sexta-feira, 11 de julho de 2025

Drops – Desastre Total: Cruzeiro do Cocô

 

Crítica – Desastre Total: Cruzeiro do Cocô

Review – Desastre Total: Cruzeiro do Cocô
Parte do selo Desastre Total da Netflix, que compreende documentários sobre catástrofes ou eventos controversos, Cruzeiro do Cocô narra um desastre marítimo ocorrido em 2013 que mobilizou a imprensa dos Estados Unidos.

Viagem de merda

O documentário conta a história do navio de cruzeiro Carnival Triumph que em 2013 sofreu um incêndio na casa de máquinas que destruiu os geradores de energia da embarcação e a deixou sem energia. Como até mesmo a descarga das privadas dependiam de geradores para funcionar, os passageiros sequer conseguiam usar o banheiro direito. Soma-se isso a uma demora da empresa que gerenciava o cruzeiro em mandar um reboque para trazer a embarcação de volta a um porto próximo, temos um grande desastre que colocou a vida de todos em risco.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Crítica – Cuckoo: O Medo Chama

 

Análise Crítica – Cuckoo: O Medo Chama

Review – Cuckoo: O Medo Chama
Estrelado por Hunter Schafer, Cuckoo: O Medo Chama cria uma misteriosa atmosfera de horror para sua história, mas conforme progride não consegue dar conta dos múltiplos temas que tenta abordar. A narrativa é centrada em Gretchen (Hunter Schafer), uma jovem que se muda para a Alemanha com o pai, Luis (Marton Csokas), a madastra, Beth (Jessica Henwick), e a irmã caçula Alma (Mila Lieu), que desde que nasceu nunca conseguiu falar. Luis vai para o país a trabalho, para reformar o remoto resort nas montanhas de propriedade do excêntrico Konig (Dan Stevens). Gretchen começa a trabalhar como recepcionista do remoto resort, mas logo começa a notar estranhos fenômenos e a ser perseguida por uma bizarra mulher encapuzada. Como ninguém mais vê a tal mulher, o pai e a madrasta acham que Gretchen está tentando chamar atenção, já que eles estão focados nos problemas de saúde de Alma.

Espécie invasora

A narrativa vai aos poucos construindo um senso de tensão e estranheza conforme fenômenos bizarros vão acontecendo ao redor de Gretchen, desde conduta esquisita dos hóspedes, passando por estranhos sons e momentos de deja vu que ela experimenta até as violentas perseguições da mulher encapuzada. Há uma ambiguidade nesses momentos que nos deixa incertos se é tudo na mente de Gretchen, que lida com o senso de isolamento e o falecimento inesperado de sua mãe, ou se há de fato uma criatura à espreita que explica todos os fenômenos estranhos.

Por outro lado, alguns segredos são bem óbvios desde o início como o fato de Konig claramente estar escondendo algo, o que mina parte da ambiguidade que a narrativa tenta construir. O que era uma narrativa sobre o luto de Gretchen e o senso de não pertencimento dela à nova família do pai vai se abrindo a outros temas a partir do momento em que o filme decide explicar o que de fato está acontecendo e qual a natureza da ameaça.

As experiências de Konig com criaturas híbridas deslocam os temas do luto para falar de ética científica, direitos reprodutivos da mulher e diferentes configurações de família, mas nunca há tempo suficiente para desenvolver todas essas ideias. O filme se torna um slasher competente, com bons momentos de tensão graças aos visuais bizarros e senso de estranheza com o qual tudo é conduzido, mas fica a impressão de que a narrativa levanta muitas questões e não as trabalha a contento.

 

Nota: 6/10


Trailer

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Crítica – Shadow Force: Sentença de Morte

 

Análise Crítica – Shadow Force: Sentença de Morte

Review – Shadow Force: Sentença de Morte
É impressionante como quase nada funciona neste Shadow Force: Sentença de Morte, misto de ação com comédia romântica que tenta fazer tanta coisa ao mesmo tempo, misturando diferentes gêneros e propostas estéticas ou narrativas que nada consegue operar conjuntamente com coesão. A impressão que fica é a de um filme que parece brigar consigo mesmo o tempo todo.

Conflito interior

A trama acompanha o casal de mercenários Issac (Omar Sy) e Kyrah (Kerry Washington). No passado eles serviram juntos da Shadow Force, divisão secreta que realizada missões de assassinato. Quando eles se apaixonaram e tiveram um filho decidiram abandonar a divisão, mas isso os colocou na mira do líder, o ardiloso Jack Cinder (Mark Strong). Eles vivem separados, com Issac cuidando do filho do casal, enquanto Kyrah caça os remanescentes do grupo que estão atrás deles. As coisas mudam quando Issac impede um assalto à banco, atraindo atenção da mídia e fazendo seu rosto circular na mídia, chamando atenção de quem os caçava, obrigando ele e Kyrah a se reunirem e eliminarem a ameaça de uma vez por todas.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Crítica – Superman

 

Análise Crítica – Superman

Review – Superman
Depois de uma tentativa de construir um universo cinematográfico da DC que não engrenou por conta de escolhas questionáveis e uma demora da Warner em corrigir o rumo este Superman tenta ser um recomeço tanto para o personagem quanto para o universo DC. James Gunn já tinha colocado as mãos em personagens com O Esquadrão Suicida (2021) e seus derivados e aqui assume tanto como diretor quanto como a mente criativa por trás do recém criado DC Studios.

Olhe para o céu

Na trama, Clark Kent (David Corenswet) já é Superman há alguns anos e agora lida com uma crise da confiança do público em si depois que ele impede uma guerra entre dois países distantes. Lex Luthor (Nicholas Hoult) aproveita para minar ainda mais a credibilidade do herói para mobilizar a opinião pública e o governo contra ele, convencendo as autoridades a lhe darem carta branca para tratar o Superman como um inimigo do Estado, ao mesmo tempo em que lucra com a guerra no exterior que o Superman tentou impedir.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Crítica - Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá

 

Análise Crítica - Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá

Review - Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá
Ainda há uma espécie de senso comum equivocado de que a repressão da ditadura militar brasileira foi algo focado nos grandes centros urbanos e que quem estava à margem disso foi pouco afetado. O sucesso de Ainda Estou Aqui no ano passado e certas reações a ele mostrou como esse senso comum ainda está presente, falhando em entender como a ditadura também afetou populações fora desses centros urbanos, como as populações indígenas. O documentário Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, conta exatamente uma dessas histórias de como comunidades indígenas foram impactadas nesse período.

Diáspora indígena

O filme parte da busca de Sueli Maxakali (uma das diretoras do filme) e sua irmã Maiza Maxakali, pelo pai delas, Luiz Kaiowá, de quem foram separadas quando eram pequenas ainda no período da ditadura militar. A narrativa conta como Luiz foi removido à força de seu território natal no Mato Grosso do Sul pelo então governo, sendo transportado por vários estados até chegar ao território dos Tikmũ’ũn (também chamados de Maxakali) em Minas Gerais, onde conheceu a mãe de Sueli e Maiza. Depois Luiz sofre um novo deslocamento forçado por parte do governo e perde o contato com a família que constituiu em Minas Gerais.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Drops – Improvisação Perigosa

 

Análise Crítica – Improvisação Perigosa

Review – Improvisação Perigosa
Não esperava nada quando comecei a assistir Improvisação Perigosa, mas me surpreendi com uma comédia divertida que consegue aproveitar o potencial absurdo da premissa que apresenta. A trama é centrada em Kat (Bryce Dallas Howard), uma atriz vivendo em Londres cuja carreira não decolou e vive de dar aulas de comédia de improviso. Marlon (Orlando Bloom) também é um ator cuja carreira está estagnada e faz parte da turma de Kat. Hugh (Nick Mohammed) é um sujeito tímido que entra na turma de Kat para aprender a socializar melhor. Os três são recrutados pelo policial Billings (Sean Bean) para trabalharem em operações disfarçadas, mas suas habilidades de improviso permitem que eles consigam ir além da missão inicial.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Crítica – Coração de Ferro

 

Análise Crítica – Coração de Ferro

Review – Coração de Ferro
Anunciada em 2020, mas só lançada agora em 2025, Coração de Ferro foi parte de um período conturbado da divisão de televisão da Marvel em que suas produções foram reavaliadas e passaram por revisões, refilmagens, quando não foram refeitas do zero. Séries como Eco ou Demolidor: Renascido conseguiram sair desse crisol ao menos como produtos coesos, com uma visão bem demarcada da história que queriam contar. Coração de Ferro, por outro lado, não tem a mesma sorte. Aviso que o texto contem spoilers da série.

Gênia indomável

A narrativa segue Riri Williams (Dominique Thorne) depois dos eventos de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022). Riri continua tentando criar um novo traje de ferro e uma IA similar à que encontrou em Wakanda, mas quando seus experimentos causam mais um grande acidente na faculdade, ela termina expulsa. Riri volta para Chicago, sua cidade natal, e para financiar sua pesquisa não encontra outro meio senão colaborar com os esquemas criminosos da gangue liderada por Parker (Anthony Ramos), que recebe a alcunha de Capuz por conta do capuz místico que lhe confere estranhos poderes.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Crítica – O Presidente Surdo

 

Análise Crítica – O Presidente Surdo

Review – O Presidente Surdo
O documentário é capaz de resgatar eventos que não ficaram na memória coletiva, nos abrir a realidades que não conhecíamos. O Presidente Surdo faz exatamente isso ao contar a história de uma mobilização estudantil da universidade Gallaudet na década de oitenta.

O som do silêncio

O filme acompanha eventos ocorridos em 1988 na Universidade Gallaudet, a primeira universidade dedicada à educação de pessoas surdas criada nos Estados Unidos ainda no século XIX. Os estudantes estavam mobilizados pela eleição de um presidente que fosse surdo, mas quando o conselho gestor da universidade aponta uma presidente que não é surda e se mostra insensível às demandas e questões do corpo discente, os estudantes se organizam para exigir mudanças.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Crítica – Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia

 

Análise Crítica – Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia

Review – Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia
Sendo um dos programas de televisão mais longevos dos Estados Unidos, tendo completado 50 anos neste ano, Saturday Night Live faz parte da história da comédia e do entretenimento no país. Dirigido por Jason Reitman, Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia tenta honrar o legado do programa ao narrar a origem do programa e como ele marcou por fazer algo muito diferente da comédia televisiva de então.

Embalos de sábado à noite

A narrativa é centrada no produtor Lorne Michaels (Gabriel LaBelle, de Os Fabelmans) e sua esposa Rosie Shuster (Rachel Sennott) horas antes do primeiro Saturday Night ir ao ar ao vivo. Lorne corre contra o tempo para ajeitar os últimos detalhes, conciliar os egos dos membros dos elencos e roteiristas conforme lida com os executivos da emissora e uma desconfiança de que esse programa enorme, ao vivo, feito por comediantes desconhecidos, pode ser um grande fracasso.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Rapsódias Revisitadas – Grey Gardens

 

Análise Rapsódias Revisitadas – Grey Gardens

Review - Grey Gardens
Dirigido pelos irmãos Maysles, nomes chave do movimento do cinema direto dos Estados Unidos, Grey Gardens foi lançado em 1975 e até hoje permanece como um documentário envolvente tanto pela abordagem observacional dos Maysles, que pregam por interferir o mínimo possível nas cenas, e as personalidades pitorescas das duas protagonistas, que parecem apreciar serem observadas pelas câmeras do documentário. O resultado é uma enorme sinergia entre quem filma e quem é filmado, tornando difícil não se deixar absorver pelo que está em tela.

Elite decadente

A trama acompanha a idosa Edith e sua filha de meia idade Edie. Elas são tia e prima de Jackie Kennedy Onassis, ex-primeira dama do país. Em 1973 a dupla tomou as manchetes dos jornais depois que uma série de denúncias e vistorias de órgãos municipais decretou que a mansão dilapidada em que viviam, chamada de Grey Gardens, estava condenada e elas seriam removidas do local para que o imóvel fosse demolido. Jackie e irmã ajudam as parentes da minimamente reformarem a casa e elas são autorizadas a voltarem a morar no local e esse é o ponto de partida do filme, acompanhando o cotidiano de mãe e filha nesse imóvel acabado.