sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Crítica – Alice: Subservience (Submissão)

 

Análise Crítica – Alice: Subservience

Review – Alice: Subservience
Você já se perguntou como seria o filme Megan (2023) se ao invés de um robô boneca tivéssemos uma robô boazuda? Não? Pois azar o seu, já que é exatamente essa resposta que o filme o filme Alice: Subservience tenta dar. Sua narrativa de um futuro próximo poderia pensar em precarização do trabalho ou transhumanismo, mas prefere ser um slasher genérico com pitadas de um erotismo frígido.

Alma de silicone

A trama acompanha o empreiteiro Nick (Michele Morrone, do pavoroso 365 Dias), cuja esposa está hospitalizada com um sério problema cardíaco. Sem conseguir dar conta das demandas de trabalho e dos filhos, ele compra a robô doméstica Alice (Megan Fox). Dedicada, Alice logo se torna alguém que Nick e os filhos passam a confiar, mas a androide logo demonstra querer ir além de seu papel de ajudante.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Crítica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

 

Análise Crítica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

Review – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim
Um anime que contasse a história do rei Helm Mão-de-Martelo e de como o a fortaleza que leva seu nome permitiu aos Rohirrim resistirem a uma invasão séculos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) não era a primeira coisa que eu pensaria para uma nova produção na Terra-Média (ainda não entendo como ninguém tentou um projeto baseado em Beren & Luthien ou Os Filhos de Húrin). Mesmo não sendo um pedaço da história deste universo que deixava os fãs ansiosos de curiosidade, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é uma aventura bacana.

Lá e de volta outra vez

A trama é focada em Héra, filha de Helm. Quando um governante do sul, Freca, tenta forçar Helm a casá-la com seu filho, Helm o desafia para uma luta. Durante o combate Freca cai por conta de um soco de Helm e bate a cabeça, morrendo. Helm bane Wulf, filho de Freca, das terras de Rohan, mas ele jura vingança. Anos depois Wulf vem com um exército de mercenários atacar o reino, obrigando todos a recuarem para a fortaleza nas montanhas. Os irmãos de Héra morrem no primeiro ataque de Wulf e agora apenas ela e o pai restam da família real enquanto eles ficam sitiados na fortaleza.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Crítica – O Jogo da Rainha

 

Análise Crítica – O Jogo da Rainha

Review – O Jogo da Rainha
O cinema de Karim Ainouz constantemente dialoga com noções de masculinidade, analisando os problemas e tensões de certas convenções a respeito do que é “ser homem”. Fez isso em filmes como Motel Destino (2024), Praia do Futuro (2014) ou Madame Satã (2002). Neste O Jogo da Rainha ele deixa o contexto brasileiro para ir à Europa do século XVI para construir uma história sobre patriarcado, masculinidade e a resiliência feminina diante de um mundo dominado por homens, algo que ele já fez em A Vida Invisível (2019).

Mundo masculino

A trama se baseia na história real de Catarina Parr (Alicia Vikander), sexta esposa do rei Henrique VIII (Jude Law). Enquanto o marido está fora em guerra, Catarina é nomeada regente e conforme adquire poder vai se tornando uma liderança em uma revolução protestante que via colocar a igreja acima do rei. Quando o monarca retorna da guerra, marcado por ferimentos e infecções, além de problemas com gota, ele não apenas remove o poder de Catarina, reduzindo sua regência a tarefas mínimas. Henrique também se torna mais agressivo e paranoico conforme seu estado de saúde piora e Catarina passa a temer por seu destino.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Crítica – Empate

 

Análise Crítica – Empate

Review – Empate
Focado na luta do movimento seringueiro do Acre, o documentário Empate explora o passado e o presente dessa luta e da figura de Chico Mendes como principal mobilizadora desses trabalhadores em prol da proteção das matas. O filme acompanha algumas das principais vozes do movimento, praticamente todos atuaram ao lado de Mendes até ele ser assassinado, para compreender como eles se organizaram e o que vem pela frente.

Passado de luta

O filme começa com imagens de arquivo, mostrando entrevistas de Chico Mendes enquanto ele narra a situação com fazendeiros no Acre e a necessidade de evitar o desmatamento. O documentário intercala imagens de arquivo com entrevistas e imagens do presente acompanhando lideranças do movimento. É um produto de natureza mais expositiva, que visa informar o espectador sobre quem foi Chico Mendes, a pauta do movimento, suas conquistas e os problemas atuais da causa.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Crítica – Disclaimer

 

Análise Crítica – Disclaimer

Review – Disclaimer
Enquanto assistia o último episódio da minissérie Disclaimer me lembrei da frase do crítico Roger Ebert sobre o cinema ser uma máquina de gerar empatia. O modo como narrativas nos mobilizam e nos fazem aderir a um personagem, mesmo quando ele é moralmente duvidoso, e o poder da narrativa em nos fazer agir por conta desses afetos que são mobilizados são temas centrais da produção criada e dirigida pelo diretor Alfonso Cuarón. É uma história que nos lembra como histórias podem ser usadas para convencer a gente sobre um ponto de vista, mesmo que esse ponto de vista não seja capaz de dar conta de toda a história.

Passado esquecido

A trama gira em torno de Catherine (Cate Blanchett), uma documentarista que construiu sua carreira em revelar transgressões que instituições querem esconder. Ela tem seu próprio segredo do passado que está prestes a ser revelado por conta de Stephen (Kevin Kline), um professor recém desempregado que encontra um livro escrito pela esposa falecida, Nancy (Leslie Manville). O livro se baseia na história real da morte de seu filho Jonathan (Louis Partridge) que se afogou na Itália décadas atrás e pinta de maneira extremamente negativa a mulher casada com a qual se relacionou. A mulher em questão é Catherine e Stephen vê no livro uma maneira de se vingar dela, já que a julga responsável pelo afogamento de Jonathan.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Rapsódias Revisitadas – Casamento Sangrento

 

Crítica – Casamento Sangrento

Review – Casamento Sangrento
Lançado em 2019 Casamento Sangrento não foi exatamente um sucesso imediato, mas acabou ganhando um certo status cult ao longo do tempo por conta de sua narrativa slasher cheia de mortes sangrentas e o carisma hiperbólico de seus personagens. A narrativa é centrada em Grace (Samara Weaving), que está prestes a casar com Alex (Mark O’Brien), cuja rica família, dona de um império de jogos de tabuleiro, não vê Grace com bons olhos.

Jogos mortais

No dia do casamento Alex avisa Grace da sua tradição familiar. Toda vez que alguém se casa, o novo membro da família precisa jogar um jogo com a família. O que Alex não conta para a noiva é que o que estará em jogo é a vida dela, já que sua família pretende usá-la como sacrifício para a misteriosa entidade que seria responsável pela prosperidade em seus negócios.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Crítica – Blitz

 

Análise Crítica – Blitz

Review – Blitz
Dirigido por Steve McQueen, diretor responsável por 12 Anos de Escravidão (2013) e As Viúvas (2018), Blitz retrata o período dos constantes bombardeios nazistas contra Londres durante a Segunda Guerra Mundial. É uma produção que tenta retratar a sobrevivência em um período de constante perigo e escassez, mas que por vezes tenta manejar tantas ideias ao mesmo tempo que não desenvolve nenhuma de maneira impactante.

Notícias de uma guerra cotidiana

A trama acompanha a jovem Rita (Saoirse Ronan), que vive com o pai e o filho George (Elliott Heffernan) em uma Londres sob constantes alvos de bombardeios. Quando o governo evacua as crianças da cidade, Rita e George se separam, mas George não vai para o abrigo do governo. Ele pula do trem durante o trajeto e tenta voltar para casa sozinho, enquanto isso Rita continua a trabalhar em uma fábrica, produzindo armamentos para o esforço de guerra, enquanto tenta sobreviver aos bombardeios constantes.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Crítica – Meu Eu Do Futuro

 

Análise Crítica – Meu Eu Do Futuro

Review – Meu Eu Do Futuro
Como seria viver a juventude com o conhecimento e experiência de nossa versão mais velha? É essa pergunta que Meu Eu do Futuro tenta ponderar a resposta e o resultado é um exame singelo sobre o impacto de nossas escolhas de vida e como o tempo muda nossa perspectiva das coisas, nem sempre para melhor.

Convergência temporal

A narrativa é protagonizada por Elliott (Maisy Stella), uma garota que aproveita suas últimas férias antes de ir para a faculdade. Um dia ela vai acampar com as amigas Ruthie (Maddie Ziegler) e Ro (Kerrice Brooks) e elas acabam usando cogumelos alucinógenos. Durante a viagem nas drogas, ela encontra sua versão mais velha (Aubrey Plaza) e pede a ela conselhos para o futuro. Seu eu do futuro a alerta que tudo irá mudar depois que for para a faculdade, que ela deve aproveitar o tempo que tem com os irmãos e com os pais na fazenda da família e que deve evitar se apaixonar por um rapaz chamado Chad. No dia seguinte ela conhece um Chad (Percy Hynes White, de Wandinha) e não consegue entender porque a Elliott do futuro lhe disse para não se envolver com ele.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Crítica – O Clube das Mulheres de Negócios

 

Análise Crítica – O Clube das Mulheres de Negócios

Review – O Clube das Mulheres de Negócios
Dirigido por Anna Muylaert, responsável por Que Horas Ela Volta? (2015), O Clube das Mulheres de Negócios tenta imaginar como seria um Brasil em que as mulheres dominassem a sociedade. É uma ideia com potencial de repensar noções de masculino e feminino, de como muito disso é uma construção social, mas infelizmente o filme se prende a um binarismo raso que o reduz a ser uma sátira de uma piada só.

Mundo invertido

Na trama, o renomado fotógrafo Jongo (Luís Miranda) e o inexperiente repórter Candinho (Rafael Vitti) vão ao famoso Clube das Mulheres de Negócios, confraria privada que abriga as mulheres mais poderosas do país, para entrevistar as integrantes da diretoria. Jongo está apreensivo de entrar em um ambiente de mulheres tão poderosas, mas Candinho não se sente intimidado por ser neto da presidente do clube, a poderosa Cesárea (Cristina Pereira).

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Crítica - Dragon Age: The Veilguard

 

Análise Crítica - Dragon Age: The Veilguard

Review - Dragon Age: The Veilguard
Assim que saíram os primeiros trailers de Dragon Age: The Veilguard eu não fiquei muito animado. Depois de quase dez anos no limbo após Dragon Age: Inquisition o jogo que anteriormente se chamaria Dragon Age: The Dread Wolf tinha sido rebatizado e exibia uma direção de arte mais cartunesca e um clima mais aventureiro que o distanciava da fantasia sombria de outrora, assim como a jogabilidade adotava mais uma estrutura de RPG de ação do que o combate tático de antes. Estava pronto para não gostar, mas a verdade é que ao longo das minhas cinquenta horas com Dragon Age: The Veilguard percebi que quanto mais analisava o jogo pelo que ele se propunha a ser e não pelo que eu queria que ele fosse, mais ele crescia aos meus olhos.