Guardiões da Galáxia
A trama envolve o vilão Aniquilador, que consegue capturar o poderoso Galactus e absorver seu poder cósmico, lançando um ataque em escala universal com seu exército de insetos. Agora cabe aos vários heróis da galáxia se unirem para conter a ameaça. Narrativa não é exatamente o motivo pelo qual jogamos beat’em ups, mas as cutscenes entre cada fase, por mais que a arte seja muito boa, fazem tudo soa fragmentado e sem coesão. O vilão Aniquilador permanece distante, só aparecendo na batalha final, nunca dando a sensação de que ele é essa ameaça imediata e poderosa. A bela pixel art não se resume às cutscenes, com os sprites de personagem e cenários sendo bem coloridos e detalhados, em um estilo que lembra animações e games da década de 90. Alguns personagens tem animações e movimentos que remetem diretamente aos games da franquia Marvel vs Capcom, como Venom, Tempestade ou Homem-Aranha.
Ao longo de quinze fases o jogador tem acesso a quinze heróis que variam entre os mais populares, como Homem-Aranha ou Wolverine, e outros menos conhecidos como Phyla-Vell ou Bill Raio-Beta. O que chama atenção é como cada personagem soa diferente um do outro, já que além dos botões de ataque, pulo e golpe especial, cada personagem também tem uma habilidade que é própria e uma habilidade defensiva que varia entre cada herói (alguns bloqueiam enquanto outros esquivam). Mesmo habilidades que parecem similares tem distinções suficientes para afetarem quando as usamos, a exemplo de como o Capitão América e Bill Raio-Beta arremessam suas armas. O escudo do Capitão retorna para ele assim que atinge um inimigo ou depois de certa distância, já o Rompe-Tormentas de Bill Raio-Beta fica parado no ar causando dano contínuo na área ao seu redor até ser chamado de volta ou o tempo da habilidade esgotar. Assim, por mais que pareçam similares as habilidades trazem nuances específicas no combate.
Isso ajuda cada herói a soar verdadeiramente distinto, evitando algo como Power Rangers: Rita’s Rewind em que havia pouca diferença entre cada personagem. Essas distinções ficam evidentes também em como diferentes inimigos são mais vulneráveis a determinados tipos de ataques. Simbiontes recebem mais dano de ataques sônicos e de vibração como os do Pantera Negra, enquanto que robôs como os Sentinelas são mais vulneráveis a ataques elétricos como os da Tempestade. Isso também ajuda a diferenciar os heróis e trazer mais elementos para orientar a escolha do jogador.
A mecânica mais singular, no entanto, é o fato de que em cada fase o jogador escolhe não um, mas dois heróis. É possível trocar livremente entre os heróis, no entanto o mais importante dessa mecânica de duplas é o fato de poder chamar o segundo herói para realizar assistências, estendendo combos ou de maneira defensiva, para interromper ataques dos inimigos. A agilidade dessas trocas e a versatilidade delas lembra o uso de assistência nos games de luta Marvel vs Capcom. Recentemente Double Dragon Gaiden tentou usar uma mecânica de duplas similar em um beat’em up, mas ela carece da fluidez e da quantidade de possibilidades que Cosmic Invasion dá, inclusive estimulando que o jogador experimente com várias combinações.
Desafios heroicos
Em cada fase há uma dupla heróis sugerida como a dupla “canônica” para aquele estágio em termos da narrativa do jogo. É possível, porém, selecionar qualquer herói sem que isso se traduza em tornar a fase mais difícil ou complicada. Essa escolha, no entanto, afeta na possibilidade de cumprir os desafios de cada estágio. As fases tem três desafios cada e dois deles estão diretamente conectados aos heróis sugeridos. Cumprir os desafios dá recursos para desbloquear novas skins, faixas de música e modificadores no menu de bônus.
Ao final de cada fase a pontuação de cada herói é convertida em pontos de experiência para subir nível, ampliando a vida, barra de especial ou dando novas habilidades aos personagens. Por conta disso, certas fases mais avançadas na campanha se tornam mais difíceis se você não está com algum herói plenamente evoluído, então ou você volta para refazer fases anteriores ou se mantem usando os personagens que você já subiu de nível. É uma decisão pensada para estimular o replay e que poderia render um grind frustrante se o combate não fosse tão divertido. Ainda assim, imagino que alguns jogadores podem não gostar dessa estrutura, principalmente quem estiver focado em cumprir todos os desafios de fase usando os heróis sugeridos em cada uma delas.
Além do modo campanha, o jogo oferece um tradicional modo Arcade no qual o usuário terá que superar todas as fases de uma só vez e com um número limitados de vida. Alguns modificadores para esse modo podem ser obtidos no menu de desbloqueáveis, alguns que tornam o modo mais fácil e outros que ampliam a dificuldade. É possível jogar qualquer um dos modos com até quatro jogadores simultâneos, tanto em multiplayer local quanto off-line. As coisas podem ficar meio caóticas com muita gente, principalmente se todos usam suas assistências ao mesmo tempo, mas essa bagunça faz parte da graça do gênero.
Assim, Marvel Cosmic Invasion é um competente beat’em up que vale pela diversidade de heróis e opções de combate,
soando simultaneamente nostálgico e contemporâneo.
Nota: 8/10
Trailer


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