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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Crítica – Faça Ela Voltar

 

Análise Crítica – Faça Ela Voltar

Review – Faça Ela Voltar
Depois do bacana Fale Comigo (2023), os irmãos Phillipou vem para seu segundo longa-metragem explorando o luto e os extremos nos quais as pessoas vão para sanar sua dor. Faça Ela Voltar tenta construir seu terror ao redor dessa dor.

Deixe ela entrar

Os irmãos Andy (Billy Barratt) e Piper (Sora Wong) ficam órfãos depois da morte do pai. Como os dois são menores de idade, são colocados em lares adotivos. Inicialmente, por Andy estar perto de completar dezoito anos, ele deveria ser mandado para um local diferente de Piper, mas consegue convencer a assistente social a mantê-los juntos por conta de Piper ser cega. Os dois vão morar com Laura (Sally Hawkins), uma mulher solitária que perdeu a filha, cega como Piper, anos atrás. Laura também cuida do garoto Oliver (Jonah Wren Phillips), que não fala e exibe um comportamento estranho, estando sempre com fome. Desde o início é visível que Laura se importa mais com Piper e deixa Andy de lado, mas conforme os irmãos passam mais tempo com sua nova tutora vai ficando evidente que ela tem planos sinistros para eles, principalmente pelo modo que ela atormenta Andy.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Crítica – A Noite Sempre Chega

 

Análise Crítica – A Noite Sempre Chega

Review – A Noite Sempre Chega
Estrelada por Vanessa Kirby, a produção da Netflix A Noite Sempre Chega tenta funcionar simultaneamente como thriller, além como um drama social e um estudo de personagem. O filme nem sempre consegue equilibrar suas várias ideias, no entanto, alguns elementos bem executados fazem a experiência valer à pena.

Noite afora

A trama é centrada em Lynette (Vanessa Kirby), que vive junto com a mãe, Doreen (Jennifer Jason Leigh), e o irmão mais velho, Kenny (Zack Gottsagen), que tem Síndrome de Down. Lynette se equilibra entre vários empregos e outros serviços para tentar equilibrar as contas. Ela e a mãe estão prestes a conseguir um empréstimo para comprarem a casa onde moram ou perderão o imóvel. No dia de assinarem o financiamento, no entanto, Doreen não aparece e Lynette descobre que a mãe comprou um carro com o dinheiro que tinham guardado para a entrada da casa. Sem poder dar a entrada e iniciar a compra, Lynette tem até a manhã seguinte para levantar o valor ou perderá a chance de comprar o imóvel, iniciando uma corrida desesperada através da noite.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Crítica – Jurassic World: Recomeço

 

Análise Crítica – Jurassic World: Recomeço

Review – Jurassic World: Recomeço
Depois do pavoroso Jurassic World: Domínio (2022), a franquia parecia não ter mais onde ir com aqueles personagens. Talvez por isso que resolveram fazer esse Jurassic World: Recomeço como uma espécie de soft reboot, mantendo o universo e a cronologia, mas trazendo novos personagens. Podia ser um meio de trazer frescor a essa desgastada série de filmes, ainda mais com Gareth Edwards, responsável por Rogue One: Uma História Star Wars (2016). Infelizmente não é o que acontece e a produção não consegue afastar o gosto de janta velha requentada.

Narrativa jurássica

A trama é focada na mercenária Zora (Scarlett Johansson), contratada pelo executivo de uma empresa farmacêutica, Martin Krebs (Rupert Friend), para liderar uma missão a territórios próximos da linha do Equador que agora são habitados por dinossauros. O objetivo é recuperar amostras de sangue de três grandes dinossauros ainda vivos para que elas sejam usadas em pesquisas para problemas cardíacos. A extração do material é tarefa do paleontólogo Henry Loomis (Jonathan Bailey, de Wicked). No percurso eles encontram uma família liderada por Reuben (Manuel Garcia-Rulfo, de O Poder e a Lei), que estava viajando de barco com as duas filhas quando a embarcação foi atacada por um dinossauro aquático. Com essa tripulação inesperada à bordo, o grupo liderado por Zora precisa chegar na ilha e sobreviver aos dinossauros do local, inclusive os bizarros experimentos que ficaram ocultos na ilha.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Crítica – Juntos

 

Análise Crítica – Juntos

Review – Juntos
Relacionamentos amorosos são muitas vezes pensados a partir da ideia de encontrarmos alguém que nos completa. Alguém que nos entende, com quem podemos contar, alguém para partilhar nossos sentimentos. No entanto, estar em um relacionamento também significa abrir mão de várias coisas, permitir que o outro ocupe espaço em sua vida, levar o outro em consideração e não apenas a si mesmo. É quase como um processo de simbiose no qual duas pessoas passam a existir não apenas como indivíduos, mas como coletivo. Essa ideia de junção é levada às últimas consequências do horror corporal por Juntos.

Até que todos se tornem um

O relacionamento entre Tim (Dave Franco) e Millie (Alison Brie) está esfriando. Tim percebe que sua carreira musical não vai a lugar algum e agora que Millie conseguiu um emprego de professora em uma pequena cidade isso talvez signifique aceitar que ele de fato não tem futuro na música. Há uma relação de co-dependência entre eles, mas ambos começam a ressentir um ao outro. Chegando na nova cidade, eles decidem explorar uma trilha na floresta, mas a chuva os derruba em uma estranha caverna com um sino na entrada, entalhes esquisitos nas paredes e uma nascente de água. Sem conseguir sair, eles passam a noite no local e bebem da água. No dia seguinte começam a perceber estranhos fenômenos no qual compartilham sensações e seus corpos começam a grudar um no outro.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Crítica – Corra que a Polícia Vem Aí

 

Análise Crítica – Corra que a Polícia Vem Aí

Review – Corra que a Polícia Vem Aí
Eu tinha receio com a ideia de se fazer uma nova versão de Corra que a Polícia Vem Aí, afinal muito do que tornava a trilogia tão divertida era o trabalho de Leslie Nielsen como o tenente Frank Drebin. A escolha de Liam Neeson como o novo protagonista me intrigou, afinal Neeson é um ator que construiu uma carreira quase toda em cima de papéis sérios, o que tem um paralelo com a trajetória de Leslie Nielsen, que fazia personagens sérios em ficção científica e filmes de desastre até que os irmãos Zucker o chamaram para fazer Apertem os Cintos o Piloto Sumiu (1980) e depois em Corra que a Polícia Vem Aí. Tendo visto a nova versão, devo dizer que o resultado é divertido e coerente com o espírito do original.

Quem precisa de polícia?

A narrativa é protagonizada por Frank Drebin Jr. (Liam Neeson), que assim como o pai é detetive do Esquadrão de Polícia de Los Angeles. Seu caso mais recente envolve um assassinato que pode estar conectado a um roubo a banco e ao magnata da tecnologia Richard Cane (Danny Houston). Ao curso da investigação o caminho de Frank cruza com a irmã da vítima, a sedutora Beth (Pamela Anderson), que insiste em tentar ajudar com o caso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Crítica – Carlota Joaquina: Princesa do Brazil

 

Análise Crítica – Carlota Joaquina: Princesa do Brasil

Resenha Crítica – Carlota Joaquina: Princesa do Brasil
Lançado em 1995 e dirigido por Carla Camurati, Carlota Joaquina: Princesa do Brazil foi um marco do cinema brasileiro, iniciando o período da chamada “retomada”. Depois de anos estagnada por conta de ações do governo Collor, o sucesso do filme de Camurati sinaliza a força da produção nacional e um novo ciclo produtivo do nosso cinema. Comemorando 30 anos de seu lançamento em 2025, o filme retorna aos cinemas em uma versão restaurada em 4K, como também aconteceu neste ano com Iracema: Uma Transa Amazônica (1975).

História revisitada

O longa acompanha a trajetória de Carlota Joaquina (Ludmila Dayer/Marieta Severo), desde sua infância como princesa na Espanha quando é levada ainda criança para Portugal, forçada a casar com a realeza portuguesa, até sua idade adulta quando vem ao Brasil acompanhando o marido, Dom João VI (Marco Nanini), quando a corte de Portugal foge da Europa para não se envolver nas Guerras Napoleônicas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Crítica – A Última Missão

 

Análise Crítica – A Última Missão

Review – A Última Missão
Com nomes como Eddie Murphy e Keke Palmer encabeçando o elenco, A Última Missão poderia ser uma comédia de ação ao menos divertida. A despeito de um elenco carismático, no entanto, o resultado acaba sendo algo que não entretém como deveria.

Roubo sobre rodas

Russell (Eddie Murphy) é um segurança responsável por conduzir um carro blindado. No dia de suas bodas de prata ele quer terminar sua rota o mais rápido possível para voltar para casa, mas isso pode ser difícil por conta de seu novo parceiro, o jovem e impulsivo Travis (Pete Davidson). Para complicar as coisas o veículo da dupla é atacado pela gangue liderada por Zoe (Keke Palmer), que deseja roubar o blindado para usá-lo em um assalto a um cassino e levar milhões. Como os aliados de Zoe acabam fracassando durante a perseguição, ela propõe o plano a Travis e Russell.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Crítica – Os Enforcados

 

Análise Crítica – Os Enforcados

Review – Os Enforcados
Entre os vários gêneros que o cinema brasileiro tem explorado com regularidade nos últimos anos, o thriller é um dos que menos aparece na nossa cinematografia. Dirigido por Fernando Coimbra (responsável pelo excelente O Lobo Atrás da Porta) este Os Enforcados tenta construir uma trama de suspense a partir do universo da contravenção do jogo do bicho.

Profissão de risco

Regina (Leandra Leal) está no meio da reforma da mansão na qual vive com o marido, Valério (Irandhir Santos), os gastos estão altos e Valério lhe informa que precisarão diminuir custos pois seus negócios não estão indo bem. Valério trabalha com o tio (Stepan Nercessian) na exploração de caça-níqueis e jogo do bicho, sendo responsável por lavar o dinheiro da contravenção do tio. Regina tenta estimular o marido a tomar o controle dos negócios, já que o tio teria assassinado o pai de Valério para chegar ao topo dos negócios. A oportunidade vem quando o tio pede para se esconder na casa deles antes de fugir do país por conta de algum esquema que deu errado. Tomar o controle, no entanto, é apenas o início dos problemas do casal, já que o tio deixou muitas dívidas com outros figurões do crime.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Crítica – Guerra dos Mundos

 

Análise Crítica – Guerra dos Mundos

Review – Guerra dos Mundos
A primeira coisa que chamou minha atenção enquanto assistia o novo Guerra dos Mundos foi a opção de contar toda a história a partir da tela do computador do protagonista que monitorava toda a situação. A escolha não parecia casar com o escopo da narrativa. Depois descobri a real razão para o filme ter sido feito dessa maneira e isso só piorou minha impressão a respeito do resultado final.

Guerra confinada

A narrativa é protagonizada pelo analista de inteligência William Radford (Ice Cube). Ele é responsável por monitorar vazamentos de dados, mas também começou a receber pedidos das agências especiais a respeito de estranhos fenômenos eletromagnéticos ocorrendo ao redor do mundo. Quando estranhas máquinas de três pernas caem do céu e começam a atacar várias cidades do mundo, William resolve analisar o que está havendo para tentar articular uma resposta.

Tudo é narrado a partir da tela do computador de William, no qual ele acessa imagens de câmeras, conversa com colegas e familiares por chamadas de vídeo e se informa por noticiários. Como a produção foi filmada em 2020, durante a pandemia de COVID-19, as medidas sanitárias de isolamento provavelmente motivaram essa estrutura do filme. Seria uma oportunidade de usar esse senso de isolamento como uma metáfora para o temor e ansiedade do nosso confinamento durante a pandemia, quando estávamos fechados em nossas casas temendo um inimigo invisível e sem saber o que estava acontecendo. O Guerra dos Mundos de 2005 dirigido por Steven Spielberg usava muito bem o romance de H.G Wells para refletir sobre seu tempo, em especial o senso de insegurança, paranoia e vulnerabilidade dos Estados Unidos pós 11 de setembro. Essa nova versão, no entanto, não faz nada disso.

Não há qualquer tentativa de usar o confinamento do personagem para refletir sobre o confinamento pandêmico. Tampouco há qualquer senso da escala ou da gravidade dos ataques já que as imagens da invasão e dos conflitos em si são poucas e sempre borradas ou pixelizadas para disfarçar a qualidade baixa dos efeitos visuais. Em termos de narrativa, há apenas o clichê do pai que tenta consertar a relação com os filhos e uma trama sobre vigilância governamental e privacidade, mas nenhuma delas tem muito a oferecer além de lugares comuns. Não ajuda que Ice Cube e o resto do elenco entreguem performances automáticas, desinteressadas, que são incapazes de injetar qualquer senso de drama ou urgência nos eventos. Apesar de noventa minutos, a impressão é que a narrativa dura muito mais por conta das arrastadas videochamadas nas quais tudo se desenvolve, lembrando o horrendo Black Wake (2020) protagonizado pela brasileira Nana Gouvea.

Cinismo corporativo

Além do vazio narrativo e dramatúrgico, a produção também incomoda pelo excesso de exposição de marcas de ferramentas digitais e o modo como o filme, sem qualquer sutileza, apresenta os atributos positivos dessas ferramentas, mostrando essas plataformas como potenciais salvadoras do mundo. São construções que quebram nossa imersão na narrativa e também soam como uma tentativa cínica de construir uma representação positiva de big techs que tem sido alvo de bastante escrutínio nos últimos anos por seu papel em contribuir para desinformação ou discursos de ódio. Aqui todos esses questionamentos são sublimados e todas essas plataformas têm apenas impactos positivos no mundo.

O pior, no entanto, é o que acontece no clímax, quando William precisa fisicamente fazer o upload de um vírus em servidores e precisa de um pen drive, recorrendo a uma grande empresa de comércio eletrônico. O que se segue é uma publicidade cínica da velocidade de entregas da Amazon Prime com seu uso de drones, basicamente fazendo a Amazon ser a responsável por salvar o mundo por sua suposta agilidade na entrega e avanços tecnológicos. É uma escolha que reduz o filme a uma mera propaganda corporativa (e uma propaganda ruim ainda por cima) pensada apenas para gerar valor para a empresa sem qualquer preocupação em entreter o espectador ou fazê-lo refletir.

 

Nota: 1/10


Trailer

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Crítica – A Morte de um Unicórnio

 

Análise Crítica – A Morte de um Unicórnio

Review – A Morte de um Unicórnio
Misturando realidade e fantasia, A Morte de um Unicórnio tenta falar sobre a ganância humana e nossa conduta predadora em relação à natureza. O filme, no entanto, esgota rapidamente suas ideias e dá a impressão de uma narrativa que constantemente repete os mesmos temas sem sair do lugar.

Animais fantásticos

A trama segue Ridley (Jenna Ortega), que acompanha o pai Elliot (Paul Rudd) em um retiro corporativo no qual ele espera que seu chefe moribundo, Odell (Richard E. Grant), o torne o representante de sua família no conselho da empresa quando ele morrer. No caminho para a propriedade de Odell, porém, Elliot acidentalmente atropela um unicórnio. Ele coloca o animal no carro, acreditando que a criatura está morta e quando chega na mansão do chefe, descobre que o sangue do animal tem propriedades curativas. Odell logo se anima com as possibilidades medicinais para curar seu câncer e outras doenças, mas Ridley alerta a família e o pai que matar um unicórnio pode trazer consequências severas.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Crítica – Ameaça no Ar

 

Análise Crítica – Ameaça no Ar

Review – Ameaça no Ar
Dirigido por Mel Gibson, Ameaça no Ar tenta construir um thriller a partir de um espaço confinado. Em tese seria uma boa maneira de criar tensão, mantendo seus personagens em um diminuto espaço enquanto lidam com uma ameaça constante. O resultado, no entanto, é desprovido de qualquer fagulha de suspense.

Plano de voo

A narrativa acompanha a agente federal Madolyn (Michelle Dockery), encarregada de levar uma importante testemunha, Winston (Topher Grace) através do estado do Alasca. Da cidade onde estão, a agência só lhe consegue um velho avião bimotor no qual só cabem eles dois e o piloto, Daryl (Mark Wahlberg). No meio do voo, no entanto, eles descobrem que Daryl tomou o lugar do piloto real e é um assassino enviado para matar Winston, impedindo-o de testemunhar contra um figurão do crime. Agora Madolyn e Winston precisam encontrar um meio de sobreviver ao assassino e levar o avião até o seu destino.

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Crítica – M3gan 2.0

 

Análise Crítica – M3gan 2.0

Resenha Crítica – M3gan 2.0
O primeiro M3gan (2023) era um terror bastante tributário à franquia Brinquedo Assassino, embora atualizado para a contemporaneidade, usando sua boneca cibernética para falar de dependência tecnológica e como delegamos a criação de nossos filhos a dispositivos digitais. Uma continuação poderia seguir fácil nesse caminho de terror, mas M3gan 2.0 resolve arriscar, mudando de terror para ação.

Rebelião das máquinas

A narrativa começa quando o governo perde o controle de Amelia (Ivanna Sakhno), um robô de ataque criado a partir de ideias semelhantes às de Megan. Gemma (Allison Williams) e Cady (Violet McGraw) são identificadas como alvos potenciais de Amelia e passam a ser vigiadas pelo governo, mas as autoridades logo se mostram incapazes de protegê-las. É então que Gemma é contatada por Megan, cuja consciência ainda existe em espaços digitais. Megan pede a Gemma que construa para ela um novo corpo para que ela possa continuar cumprindo sua diretriz primária: tomar conta de Cady. Sem escolha, Gemma cria um novo corpo para Megan enfrentar Amelia.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Crítica – Um Maluco no Golfe 2

Análise Crítica – Um Maluco no Golfe 2

Review – Um Maluco no Golfe 2
Talvez por eu ter visto ainda garoto, mas Um Maluco no Golfe (1996) sempre me pareceu uma das comédias mais legalzinhas do Adam Sandler. Com o tempo o comediante foi entregando produções mais preguiçosas e que repetiam um tipo de humor que ficou datado. Fui para este Um Maluco no Golfe 2 sem saber o que esperar. Poderia ser um caminho de Sandler retornar a uma de suas melhores comédias, no entanto, poderia ser também só mais uma repetição cansada visando a nostalgia do espectador.

Bolas ao ar

A trama se passa décadas depois do primeiro filme. Happy (Adam Sandler) perdeu a esposa, Virginia (Julie Bowen) em um trágico acidente de golfe e abandonou o esporte. Agora ele cria seus cinco filhos sozinhos, mas seus problemas com álcool o fazem perder a casa e se atolar em dívidas. Quando sua filha caçula, Vienna (Sunny Sandler, filha de Adam), passa na seleção para uma escola de balé na França, Happy decide voltar ao golfe para pagar os estudos da filha.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Crítica – Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

 

Análise Crítica – Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Review – Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Contando com a versão nunca lançada oficialmente dirigida por Roger Corman, o Quarteto Fantástico já tinha recebido quatro filmes sem que nenhum deles de fato acertasse o clima de aventura da primeira família da Marvel. Só agora com este Quarteto Fantástico: Primeiros Passos que finalmente recebemos uma produção que demonstra entender quem são esses personagens.

Família incrível

A trama se passa fora do universo regular dos filmes da Marvel, em uma Terra na qual o Quarteto Fantástico são os únicos heróis em atividade. Eles já atuam há anos e além de serem celebridades, também tem uma ação filantrópica que transformou o mundo deles para melhor. Um novo desafio se impõe a Reed (Pedro Pascal) e Sue (Vanessa Kirby) quando ela descobre estar grávida. Com a ajuda de Johnny (Joseph Quinn) e Ben (Ebon Moss Bachrach), Reed se prepara para a chegada do filho, mas o surgimento de uma nova ameaça traz novas prioridades. A Surfista Prateada (Julia Garner) chega a Terra avisando que em poucos meses o planeta será consumido por Galactus (Ralph Ineson), o devorador de mundos.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Crítica – Amores Materialistas

 

Análise Crítica – Amores Materialistas

Review – Amores Materialistas
Em Amores Materialistas a diretora Celine Song tenta expandir algumas ideias sobre relacionamentos amorosos que trabalhou no excelente Vidas Passadas (2023). Lá ela desconstruía a ideia de que existe uma alma gêmea para cada pessoa, pensando que essa noção de pessoa ideal tem muito a ver com oportunidade e conveniência. Aqui em Amores Materialistas ela pondera sobre a natureza transacional dos relacionamentos.

Material girl

A narrativa gira em torno de Lucy (Dakota Jonhson), que trabalha numa agência de relacionamentos voltada para clientes de alta classe. Seu trabalho consiste em encontrar os pares ideais para seus clientes, homens e mulheres, que buscam alguém para casar. Em seu cotidiano ela pesa preferências de cada um, nível de renda e o que cada cliente exige de um par ideal. É um trabalho que pensa em relacionamentos quase como produtos, nos quais alguém busca um objeto com certas características e ela procura outra pessoa que se encaixe nas exigências e que cumpra as da outra pessoa. No casamento de uma cliente, Lucy conhece Harry (Pedro Pascal), um rico e charmoso investidor que reúne a beleza e dinheiro que ela espera de um par. Lucy também se reencontra com seu ex, John (Chris Evans), um ator de teatro cuja carreira nunca decolou e ainda vive de pequenos bicos mesmo próximo dos quarenta anos de idade. Apesar de não ter nada de material a oferecer, Lucy tem uma forte conexão afetiva com John e constantemente desabafa com ele.

A primeira cena do filme, com um homem das cavernas se aproximando de uma mulher levando flores e ferramentas feitas de osso e ela cede aos avanços do homem. É uma cena que ilustra como relacionamentos podem se construir a partir do interesse no que a outra pessoa tem a lhe oferecer, seja conforto material, status social que vem de riqueza ou aparência física, seja do prazer sexual que a outra pessoa lhe dá. Casamentos, afinal, são contratos e como qualquer contrato depende do interesse de ambas as partes. Esse componente materialista e até mesmo primitivo dos relacionamentos se verifica no presente nas reuniões que Lucy tem com os clientes nas quais homens e mulheres elencam o que buscam no parceiro, desde faixa de renda, passando por idade, altura ou medidas do corpo. Lucy encara tudo com um pragmatismo extremo, indagando aos clientes que elementos eles estariam dispostos a abrir mão na busca por um par e quais não são negociáveis, partindo da ideia de que nos relacionamos com alguém na medida em que percebemos que a outra pessoa nos agrega valor, mesmo que seja um valor sentimental, intangível.

Assim, ela é colocada em um triângulo amoroso no qual suas convicções serão testadas. De um lado Harry é tudo que sua mente materialista sempre desejou, ele atende a todos os seus critérios e ela os dele, já que ele é tão pragmático em sua visão de relacionamentos quanto ela. Por outro lado, John é alguém que está sempre presente, alguém que ela sabe que pode depender para suporte emocional e que consegue saber que Lucy não está bem pelas mínimas nuances de voz ou rosto. Johnson, Pascal e Evans formam um trio charmoso, com Evans e Pascal dotando seus personagens de uma medida de vulnerabilidade emocional que ajuda a dar aos dois personagens mais camadas. A dinâmica que o trio de atores estabelece entre si torna crível o dilema da protagonista mesmo quando o texto deixa pistas muito explícitas a respeito de quem ela irá escolher.

Relações abusivas

O principal problema do filme nem é a previsibilidade do triângulo amoroso, já que Evans e Pascal são pretendentes atraentes e carismáticos o bastante para manter nosso interesse, mas a maneira desajeitada com a qual a narrativa insere uma subtrama de abuso sexual envolvendo Sophie (Zoe Winters), uma das clientes de Lucy. A primeira coisa que chama atenção é o modo pouco crível pelo qual a situação é construída. Lógico, Lucy ou qualquer pessoa da empresa não tem como ter certeza total que os homens que participam do serviço não são agressores em potencial, mas considerando que é um serviço para pessoas de alta classe e os tempos em que estamos vivendo é difícil crer que a empresa de Lucy não possua qualquer protocolo para lidar com isso, como um botão de pânico ou um serviço de emergência.

Também incomoda que toda a trama de Sophie não discuta o abuso, a falta de punição para os homens que cometem isso ou outras variáveis sociais da questão. O abuso de sofrido pela personagem existe apenas para avançar a história de Lucy, já que a violência que Sophie passa e o confronto entre ela e Lucy lembram a protagonista dos perigos de tratar pessoas como objetos. O abuso de Sophie é um mero motivador para Lucy repensar suas convicções e as escolhas que faz em relação a John e Harry, lembrando que por mais transacional que um relacionamento seja, é difícil funcionar ou durar sem alguma medida de afeto.

O clímax é igualmente pouco crível, já que é difícil de acreditar que Sophie não tinham mais ninguém para ligar além de Lucy, mesmo tendo aberto um processo contra a empresa dela. Sim, ela pode ser uma pessoa tão focada na carreira que não tem amigas, mas se ela é essa figura bem sucedida ela provavelmente teria uma colega de trabalho, uma secretária, uma estagiária, alguém que pudesse chamar. Do jeito que está tudo soa forçado para fazer a redenção de Lucy, mesmo que o texto não a tenha feito merecer essa redenção.

Assim, a diretora Celine Song continua a trazer reflexões instigantes sobre a natureza dos relacionamentos, pensando em sua dimensão de transação a partir de um romance que se sustenta pelo charme de seu trio principal, já que a trama tropeça em algumas escolhas problemáticas.

 

Nota: 6/10


Trailer


sexta-feira, 25 de julho de 2025

Crítica – O Esquema Fenício

 

Análise Crítica – O Esquema Fenício

Review – O Esquema Fenício
O diretor Wes Anderson se tornou famoso por seu estilo peculiar facilmente identificável e que a essa altura já foi bastante parodiado. Em O Esquema Fenício ele continua a exercitar seu jeito particular de conduzir tramas permeadas por personagens excêntricos, mas dessa vez soa como uma repetição de ideias que ele já fez antes.

Bilionário em fuga

A narrativa acompanha Zsa-zsa Korda (Benício Del Toro), um excêntrico e ardiloso bilionário que desenvolveu um esquema para enriquecer com um grande projeto de infraestrutura em um país remoto. Seus planos, porém, o tornam alvo de governos ao redor do mundo que tem interesses na região. Assim, Korda é constantemente alvo de tentativas de assassinato. Temendo que seus inimigos o peguem, Korda entra em contato com Liesl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet), sua filha mais velha de quem está afastado há anos. Liesl quer ser freira, mas Korda a convence a viajar com ele e ser a herdeira de seus empreendimentos caso ele sucumba aos ataques dos inimigos. Dessa forma, os dois viajam pelo país remoto tentando convencer os investidores de Korda a honrarem o esquema ao mesmo tempo em que tentam reparar o relacionamento problemático entre eles.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Crítica – The Alto Knights: Máfia e Poder

 

Análise Crítica – The Alto Knights: Máfia e Poder

Review – The Alto Knights: Máfia e Poder
No papel The Alto Knights: Máfia e Poder soa como um filme promissor. A história real de uma rivalidade entre dois grandes mafiosos estrelada por Robert De Niro e dirigida pelo renomado Barry Levinson parece um filme com tudo para dar certo. Infelizmente, no entanto, o que parece se conduzir como se fosse um novo Os Bons Companheiros (1990) termina mais próximo de um desastre como Gotti: O Chefe da Máfia (2018).

Dupla explosiva

A narrativa se baseia na história real da rivalidade entre Frank Costello (Robert De Niro) e Vito Genovese (também Robert De Niro), dois imigrantes italianos que trabalharam juntos em organizações mafiosas nos Estados Unidos da metade século XX e se tornaram rivais disputando pelo controle. Suas personalidades são opostas, com Costello sendo um sujeito mais suave, mais político, enquanto Vito é cabeça quente, irascível e propenso a resolver tudo na base da violência. Quando um atentado à vida de Frank fracassa, ele resolve se aposentar do comando da organização passando tudo para Vito, mas a ambição e paranoia de Vito colocam tudo em risco.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Crítica – Família, Pero no Mucho

 

Análise Crítica – Família, Pero no Mucho

Review – Família, Pero no Mucho
Comédia é inversão da ordem, é subverter expectativas. Se você sabe exatamente o que vai acontecer em uma piada ou situação cômica é difícil rir porque não houve essa quebra. A previsibilidade sabota o humor. Isso é bem visível neste Família, Pero no Mucho estrelado por Leandro Hassum, que se apoia em estereótipos manjados sobre argentinos para tentar fazer rir.

Entrando numa Fria

A trama é protagonizada por Otávio (Leandro Hassum), cuja filha, Mariana (Julia Svaccina), está para conseguir uma bolsa para estudar música na Europa, mas Otávio não aprova que a filha vá para longe e a deixe sozinho cuidando do restaurante da família. Eles brigam, mas ela vai mesmo assim. Anos depois, já formada, Mariana retorna e traz consigo a novidade de que irá casar com um rapaz que conheceu na Europa. O jovem, no entanto, não é europeu, mas argentino e Mariana organiza uma viagem de sua família para Bariloche para conhecer a família do noivo. Logicamente Otávio não aprova a união e isso causará muitas confusões.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Crítica – Iracema: Uma Transa Amazônica

 

Análise Crítica – Iracema: Uma Transa Amazônica

Review – Iracema: Uma Transa Amazônica
Realizado por Orlando Senna e Jorge Bodanzky e lançado em 1975 Iracema: Uma Transa Amazônica chegou a ser proibido pela ditadura militar por muitos anos e só foi lançado no Brasil em 1981. Hoje o filme recebe uma restauração em 4K para voltar aos cinemas e revisitá-lo agora traz a constatação melancólica de que muito pouco mudou no país entre os cinquenta anos que separam sua produção do seu retorno às salas de cinema.

Mitos desconstruídos

A narrativa acompanha o caminhoneiro Tião Brasil Grande (Paulo César Peréio) que vai para o norte do Brasil por conta da promessa de progresso e riqueza que a rodovia Transamazônica (oficialmente a BR-230) supostamente traria. Chegando lá ele conhece Iracema (Edna de Cássia), uma adolescente indígena que sobrevive de prostituição, e a leva consigo em suas viagens pelo norte. É um filme que mistura atores e cenas encenadas com personagens reais, colocando Peréio para interagir com pessoas da região enquanto dialoga sobre o suposto progresso que o governo militar diz estar acontecendo por conta da obra da rodovia.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Crítica - Apocalipse nos Trópicos

 

Análise Crítica - Apocalipse nos Trópicos

Em Democracia em Vertigem (2019) a diretora Petra Costa narra a queda de Dilma Roussef da presidência com grande vigor arquivístico, mas que se acomodava em fazer de sua narrativa uma grande bricolagem de vários momentos chave que foram narrados continuamente no noticiário político brasileiro sem oferecer muito em termos de uma nova perspectiva ou de uma grande sacada interpretativa que contribuísse para uma compreensão mais aprofundada dos fatos. Neste Apocalipse nos Trópicos a diretora se propõe a fazer um mergulho no ambiente da direita conservadora, principalmente àquela ligada a igrejas neopentecostais, para melhor entender a ascensão desse grupo na política brasileira.

Repetição histórica

Digo que o filme propõe esse mergulho porque ele fica na proposta apenas. A ideia de um debate para tentar compreender a ascensão da direita evangélica e sua adesão ao bolsonarismo é logo abandonada para que a diretora basicamente repita os mesmos procedimentos de Democracia em Vertigem, um apanhado de imagens de arquivo e outras registradas pela diretora que recapitulam momentos chave da vida política brasileira que tiveram bastante exposição midiática nos últimos anos, tudo embalado por uma narração sussurrante, lamuriosa que fala através de platitudes que explicitam o óbvio das imagens.