Depois que Sailor Moon: Eternaladaptou o quarto arco do mangá em dois filmes,
a saga de Usagi e suas aliadas iniciada em Sailor
Moon Crystal chega ao fim neste Sailor
Moon: Cosmos, que adapta o arco final do mangá. Como na história anterior,
o anime produzido pela Netflix vem no formato de dois filmes.
A Lenda da Luz da Lua
A história inicia com Usagi e as
demais voltando ao seu cotidiano de estudantes, mas essa paz é logo
interrompida pela chegada das misteriosas Sailor Starlights, guerreiras de
outro planeta que vieram à Terra um busca de sua princesa, e também da poderosa
vilã Sailor Galaxia, que está em busca dos Sailor Crystals que Usagi e as
outras carregam consigo.
Lançada em 1992 Batman: A Série Animada, produzida por
Bruce Timm, redefiniu as histórias do Batman ao inserir novos personagens, como
a Arlequina, e repensar a mitologia de vários de seus vilões, como o Sr. Frio,
lhes dando mais complexidade. A série também é importante por ter originado
todo um universo animado, sendo seguida por Superman:
A Série Animada, Liga da Justiça e
Liga da Justiça Sem Limites. Todo
esse conjunto é, talvez, uma das melhores adaptações do universo DC para o
audiovisual, então recebi com empolgação a notícia que Timm voltaria a produzir
uma série animada do Batman neste Batman:
Cruzado Encapuzado, que ainda conta com o veterano dos quadrinhos Ed
Brubaker como roteirista.
O ano de estreia de Minhas Aventuras Com o Superman acertava
na construção de um Superman mais esperançoso, benevolente e conectado à sua
humanidade. Esse segundo ano continua isso e expande o universo com novos
personagens.
Depois de salvar Metrópolis do
Parasita o Superman conta com aprovação de boa parte do público, embora Amanda
Waller ainda o trate como ameaça, principalmente depois da visão de uma frota
kryptoniana se aproximando. Clark tenta descobrir mais sobre seu passado
enquanto Lois se esforça para se reaproximar do pai e Waller cruza ainda mais
limites éticos para conseguir meios de enfrentar o Superman, buscando inclusive
ajuda do gênio tecnológico Lex Luthor.
A temporada explora o senso de
solidão de Clark por ser o único de sua espécie e a dificuldade dele em lidar
com o legado kryptoniano que parece ser o de um império expansionista. Esse
senso de isolamento desperta inseguranças em Lois de que ela talvez seja banal
demais ou não seja o suficiente para alguém tão extraordinário quanto Clark.
Jimmy, por outro lado, só vai ter algum arco próprio quando Kara chega na
cidade e ele se torna a principal conexão dela com a humanidade, mostrando o
lado positivo do nosso planeta para a prima do Superman, que parece ter vindo
para nos dominar.
O anime Go! Go! Loser
Ranger! funciona como um The Boys
para o universo dos Super Sentai/Power Rangers na medida em que satiriza esse
tipo de história e pensa como, num olhar mais realista ou mais cínico esses
personagens se tornariam celebridades inebriadas pela própria fama e poder,
além de uma força fascistoide de controle social. Com doze episódios primeira
temporada tenta nos introduzir esse universo e os problemas dele, embora sofra
com alguns problemas de ritmo.
A trama se passa em um mundo no qual uma nave de invasores
alienígenas paira sobre o nosso planeta. Semana após semana os invasores enviam
monstros para a nossa superfície e cabe aos Guardiões do Dragão da Tropa Ranger
deter esses monstros. Munidos de equipamentos poderosos chamados de Artefatos
Divinos, os Rangers detêm um poder enorme e se tornaram celebridades. Estádios
foram construídos no local de pouso mais comum dos monstros e a guerra que se
estende há treze anos é agora um espetáculo para as massas, com as lutas sendo
televisionadas para o mundo inteiro. Só há um problema: os Rangers derrotaram
os invasores no primeiro ano do ataque e tudo que veio depois é uma encenação.
Quando escrevi sobre Meu Malvado Favorito 3(2017) mencionei como o filme deixava evidente o
desgaste criativo da franquia, se limitando a encadear uma série de gags
cômicas de modo aleatório e episódico sem uma trama que ajudasse a nos manter
investidos em todo o caos. Este Meu
Malvado Favorito 4 segue o mesmo caminho, partindo de um fiapo narrativo
para jogar um monte de situações cômicas a esmo, sendo que uma parcela não
funciona como deveria.
Gru (Leandro Hassum) se vê ameaçado pelo antigo inimigo
Maxime Le Mal, que fugiu da prisão e jura se vingar de Gru e de sua família.
Agora ele, a esposa, Lucy (Maria Clara Gueiros), e as filhas se mudam para uma
pequena cidade, recebendo novas identidades. Ao mesmo tempo, os minions são
levados para o QG da Liga Antivilões para serem treinados como agentes, o que
logicamente dá muito errado e gera muitas confusões.
Eu adoro o primeiro Divertida Mente (2015) e como ele consegue transmitir, com um humor, sensibilidade e
de uma maneira acessível a todas as idades a complexidade de lidar com as
nossas emoções e como cada sentimento é importante para uma vida emocional
saudável. Apesar de todos os méritos, temi que esse Divertida Mente 2 pudesse não estar à altura do original,
principalmente no modo como a Disney vem fazendo continuação e remake de seus
principais filmes um atrás do outro e forçando a Pixar a fazer o mesmo.
Felizmente isso não acontece aqui e Divertida
Mente 2 é tão emocionante, divertido e complexo quanto o primeiro filme.
A trama mostra a garota Riley agora com treze anos. Ela tem
amigas na escola, ela é destaque no seu time de hockey e suas emoções
aprenderam a trabalhar em harmonia. A passagem do tempo também tornou o
funcionamento de sua mente mais complexo, com o surgimento de uma camada
profunda na qual certas memórias formam convicções que se enraízam no senso de
si da Riley. A Alegria se preocupa em só transformar em convicções as memórias
que se conectam a um senso de si positivo de que Riley é uma boa pessoa,
jogando para as margens da mente as memórias que ela acha negativas.
Foi uma surpresa o anúncio de que a Marvel iria reviver a
animação dos X-Men da década de 90 neste X-Men
97. Mais surpreendente ainda é que a produção não tenha se acomodado a ser
uma exploração cínica da nostalgia noventista e tenha realmente feito algo
incrível com esses personagens e esse universo. A verdade é que X-Men 97 é muito melhor do que teria
qualquer direito de ser e provavelmente é a melhor produção da Marvel Studios
desde sua origem.
A série continua de onde a animação original parou, com
Xavier sendo levado pelos Shi’ar depois de sofrer uma tentativa de assassinato.
Sem seu líder, os X-Men tentam prender Bolivar Trask e os remanescentes do
programa dos sentinelas, mas o testamento de Xavier coloca Magneto no comando
da equipe e da escola, iniciando novas tensões dentro do grupo.
Poucos produtos da Marvel entenderam tão bem a essência de
seus personagens e suas diferentes facetas como essa série faz. A série explora
os X-Men como super-heróis, como metáfora social para o preconceito, como
personagens de ficção científica e também como protagonistas de um grande
melodrama familiar repleto de triângulos amorosos e traições. Tudo isso embalado
em um pacote coeso, que nunca soa tonalmente inconsistente a despeito das várias
direções nas quais joga seus personagens.
A primeira temporada de Velmafoi tão universalmente odiada que se tornou um fenômeno de hate watching, com muita gente
assistindo só para conferir o que de fato ela tinha de tão ruim. Apesar de
ninguém ter gostado, a quantidade de pessoas que assistiram só para falar mal
garantiu que a série animada tivesse audiência suficiente para uma segunda
temporada.
O segundo ano começa com a turma tentando voltar ao normal
depois dos eventos do ano anterior. A tranquilidade, no entanto, dura pouco já
que uma nova onda de assassinatos volta a aterrorizar a cidade, começando pela
morte do xerife. Com as autoridades sem liderança, cabe a Velma e o resto da
turma tentarem resolver o mistério.
Velma era uma das piores personagens da temporada de
estreia. Egoísta, mesquinha, sem qualquer escrúpulo de usar os amigos sem se
importar com eles e desprovida de qualidades que a redimissem, ela era uma
personagem insuportável de acompanhar. Essa nova temporada some com isso e traz
uma Velma que, apesar de ser irritante por sua conduta sabichona, é mais
preocupada com o bem estar das pessoas ao seu redor e tem mais elementos que nos
fazem torcer por ela.
Assim como outras animações que tiveram continuações demais,
Kung Fu Panda 4 dá sinais de cansaço
da franquia e um senso de que tudo é feito a toque de caixa simplesmente porque
é mais barato e menos arriscado financeiramente fazer mais um do que tentar
algo novo. A trama coloca Po para enfrentar uma nova vilã ao mesmo tempo em que
o mestre Shifu o incumbe de encontrar um novo Dragão Guerreiro para
substituí-lo, já que Po deve se tornar o líder espiritual do Vale da Paz. Em
sua jornada, Po encontra a raposa Zhen e se alia a ela contra a nova vilã.
A trama é relativamente previsível, sendo óbvio desde o
início que Zhen vai trair Po e depois se arrepender por conta da amizade
genuína que o panda mostrou a ela. Do mesmo modo, é bem evidente quem Po
escolherá como seu sucessor. A vilã Camaleoa, apesar da dublagem de Viola Davis
torná-la ameaçadora, acaba se revelando uma antagonista bastante genérica,
longe dos vilões marcantes dos filmes anteriores, em especial o Tai Lung do
primeiro filme que reaparece aqui para nos lembrar de filmes melhores da
franquia. A ideia da vilã poder se transformar em inimigos do passado de Po
poderia servir de metáfora para o personagem confrontar seu passado, mas na
narrativa nunca faz nada de muito interessante com esse conceito.
Depois de uma primeira parte difusa, que se espalhava demais
tentando estabelecer os conflitos dos vários personagens, a segunda parte da
segunda temporada de Invencível
consegue entregar desfechos impactantes para os conflitos que iniciou em sua
metade inicial.
Voltando para a Terra depois de reencontrar o pai e tomar
uma surra dos viltrumitas, Mark precisa pensar em um meio de deter os poderosos
seres antes que eles lancem sua total invasão ao nosso planeta. Ao mesmo tempo
os Guardiões do Globo lidam com seus conflitos internos e o misterioso Angstrom
Levy trama nos bastidores sua vingança contra Mark.
Divulgado como o último filme do venerável Hayao Miyazaki, O Menino e a Garça foi lançado nos
cinemas japoneses sem qualquer trailer, apenas com um pôster para dar alguma
noção do que seria. Até o lançamento no ocidente saíram alguns trailers, mas
preferi assisti-lo sem ver nada, aberto a qualquer coisa que Miyazaki colocasse
diante de mim e sem saber o que esperar.
A trama se passa no Japão da década de 1940 e acompanha
Mahito, um garoto que perde a mãe em um bombardeio em sua vila durante a
Segunda Guerra Mundial. Ele é então mandado para morar com o pai e sua nova
esposa, que está grávida. Mahito tem dificuldade de se adaptar a essa nova vida
e as coisas começam a ficar estranhas quando uma garça que habita o lago da propriedade
começa a falar com ele e chamá-lo para uma torre em ruínas próxima que é alvo
de lendas dos moradores locais. Ao entrar na torre Mahito é levado para um
estranho universo paralelo e agora precisa sobreviver às ameaças e voltar para
casa.
Depois que Mestres do Universo: Salvando Etérniame pegou de surpresa com a maturidade com a qual
trabalhava seus personagens e trazia transformações significativas para o
universo da trama e os protagonistas, estava curioso para ver o que o produtor
e roteirista Kevin Smith faria com os ganchos deixados pela série. O resultado
é esse Mestres do Universo: A Revolução,
que entrega uma aventura mais tradicional do He-Man e passa longe da ousadia da
série anterior.
A trama continua do ponto em que a anterior parou. Esqueleto
se reconstruiu usando tecnologia e ajuda Hordak e sua horda a invadirem
Eternia. Enquanto isso Adam lida com a morte do pai e se divide entre seu papel
de herói e a possibilidade de ser Rei. Teela tenta usar seus poderes de
feiticeira para recriar Preternia de modo que as almas dos heróis caídos tenham
para onde ir.
A impressão é que muito dessa nova série foi pensado em
resposta às reações negativas de fãs à série anterior e o quanto ela mexia com
o status quo desse universo (o que
era seu melhor atributo na minha opinião, afinal bons personagens se
transformam com o tempo). Aqui, durante boa parte dos cinco episódios, não
temos qualquer tentativa de mexer na fórmula ou na dinâmica entre os personagens,
entregando uma aventura mais típica de He-Man contra o Esqueleto sem muito
desenvolvimento para os personagens.
A primeira temporada de What If...? tinha algumas boas histórias, mas sofria um pouco com alguns
episódios que não desenvolviam suas premissas de modo interessante. Essa
segunda temporada é mais consistente na sua curadoria de histórias e apresenta
tramas que se valem melhor de suas ideias.
Como na primeira temporada, a série acerta ao situar suas
tramas em diferentes gêneros. O primeiro episódio protagonizado pela Nebulosa é
bem tributário ao film noir,
remetendo a produções como O Falcão
Maltês (1940) ou o noir futurista
de Blade Runner (1982). O episódio de
Peter Quill invadindo a Terra remete a filmes de monstro e aquele que traz
Happy preso na torre dos Vingadores com um bando de criminosos é claramente
feito para remeter a Duro de Matar(1988).
Feito para celebrar os 100 anos da Disney, Wish: O Poder dos Desejos é uma
homenagem mais focada em nos lembrar do longevo legado do estúdio do que para
mostrar o espírito de inovação que o tornou tão amado. É uma produção que tem
sua parcela de qualidades, mas que não tem o impacto que esperaríamos de uma
celebração de um século.
A trama é focada em Asha, uma jovem que deseja se tornar
aprendiz do rei Magnifico, um monarca que trouxe paz e prosperidade ao reino
com seu poder de extrair e guardar os desejos de seus cidadãos, realizando-os
periodicamente. Quando Asha descobre que o rei usa os desejos como forma de
controlar a população ao invés de inspirá-la, ela decide devolver os desejos ao
povo. A jovem faz um pedido para uma estrela e ela ganha vida. Agora, com a
ajuda da estrela e seus poderes mágicos, ela decide enfrentar o rei.
É uma trama típica da Disney, com animais falantes e números
musicais que nos lembra da importância de sonhar e perseguir os próprios
desejos. Não tem nada aqui que quebre o molde do estúdio, mas não chega a ser
um grande problema já que a produção tem carisma e encantamento o suficiente
para nos manter interessados. Os números musicais são vibrantes e alguns deles,
como o que envolve galinhas dançantes, remetem aos mosaicos das coreografias de
Busby Berkeley. Não tem nenhuma música que soe com o impacto de hit instantâneo algo como Dos Oruguitas ou Não Falamos do Bruno de Encanto (2021), mas são canções carismáticas que entregam o que se espera.
Muito da graça do filme vem de como a trama costura
referências aos vários filmes da Disney ao longo do último século, da silhueta
da Malévola que aparece no livro de magia sombria do rei, passando pelo fato de
que os amigos de Asha se vestem como os sete anões, que o manto que a
protagonista usa remete ao da fada madrinha de Cinderela (1950) ou o vilão basicamente se tornar ao final no
espelho da Rainha Má de Branca de Neve e
os Sete Anões (1937). Nesse sentido, o avô de Asha ser um idoso de 100 anos
em busca de alcançar seu desejo de inspirar as pessoas é uma clara metáfora
para a Disney em si, que chega ao seu aniversário de um século ainda tentando
nos fazer acreditar nos sonhos e na magia.
Como algo que nos diz o tempo todo que foi feito para
celebrar o legado do seu estúdio, é relativamente decepcionante que ele
arrisque tão pouco e prefira que sua celebração consista meramente de repousar
sobre os próprios louros passados (nos lembrando de vários filmes melhores do
que esse que estamos assistindo) do que em nos mostrar que a Disney ainda é
capaz de inovar, de nos surpreender, de nos pegar desprevenidos e nos fazer nos
perguntar “como eles imaginaram isso?” como fizemos em seus filmes mais
memoráveis. Ao invés de nos mostrar como tem vigor para mais outros 100 anos de
encantamento Wish: O Poder dos Desejos
se acomoda em meramente nos fazer lembrar das glórias passadas. Claro, o filme
tem lá seus bons momentos e não tem nada de particularmente problemático, só
não está plenamente à altura de ser celebração que se propõe a ser.
Não sabia o que esperar de Leo animação produzida e estrelada por Adam Sandler, mas o que
encontrei é uma aventura infantil razoavelmente divertida e inofensiva apesar
de lugar-comum. Na trama, Leo (Adam Sandler) é um lagarto de 74 anos que vive
como mascote de uma turma de quinta série em uma escola na Flórida. Quando ele
descobre que pode ter apenas mais um ano de vida, decide fugir para aproveitar
o tempo que resta. Acontece que ele acaba se envolvendo com os problemas
pessoais dos alunos e decide ajudá-los.
Os arcos das crianças são tramas bem comuns nesse tipo de
história, como a criança que se sente deslocada depois do divórcio dos pais,
crianças inseguras com a própria aparência, outra que é superprotegida pelos
pais ou uma cujos pais substituem presentes e bens materiais por afeto. Ainda
assim há um calor humano genuíno nas interações entre Leo e as crianças, com o
crescimento e aprendizado que elas têm sendo coerente com a dinâmica que a
trama estabelece e mostrando como uma criança pode se desenvolver se lidar com
seus problemas.
Depois que Dragon Ball Super: Broly trouxe uma boa releitura de um vilão que não era lá grande
coisa quando foi introduzido nos filmes de Dragon
Ball Z, confesso que fiquei esperançoso para o filme seguinte de Dragon Ball. As expectativas aumentaram
com o anúncio de que Dragon Ball Super:
Super Hero seria focado principalmente em Piccolo e Gohan, personagens que
há muito foram escanteados para que Goku e Vegeta dominassem tudo. O resultado,
no entanto, é uma reprodução pálida da saga de Cell que nunca chega nem perto
do impacto da original.
Na trama, Piccolo descobre que a força Red Ribbon está se
organizando novamente e criou dois poderosos novos androides, Gamma 1 e Gamma
2. Com Goku, Vegeta e Broly treinando no planeta de Bills e sem conseguir falar
com eles, Piccolo tenta persuadir Gohan a se juntar a ele nessa aventura. Como
eu disse, toda ideia de Red Ribbon, androides e até uma nova versão de Cell, o
gigante Cell Max, remetem de maneira muito direta à saga de Cell e dos
androides em Dragon Ball Z, com
muitos momentos se repetindo, inclusive Gohan perdendo o controle na batalha
contra Cell Max e alcançando um novo nível de poder.
Depois de um hiato de quase dois anos após sua primeira
temporada, a animação Invencívelchega
ao seu segundo ano com uma divisão em duas partes, com os primeiros quatro
episódios sendo lançados agora em novembro de 2023 e a segunda parte chegando
em algum momento no início de 2024. A decisão foi tomada supostamente para que
o público não se dispersasse por conta das festas de fim ano, um raciocínio que
não faz sentido considerando que se trata de uma produção de streaming e não de
TV convencional, que é exibida em um horário específico e requer que as pessoas
sintonizem naquele momento. Digo isso porque a trama claramente não foi
construída pensando em uma divisão.
A narrativa se passa cerca de seis meses depois dos eventos
do ano de estreia, Mark e mãe, Debbie, ainda lidam com os sentimentos
resultantes do ataque do Omni-Man e a revelação que ele veio à Terra para
conquistá-la. Enquanto isso, o Robô se acostuma ao seu novo corpo e treina os Guardiões do Globo para estarem à altura de enfrentarem Omni-Man em um eventual
retorno. Eve Atômica, por sua vez, pensa em como usar seus poderes para ajudar
as pessoas agora que não é mais uma super-heroína enfrentando vilões.
Meu primeiro contato com a obra de Bryan Lee O’Malley foi a
adaptação para os cinemas de Scott
Pilgrim Contra o Mundo (2010), de Edgar Wright. Um tempo depois fui ler o
quadrinho homônimo que inspirou o filme e gostei ainda mais, já que ele
aprofundava mais os vários personagens e dava mais evidência ao fato de Scott
estar longe de ser um “cara legal” e que Ramona tinha seu grau de
responsabilidade no modo como tratava aqueles com quem se relacionava. Agora,
cerca de vinte anos depois do lançamento do quadrinho, ele é adaptado como
série animada pela Netflix neste Scott
Pilgrim: A Série.
Inicialmente pensei que fosse ser uma adaptação mais fiel da
HQ e me empolguei pelo fato do elenco de dubladores ser o mesmo do filme do
Edgar Wright, já que todos funcionavam muito bem. A série, no entanto, é mais
uma releitura do material original do que uma transposição direta, o que acaba
se revelando uma boa escolha. Primeiro que evita a estrutura de uma ordem
linear no enfrentamento com os ex-namorados de Ramona, algo que fez o quadrinho
e o filme soarem repetitivos em certos pontos. Segundo que com o distanciamento
de vinte anos de sua própria obra, O’Malley, que escreveu os roteiros dos oito
episódios, pode examinar melhor alguns aspectos que não foram tão bem trabalhados no
original e expande muito de suas ideias.
Embora muita gente pense ser um
filme dirigido pelo Tim Burton, a animação stopmotionO Estranho Mundo de Jack foi produzida pelo diretor e
escrita a partir de um argumento desenvolvido por ele. A confusão, no entanto,
é compreensível, já que o nome dele era sempre usado na divulgação quando o
longa foi lançado em 1993 e também porque ele tem vários elementos que
encontrávamos nos filmes do diretor ali no final da década de 80 e início dos
anos 90.
A trama se passa na Cidade do
Halloween, um lugar habitado por criaturas que vivem para assustar e trazer o
Halloween para o nosso mundo. Se destacando entre os habitantes está o
esqueleto Jack, considerado o Rei Abóbora e principal referência da cidade em
sustos. Apesar de ser admirado por todos na cidade, passar ano após ano
pensando apenas no Halloween faz Jack se sentir vazio. Vagando pela floresta
nos arredores da cidade, Jack encontra portais para as cidades de outras datas
comemorativas e entra na Cidade do Natal. Lá ele se encanta pelas luzes e cores
natalinas e decide que o próximo Natal será feito por sua cidade. A questão é
que os aterrorizantes habitantes da Cidade do Halloween não entendem exatamente
o espírito natalino e veem tudo como mais uma oportunidade de assustar.
Considerando que Castlevania foi um dos primeiros
sucessos da Netflix em adaptar um game como série animada era estranho que eles
tenham encerrado na quarta temporada. Sim, a história de Trevor Belmont tinha
acabado, mas existiam dezenas de outras histórias a serem contadas nesse
universo que podiam se apoiar em mais de 30 anos de games. Por isso não foi
nenhuma surpresa quando anunciaram este Castlevania:
Noturno que saltaria no tempo para a revolução francesa para acompanhar
Richter Belmont, protagonista de Castlevania:
Rondo of Blood e figura central do excelente Castlevania: Symphony of the Night.
Claro, o fato de ter um novo
título ao invés de ser uma nova temporada de Castlevania soa como uma decisão estranha, embora as informações
sobre royalties em TV e streaming que saíram durante a recente greve de
roteiristas revelam que há uma motivação financeira por colocá-la como uma nova
série ao invés de ser quinta temporada de Castlevania.