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quinta-feira, 3 de julho de 2025

Crítica – Coração de Ferro

 

Análise Crítica – Coração de Ferro

Review – Coração de Ferro
Anunciada em 2020, mas só lançada agora em 2025, Coração de Ferro foi parte de um período conturbado da divisão de televisão da Marvel em que suas produções foram reavaliadas e passaram por revisões, refilmagens, quando não foram refeitas do zero. Séries como Eco ou Demolidor: Renascido conseguiram sair desse crisol ao menos como produtos coesos, com uma visão bem demarcada da história que queriam contar. Coração de Ferro, por outro lado, não tem a mesma sorte. Aviso que o texto contem spoilers da série.

Gênia indomável

A narrativa segue Riri Williams (Dominique Thorne) depois dos eventos de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022). Riri continua tentando criar um novo traje de ferro e uma IA similar à que encontrou em Wakanda, mas quando seus experimentos causam mais um grande acidente na faculdade, ela termina expulsa. Riri volta para Chicago, sua cidade natal, e para financiar sua pesquisa não encontra outro meio senão colaborar com os esquemas criminosos da gangue liderada por Parker (Anthony Ramos), que recebe a alcunha de Capuz por conta do capuz místico que lhe confere estranhos poderes.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Crítica – O Presidente Surdo

 

Análise Crítica – O Presidente Surdo

Review – O Presidente Surdo
O documentário é capaz de resgatar eventos que não ficaram na memória coletiva, nos abrir a realidades que não conhecíamos. O Presidente Surdo faz exatamente isso ao contar a história de uma mobilização estudantil da universidade Gallaudet na década de oitenta.

O som do silêncio

O filme acompanha eventos ocorridos em 1988 na Universidade Gallaudet, a primeira universidade dedicada à educação de pessoas surdas criada nos Estados Unidos ainda no século XIX. Os estudantes estavam mobilizados pela eleição de um presidente que fosse surdo, mas quando o conselho gestor da universidade aponta uma presidente que não é surda e se mostra insensível às demandas e questões do corpo discente, os estudantes se organizam para exigir mudanças.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Crítica – Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia

 

Análise Crítica – Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia

Review – Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia
Sendo um dos programas de televisão mais longevos dos Estados Unidos, tendo completado 50 anos neste ano, Saturday Night Live faz parte da história da comédia e do entretenimento no país. Dirigido por Jason Reitman, Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia tenta honrar o legado do programa ao narrar a origem do programa e como ele marcou por fazer algo muito diferente da comédia televisiva de então.

Embalos de sábado à noite

A narrativa é centrada no produtor Lorne Michaels (Gabriel LaBelle, de Os Fabelmans) e sua esposa Rosie Shuster (Rachel Sennott) horas antes do primeiro Saturday Night ir ao ar ao vivo. Lorne corre contra o tempo para ajeitar os últimos detalhes, conciliar os egos dos membros dos elencos e roteiristas conforme lida com os executivos da emissora e uma desconfiança de que esse programa enorme, ao vivo, feito por comediantes desconhecidos, pode ser um grande fracasso.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Crítica – Tempo de Guerra

 

Análise Crítica – Tempo de Guerra

De certa forma Tempo de Guerra passa por questões similares a Falcão Negro em Perigo (2001). Ambas são produções tecnicamente bem feitas nas suas reconstruções de situações de guerra, mas que é míope demais no contexto ao redor desse conflito para que seu efeito seja qualquer outra coisa que não uma celebração maniqueísta da resiliência das tropas retratadas.

Guerra interior

A trama conta a história real de uma tropa de fuzileiros durante a Guerra do Iraque que ficou acuada em dentro de uma casa enquanto tentavam dar suporte a outra unidade. Sem ter como sair e com soldados feridos, eles tentam resistir aos ataques externos enquanto buscam um modo de cuidar dos feridos e evacuar em segurança. A narrativa se passa em tempo real, acompanhando a situação conforme ela se desenrola e busca um registro mais realista de uma operação de guerra.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Crítica – Premonição 6: Laços de Sangue

Análise Crítica – Premonição 6: Laços de Sangue

Review – Premonição 6: Laços de Sangue
Me aproximo desse Premonição 6: Laços de Sangue como alguém que não é um profundo conhecedor da franquia. Assisti o primeiro e o segundo filme e, assim como aconteceu com Jogos Mortais, me dei por satisfeito e resolvi parar por aí. Com esse sexto filme chegando mais de uma década depois do quinto fiquei curioso por terem resolvidos ressuscitar a franquia.

Desafiando a morte

A trama é centrada em Steph (Kaitlyn Santa Juana), uma jovem universitária que começa a ter sonhos recorrentes com o desabamento de um restaurante panorâmico que mata várias pessoas. Com o tempo ela descobre que uma das pessoas no sonho era sua avó e como as visões estão atrapalhando em seu desempenho na faculdade, ela decide descobrir o que aconteceu com a sua avó e, no processo desenterra segredos de sua família.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Crítica – Branca de Neve

 

Análise Crítica – Branca de Neve

Review – Branca de Neve
Toda a produção deste Branca de Neve foi tomada por tantas polêmicas e controvérsias que era difícil que todo o discurso sobre o filme antes mesmo que ele fosse lançado não afetasse seu desempenho nas bilheterias. Desde a escolha de Rachel Zegler para ser a protagonista, passando pelo recuo da Disney em escalar atores com nanismo para fazer os sete anões por conta de uma declaração de Peter Dinklage (os anões do filme acabaram sendo digitais), além de histórias de desentendimentos entre Zegler e Gal Gadot por conta de perspectivas políticas, tudo no filme estava envolto em polêmica. A verdade, no entanto, é que mesmo descontando todas as controvérsias, não há muita substância que sustente o filme ou que o torne minimamente envolvente.

Conto antigo

A premissa da história se mantem a mesma, Branca de Neve (Rachel Zegler) é uma jovem princesa que cresce controlada pela Rainha Má (Gal Gadot), que tomou o controle do reino depois da morte de seu pai. A Rainha é obcecada pela beleza e por ser a mais bela do reino, mas quando seu espelho mágico diz que Branca de Neve é a mais bela, a Rainha decide matá-la. Assim, Branca de Neve foge para a floresta onde é acolhida pelos sete anões. Em seu exílio ela conhece Jonathan (Andrew Burnap), um charmoso renegado que lidera a resistência contra a Rainha.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Crítica – Echo Valley

 

Análise Crítica – Echo Valley

Review – Echo Valley
Existem dois filmes dentro de Echo Valley e, infelizmente, a produção escolhe por priorizar o menos interessante deles. Apesar de um começo promissor e de um elenco competente, a produção acaba degringolando em um suspense B que sequer consegue executar bem suas principais reviravoltas.

Querida menina

Depois de uma perda pessoal severa, Kate (Julianne Moore) passa a viver reclusa em sua fazenda de cavalos. O cotidiano solitário dela é interrompido pelo retorno Claire (Sydney Sweeney), sua filha viciada em drogas. De início parece que Claire está disposta a se reestruturar, mas logo fica evidente que ela está ali só para conseguir dinheiro e outros recursos antes de voltar para as ruas. Kate tenta ajudá-la, mas logo se vê enredada nos crimes da filha.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Crítica – Predador: Assassino de Assassinos

 

Análise Crítica – Predador: Assassino de Assassinos

Review – Predador: Assassino de Assassinos
Depois de dar novo fôlego à franquia com O Predador: A Caçada (2022), o diretor Dan Trachtenberg retorna ao universo dos yautja (a raça dos predadores) nesta antologia animada Predador: Assassino de Assassinos. A narrativa acompanha três histórias que se passam em épocas diferentes e mostram a presença dos predadores em nosso planeta o longo da história humana.

Quem mata os matadores?

A primeira história se passa no período dos vikings, com a guerreira Ursa liderando seu povo em uma campanha para se vingar daqueles que mataram seu pai. A segunda acontece no Japão feudal, com os irmãos Kenji e Kiyoshi lutando entre si pela herança do pai. A terceira é durante a Segunda Guerra Mundial com o mecânico Torres descobrindo que as aeronaves de seu porta-aviões estão sendo abatidas por uma nave que não pertence aos inimigos.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

Crítica – Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra

 

Análise Crítica – Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra

Review – Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra
Primeiro longa-metragem do diretor Pat Boonnitipat, a produção tailandesa Como Ganhar Milhões Antes que a Avó Morra parte de uma premissa inusitada para contar uma afetuosa história sobre família, luto e legado. Às vezes é um pouco previsível, mas tem charme e emoção o suficiente para nos manter interessados.

Esquema afetivo

A narrativa é centrada em M (Putthipong Assaratanakul), um jovem sem perspectiva de futuro que passa seu tempo com jogos online. Ele vê a prima Mui (Tontawan Tantivejakul) tomar conta de um tio idoso e saltar para a prioridade em seu testamento, ficando com a casa dele quando ele morre. Percebendo como a herança permitiu que a prima subisse na vida, M enxerga a notícia que sua avó, Amah (Usha Seamkhum), está com câncer e provavelmente só tem um ano de vida, como uma possibilidade de ganhar a preferência da avó e ficar no topo das prioridades por herança.

terça-feira, 10 de junho de 2025

Crítica – O Contador 2

 

Análise Crítica – O Contador 2

Review – O Contador 2
Lançado em 2016, o primeiro O Contador chamava atenção pelo protagonista neurodivergente vivido por Ben Affleck, mas além disso era um suspense moroso, com poucos elementos marcantes. Não era um filme que me deixava curioso por mais, nem parecia ter sucesso ou fãs pedindo por uma continuação. Ainda assim esse O Contador 2 é lançado quase dez anos depois do original e continua sendo um suspense meia boca impedido de mergulhar no completo tédio por conta do protagonista.

Identificando padrões

A trama começa com o assassinato de King (J.K Simmons) durante a investigação a um esquema de tráfico de pessoas. A agente Marybeth (Cynthia Addai-Robinson) relutantemente pede ajuda a Christian (Ben Affleck) para ajudar a descobrir o que aconteceu, já que o nome dele estava nos arquivos de King. No percurso, Christian também é auxiliado pelo irmão Braxton (Jon Bernthal) de quem tenta se reaproximar.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Crítica – Oeste Outra Vez

 

Análise Crítica – Oeste Outra Vez

Review – Oeste Outra Vez
Um dos gêneros mais marcantes do cinema hollywoodiano, o faroeste foi marcado durante muito tempo por ideais tradicionais de masculinidade. Para sobreviver nos ermos do oeste selvagem seus protagonistas eram homens duros, brutos e violentos que não tinham muito tempo para ternura ou falar sobre sentimentos. A produção brasileira Oeste Outra Vez remete ao faroeste justamente para pensar a respeito de masculinidade e como certos padrões de comportamento podem ser destrutivos para os próprios homens.

Todo mundo tem problemas sentimentais

A trama se passa no interior de Goiás e acompanha Totó (Ângelo Antônio). Ele foi deixado pela mulher que amava e que o trocou por Durval (Babu Santana). Totó e Durval brigam, com Totó saindo machucado e jurando vingança. Ele contrata um jagunço para matar Durval e o atentado dá errado. A esse ponto Durval contrata uma dupla de matadores para dar cabo de Totó e seu jagunço que fugiram para áreas ainda mais remotas para se esconderem.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Crítica – Mountainhead

 

Análise Crítica – Mountainhead

Review – Mountainhead
Primeiro trabalho de Jesse Armstrong depois de encerrar a aclamada série Succession, o longa-metragem Mountainhead é praticamente o oposto de sua série e não digo isso como um elogio. Se Succession apresentava uma ácida sátira das elites financeiras que através de sua riqueza e plataformas midiáticas ditavam os rumos da sociedade ao mesmo tempo em que construía personagens complexos que nos atraíam para seus dramas, mesmo que nós soubéssemos o quanto são moralmente repulsivos, nada disso, porém, está presente aqui. O que Armstrong entrega é uma tentativa de sátira desprovida de qualquer qualidade mordaz e que se acomoda em apontar o óbvio sem refletir ou analisar nada.

Elite do atraso

A trama acompanha uma reunião de quatro bilionários de tecnologia. Souper (Jason Schwartzman) traz os amigos Randall (Steve Carell), Venis (Corey Michael Smith) e Jeff (Ramy Youssef) para passar um final de semana em sua mansão na montanha. Ao longo do dia eles veem instabilidade política e econômica tomarem o planeta conforme uma atualização da IA criada por Venis permite fazer conteúdo quase que indistinto da realidade, o que obviamente começa a ser usado para fins espúrios. O quarteto começa a ver isso como uma oportunidade e passam a discutir maneiras de tomar proveito da situação e ficarem ainda mais ricos.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Crítica – Sereias

 

Análise Crítica – Sereias

Review – Sereias
A minissérie Sereias é um novelão. Digo isso não em um sentido perjorativo, já que sua abordagem novelesca, cheia de excessos e histrionismos é parte do que a torna divertida, no entanto, sei que muita gente não se atrai por esse tipo de produto. Por isso aviso logo que se algo com uma pegada novelesca não é a sua praia, você talvez não se atraia pela série. Aviso que o texto contem SPOILERS da série.

O canto da sereia

A trama é centrada em Devon (Meghann Fahy), uma mulher que abriu mão de muita coisa na vida para cuidar da irmã mais nova depois do falecimento da mãe e agora tem que cuidar do pai que está em estado avançado de demência. Não conseguindo lidar sozinha com a responsabilidade, ela tenta contato com a irmã mais nova, Simone (Milly Alcock), que a ignora. Devon decide então ir até onde a irmã está, uma luxuosa casa de veraneio em uma ilha habitada por ricaços na qual Simone trabalha como assistente pessoal de Michaela (Julianne Moore), a esposa filantropa do bilionário Peter Kell (Kevin Bacon). Lá vê uma estranha relação de co-dependência entre Michaela e Simone, decidindo tirar a irmã dali, mas logo a própria Devon é puxada para a órbita de Michaela.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Crítica – Oh, Canadá

 

Análise Crítica – Oh, Canadá

Review – Oh, Canadá
Dirigido por Paul Schrader, Oh, Canadá é sobre como nenhum registro é capaz de dar conta de um indivíduo. Tentar contar a história de alguém envolve escolhas, envolve fabulação, e nesse processo o sujeito é transformado em um ser de linguagem, um personagem, que por mais que se tente nunca refletirá completamente a complexidade de uma pessoa real. É uma análise de como se constrói um discurso mitificado sobre alguém e as fissuras nesse discurso, embora nem chegue a executar suas ideias com a contundência que acredita estar exercendo.

Multidões dentro de si

A narrativa adapta o romance Foregone, de Russell Banks, e é centrada em Leo Fife (Richard Gere), um renomado documentarista que nos anos 60 teria fugido dos Estados Unidos para o Canadá por se recusar a servir na Guerra do Vietnã. Agora, com um câncer em estado avançado, ele aceita falar para o documentário que um antigo estudante, Malcolm (Michael Imperioli), está fazendo a seu respeito. Ao longo da conversa, Leo revisita sua juventude (na qual passa a ser interpretado por Jacob Elordi) e, sabendo que seus dias estão contados, reconta sem reservas a sua vida, oferecendo um olhar sobre si que vai além da visão construída de um cineasta engajado.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Crítica – A Fonte da Juventude

 

Análise Crítica – A Fonte da Juventude

Review – A Fonte da Juventude
Em seus primeiros filmes, Guy Ritchie era um diretor promissor com um estilo singular, mas com o tempo a impressão é que muito disso se perdeu e suas produções se tornaram cada vez mais genéricas, soando como trabalhos que poderiam ser feitos por qualquer peão de estúdio hollywoodiano. Mencionei isso quando escrevi sobre Guerra Sem Regras (2024), O Pacto (2023) ou Esquema de Risco (2023) e essas observações continuam valendo neste A Fonte da Juventude.

Aventura familiar

A narrativa gira em torno de Luke (John Krasinski), um arqueólogo e ladrão de artefatos que é contratado pelo ricaço Owen (Domhnall Gleeson) para encontrar a mítica fonte da juventude. Como algumas pistas estão além de seu entendimento, Luke recruta a irmã, Charlotte (Natalie Portman), que relutantemente se junta à equipe. A busca não será fácil, já que eles estão sendo caçados tanto pelas autoridades quanto por uma cabala de protetores do segredo da fonte liderada por Esme (Eiza Gonzalez).

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Crítica – Pablo & Luisão

 

Análise Crítica – Pablo & Luisão

Review – Pablo & Luisão
Uma das coisas mais engraçadas que já li na internet foi o fio que o ator Paulo Vieira fez no finado Twitter contando as histórias de sua família, em especial as desventuras de seu pai, Luís, e o melhor amigo dele, Pablo. No longo fio, Paulo Vieira narrava como Pablo e Luisão sempre se metiam em roubadas ao tentarem inventar novos empreendimentos ou formas de economizar dinheiro.

Algumas situações eram tão absurdas que eu só acreditava porque Vieira colocava fotos e vídeos nos relatos. Eram coisas que pareciam ter saído diretamente de uma sitcom, então não foi surpresa quando foi anunciado que Pablo & Luisão viraria uma série. Por mais empolgado que estivesse, no entanto, também estava receoso, já que a última vez que a Globoplay tentou transformar um fio cômico de internet em série o resultado foi a péssima Eu, a Vó e a Boi (2019). Felizmente esse não é o caso e Pablo & Luisão é uma das melhores comédias dos últimos anos.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Crítica – Confinado

 

Análise Crítica – Confinado

Review – Confinado
Refazendo o suspense argentino 4x4 (2019), este Confinado soa como mais um remake hollywoodiano voltado para o público estadunidense com preguiça de ler legendas considerando que o original argentino não é tão antigo. É uma tentativa de mesclar thriller com uma reflexão sobre classe social e desigualdades da vida urbana, mas não executa bem nenhuma dessas ideias.

Confinamento veicular

A narrativa é centrada em Eddie (Bill Skarsgard) um criminoso pé de chinelo que está tentando juntar dinheiro para pagar suas dívidas e tentar rever a filha, cujos direitos de visitação perdeu por conta de seus problemas legais. Um dia ele vê uma SUV de luxo parada em um estacionamento deserto e tenta abri-la na esperança de encontrar algo de valor. Ao entrar ele se vê trancado no carro e uma voz vinda do computador de bordo se anuncia como William (Anthony Hopkins), um homem que transformou o carro em uma armadilha para criminosos. Transformando o veículo em uma câmara de tortura digna do Jigsaw de Jogos Mortais, William tenta punir Eddie enquanto ele tenta pensar em um meio de sair dali.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Crítica – The Last of Us: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – The Last of Us: Segunda Temporada

Review – The Last of Us: Segunda Temporada
Depois de uma excelente primeira temporada que manteve a essência do primeiro game ao mesmo tempo em que expandiu alguns elementos do seu universo, The Last of Us chega a sua segunda temporada com um desafio ainda maior. O segundo game não é apenas mais longo e mais moralmente ambíguo, ele depende de muitos elementos específicos da linguagem dos games para construir sua reflexão sobre violência de maneira impactante.

Consequências violentas

A trama se passa alguns anos depois da temporada anterior. Ellie (Bella Ramsay) e Joel (Pedro Pascal) agora vivem na comunidade liderada por Tommy (Gabriel Luna). Apesar de seguros, Ellie e Joel estão distantes um do outro. Porém quando Joel é morto por Abby (Kaitlyn Dever) como vingança pelo que aconteceu no hospital dos Vaga-Lumes, Ellie decide partir em uma jornada de vingança, mesmo que isso contrarie os conselho da comunidade.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Crítica – Missão Impossível: O Acerto Final

Análise Crítica – Missão Impossível: O Acerto Final

Review – Missão Impossível: O Acerto Final
Continuando de onde Missão Impossível: Acerto de Contas (2023) parou, este Missão Impossível: O Acerto Final não é apenas uma finalização da história iniciada na aventura de 2023, mas também uma culminância de toda a franquia até aqui. Tal como aconteceu em Vingadores: Ultimato (2019), outro filme que também era a culminação de toda uma série de filmes, esta que se pretende a ser a aventura derradeira de Ethan Hunt sofre por querer ser mais do que um filme, funcionando como uma grande “volta olímpica” da franquia celebrando a si mesma resultando em algo que por vezes soa demasiadamente inchado, cedendo sob o peso da própria megalomania.

A soma de todas as escolhas

Não que seja ruim, longe disso, mas o filme anterior conseguia ser grandiloquente e refletir sobre o percurso de Ethan Hunt (Tom Cruise) até aqui sem parecer tão explicitamente fanservice, oferecendo uma aventura que colocava o pé no acelerador desde o primeiro momento e só parava quando os créditos subiam. Aqui a trama começa com Ethan precisando descobrir o que a chave cruciforme que obteve no final do filme anterior é capaz de abrir. A chave representa a última chance de parar a Entidade, uma perigosa IA que começou a atacar os sistemas dos arsenais nucleares do mundo e, caso tome o controle deles, pode eliminar toda humanidade. Com poucos dias e poucas pistas antes do iminente apocalipse, a única chance de Ethan é rastrear Gabriel (Esai Morales).

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Crítica – O Estúdio

 

Análise Crítica – O Estúdio

Review – O Estúdio
Há uma contradição fundamental entre o regime estético e a narrativa de O Estúdio. De um lado temos uma série de escolhas estéticas altamente sofisticadas, com longos planos sequência conforme os personagens caminham em sets de filmagem ou grandes eventos construindo um senso de constante movimento e unidade espacial para as cenas. Por outro lado, por mais que haja uma encenação cuidadosamente planejada que reflete bastante atenção na linguagem do cinema, a série é fundamentalmente sobre um grupo de pessoas vulgares, estúpidas e que podem até pensar que se importam com a arte, mas na prática produzem o mesmo lixo corporativo de sempre.

Indústria caótica

Essa contradição não é um equívoco ou uma escolha impensada. Na verdade soa como uma decisão bem deliberada de construir um regime visual que tenta evocar como esses personagens, em especial o chefe de estúdio Matt Remick (Seth Rogen), pensam sobre si mesmos e faz o estilo chocar com a realidade estúpida do que eles de fato são, desnudando de maneira ainda mais escancarada o cinismo, a estupidez e a visão mercantilizada, utilitarista e imatura que eles tem do cinema enquanto arte. A dissonância entre estética e narrativa é, na prática, uma maneira de ilustrar a dissonância cognitiva de seu protagonista.