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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Crítica – A Hora do Mal

 

Análise Crítica – A Hora do Mal

Review – A Hora do Mal
O diretor Zach Cregger chamou minha atenção com o bacana e pouco visto Noites Brutais (2022), então fiquei curioso para seus próximos projetos. Este A Hora do Mal parte de uma premissa instigante e é visível o esforço do realizador em tentar algumas escolhas similares a Noites Brutais, mas que aqui não funcionam tão bem.

Crianças nas sombras

A trama segue o cotidiano de uma pequena cidade na qual todas as crianças de uma turma de ensino fundamental saem correndo de casa no meio da madrugada, com apenas um menino da turma deixando de fugir. As suspeitas logo caem sobre a professora, Justine (Julia Garner), que parece tão surpresa com o evento quanto o resto da cidade. Dois meses se passam e nada é resolvido. Justine começa a ser alvo de ataques dos pais das crianças, em especial de Archer (Josh Brolin), que fica inquieto com a inação das autoridades. Ao mesmo tempo, Justine começa a desconfiar que há algo errado na casa de Alex (Cary Christopher), o único de seus alunos que não sumiu, mas o diretor da escola, Marcus (Benedict Wong), não acredita nela.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Crítica – A Última Showgirl

 

Análise Crítica – A Última Showgirl

Review – A Última Showgirl
Certos personagens tem uma sinergia grande com as pessoas que as interpretam. Esse é o caso de Shelly, protagonista de A Última Showgirl interpretada por Pamela Anderson. É inevitável não pensar que a diretora Gia Coppola (neta de Francis Ford Coppola) não levou em conta a trajetória profissional de Anderson na hora de escalá-la como Shelly considerando as similaridades entre as duas.

Show contínuo

Shelly (Pamela Anderson) trabalha como dançarina no mesmo show burlesco em Las Vegas desde os anos 80. O show já passou a muito de seu auge, atraindo cada vez menos público e tendo dançarinas cada vez mais jovens e inexperientes. Shelly se tornou uma espécie de figura materna para essas dançarinas mais jovens como Mary Anne (Brenda Song) e Jodie (Kiernan Shipka, de O Mundo Sombrio de Sabrina). O mundo de Shelly, no entanto, sofre um revés quando Eddie (Dave Bautista), o gestor do show, avisa que o espetáculo irá encerrar em duas semanas. Shelly agora contempla o que o futuro lhe reserva depois de três décadas construindo sua identidade ao redor de ser uma showgirl.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Drops – Anônimo 2

 

Crítica – Anônimo 2

Review – Anônimo 2
O primeiro Anônimo (2021) foi uma grata surpresa ao tentar transformar Bob Odenkirk (de Better Call Saul e Breaking Bad) em um herói de ação nos moldes do John Wick. Não era o tipo de filme que pedia uma continuação ou tinha a necessidade de virar uma franquia, mas, de todo modo, Anônimo 2 chegou às telas entregando mais do mesmo, embora, sim, tenha sua medida de diversão.

Férias Frustradas

Depois dos eventos do primeiro filme Hutch (Bob Odenkirk) volta a trabalhar como operativo enquanto ainda tenta manter sua fachada de pacato pai de família. O trabalho, no entanto, amplia a distância entre ele, a esposa e os filhos. Pensando em se reaproximar da família, ele organiza uma viagem de férias para o parque aquático que seu pai o levou na infância. A confusão, porém, encontra Hutch quando ele acidentalmente esbarra em um grupo de policiais corruptos liderados pelo xerife Abel (Colin Hanks) que usam a cidade como rota de tráfico para a perigosa Lendina (Sharon Stone). Agora ele precisa lidar com a ameaça e manter a família em segurança.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Crítica – Wandinha: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Wandinha: Segunda Temporada

Review – Wandinha: Segunda Temporada
A primeira temporada de Wandinha sofria por sacrificar muito do que torna a personagem (e toda a família Addams) singular em prol de uma trama adolescente excessivamente aderente aos clichês desse tipo de história. Essa segunda temporada prometia evitar esses lugares comuns e ser mais fiel ao espírito da personagem. Tendo assistido a temporada completa é possível ver um vislumbre disso, mas a verdade é que ainda soa como uma série adolescente genérica vestindo a aparência do universo dos Addams.

Visões sinistras

A trama começa com Wandinha (Jenna Ortega) tendo uma visão de eventos catastróficos acontecendo na sua escola que culminariam na morte de sua amiga Enid (Emma Myers). Diante disso, a jovem Addams decide investigar o que suas visões significam ao mesmo tempo que lida com mudanças na escola, como a chegada do irmão Feioso (Isaac Ordonez) para estudar lá e o novo diretor, Dort (Steve Buscemi), que parece ter seus próprios interesses com o local.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Crítica – Luta de Classes

 

Análise Crítica – Luta de Classes

Review – Luta de Classes
Quando o diretor Spike Lee anunciou que seu próximo projeto, este Luta de Classes, seria um remake de Céu e Inferno (1963), de Akira Kurosowa, fiquei temeroso. A última vez que Lee fez uma nova versão de um filme asiático o resultado foi um dos piores (talvez o pior) filmes de sua carreira no péssimo Oldboy: Dias de Vingança (2013), remake do sul-coreano Oldboy (2003). Felizmente Luta de Classes é, ao menos, um suspense competente, embora se perca um pouco no que quer dizer.

Dias de luta

A narrativa é protagonizada por David King (Denzel Washington), um magnata da música que está tentando tomar o pleno controle de sua gravadora para impedi-la de ser vendida para um grande conglomerado. As coisas se complicam quando o filho de seu motorista é sequestrado por engano, com os sequestradores acreditando que levaram o filho do próprio King. Agora ele é colocado em uma encruzilhada moral entre usar o dinheiro para salvar seu império ou para pagar o resgate do filho do amigo, Paul (Jeffrey Wright).

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Crítica – F1: O Filme

 

Análise Crítica – F1: O Filme

Review – F1: O Filme
Não acompanho automobilismo, então uma produção como F1: O Filme não é algo que imediatamente desperta meu interesse. Fui assistir sem esperar muita coisa e me surpreendi com o quanto ele executa bem sua narrativa ainda que seja bastante previsível e faça pouco para de distanciar de elementos familiares desse tipo de história.

Correr para viver

A trama é focada em Sonny (Brad Pitt), um piloto cujo auge já passou há décadas. Ele teve sua chance na Fórmula 1, mas perdeu tudo depois de um acidente. Agora ele vaga pelos Estados Unidos atrás de corridas que o desafiem para reencontrar seu amor pelo esporte. Uma oportunidade de retornar à F1 chega quando Ruben (Javier Bardem), que foi piloto na mesma época de Sonny, o chama para correr pela equipe que agora é dono. Ruben está endividado e em três anos sua equipe não marcou um ponto sequer, o que significa que seu conselho diretor pode forçá-lo a vender a equipe. Ele pede Sonny ajuda para manter a equipe de pé e ser mentor de seu jovem piloto, Joshua (Damson Idris). Por consideração a Ruben, Sonny aceita o desafio.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Crítica – Número Desconhecido: Catfishing na Escola

Análise Crítica – Número Desconhecido: Catfishing na Escola


Resenha Crítica – Número Desconhecido: Catfishing na Escola
Produzido pela Netflix, o documentário Número Desconhecido: Catfishing na Escola é um daqueles casos que mostra como a realidade pode ser mais insólita do que qualquer ficção. É uma produção que segue de maneira muito acomodada a cartilha de documentários sobre crimes, mas mantem nosso interesse pelos caminhos inesperados que sua história de cyberbullying toma. Aviso que o texto contem SPOILERS do filme.

Quando um estranho chama

O filme conta a história da adolescente Lauryn. Quando ela tinha catorze anos começou a receber mensagens hostis de um número anônimo que diziam para ela terminar com o namorado, Owen, e com várias ofensas e xingamentos a ela. Owen também passou a receber mensagens com ofensas e que faziam um duvidar da fidelidade do outro. O bullying virtual se estende por meses, até que as mães dos dois entram em contato com a escola, que não consegue descobrir quem é o responsável. A polícia também é contatada e seus esforços em apontar um culpado também não dão resultado, com a investigação se alongando por quase dois anos. Mesmo bloqueando o número ou trocando de celular os dois adolescentes continuam a ser alvo das mensagens, que ficam cada vez mais agressivas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Crítica – Magreza na TV: A Verdade de The Biggest Loser

 

Análise Crítica – Magreza na TV: A Verdade de The Biggest Loser

Review – Magreza na TV: A Verdade de The Biggest Loser
Eu lembro que o reality show The Biggest Loser (algo como O Grande Perdedor em português) teve uma versão aqui no Brasil chamada Quem Perde Ganha. Não consegui assistir sequer um episódio inteiro. Apesar de se colocar como um programa focado em saúde ao colocar pessoas obesas em uma competição na qual quem perdesse mais peso ao longo de um determinado período de tempo ganharia um prêmio em dinheiro, o que eu via nas telas era que essas pessoas eram colocadas em situações vexatórias ou em exercícios pouco adequados para elas. A minissérie documental Magreza na TV: A Verdade de The Biggest Loser reforçou minhas impressões ao explorar os bastidores da versão original do reality nos Estados Unidos, que durou dezessete temporadas entre 2004 e 2016.

Nem ganhar ou perder

Ao longo de três episódios a série tenta mostrar como o reality se vendia como um estímulo a uma vida saudável e à perda de peso em um país com crescentes taxas de obesidade e sedentarismo. A série confronta essa proposta com a realidade do programa, no qual pessoas obesas eram colocadas diante de treinadores cujos programas de exercícios físicos eram pouco adequados para pessoas obesas e sem condicionamento físico, além do fato de que esses treinadores constantemente humilhavam e criticavam os participantes. Isso, somado ao fato de que os participantes eram encorajados a comer o mínimo de calorias possível enquanto mantinham uma rotina diária de várias horas de exercício mostra como a perda rápida de peso que era exibida pelo programa era pouco saudável.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Crítica – A Vida de Chuck

 

Análise Crítica – A Vida de Chuck

Review – A Vida de Chuck
O escritor Stephen King e o diretor Mike Flanagan são nomes que normalmente associamos com o terror. Flanagan é responsável por séries como A Queda da Casa de Usher (2023), A Maldição da Residência Hill (2018) e filmes como Doutor Sono (2019) e Jogo Perigoso (2017), esses dois últimos também adaptações de Stephen King. Agora o diretor decide adaptar um texto de Stephen King que não se encaixa no horror neste A Vida de Chuck, uma guinada que me deixou curioso.

Por uma vida menos ordinária

A trama é focada em Chuck (Tom Hiddleston), um homem de 39 anos que trabalha como contador. Quando anúncios começam a aparecer por toda a cidade celebrando esse sujeito aparentemente banal que ninguém conhece, todos ficam intrigados para saber o motivo de tanta publicidade, principalmente em um mundo que parece estar à beira do colapso. Aos poucos, vamos descobrindo a verdade por trás desses anúncios e aprendendo sobre a vida de Chuck.

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Crítica – A Seita

 

Análise Crítica – A Seita

Review – A Seita
Dirigido por Jordan Scott, filha de Ridley Scott, e adaptando um romance Nicholas Hogg A Seita tenta falar sobre a natureza das seitas e como elas mobilizam o impulso humano por sociabilidade. Estruturado como um misto de drama e suspense, a produção tem grandes pretensões, mas não alcança nenhuma delas.

Culto perigoso

A narrativa gira em torno de Ben (Eric Bana), um psicólogo social que foi morar na Alemanha depois do divórcio. Reconhecido em sua área e professor universitário, Ben é chamado para auxiliar a polícia em um caso de suicídio coletivo que parece resultado de algum culto apolíptico. No curso da investigação ele se aproxima da policial Nina (Silvia Hoeks). Ao mesmo tempo, a filha de Ben, Mazzie (Sadie Sink, de Stranger Things), chega a contragosto na Alemanha para morar com o pai. Ela fica amiga de Martin (Jonas Dassler), mas logo o espectador percebe que o rapaz está tentando aliciá-la para a mesma seita que Ben investiga.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Crítica – O Último Azul

 

Análise Crítica – O Último Azul

Review – O Último Azul
Envelhecer ainda é tratado como algo inerentemente negativo. Muitas vezes tratamos pessoas idosas como um peso, como pessoas que existem para dar trabalho aos demais. Principalmente em um contexto no qual trabalhamos cada vez mais horas em temos menos tempo para quaisquer outros afazeres. Dirigido por Gabriel Mascaro, O Último Azul pensa o que pode acontecer numa sociedade que leva ao extremo essas visões sobre idosos.

Futuro imperfeito

Num futuro próximo o Brasil embarcou em um regime totalitário no qual o foco é o trabalho e a produtividade. Quando as pessoas chegam a uma certa idade são exiladas em uma colônia de idosos supostamente para viver seus últimos dias em paz, evitando causar problemas ou dar trabalho aos filhos, que ficam livres para trabalhar sem preocupações. Tereza (Denise Weinberg) tem 77 anos, vive numa região remota do Amazonas e está a poucos anos de ser mandada para a colônia. O processo, no entanto, é acelerado quando uma nova lei baixa a idade para 75 anos, com ela sendo imediatamente colocada sob tutela da filha, perdendo toda a autonomia, e tendo sua viagem para a colônia agendada. Tereza, no entanto, ainda tem coisas que quer fazer, especialmente viajar de avião. Como ela não consegue comprar uma passagem comercial sem o consentimento da filha, ela decide pagar o barqueiro Cadu (Rodrigo Santoro) para levá-la até uma cidade na qual poderá fazer um voo de ultraleve. Ao longo da viagem irá descobrir mais sobre si do que esperava.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Crítica – Faça Ela Voltar

 

Análise Crítica – Faça Ela Voltar

Review – Faça Ela Voltar
Depois do bacana Fale Comigo (2023), os irmãos Phillipou vem para seu segundo longa-metragem explorando o luto e os extremos nos quais as pessoas vão para sanar sua dor. Faça Ela Voltar tenta construir seu terror ao redor dessa dor.

Deixe ela entrar

Os irmãos Andy (Billy Barratt) e Piper (Sora Wong) ficam órfãos depois da morte do pai. Como os dois são menores de idade, são colocados em lares adotivos. Inicialmente, por Andy estar perto de completar dezoito anos, ele deveria ser mandado para um local diferente de Piper, mas consegue convencer a assistente social a mantê-los juntos por conta de Piper ser cega. Os dois vão morar com Laura (Sally Hawkins), uma mulher solitária que perdeu a filha, cega como Piper, anos atrás. Laura também cuida do garoto Oliver (Jonah Wren Phillips), que não fala e exibe um comportamento estranho, estando sempre com fome. Desde o início é visível que Laura se importa mais com Piper e deixa Andy de lado, mas conforme os irmãos passam mais tempo com sua nova tutora vai ficando evidente que ela tem planos sinistros para eles, principalmente pelo modo que ela atormenta Andy.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Crítica – A Noite Sempre Chega

 

Análise Crítica – A Noite Sempre Chega

Review – A Noite Sempre Chega
Estrelada por Vanessa Kirby, a produção da Netflix A Noite Sempre Chega tenta funcionar simultaneamente como thriller, além como um drama social e um estudo de personagem. O filme nem sempre consegue equilibrar suas várias ideias, no entanto, alguns elementos bem executados fazem a experiência valer à pena.

Noite afora

A trama é centrada em Lynette (Vanessa Kirby), que vive junto com a mãe, Doreen (Jennifer Jason Leigh), e o irmão mais velho, Kenny (Zack Gottsagen), que tem Síndrome de Down. Lynette se equilibra entre vários empregos e outros serviços para tentar equilibrar as contas. Ela e a mãe estão prestes a conseguir um empréstimo para comprarem a casa onde moram ou perderão o imóvel. No dia de assinarem o financiamento, no entanto, Doreen não aparece e Lynette descobre que a mãe comprou um carro com o dinheiro que tinham guardado para a entrada da casa. Sem poder dar a entrada e iniciar a compra, Lynette tem até a manhã seguinte para levantar o valor ou perderá a chance de comprar o imóvel, iniciando uma corrida desesperada através da noite.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Crítica – Jurassic World: Recomeço

 

Análise Crítica – Jurassic World: Recomeço

Review – Jurassic World: Recomeço
Depois do pavoroso Jurassic World: Domínio (2022), a franquia parecia não ter mais onde ir com aqueles personagens. Talvez por isso que resolveram fazer esse Jurassic World: Recomeço como uma espécie de soft reboot, mantendo o universo e a cronologia, mas trazendo novos personagens. Podia ser um meio de trazer frescor a essa desgastada série de filmes, ainda mais com Gareth Edwards, responsável por Rogue One: Uma História Star Wars (2016). Infelizmente não é o que acontece e a produção não consegue afastar o gosto de janta velha requentada.

Narrativa jurássica

A trama é focada na mercenária Zora (Scarlett Johansson), contratada pelo executivo de uma empresa farmacêutica, Martin Krebs (Rupert Friend), para liderar uma missão a territórios próximos da linha do Equador que agora são habitados por dinossauros. O objetivo é recuperar amostras de sangue de três grandes dinossauros ainda vivos para que elas sejam usadas em pesquisas para problemas cardíacos. A extração do material é tarefa do paleontólogo Henry Loomis (Jonathan Bailey, de Wicked). No percurso eles encontram uma família liderada por Reuben (Manuel Garcia-Rulfo, de O Poder e a Lei), que estava viajando de barco com as duas filhas quando a embarcação foi atacada por um dinossauro aquático. Com essa tripulação inesperada à bordo, o grupo liderado por Zora precisa chegar na ilha e sobreviver aos dinossauros do local, inclusive os bizarros experimentos que ficaram ocultos na ilha.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Crítica – Juntos

 

Análise Crítica – Juntos

Review – Juntos
Relacionamentos amorosos são muitas vezes pensados a partir da ideia de encontrarmos alguém que nos completa. Alguém que nos entende, com quem podemos contar, alguém para partilhar nossos sentimentos. No entanto, estar em um relacionamento também significa abrir mão de várias coisas, permitir que o outro ocupe espaço em sua vida, levar o outro em consideração e não apenas a si mesmo. É quase como um processo de simbiose no qual duas pessoas passam a existir não apenas como indivíduos, mas como coletivo. Essa ideia de junção é levada às últimas consequências do horror corporal por Juntos.

Até que todos se tornem um

O relacionamento entre Tim (Dave Franco) e Millie (Alison Brie) está esfriando. Tim percebe que sua carreira musical não vai a lugar algum e agora que Millie conseguiu um emprego de professora em uma pequena cidade isso talvez signifique aceitar que ele de fato não tem futuro na música. Há uma relação de co-dependência entre eles, mas ambos começam a ressentir um ao outro. Chegando na nova cidade, eles decidem explorar uma trilha na floresta, mas a chuva os derruba em uma estranha caverna com um sino na entrada, entalhes esquisitos nas paredes e uma nascente de água. Sem conseguir sair, eles passam a noite no local e bebem da água. No dia seguinte começam a perceber estranhos fenômenos no qual compartilham sensações e seus corpos começam a grudar um no outro.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Crítica – Corra que a Polícia Vem Aí

 

Análise Crítica – Corra que a Polícia Vem Aí

Review – Corra que a Polícia Vem Aí
Eu tinha receio com a ideia de se fazer uma nova versão de Corra que a Polícia Vem Aí, afinal muito do que tornava a trilogia tão divertida era o trabalho de Leslie Nielsen como o tenente Frank Drebin. A escolha de Liam Neeson como o novo protagonista me intrigou, afinal Neeson é um ator que construiu uma carreira quase toda em cima de papéis sérios, o que tem um paralelo com a trajetória de Leslie Nielsen, que fazia personagens sérios em ficção científica e filmes de desastre até que os irmãos Zucker o chamaram para fazer Apertem os Cintos o Piloto Sumiu (1980) e depois em Corra que a Polícia Vem Aí. Tendo visto a nova versão, devo dizer que o resultado é divertido e coerente com o espírito do original.

Quem precisa de polícia?

A narrativa é protagonizada por Frank Drebin Jr. (Liam Neeson), que assim como o pai é detetive do Esquadrão de Polícia de Los Angeles. Seu caso mais recente envolve um assassinato que pode estar conectado a um roubo a banco e ao magnata da tecnologia Richard Cane (Danny Houston). Ao curso da investigação o caminho de Frank cruza com a irmã da vítima, a sedutora Beth (Pamela Anderson), que insiste em tentar ajudar com o caso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Crítica – Carlota Joaquina: Princesa do Brazil

 

Análise Crítica – Carlota Joaquina: Princesa do Brasil

Resenha Crítica – Carlota Joaquina: Princesa do Brasil
Lançado em 1995 e dirigido por Carla Camurati, Carlota Joaquina: Princesa do Brazil foi um marco do cinema brasileiro, iniciando o período da chamada “retomada”. Depois de anos estagnada por conta de ações do governo Collor, o sucesso do filme de Camurati sinaliza a força da produção nacional e um novo ciclo produtivo do nosso cinema. Comemorando 30 anos de seu lançamento em 2025, o filme retorna aos cinemas em uma versão restaurada em 4K, como também aconteceu neste ano com Iracema: Uma Transa Amazônica (1975).

História revisitada

O longa acompanha a trajetória de Carlota Joaquina (Ludmila Dayer/Marieta Severo), desde sua infância como princesa na Espanha quando é levada ainda criança para Portugal, forçada a casar com a realeza portuguesa, até sua idade adulta quando vem ao Brasil acompanhando o marido, Dom João VI (Marco Nanini), quando a corte de Portugal foge da Europa para não se envolver nas Guerras Napoleônicas.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Crítica – A Última Missão

 

Análise Crítica – A Última Missão

Review – A Última Missão
Com nomes como Eddie Murphy e Keke Palmer encabeçando o elenco, A Última Missão poderia ser uma comédia de ação ao menos divertida. A despeito de um elenco carismático, no entanto, o resultado acaba sendo algo que não entretém como deveria.

Roubo sobre rodas

Russell (Eddie Murphy) é um segurança responsável por conduzir um carro blindado. No dia de suas bodas de prata ele quer terminar sua rota o mais rápido possível para voltar para casa, mas isso pode ser difícil por conta de seu novo parceiro, o jovem e impulsivo Travis (Pete Davidson). Para complicar as coisas o veículo da dupla é atacado pela gangue liderada por Zoe (Keke Palmer), que deseja roubar o blindado para usá-lo em um assalto a um cassino e levar milhões. Como os aliados de Zoe acabam fracassando durante a perseguição, ela propõe o plano a Travis e Russell.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Crítica – Os Enforcados

 

Análise Crítica – Os Enforcados

Review – Os Enforcados
Entre os vários gêneros que o cinema brasileiro tem explorado com regularidade nos últimos anos, o thriller é um dos que menos aparece na nossa cinematografia. Dirigido por Fernando Coimbra (responsável pelo excelente O Lobo Atrás da Porta) este Os Enforcados tenta construir uma trama de suspense a partir do universo da contravenção do jogo do bicho.

Profissão de risco

Regina (Leandra Leal) está no meio da reforma da mansão na qual vive com o marido, Valério (Irandhir Santos), os gastos estão altos e Valério lhe informa que precisarão diminuir custos pois seus negócios não estão indo bem. Valério trabalha com o tio (Stepan Nercessian) na exploração de caça-níqueis e jogo do bicho, sendo responsável por lavar o dinheiro da contravenção do tio. Regina tenta estimular o marido a tomar o controle dos negócios, já que o tio teria assassinado o pai de Valério para chegar ao topo dos negócios. A oportunidade vem quando o tio pede para se esconder na casa deles antes de fugir do país por conta de algum esquema que deu errado. Tomar o controle, no entanto, é apenas o início dos problemas do casal, já que o tio deixou muitas dívidas com outros figurões do crime.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Crítica – Guerra dos Mundos

 

Análise Crítica – Guerra dos Mundos

Review – Guerra dos Mundos
A primeira coisa que chamou minha atenção enquanto assistia o novo Guerra dos Mundos foi a opção de contar toda a história a partir da tela do computador do protagonista que monitorava toda a situação. A escolha não parecia casar com o escopo da narrativa. Depois descobri a real razão para o filme ter sido feito dessa maneira e isso só piorou minha impressão a respeito do resultado final.

Guerra confinada

A narrativa é protagonizada pelo analista de inteligência William Radford (Ice Cube). Ele é responsável por monitorar vazamentos de dados, mas também começou a receber pedidos das agências especiais a respeito de estranhos fenômenos eletromagnéticos ocorrendo ao redor do mundo. Quando estranhas máquinas de três pernas caem do céu e começam a atacar várias cidades do mundo, William resolve analisar o que está havendo para tentar articular uma resposta.

Tudo é narrado a partir da tela do computador de William, no qual ele acessa imagens de câmeras, conversa com colegas e familiares por chamadas de vídeo e se informa por noticiários. Como a produção foi filmada em 2020, durante a pandemia de COVID-19, as medidas sanitárias de isolamento provavelmente motivaram essa estrutura do filme. Seria uma oportunidade de usar esse senso de isolamento como uma metáfora para o temor e ansiedade do nosso confinamento durante a pandemia, quando estávamos fechados em nossas casas temendo um inimigo invisível e sem saber o que estava acontecendo. O Guerra dos Mundos de 2005 dirigido por Steven Spielberg usava muito bem o romance de H.G Wells para refletir sobre seu tempo, em especial o senso de insegurança, paranoia e vulnerabilidade dos Estados Unidos pós 11 de setembro. Essa nova versão, no entanto, não faz nada disso.

Não há qualquer tentativa de usar o confinamento do personagem para refletir sobre o confinamento pandêmico. Tampouco há qualquer senso da escala ou da gravidade dos ataques já que as imagens da invasão e dos conflitos em si são poucas e sempre borradas ou pixelizadas para disfarçar a qualidade baixa dos efeitos visuais. Em termos de narrativa, há apenas o clichê do pai que tenta consertar a relação com os filhos e uma trama sobre vigilância governamental e privacidade, mas nenhuma delas tem muito a oferecer além de lugares comuns. Não ajuda que Ice Cube e o resto do elenco entreguem performances automáticas, desinteressadas, que são incapazes de injetar qualquer senso de drama ou urgência nos eventos. Apesar de noventa minutos, a impressão é que a narrativa dura muito mais por conta das arrastadas videochamadas nas quais tudo se desenvolve, lembrando o horrendo Black Wake (2020) protagonizado pela brasileira Nana Gouvea.

Cinismo corporativo

Além do vazio narrativo e dramatúrgico, a produção também incomoda pelo excesso de exposição de marcas de ferramentas digitais e o modo como o filme, sem qualquer sutileza, apresenta os atributos positivos dessas ferramentas, mostrando essas plataformas como potenciais salvadoras do mundo. São construções que quebram nossa imersão na narrativa e também soam como uma tentativa cínica de construir uma representação positiva de big techs que tem sido alvo de bastante escrutínio nos últimos anos por seu papel em contribuir para desinformação ou discursos de ódio. Aqui todos esses questionamentos são sublimados e todas essas plataformas têm apenas impactos positivos no mundo.

O pior, no entanto, é o que acontece no clímax, quando William precisa fisicamente fazer o upload de um vírus em servidores e precisa de um pen drive, recorrendo a uma grande empresa de comércio eletrônico. O que se segue é uma publicidade cínica da velocidade de entregas da Amazon Prime com seu uso de drones, basicamente fazendo a Amazon ser a responsável por salvar o mundo por sua suposta agilidade na entrega e avanços tecnológicos. É uma escolha que reduz o filme a uma mera propaganda corporativa (e uma propaganda ruim ainda por cima) pensada apenas para gerar valor para a empresa sem qualquer preocupação em entreter o espectador ou fazê-lo refletir.

 

Nota: 1/10


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