Como outras animações estreadas
pela dupla criada pela Aardman Animations, Wallace
& Gromit: Avengança é uma aventura que conquista pela sua
excentricidade e senso de encantamento. Na trama Gromit passa a ficar cada vez
mais preocupado com a dependência de Wallace de suas invenções, se agravando
quando Wallace cria um robô gnomo para realizar todas as tarefas domésticas. As
coisas pioram quando o vilão Feathers McGraw toma o controle do robô e passa a
usá-lo para fins malignos, buscando vingança contra Wallace e Gromit por
prendê-lo no passado.
Ludicidade aloprada
Em essência é uma narrativa sobre
os perigos de confiar demais em automação e inteligência artificial, lembrando
como nada substitui o componente humano, como o ato de você mesmo fazer carinho
em seu cachorro ao invés de recorrer a alguma traquitana maluca como faz
Wallace. Que essa crítica a uma dependência de inteligência artificial seja
feita por uma animação em stop motion
feita à mão só torna essa crítica mais apropriada.
Depois de uma ótima primeira
temporada que introduziu novos heróis e vilões, Castlevania: Noturno leva o confronto contra a “messias vampira”
Erszebet ao seu clímax. Ainda que não seja tão boa quanto a temporada anterior,
a série continua a empolgar com sua mistura das histórias de Castlevania Rondo of Blood e Castlevania Symphony of the Night.
Revolução vampírica
A trama continua no ponto em que
a temporada anterior terminou, com a vilã ampliando seus poderes e ficando mais
perto de conseguir evocar uma noite eterna para que as criaturas da noite
dominem o mundo. Richter e os demais heróis mal conseguem escapar, mas
encontram um novo aliado em Alucard. Agora eles precisam se reorganizar e
encontrar um meio de lidar com os poderes quase que divinos de Erszebet.
Primeiro produto do novo universo
DC capitaneado por James Gunn, a série animada Comando das Criaturas traz vários personagens de quarta ou quinta
categoria da DC para fazer o que Gunn faz de melhor, dar camadas a esses vilões
que nas mãos de outras pessoas seriam buchas de canhão para os heróis baterem,
mas aqui viram indivíduos com várias camadas e razões compreensíveis para que
suas vidas os tenham levado para o rumo que tomaram.
Circo de aberrações
A narrativa começa quando Amanda
Waller (Viola Davis) precisa montar uma nova equipe clandestina para agir
contra uma ameaça na remota nação do Pokolistão e proteger a governante local,
a princesa Ilana (Maria Bakalova). Como o uso de prisioneiros se tornou controverso
depois dos eventos na ilha de Corto Maltese em O Esquadrão Suicida(2021), Waller decide empregar seres que não
seriam considerado “humanos”, colocando Rick Flag Sr (Frank Grillo) para
comandar um grupo de criaturas formado pela Noiva (Indira Varma), o Robô
Recruta (Sean Gunn), Dr. Fósforo (Alan Tudyk), Nina Mazurski (Zoe Chao) e o
Doninha (Sean Gunn).
O sucesso de Sonic: O Filme(2020) foi um dos raros casos em que um bando de
nerds raivosos de internet conseguiu tornar algo melhor ao substituir o bizarro
visual fotorrealista do ouriço veloz por algo mais cartunesco e próximo do seu design nos games. Mesmo não sendo grande
coisa, o filme arrecadou o bastante para justificar uma continuação em Sonic 2: O Filme(2022) que melhorou um
pouco em relação ao anterior, ainda que sofresse com parte dos mesmos
problemas. Agora chegamos a este Sonic 3:
O Filme que entrega algo superior aos anteriores e se continuarmos a
progredir nesse nível talvez tenhamos um filme do Sonic realmente excelente lá
pelo sexto ou sétimo filme.
A série What
If…? funciona melhor quando usa suas possibilidades do multiverso
para explorar novas possibilidades de desenvolver seus personagens ou formatos
narrativos diferentes para suas tramas de super-heróis. Esse terceiro e
aparentemente último ano da série tenta trazer um encerramento ao arco do Vigia iniciado nos anos anteriores e dialogar com alguns gêneros diferentes,
mas tanto suas escolhas narrativas quanto de personagem nem sempre funcionam.
Prisma de possibilidades
O primeiro episódio da temporada
é claramente uma homenagem a filmes de kaijus
como Godzilla e similares ao nos apresentar a uma realidade com monstros
gigantes em que os Vingadores precisam pilotar mechas para enfrentar as
criaturas. É um episódio com ação bem conduzida, ainda que nunca aproveite as
possibilidades desse cenário e a narrativa tem muito pouco a dizer sobre a
amizade que tenta construir entre Sam Wilson e Bruce Banner.
A trama acompanha Chico Bento
(Isaac Amendoim) e seus amigos da Vila Abobrinha enquanto eles tentam impedir
que um empresário local derrube a goiabeira do Nhô Lau (Luis Lobianco) para
construir uma estrada. É uma trama simples que foca mais no lado de uma
aventura pueril e na comédia do que no desenvolvimento emocional presente nos
filmes da Turma da Mônica.
O primeiro Venom(2018) foi bem fraquinho. A continuação, Venom: Tempo de Carnificina (2021) conseguiu ser pior ao
desperdiçar a rivalidade entre Eddie Brock e Cletus Kasady em um conflito inane.
Aos tropeços essa franquia conseguiu virar uma trilogia que aqui, com Venom: A Última Rodada, encerra a
história com seu protagonista com um miado ao invés de um rugido, entregando o
pior dos três filmes.
Inimigos do abismo
Depois de levar Eddie Brock (Tom
Hardy) ao universo Marvel no final do segundo filme, este terceiro joga Brock
de volta no agora defunto universo de vilões da Sony sem fazer nada com o
gancho deixado no filme anterior. De volta ao seu mundo Brock se vê acusado
pelos assassinatos cometidos por Cletus/Carnificina (Woody Harrelson) no
anterior. Ele decide limpar seu nome, mas no caminho é atacado por criaturas
enviadas por Knull (Andy Serkis) que quer arrancar de Venom e Eddie o Codex que
eles carregam em si e é a chave para Knull fugir de sua prisão no vácuo.
Um anime que contasse a história
do rei Helm Mão-de-Martelo e de como o a fortaleza que leva seu nome permitiu
aos Rohirrim resistirem a uma invasão séculos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002)
não era a primeira coisa que eu pensaria para uma nova produção na Terra-Média
(ainda não entendo como ninguém tentou um projeto baseado em Beren & Luthien ou Os Filhos de Húrin). Mesmo não sendo um
pedaço da história deste universo que deixava os fãs ansiosos de curiosidade, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim
é uma aventura bacana.
Lá e de volta outra vez
A trama é focada em Héra, filha
de Helm. Quando um governante do sul, Freca, tenta forçar Helm a casá-la com
seu filho, Helm o desafia para uma luta. Durante o combate Freca cai por conta
de um soco de Helm e bate a cabeça, morrendo. Helm bane Wulf, filho de Freca,
das terras de Rohan, mas ele jura vingança. Anos depois Wulf vem com um
exército de mercenários atacar o reino, obrigando todos a recuarem para a
fortaleza nas montanhas. Os irmãos de Héra morrem no primeiro ataque de Wulf e
agora apenas ela e o pai restam da família real enquanto eles ficam sitiados na
fortaleza.
Na Broadway, o musical Wicked trazia uma interessante releitura
para a mitologia do universo de O Mágico
de Oz, ponderando como sobre o perigo de ouvir apenas um lado da história e
como isso resulta em maniqueísmos injustos. Fiquei curioso com o anúncio de uma
adaptação para cinemas, principalmente pela escolha de dividir o musical em
duas partes, que evitaria ter que condensar demais a narrativa e prejudicar a
construção dos personagens e conflitos, como aconteceu em Caminhos da Floresta(2014). Sim, esse filme é só a primeira metade
da história.
Metáforas da diferença
A narrativa começa com a derrota
da bruxa Elphaba (Cynthia Erivo) no filme de O Mágico de Oz e enquanto a terra de Oz comemora a sua morte,
Glinda (Ariana Grande), a bruxa boa, relembra o passado das duas e como ninguém
nasce naturalmente maligno. Acompanhamos então a juventude das duas e como elas
estudaram juntas para se tornarem feiticeiras, com Elphaba sempre demonstrando
uma aptidão natural para magia enquanto Glinda não tinha o mesmo talento embora
desejasse dominar a magia. As habilidades de Elphaba chamam a atenção da
professora Morrible (Michelle Yeoh), que a consideram capaz de ajudar o grande
Mágico de Oz (Jeff Goldblum), embora a aparência verde de Elphaba desperta
preconceito e intolerância nos colegas.
Não creio que ninguém que tenha
assistido Gladiador (2000) tenha
saído do filme pensando “nossa, mal posso esperar por uma continuação que conte
a história do filho do protagonista”, mas mesmo sem ninguém querer ou que fosse
necessário para amarrar qualquer ponta da história que Ridley Scott contou há
mais de vinte anos atrás, Gladiador 2
está entre nós. Não faz a menor diferença, não precisava existir, mas não é
exatamente ruim.
Ecos da eternidade
A narrativa é centrada em Lucius
(Paul Mescal), filho de Lucilla (Connie Nielsen) e Maximus (Russell Crowe) do
primeiro filme. Para ser mantido em segurança Lucius foi mandado para longe e
se tornou um guerreiro no norte da África. Quando suas terras são conquistadas
por Roma e sua esposa é morta pelo general Acacius (Pedro Pascal) ele é vendido
como escravo e usado como gladiador pelo inescrupuloso Macrinus (Denzel
Washington). Agora Lucius retorna à Roma para se vingar do general e dos cruéis
imperadores Geta (Joseph Quinn, de Stranger Things) e Caracalla (Fred Hechinger).
É basicamente a mesma premissa do
primeiro filme, mas tudo é duplicado. Ao invés de um guerreiro que luta por
vingança e para restaurar a justiça em Roma temos essas motivações divididas
entre Lucius e Acacius. Ao invés de um imperador imaturo e sádico temos dois em
Geta e Caracalla,
mas de resto é a mesma história sobre defender “o sonho de Roma” que embalou a
história trágica de Maximus.
Repetição também está no trabalho
do elenco ainda que entreguem performances competentes. Denzel Washington devora o cenário ao interpretar Macrinus como uma
versão romana e com mais joias do que um bicheiro carioca de seu Alonzo de Dia de Treinamento (2001). Macrinus é um
sujeito ardiloso, que joga em vários lados sempre visando o ganho pessoal e
está sempre a frente dos oponentes, como se ele estivesse jogando xadrez
enquanto os demais jogassem damas. É um personagem que domina cada cena em que
está, mas a essa altura da carreira Washington o interpretaria com as mãos
amarradas nas costas. Connie Nielsen traz a mesma dignidade e altivez a Lucille que apresentava
no original, enquanto Pedro Pascal traz um misto de honra e desilusão a
Acacius.
Os dois imperadores, por outro
lado são tão histriônicos que pendem para a caricatura. Joseph Quinn se sai um
pouco melhor ao conseguir injetar algum mínimo grau de humanidade a Geta, mas o
Caracalla de Fred Hirchinger passa do ponto do exagero e soa como um vilão de
desenho animado. Sim, eu entendo que ele deveria ser um sujeito louco com o
cérebro carcomido pela sífilis, mas mesmo entre toda essa loucura há uma pessoa
ali (pensem em Forrest Whitaker como Idi Amin em O Último Rei da Escócia) e o trabalho de Hirchinger é tão exagerado
ao ponto de soar falso.
Arena Mortal
O primeiro filme foi alvo de
críticas por sua falta de precisão histórica, algo que nunca me incomodou
pessoalmente, mas aqui Scott desvia tanto da realidade que o filme praticamente
entra no domínio da fantasia. Digo isso não apenas por sua trama se povoada por
muitos personagens ficcionais, mas por uma série de eventos que transcorrem,
principalmente dentro da arena do Coliseu. Aqui vemos batalhas com
rinocerontes, uma batalha naval com direito a tubarões nadando na arena uma
série de outras ocorrências que qualquer leigo é capaz de dizer que se trata de
liberdades artísticas.
Não que a ação seja ruim, pelo
contrário, ela é um dos pontos altos do filme. Essas liberdades que Scott toma
servem para evidenciar ainda mais a opulência e desigualdade de sua Roma
corrompida que gastava horrores com esses jogos no Coliseu enquanto a população
ficava à míngua e os espetáculos brutais serviam como uma distração para essa
miséria. A condução de Scott é eficiente em construir o senso de escala dessas e
o caos brutal desses embates. São lutas vencidas tanto na estratégia quanto na
força e cujas consequências sangrentas o filme faz questão de exibir. Seja nas
batalhas mais grandiosas ou em duelos mais íntimos, como na luta entre Lucius e
Acacius, a produção instila uma energia intensa na ação e um senso de que
Lucius e outros personagens passam por um risco palpável de serem derrotados. O
senso de grandiosidade e de tragédia também é construído pela música, inclusive
com o uso de faixas da trilha do primeiro filme como Now We Are Free de Hans Zimmer cuja melodia dá senso da jornada
grandiosa de seus personagens enquanto os vocais de Lisa Gerrard, cuja letra
menciona liberdade, constrói a dimensão transcendental e trágica dessa
história.
É por conta desse senso de
grandiosidade da ação e pelo trabalho do elenco que Gladiador 2 consegue oferecer algo de interessante ainda que não
tenha nada que Ridley Scott já não fez melhor antes. De certa forma é como ver
aquela banda que você gosta e que já não toca como antes sair em uma turnê
cantando seus melhores sucessos. É bacana, mas você sabe que é uma reprodução
menor do que veio antes.
Não esperava muita coisa de Operação Natal. O trailer dava a
impressão de um blockbuster genérico,
feito para cumprir a cota de filmes natalinos do ano, mas o resultado é uma
aventura divertida, que cria um universo interessante e tem um inesperado calor
humano. Além do mais, em um ambiente em que praticamente todos os blockbusters são continuações de
franquias longevas ou pertencem a algum universo compartilhado, é um alívio
enorme assistir um filme-pipoca que não te cobra o “dever de casa” de ter
acompanhado meia dúzia de outros filmes, séries e spin-offs para conseguir minimamente se situar na narrativa. É bom
ver que Hollywood ainda sabe fazer filmes que você pode simplesmente sentar e
se divertir.
Papai Noel em perigo
A trama é centrada em Cal (Dwayne
“The Rock” Johnson), o guarda-costas pessoal do Papai Noel (J.K Simmons). Ele
está prestes a se aposentar por estar descrente com a humanidade, cuja lista de
pessoas malvadas já superou a de pessoas boazinhas. No seu último dia de
trabalho, Noel é sequestrado e a única pista é o hacker que ajudou os
sequestradores a encontrarem a fábrica do Papai Noel. Assim, Jack (Chris
Evans), que nunca acreditou em Papai Noel, é arrastado por Cal para descobrir o
paradeiro do bom velhinho.
De certa forma é uma trama bem
esquemática. Uma dupla de personalidades opostas, com Cal sendo o sisudo focado
na missão enquanto Jack é um malandro que tenta resolver tudo na lábia e sempre
busca tirar vantagem. É claro que ao longo da trama eles irão aprender algo um
com o outro e Jack, que está na lista dos malcriados desde criança, vai
aprender a ser bonzinho e se reaproximar do filho com quem tem pouco contato. É
previsível, mas funciona pelo carisma do elenco.
Chris Evans é bem divertido
fazendo um canalha de bom coração que aos poucos aprende a importância de
formar laços com outras pessoas enquanto Johnson funciona como o contraponto
mais sério à personalidade escorregadia de Jack. Evans inclusive encontra
momentos de emoção genuína nas conversas entre Jack e o filho durante o clímax.
J.K Simmons traz a Noel uma presença que é simultaneamente marcante e humilde.
É um sujeito que demonstra um grande poder, mas uma medida similar de
benevolência e afeto.
Universo fantasioso
A produção é criativa na
construção de seu universo em que seres mitológicos vivem ocultos em meio ao
nosso mundo, com uma agência secreta que mantem a paz entre seres lideradas
pela expediente Zoe (Lucy Liu). Cal, por exemplo, consegue se mover rapidamente
para qualquer lugar do mundo usando uma rede de portais que são acessados em
qualquer loja de brinquedos e uma manopla que pode transformar qualquer
brinquedo em um objeto real, como transformar um carrinho em miniatura em um
carro de verdade. Sim, esses momentos muitas vezes servem de publicidade para
algumas marcas de brinquedos, mas não deixam de gerar alguns momentos
divertidos.
O filme também acerta nas cenas
de ação e como usa diferentes criaturas de histórias natalinas, como os bonecos
de neve que congelam tudo em que tocam e servem de capangas para a vilã ou o
modo como Cal altera entre sua forma humana e sua forma de elfo enquanto luta usando
a variação de tamanho ao seu favor como se fosse o Homem-Formiga. O fato de boa
parte dessas criaturas serem feitas usando próteses e maquiagem ajuda a tornar
tudo mais crível e a dar um senso de materialidade a esse universo, como no
segmento em que Cal e Jack invadem o lar do Krampus (Kristofer Hivju), o irmão
maligno do Papai Noel, e todas as criaturas ali são primordialmente fruto de
efeitos práticos.
Inclusive nos momentos em que o
filme recorre a criaturas completamente digitais chega a ser difícil não sentir
algum estranhamento, já que elas não parecem pertencer ao mesmo universo que o
resto dos personagens, Alguns, como o urso polar Garcia, são convincentes, mas
outros nem tanto. O melhor exemplo disso é quando a bruxa Gryla (Kiernan Shipka,
de O Mundo Sombrio de Sabrina) assume
sua forma monstruosa durante o clímax e o resultado parece mais um design rejeitado para chefão de Dark Souls.
O texto ocasionalmente apresenta
algumas incongruências. Um exemplo é o fato de Cal trabalhar há séculos
protegendo o Noel e agindo como um guarda-costas pró-ativo e diligente, mas
quando é conveniente para o roteiro ele desconhece completamente como lidar com
determinadas criaturas embora ele se comporte como se já tivesse enfrentado
esses seres antes.
Mesmo com uma trama previsível, Operação Natal diverte pelo elenco
carismático e pelo universo criativo que mistura fantasia e realidade.
Hoje na coluna Drops, dedicada a
textos mais curtos, vou falar sobre dois filmes que acabei deixando passar
quando foram exibidos nos cinemas, Transformers:
O Início e Hellboy e o Homem Torto,
dois filmes que funcionam como recomeços para seus respectivos personagens.
Aventura “padrão Marvel”
Transformers: O Início acompanha a história de dois mineradores,
Orion Pax (Chris Hemsworth) e D-16 (Bryan Tyree Henry, de Atlanta) antes que eles se tornem os lendários Optimus Prime e
Megatron respectivamente. A trama mostra uma Cybertron arruinada, que depende
da constante mineração de energon para sobreviver enquanto o líder, Sentinel
Prime busca a mítica matriz da liderança para resolver o problema de energia do
planeta.
Desde o início incomoda como o
filme se apoia no expediente de ter seus personagens trocando piadinhas ou
diálogos engraçadinhos o tempo todo, muitas vezes comentando a própria trama,
como se esse tipo de humor “padrão Marvel” fosse um substituto para personagens
sem personalidade ou para uma trama mal escrita (tentar rir de um roteiro ruim
não é por si só engraçado). Isso é principalmente evidente em B-127 (que virará
o Bumblebee), cujo falatório constante é mais constrangedor e irritante do que
engraçado, e em Elita-1 (Scarlett Johansson), que é reduzida à “a garota”, se
limitando a reagir exasperada às ações dos demais personagens de maneira tão
clichê que imaginei que em algum momento ela fosse jogar os braços para cima e
dizer “ah, homens” aborrecida.
Essa terceira temporada de The Legend of Vox Machina tem um clima
de apoteose considerando que ela marca o confronto derradeiro entre os
aventureiros da Vox Machina e o conclave de dragões liderado pelo poderoso
dragão vermelho Thordak. É um conflito que foi construído ao longo das duas temporadas anteriores e cuja execução aqui não decepciona.
Masmorras e dragões
Mesmo depois de coletarem os Vestígios na segunda temporada, o grupo ainda não é páreo para Thordak. Eles
são abordados por Raishan, antiga aliada de Thordak, que propõe uma aliança com
eles, já que ela quer se vingar do dragão por ter se recusado a ajudá-la a
eliminar uma maldição que a estava matando aos poucos. Mesmo relutantes, a
equipe aceita o acordo e parte em busca de uma armadura que pode absorver o
poder de Thordak. A missão se torna mais urgente com a descoberta que o dragão
está chocando centenas de ovos que estão prestes a eclodir para liberar novos
dragões contra o reino.
Apesar de ter adorado a vilã
afrontosa vivida por Kathryn Hahn em Wandavision,
confesso que não estava muito empolgado para a minissérie Agatha Desde Sempre. Primeiro porque não sabia se a personagem
tinha estofo suficiente para sustentar uma série sozinha. Segundo porque a produção
teve tantas atribulações, sendo reescrita, adiada e sofrendo alterações de
título tantas vezes que temi que o resultado fosse uma bagunça incoerente. Felizmente
a série é melhor do que eu esperava.
Algo oculto e impuro
A trama reencontra Agatha (Kathryn
Hahn) ainda presa na vida ilusória que Wanda (Elizabeth Olsen) criou para ela
no final de Wandavision. Ela é
libertada graças à intervenção de um misterioso jovem (Joe Locke) que deseja a
ajuda de Agatha para adentrar o mítico Caminho das Bruxas e alcançar o poder
dado a quem supera seus desafios. Agatha vê no garoto uma oportunidade de
recuperar seu poder, montando um novo coven de bruxas de quem poderá extrair
poder.
Não esperava nada da animação Robô Selvagem e me surpreendi com sua
narrativa singela e emocionante sobre cuidado, cooperação e maternidade. A
trama é focada na robô Roz (voz de Lupita Nyong’o), que depois de uma
tempestade vai parar em uma ilha habitada apenas por animais. Lá ela acaba
acolhendo um bebê ganso órfão, a quem chama de Bico-Bonito, e toma para si a
tarefa de criá-lo e prepará-lo para voar até o momento da migração de inverno,
contando com a ajuda da raposa Escobar (voz de Pedro Pascal) para educar a
pequena ave.
Estrelado por Halle Berry e Mark
Wahlberg, A Liga é uma mistura de
comédia romântica e filme de ação que não empolga em nenhuma das duas frentes.
Roxanne (Halle Berry) é uma espiã que trabalha para a agência secreta conhecida
como A Liga, quando uma missão da errado e toda a equipe dela é morta, a agente
decide pedir ajuda a alguém de fora, seu ex-namorado de tempos de colégio: Mike
(Mark Wahlberg). Ele é um operário de meia idade que mora com a mãe e continua
no mesmo emprego com a mesma vida e é recrutado por Roxanne para recuperar uma
lista com os dados de todos os agentes infiltrados de todas as agências de
inteligência do mundo antes que a lista caia em mãos erradas.
Depois de uma primeira temporada que demorava a desenhar seus principais conflitos e que funcionava como um
grande prólogo de uma narrativa que estava por vir, a segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder
entrega uma narrativa mais concisa e focada do que seu ano de estreia. Se o
primeiro ano demorou a encontrar um rumo, esta temporada já parece saber desde
o início qual será seu foco.
Se na temporada anterior tudo
girava em torno da possibilidade de Sauron (Charlie Vickers) estar vivo, aqui a
temporada foca justamente no vilão e como ele manipula todos à sua volta, em
especial o artesão élfico Celebrimbor (Charles Edwards). Os três anéis élficos
forjados no final do primeiro ano foram realizados sem a influência de Sauron e
agora o vilão quer estar perto de Celebrimbor conforme o convence a forjar anéis
de poder para os anões e homens, inserindo suas trevas nos artefatos. Ao mesmo
tempo, Galadriel (Morfydd Clark) tenta convencer o rei Gil-Galad (Benjamin
Walker) e Elrond (Robert Aramayo) da presença de Sauron entre eles e de como os
anéis élficos podem ser importantes para a batalha que virá. O Estranho (Daniel
Weyman) segue em sua peregrinação para leste ao lado de Nori (Markella
Kavenagh) enquanto Míriel (Cynthia Addai-Robinson) e Elendil (Lloyd Owen)
retornam para Numenor apenas para se verem sob a suspeita dos opositores
liderados por Pharazon (Trystan Gravelle).
Quando escrevi sobre o péssimo Mentes Sombriasnos idos de 2018 e o
fraco Máquinas Mortaisem 2019
mencionei como eles chegaram atrasados para a festa das adaptações de romances
jovens distópicos, estreando em um momento em que todo mundo já estava cansado
dos clichês desse tipo de história e com tramas que não faziam muito mais do
que repetir tropos desgastados. Pois é com surpresa ver que Hollywood ainda
insiste neste gênero que ninguém mais quer com este Feios. Produzido pela Netflix, é mais uma adaptação de uma série de
romances sobre distopias protagonizadas por adolescentes e, como era de se
esperar, é muito, muito ruim.
Filmes-catástrofe não fazem muito
meu estilo e não morro de amores pelo primeiro Twister (1996), então não fiquei exatamente empolgado com o anúncio
desse Twisters. Parecia só mais uma
dessas continuações tardias que existe para capitalizar em cima da nostalgia do
espectador. Talvez por isso eu tenha ficado surpreso com o fato de que o filme
se concentra mais em seus novos personagens sem se preocupar muito com
referências ao original.
Novos rostos
A trama é protagonizada por Kate
(Daisy Edgar-Jones), meteorologista que desenvolve um protótipo que pode
dissipar tornados. As coisas dão errado durante o teste e quase toda sua equipe
morre. Anos depois, ela trabalha em Nova Iorque quando o antigo colega, Javi
(Anthony Ramos), a procura para uma nova caçada a tornados. Javi está
trabalhando para o empreendedor Scott (David Corenswet), que financia sua
pesquisa de escaneamento de tornados. Com esse mapeamento, Kate poderia
aperfeiçoar seu protótipo e, assim, ela aceita participar da empreitada.
Chegando no interior do país, a equipe de Kate esbarra no grupo de youtubers
liderado por Tyler (Glen Powell), cuja postura é bem menos profissional que a
equipe de cientistas da qual Kate faz parte.
Depois que Sailor Moon: Eternaladaptou o quarto arco do mangá em dois filmes,
a saga de Usagi e suas aliadas iniciada em Sailor
Moon Crystal chega ao fim neste Sailor
Moon: Cosmos, que adapta o arco final do mangá. Como na história anterior,
o anime produzido pela Netflix vem no formato de dois filmes.
A Lenda da Luz da Lua
A história inicia com Usagi e as
demais voltando ao seu cotidiano de estudantes, mas essa paz é logo
interrompida pela chegada das misteriosas Sailor Starlights, guerreiras de
outro planeta que vieram à Terra um busca de sua princesa, e também da poderosa
vilã Sailor Galaxia, que está em busca dos Sailor Crystals que Usagi e as
outras carregam consigo.