika Waititi, Quem Fizer Ganha é uma comédia esportiva povoada por personagens interessantes, mas nunca consegue fazer nada de memorável com eles. A trama se baseia na história real da seleção da Samoa Americana que tenta reconstruir o time depois de sofrer uma goleada histórica de 31 a 0 da seleção da Austrália nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. O escolhido para ajudar o time é o técnico Thomas Rongen (Michael Fassbender), um sujeito problemático que aceita o cargo porque não consegue trabalho em nenhum outro lugar no mundo do futebol.

De início pensei que fosse mais uma daquelas histórias de “salvador branco” em que o técnico branco estrangeiro chegaria nesse país pequeno e ensinaria os locais a jogarem futebol e a serem melhores com seus valores ocidentais. Felizmente a trama meio que faz o inverso disso ao fazer de Rongen o sujeito a ser salvo, já que são seus demônios internos e senso de isolamento que o fazem ter dificuldade de treinar o time. Claro, ainda é aquela típica narrativa de superação através do esporte, mas ao menos tenta evitar certos clichês colonialistas.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Crítica – Velma: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Velma: Segunda Temporada

Review – Velma: Segunda Temporada
A primeira temporada de Velma foi tão universalmente odiada que se tornou um fenômeno de hate watching, com muita gente assistindo só para conferir o que de fato ela tinha de tão ruim. Apesar de ninguém ter gostado, a quantidade de pessoas que assistiram só para falar mal garantiu que a série animada tivesse audiência suficiente para uma segunda temporada.

O segundo ano começa com a turma tentando voltar ao normal depois dos eventos do ano anterior. A tranquilidade, no entanto, dura pouco já que uma nova onda de assassinatos volta a aterrorizar a cidade, começando pela morte do xerife. Com as autoridades sem liderança, cabe a Velma e o resto da turma tentarem resolver o mistério.

Velma era uma das piores personagens da temporada de estreia. Egoísta, mesquinha, sem qualquer escrúpulo de usar os amigos sem se importar com eles e desprovida de qualidades que a redimissem, ela era uma personagem insuportável de acompanhar. Essa nova temporada some com isso e traz uma Velma que, apesar de ser irritante por sua conduta sabichona, é mais preocupada com o bem estar das pessoas ao seu redor e tem mais elementos que nos fazem torcer por ela.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Crítica – Uma Ideia de Você

 

Análise Crítica – Uma Ideia de Você

Review – Uma Ideia de Você
De início não me interessei por Uma Ideia de Você. Parecia uma reciclagem de Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) com gêneros invertidos e acrescentando a questão da idade. Resolvi dar uma chance ao ver que era dirigido por Michael Showalter, responsável por Doentes de Amor (2019) e pela minissérie The Dropout (2022), que nesses trabalhos conseguia equilibrar bem comédia, emotividade e reflexões consistentes sobre relacionamentos e sociedade. Aqui, porém, isso não acontece.

A trama é protagonizada pela galerista Solene (Anne Hathaway) uma mulher de quase 40 anos, divorciada e que tem que levar a filha para o concerto de uma boy band depois que o ex marido, Daniel (Reid Scott), desiste de levar a garota por conta de um compromisso de trabalho. Chegando no show, Solene se aproxima de Hayes (Nicholas Galitzine), um dos músicos da boy band August Moon. Dias depois, Hayes a procura em sua galeria e os dois iniciam um romance.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Crítica – Godzilla Minus One

 

Análise Crítica – Godzilla Minus One

Review Crítica – Godzilla Minus One
Quando se fala em filmes do Godzilla, muita gente lembra dos momentos mais farofa que se tornaram memes, como a imagem da criatura dando uma voadora em um monstro inimigo. A verdade, porém, é que o primeiro filme do Godzilla lançado em 1954 era uma produção séria que usava a criatura como um meio para expor o luto e o temor de um Japão arrasado pelas consequências das duas bombas atômicas disparadas contra o país. Quase 70 anos depois de sua origem, Godzilla Minus One devolve o rei dos monstros ao seu contexto original de um Japão pós Segunda Guerra para falar sobre os traumas desse período.

O filme se passa em 1947 com um Japão ainda se recuperando da guerra. Um país destruído, sem exército ou apoio internacional tendo que lidar com a ameaça atômica de Godzilla. O protagonista é Koichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki) um piloto kamikaze que, nos momentos finais da guerra, fingiu um problema mecânico em seu avião para evitar a missão suicida que lhe foi dada. Ele volta para encontrar sua cidade em ruínas, seus vizinhos o repudiam por sua desonra de não levar a cabo sua missão e ele próprio se despreza por ter fugido da guerra.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Crítica – Garotos Detetives Mortos

 

Análise Crítica – Garotos Detetives Mortos

Review – Garotos Detetives Mortos
Não conhecia os quadrinhos dos Garotos Detetives Mortos do Neil Gaiman, mas sabia que se passavam no mesmo universo de Sandman e que a série de mesmo nome da Netflix também compartilharia o mesmo universo da série estrelada por Morpheus. Assim, o que me atraiu inicialmente em Garotos Detetivos Mortos foi ver mais do universo de Sandman nas telas, ainda que a série não seja tão arrojada em suas tramas ou visuais.

A narrativa é foca em Edwin (George Rextrew) e Charles (Jayden Revri), dois jovens fantasmas que seguem no mundo dos vivos evadindo a Morte (Kirby) e ajudando outros fantasmas a lidarem com problemas sobrenaturais. Depois que a dupla fica presa a uma cidade quando Edwin arruma problema com o Gato Rei (Lukas Gage), os dois acabam estabelecendo um escritório no local ao lado da médium Crystal (Kassius Nelson) enquanto tentam encontram um meio de desfazer a maldição do Gato Rei.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Crítica – Tales of Kenzera: Zau

 

Análise Crítica – Tales of Kenzera: Zau

Eu adoro metroidvanias, mas o que me atraiu mesmo para Tales of Kenzera: Zau foi a ambientação que misturava fantasia e afrofuturismo para contar uma história inspirada em mitologias africanas. A narrativa acompanha Zau, um xamã que parte em busca de Kalunga, o deus da morte, para pedir de volta a alma de seu falecido pai. Para cumprir o desejo de Zau, Kalunga propõe um desafio: se Zau conseguir domar três poderosos espíritos que evadiram o deus da morte, Kalunga trará o pai dele de volta. Assim, o jovem xamã parte em uma jornada pela terra de Kenzera para cumprir a missão.

É uma narrativa sobre luto, a dificuldade de se despedir de pessoas amadas e lidar com sua ausência. Ao longo de sua jornada e em no contato com os espíritos fugitivos a trama nos lembra que a morte é parte natural de nossa existência e que se perder na negação, na raiva ou em outros estágios do luto é causar desarmonia na natureza. A ideia da morte como algo natural do ciclo da vida se verifica principalmente na construção de Kalunga, que é menos um ceifador digno de medo e mais um conselheiro benevolente preocupado com Zau. São temas que a trama lida com muita sensibilidade, com o diretor Abubakar Salim construindo a narrativa a partir de sua experiência real de lidar com a morte do pai. Ao longo das cerca de oito horas de jogo (tempo que levei para completar a história e coletar todos os colecionáveis) me peguei emocionado em vários momentos.