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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Crítica – Godzilla Minus One

 

Análise Crítica – Godzilla Minus One

Review Crítica – Godzilla Minus One
Quando se fala em filmes do Godzilla, muita gente lembra dos momentos mais farofa que se tornaram memes, como a imagem da criatura dando uma voadora em um monstro inimigo. A verdade, porém, é que o primeiro filme do Godzilla lançado em 1954 era uma produção séria que usava a criatura como um meio para expor o luto e o temor de um Japão arrasado pelas consequências das duas bombas atômicas disparadas contra o país. Quase 70 anos depois de sua origem, Godzilla Minus One devolve o rei dos monstros ao seu contexto original de um Japão pós Segunda Guerra para falar sobre os traumas desse período.

O filme se passa em 1947 com um Japão ainda se recuperando da guerra. Um país destruído, sem exército ou apoio internacional tendo que lidar com a ameaça atômica de Godzilla. O protagonista é Koichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki) um piloto kamikaze que, nos momentos finais da guerra, fingiu um problema mecânico em seu avião para evitar a missão suicida que lhe foi dada. Ele volta para encontrar sua cidade em ruínas, seus vizinhos o repudiam por sua desonra de não levar a cabo sua missão e ele próprio se despreza por ter fugido da guerra.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Crítica – Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes

 

Análise Crítica – Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes

Review – Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
Depois da entediante e inane primeira parte de Rebel Moon, o diretor Zack Snyder chega a este Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes com a promessa de algo que vai mais direto ao ponto ao trazer o clímax da história com os rebeldes montando suas defesas contra o ataque do Mundo-Mãe. Apesar de ser basicamente uma longa cena de ação de quase duas horas, essa segunda parte é tão sem graça, inane e esquecível quanto a primeira.

Na trama, depois de recrutar mercenários de diferentes partes do universo, Kora (Sofia Boutella) retorna para a lua de Veldt para ajudar os camponeses a enfrentarem o ataque das forças imperiais lideradas por Noble (Ed Skrein). É isso, não tem mais trama do que esse fiapo de ideia copiada de Os Sete Samurais (1954) do Akira Kurosawa. O problema nem é reproduzir a ideia (em si ela poderia render algo bacana), mas fazer isso de maneira tão desinteressante.

terça-feira, 16 de abril de 2024

Crítica – Fallout

 

Análise Crítica – Fallout

Review – Fallout
Depois do sucesso de The Last of Us, outro game passado em um cenário apocalíptico ganha uma adaptação como série televisiva. Fallout chama atenção pelo modo como se mantem fiel à estética dos games e suas mecânicas principais ao contar uma história sobre como esse mundo se tornou o deserto nuclear que conhecemos.

A trama se passa mais de duzentos anos depois que uma guerra nuclear dizimou o planeta. Parte da humanidade passou a viver em refúgios, abrigos subterrâneos protegidos da radiação da superfície. Os habitantes desses refúgios esperam a queda na radiação para voltar a habitar a superfície, que se tornou um deserto povoado por criaturas mutantes e saqueadores violentos. No centro da narrativa está Lucy (Ella Purnell), uma habitante do refúgio 33 que precisa se aventurar na superfície depois que seu pai é sequestrado por saqueadores.

A série transpõe com muita fidelidade a estética presente nos games que mescla referências dos anos 50 com elementos de futurismo, criando uma espécie de “futuro analógico”. O clima dos games, de um ermo hostil no qual diversas facções lutam por poder e dominação também está presente, com algumas dos principais grupos dos games aparecendo ao longo desta primeira temporada.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Drops – Em Ruínas

 

Resenha Crítica – Em Ruínas

Review – Badland Hunters
A produção sul coreana Em Ruínas é um daqueles casos em que o filme não tem nada de fundamentalmente errado, mas também não tem nada muito digno de nota. A narrativa se passa em uma Seul que foi devastada por um terremoto anos atrás e agora a sociedade regrediu a um grupo de facções que tenta sobreviver do pouco que restou. O grupo liderado por Nam San (Ma Dong-Seok, de Força Bruta e Eternos) tem uma oportunidade de melhorar de condição quando são abordados por um grupo que vive em um prédio ainda intacto e com água limpa. O local, claro, guarda segredos sombrios e aqueles que aceitam a suposta utopia são usados como cobaias pelo cientista que lidera o local. Assim, Nam San e outros sobreviventes de seu grupo vão resgatar os amigos.

É um cenário pós-apocalíptico bem típico, que já foi explorado a rodo em produções televisivas e cinema do mundo todo. Tanto narrativa, quanto visualmente o filme carece de elementos marcantes. Não é exatamente mal executado, já que os acampamentos e prédios em ruínas prezam por cenários físicos e razoavelmente amplos, que ajudam a tornar crível o clima de desolação, a questão é que a produção não oferece nada que já não tenhamos visto antes.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Crítica – O Astronauta

 

Análise Crítica – O Astronauta

Review – O Astronauta
Sempre fico curioso com os trabalhos mais sérios de Adam Sandler. Em geral o ator parece render mais em produções assim, como Joias Brutas (2019) do que nas comédias pastelão que ele próprio produz. Esse O Astronauta, no entanto, é um raro caso de um trabalho mais sério protagonizado por Sandler que não funciona.

Na trama, Jakub Prochazka (Adam Sandler) é o primeiro homem da República Checa a ir para o espaço. Ele viaja sozinho em uma missão para investigar a Nuvem Chopra, uma estranha nebulosa que surgiu próxima a Júpiter anos atrás e deixou nosso céu parcialmente roxo. Sem dormir e extremamente solitário, o astronauta começa a perceber uma estranha criatura em sua nave, um ser que parece uma aranha gigante a quem ele chama de Hanus (Paul Dano). Conversar com Hanus aplaca sua solidão e a criatura alienígena se mostra curiosa sobre a humanidade e passa a querer saber mais sobre Jakub, o impelindo a falar sobre seu passado e sua relação complicada com a esposa, Lenka (Carey Mulligan).

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Crítica – Duna: Parte Dois

 

Análise Crítica – Duna: Parte Dois

Review – Duna: Parte Dois
Depois de um Duna: Parte Um (2021) que servia como um grande prólogo para o conflito principal do romance de Frank Herbert, o diretor Denis Villeneuve chega neste Duna: Parte Dois com a expectativa de entregar um desfecho para todos os conflitos iniciados na primeira parte. É uma responsabilidade grande considerando que o livro é bastante denso e nunca teve uma adaptação que fizesse jus a ele.

A narrativa segue no ponto em que o primeiro parou. Paul (Timothee Chalamet) e sua mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson) agora vivem entre os fremen, o povo do deserto. Paul deseja aprender os modos dele para enfrentar a ocupação dos Harkonnen, mas sua mãe tem planos ainda maiores, usar uma antiga profecia para convencer os fremen de que Paul é o messias prometido e assim fazê-lo se tornar o líder dos povos de Arrakis. As coisas se complicam quando o Barão Harkonnen (Stellan Skarsgard) manda seu cruel sobrinho Feyd-Rautha (Austin Butler) para atacar os fremen e controlar a extração da especiaria no planeta.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Crítica – Resistência

 

Análise Crítica – Resistência

Alguns filmes nos ganham não por terem uma trama inovadora, mas pela construção visual de seu universo e o espetáculo que ele proporciona. Os filmes de James Cameron (como a franquia Avatar) certamente se encaixam nessa categoria, assim como os filmes do John Wick. Resistência, novo filme de Gareth Edwards (de Godzilla e Rogue One), quase se encaixa nessa categoria se sua trama não fosse tão aderente a clichês ao ponto de se tornar entediante e suas pretensões de discutir noções de pós humanismo não fossem tão simplórias.

A trama se passa em um futuro no qual a humanidade desenvolveu robótica muito cedo e inteligências artificiais viviam entre nós desde a segunda metade do século XX. Quando uma bomba nuclear explode em Los Angeles, a humanidade declara guerra às IAs, que se concentram no sul da Ásia devotadas à figura de Nirmata, o seu criador. Joshua (John David Washington) é um militar dos Estados Unidos colocado para se infiltrar em linhas inimigas e descobrir a identidade de Nirmata, mas acaba se apaixonando por Maya (Gemma Chan). Maya é morta em um ataque dos EUA e Joshua deixa o serviço. Isso até o exército lhe mostrar imagens de que Maya poderia estar viva, pedindo ao soldado que volte ao Vietnã não apenas para localizar Maya, mas para encontrar uma suposta arma poderosa criada por Nirmata que poderia destruir o sistema de defesa dos EUA. A tal arma, porém, se revela como Alphie (Madeleine Yuna Voyles), uma criança híbrida entre humano e IA.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Crítica – Monarch: Legado de Monstros

 

Análise Crítica – Monarch: Legado de Monstros

Review – Monarch: Legado de Monstros
Não tive lá muito interesse quando soube deste Monarch: Legado de Monstros, série que se passa no mesmo universo dos filmes recentes de Godzilla e King Kong. A impressão é que poderia ser mais um caça-níqueis feito para “expandir o universo”, mas que seria insular às tramas dos filmes e não teria a presença de nada que vemos nos cinemas. Algo como a série dos Agentes da SHIELD, que apenas mencionava alguns eventos dos filmes (e depois de um tempo nem isso), mas tinha uma participação marginal nos acontecimentos do MCU e praticamente nenhuma participação de personagens dos filmes.

Monarch: Legado de Monstros, porém, mostrou que eu estava errado. Não só amplia de modo consistente a mitologia apresentada nos filmes, fazendo conexões entre todas as produções até agora, como também conta uma história mais interessante do que os filmes que fez do Godzilla. Parte disso é porque mantem a trama focada em um grupo restrito de personagens ao invés de se dividir em mais de uma dúzia de pessoas ao redor do globo.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Crítica – Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo

 

Análise Crítica – Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo

Review – Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo
Os primeiros escritos sobre gêneros dramatúrgicos datam da Grécia antiga e de pensadores como Aristóteles. O filósofo ponderava como os gêneros, com suas estruturas típicas, propiciavam certa economia narrativa. Como o espectador já sabia mais ou menos como a história iria se estruturar, o dramaturgo poderia focar sua atenção nas particularidades dos personagens ou do universo. Hollywood se vale até hoje desse princípio de economia narrativa, com filmes tipo John Wick ou Missão Impossível simplificando suas tramas (porque já sabemos como elas irão transcorrer) para focar no espetáculo de ação.

Zack Snyder, por outro lado, parece ignorar a ideia de economia narrativa neste Rebel Moon Parte 1: A Menina do Fogo, um filme que é basicamente uma cópia de Star Wars misturado com algumas outras produções (como Os Sete Samurais do Kurosawa). Não há nada de original na trama ou universo criado por ele e não teria problema se Snyder ao menos reconhecesse essa natureza derivativa e oferecesse visuais, locais ou cenas de ação bem construídas (como os dois Avatar de James Cameron), mas ao invés disso o diretor parece tão deslumbrado com sua própria criação que conduz tudo com absoluta segurança de que fez algo completamente original, resultando em uma trama arrastada pela necessidade de explicar os próprios clichês sem fazer nada para subvertê-los, como se estivéssemos assistindo algo completamente novo.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Crítica – O Mundo Depois de Nós

 

Análise Crítica – O Mundo Depois de Nós

Review – O Mundo Depois de Nós
Dirigido por Sam Esmail, criador da série Mr. Robot, O Mundo Depois de Nós traz algumas reflexões de nossa dependência de tecnologia e também sobre as fissuras de nossa sociedade e como a combinação desses elementos pode resultar em nossa perdição. Nem sempre trabalha essas ideias a contento, mas se beneficia de um elenco afiado e de um senso constante de pavor.

A trama acompanha uma família de férias. O casal Clay (Ethan Hawke) e Amanda (Julia Roberts) alugam uma remota propriedade de luxo para passarem um final de semana com os dois filhos. Durante a viagem eles notam que a internet e o sinal de tv não funcionam, mas não pensam ser nada demais. Ao longo do dia outros fenômenos estranhos voltam a acontecer e as coisas se agravam quando dois estranhos, George (Mahershala Ali) e Ruth (Myha’la), batem à porta e pedem abrigo de um severo blecaute. Agora eles precisam encontrar um jeito de conviverem enquanto o mundo ao redor deles parece desmoronar.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Crítica – Invencível: Segunda Temporada (Parte 1)

 

Análise Crítica – Invencível: Segunda Temporada (Parte 1)

Review – Invincible: Segunda Temporada (Parte 1)
Depois de um hiato de quase dois anos após sua primeira temporada, a animação Invencível chega ao seu segundo ano com uma divisão em duas partes, com os primeiros quatro episódios sendo lançados agora em novembro de 2023 e a segunda parte chegando em algum momento no início de 2024. A decisão foi tomada supostamente para que o público não se dispersasse por conta das festas de fim ano, um raciocínio que não faz sentido considerando que se trata de uma produção de streaming e não de TV convencional, que é exibida em um horário específico e requer que as pessoas sintonizem naquele momento. Digo isso porque a trama claramente não foi construída pensando em uma divisão.

A narrativa se passa cerca de seis meses depois dos eventos do ano de estreia, Mark e mãe, Debbie, ainda lidam com os sentimentos resultantes do ataque do Omni-Man e a revelação que ele veio à Terra para conquistá-la. Enquanto isso, o Robô se acostuma ao seu novo corpo e treina os Guardiões do Globo para estarem à altura de enfrentarem Omni-Man em um eventual retorno. Eve Atômica, por sua vez, pensa em como usar seus poderes para ajudar as pessoas agora que não é mais uma super-heroína enfrentando vilões.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Critica – Loki: Segunda Temporada

 

Análise Critica – Loki: Segunda Temporada

Review – Loki: Segunda Temporada
Depois do picolé de chuchu que foi a minissérie Invasão Secreta não estava disposto a voltar tão cedo a outra série da Marvel e só acompanhei essa segunda temporada de Loki porque o primeiro ano foi bem bacana. Ainda que não seja tão bom quanto sua estreia, esse segundo ano ao menos tem um final que encerra com consistência o arco iniciado por Loki no primeiro Thor (2011).

A trama retoma ao ponto em que o ano anterior terminou, com Loki (Tom Hiddleston) retornando à AVT, mas uma versão diferente àquela em que estava e agora ninguém o reconhece. Loki se dá conta de que está aleatoriamente viajando através do tempo e O.B (Ke Huy Quan), o responsável por boa parte da tecnologia da AVT, lhe avisa que isso pode estar relacionado com a energia emitida pelo Tear Temporal, mecanismo que constrói as linhas do tempo, que saiu do controle desde que Sylvie (Sophia di Martino) matou Aquele Que Permanece (Jonathan Majors). Agora Loki precisa restaurar o Tear para salvar a si mesmo e o multiverso.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Crítica – Besouro Azul

 

Análise Crítica – Besouro Azul

Review – Besouro Azul
O ano de 2023 não tem sido bom para a DC com os fracassos de Shazam: Fúria dos Deuses e The Flash. Fui assistir Besouro Azul sem esperar muita coisa e o resultado me deixou positivamente surpreso. Sim, é uma história de origem relativamente quadrada, mas que conquista pelo carisma de seus personagens. Sem mencionar que ao contrário de produções como Adão Negro (2022) ou o segundo filme do Shazam, a Warner entendeu que não dá para colocar orçamentos altíssimos em personagens que não são tão conhecidos e com modestos 105 milhões de orçamento, Besouro Azul tem chance de ser lucrativo.

A trama é centrada em Jaime Reyes (Xolo Maridueña, o Miguel de Cobra Kai) um jovem recém formado que retorna a sua cidade natal, Palmera City, na esperança de conseguir um bom emprego e ajudar sua família. Ele tenta trabalhar nas Indústrias Kord, a mais prestigiosa companhia da cidade, mas acaba se envolvendo em uma disputa entre Victoria Kord (Susan Sarandon), a atual presidente da empresa, e Jenny (Bruna Marquezine), filha do antigo CEO Ted Kord. Jaime acaba de posse de um escaravelho alienígena que se funde com seu corpo e lhe dá poderes especiais, mas isso o coloca na mira da implacável Victoria. Agora Jaime precisa da ajuda de Jenny e de sua família para compreender suas novas habilidades e dar um fim à ameaça.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Rapsódias Revisitadas – Paprika

 

Crítica – Paprika

Review – Paprika
Lançado em 2006 e dirigido por Satoshi Kon, Paprika recebeu muitas comparações com A Origem (2010), dirigido por Christopher Nolan, já que ambos giravam em torno da premissa de uma máquina que permite entrar nos sonhos das pessoas para cometer crimes. Não é a primeira vez que um trabalho de Kon veria um produto similar lançado por Hollywood anos depois. O longa Cisne Negro (2010) mostrava muitas similaridades com a animação de Kon Perfect Blue (1998) e o diretor Darren Aronofsky já tinha reproduzido uma cena da mesma animação em Requiem Para um Sonho (2001).

Paprika conta a história de um grupo de cientistas que cria um aparelho que permite visualizar e entrar nos sonhos das pessoas. A dra. Chiba usa o dispositivo para ajudar pacientes com problemas psicológicos entrando em seus sonhos como um avatar chamado Paprika. Quando o dispositivo é roubado do centro de pesquisa e os envolvidos com a máquina começam a agir estranhamente, Chiba e seus colegas creem que o ladrão está atacando as pessoas em seus sonhos e decidem encontrar o culpado.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Crítica – Clonaram Tyrone!

 

Análise Crítica – Clonaram Tyrone!

Review – Clonaram Tyrone!
De início Clonaram Tyrone! parece ser uma homenagem aos filmes blaxploitation da década de 1970, mas conforme a trama progride o filme se mostra uma reflexão sobre esse tipo de representação e como o que soa positivo em um dado momento pode ser usado para estagnar o progresso em outros. Claro, tudo isso em meio a uma trama bizarra de clonagem e conspirações governamentais.

A trama é centrada no traficante Fontaine (John Boyega) que começa a achar que tem algo estranho ocorrendo em seu bairro depois que o cafetão Slick (Jamie Foxx) diz ter visto Fontaine ser morto a tiros por um rival. Com a ajuda da prostituta Yo-Yo (Tayonah Parris) eles esbarram em uma instalação governamental nos subterrâneos do bairro desenvolvendo meios de clonar e controlar as mentes da população.

O que começa como uma aventura amalucada logo vira uma trama reflexiva sobre questões de representação. Ao revelar que Fontaine e Slick estão sendo clonados como um instrumento de controle do bairro, o filme pondera sobre como certos arquétipos de personagem acabam sendo usados para repetir certos clichês de representação acerca de um determinado grupo social e como a reprodução desses clichês (a clonagem nesse caso) impede o progresso dessa população.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Crítica – 65: Ameaça Pré-Histórica

 

Análise Crítica – 65: Ameaça Pré-Histórica

Review - 65: Ameaça Pré-Histórica
Às vezes de onde a gente menos espera aí é que não vem nada mesmo. Não esperava muita coisa desse 65: Ameaça Pré-Histórica e estava pronto pra me deixar levar por qualquer coisa que viesse, mas o material é tão inane e desprovido de qualquer capacidade de mobilizar os sentimentos e sensações do espectador que é difícil sentir qualquer coisa por ele.

A trama se passa milhões de anos no passado quando uma civilização humanoide extremamente avançada já desenvolveu a capacidade de viajar pela galáxia. Mills (Adam Driver) é um piloto que aceita uma longa missão de dois anos para sustentar a família, ainda que se sinta culpado em deixar a esposa e a filha por tanto tempo. Durante a viagem a nave de Mills é atingida por um meteoro e cai em um planeta desconhecido. Além dele a única sobrevivente é a menina Koa (Ariana Greenblatt), uma das passageiras em crioestase na nave. Convenientemente Koa tem a mesma idade que a filha de Mills, então obviamente ele irá se apegar à garota como uma forma de redenção por ter deixado à família.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Crítica – Black Mirror: 6ª Temporada

 

Análise Crítica – Black Mirror: 6ª Temporada

Review – Black Mirror: 6ª Temporada
Depois de um hiato de quatro anos Black Mirror retorna para sua sexta temporada com alguns de seus episódios mais fracos. É também uma temporada que se volta para elementos de horror sobrenatural ao invés de ficar apenas na tecnologia, o que em si não é um problema para mim, já que sempre vi a série como esse “espelho sombrio” das neuroses humanas cujas histórias recorriam à tecnologia para mostrar como nossa cultura e modo de vida materializa essas neuroses. Ainda assim imagino que muita gente irá ficar decepcionada com a guinada mais ao horror e um foco menor na tecnologia.

O primeiro episódio, Joan is Awful, é centrado em Joan (Annie Murphy), uma mulher aparentemente comum que vê sua vida transformada em série por um serviço de streaming que coletou seus dados. Com a intimidade exposta, Joan tenta entrar em contato com a protagonista da série, Salma Hayek (interpretando ela mesma), para acabar com tudo. É um episódio que reflete sobre a quantidade de poder de monitoramento que damos às plataformas digitais, que coletam quantidades enormes de dados sobre nós sem que saibamos ou fiscalizemos o que elas fazem com isso.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Crítica – Sweet Tooth: 2ª Temporada

 

Resenha Crítica – Sweet Tooth: 2ª Temporada

Review – Sweet Tooth: 2ª Temporada
Depois de uma ótima temporada de estreia, o segundo ano de Sweet Tooth expande a mitologia da série e resolve boa parte dos conflitos deixados em aberto na temporada anterior. Os novos episódios trazem boa parte das virtudes da primeira temporada, mas também alguns de seus defeitos.

A trama segue no ponto em que a primeira temporada encerrou. Gus (Christian Convery) foi capturado pelos Primeiros Homens liderados por Abbot (Neil Sandilands) e está em cativeiro com Wendy (Naledi Murray) e os outros híbridos que Aimee (Dania Ramirez) cuidava. Enquanto que as crianças tentam encontrar um modo de fugir antes de serem usados como cobaias pelo Dr. Singh (Adeel Akhtar), Aimee e Jeppard (Nonso Anozie) se juntam para encontrar as crianças de quem cuidavam.

Christian Convery segue adorável como Gus, cuja boa vontade, doçura e otimismo seguem encantadores. Sem a proteção de Jeppard, Gus é obrigado a encarar a brutalidade do universo apocalíptico em que vive, perdendo um pouco de sua ingenuidade, mas mantendo em si a bondade apesar de tudo. Já o Dr. Singh segue dividido entre a devoção em curar sua esposa e o comprometimento ético em experimentar com os híbridos conforme se dá conta de que não são meros bichos. Se Gus ainda consegue se manter fiel a quem é, o médico se afunda tanto em sua necessidade de encontrar a cura para justificar seus sacrifícios e condutas imorais que se torna alguém radicalmente diferente. O personagem acaba servindo como exemplo de como boas intenções podem pavimentar o caminho para se tornar uma pessoa horrível.

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

 

Análise Crítica – Guardiões da Galáxia Vol. 3

Review – Guardiões da Galáxia Vol. 3
Depois de um segundo filme que ficou abaixo do original, ainda que divertido, o diretor James Gunn retorna para um terceiro (e último, já que agora ele está a frente das produções da DC na Warner) filme neste Guardiões da Galáxia Vol. 3 e traz uma emocionante conclusão para a história que começou no filme original.

A trama segue mais ou menos no ponto em que encontramos a equipe ao final de Guardiões da Galáxia: Especial de Festas (2022). Os Guardiões reconstruíram Luganenhum e agora usam o local como base, cuidando da população. Tudo muda quando são subitamente atacados por Adam Warlock (Will Poulter), que deixa Rocket (Bradley Cooper) gravemente ferido. Os equipamentos médicos dos Guardiões não conseguem curar o companheiro por conta da tecnologia específica que foi usada em seu aprimoramento. Assim, Peter Quill (Chris Pratt) e seus aliados partem em busca da corporação liderada pelo perigoso Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji).

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Crítica – O Mandaloriano: 3ª Temporada

 

Análise Crítica – O Mandaloriano: 3ª Temporada

Review – O Mandaloriano: 3ª Temporada
Depois de duas temporadas intensas, a terceira temporada de O Mandaloriano apresenta uma trama que demora mais para se encontrar e parece vaguear em busca de sentido por boa parte da temporada. A questão aqui nem é a trama ser lenta, mas que boa parte da temporada parece não saber o que quer desses personagens ou mesmo quem é o ponto focal da narrativa.

A trama deste terceiro ano começa mais ou menos no ponto em que encontramos Din Djarin (Pedro Pascal) quando ele apareceu na série The Book of Boba Fett. Ele conseguiu uma nova nave e se reuniu com Grogu e agora tenta montar uma expedição para Mandalore para se banhar nas águas sagradas de seu subterrâneo como forma de penitência por ter removido o capacete. Para conseguir tal feito, o mercenário acaba recorrendo à relutante ajuda de Bo-Katan (Katee Sackhoff).

De início a impressão é que a jornada penitente de Din será a trama principal da temporada, mas isso logo é resolvido nos primeiros episódios ao invés de ser alongado por todos os oito episódios. O problema é que uma vez que Din e Bo-Katan retornam ao enclave mandaloriano, a trama não parece saber para onde ir. Nas duas temporadas anteriores havia um claro senso de urgência, de uma crise que precisava ser resolvida e dava uma sensação real de perigo desde o primeiro episódio de cada temporada. Aqui, mesmo em nas tramas isoladas de cada episódio, os eventos carecem de urgência.