Comédias são sempre um gênero difícil de
avaliar, afinal, o que é engraçado para alguém pode não ter a menor graça para
outra pessoa. Isto se mostra bastante verdadeiro para este Os Penetras, uma vez que a satisfação proporcionada pelo filme está
diretamente ligada ao quanto cada um aprecia do tipo de humor defendido pelos
dois protagonistas, Marcelo Adnet e Eduardo Sterblich. No filme, Marco (Adnet)
é um malandro que vive de penetrar em festas chiques e aplicar pequenos golpes
ao lado de seu parceiro Nelson (Stepan Nercessian) e vê em Beto (Sterblich), um
homem ingênuo que está tentando reatar com a namorada, uma vítima perfeita para
ser “depenada”, termo que o próprio personagem usa.
A verdade é que nenhum dos dois se
esforça muito para compor um personagem, se limitando basicamente à fazer as
mesmas coisas que fazem na televisão, o Beto, por exemplo canta fino do pé do
ouvido do Marco tal qual o Freddie Mercury Prateado que Sterblich faz no Pânico na Band. O roteiro se baseia em
um fiapo de triângulo amoroso entre os dois e a misteriosa Laura (Mariana
Ximenes) e o desenvolvimento disso tudo é absurdamente frouxo, dando muitas
vezes a impressão de que estamos acompanhando apenas uma sequencia de esquetes
soltos de algum programa televisivo.