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terça-feira, 14 de maio de 2024

Drops – Grandes Hits

 

Crítica – Grandes Hits

Review – Grandes Hits
É curioso como as vezes cineastas chegam em ideias similares num mesmo período de tempo. Esse ano, com semanas de diferença, tivemos dois filmes sobre pessoas viajando no tempo com o poder da música. Aqui no Brasil tivemos Evidências do Amor enquanto que o cinema hollywoodiano produziu este Grandes Hits, que parte de uma premissa relativamente similar, ainda que faça coisas diferentes com ela.

Na trama, Harriet (Lucy Boynton) lida com a perda do namorado, Max (David Corenswet, que vai ser o próximo Superman), em um acidente de carro dois anos atrás. Por conta de um ferimento que sofreu na cabeça no acidente em que Max morreu ela consegue voltar no tempo toda vez que ouve alguma música que lhe remete a algum momento importante com o namorado. Ao mesmo tempo, Harriet conhece David (Justin H. Min) no grupo de terapia de luto que frequenta. Eles se aproximam, mas ela tem dificuldade de se permitir viver algo com ele porque cada música que ouve a transporta para seu passado com Max.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Crítica – Uma Ideia de Você

 

Análise Crítica – Uma Ideia de Você

Review – Uma Ideia de Você
De início não me interessei por Uma Ideia de Você. Parecia uma reciclagem de Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) com gêneros invertidos e acrescentando a questão da idade. Resolvi dar uma chance ao ver que era dirigido por Michael Showalter, responsável por Doentes de Amor (2019) e pela minissérie The Dropout (2022), que nesses trabalhos conseguia equilibrar bem comédia, emotividade e reflexões consistentes sobre relacionamentos e sociedade. Aqui, porém, isso não acontece.

A trama é protagonizada pela galerista Solene (Anne Hathaway) uma mulher de quase 40 anos, divorciada e que tem que levar a filha para o concerto de uma boy band depois que o ex marido, Daniel (Reid Scott), desiste de levar a garota por conta de um compromisso de trabalho. Chegando no show, Solene se aproxima de Hayes (Nicholas Galitzine), um dos músicos da boy band August Moon. Dias depois, Hayes a procura em sua galeria e os dois iniciam um romance.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Crítica – Love Lies Bleeding: O Amor Sangra

 

Análise Crítica – Love Lies Bleeding: O Amor Sangra

Review – Love Lies Bleeding: O Amor Sangra
A máxima de que o amor nos leva a cometer as maiores loucuras é levada aos extremos mais violentos neste Love Lies Bleeding: O Amor Sangra conforme as duas protagonistas tentam proteger uma a outra e terminam por se envolver em mais crimes a cada nova tentativa. A narrativa se passa na década de 80 e é focada em Lou (Kristen Stewart), uma jovem solitária que trabalha em uma academia e se apaixona pela fisiculturista Jackie (Katy O’Brien). Lou tem uma relação ruim com o pai, também chamado Lou (Ed Harris), que é um importante traficante de armas da região e com quem Jackie vai trabalhar como garçonete em seu bar sem saber inicialmente o quanto ele é perigoso ou o parentesco dele. Expulsa de casa e viajando a esmo pelo país enquanto tenta competir em um torneio de fisiculturismo em Las Vegas, Jackie passa boa na academia em que Lou trabalha e as duas começam a se aproximar.

É curioso que apesar de ser um romance queer passado na década de 80, a homofobia é o menor dos problemas que essas personagens enfrentam, Mesmo o pai criminoso de Lou parece não se importar com o fato dela “gostar de garotas” e como ele é um criminoso conhecido isso dá a ela certa proteção. É uma maneira de não reduzir as experiências queer a uma existência de apenas lidar com o preconceito e explorar outras histórias que podem ser contadas com esses personagens.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Crítica – Todos Nós Desconhecidos

 

Análise Crítica – Todos Nós Desconhecidos

Review – Todos Nós Desconhecidos
Dirigido por Andrew Haigh, Todos Nós Desconhecidos é uma história sobre luto, solidão, intimidade e estranhamento. Sua narrativa sobre se manter preso ao passado e não se abrir para o presente, preferindo conviver os fantasmas de outrora poderia render um filme bem piegas, daqueles feitos para forçar o público ao choro, mas Haigh traz uma leveza e uma sensibilidade na condução que faz tudo ser emotivo sem cair na pieguice.

A trama é protagonizada por Adam (Andrew Scott), um escritor que aparentemente é a única pessoa morando em um alto prédio de habitação popular. O único outro morador que ele parece encontrar no local é Harry (Paul Mescal) e ambos começam a conversar. Com o tempo, Harry demonstra interesse em Adam, mas o escritor passa seu tempo revisitando a casa que cresceu na infância, tentando escrever um roteiro de cunho autobiográfico a respeito de sua relação com os pais falecidos. Em uma dessas idas, nas quais o trem funciona como uma máquina do tempo, ele encontra o pai (Jamie Bell) em uma loja de conveniência e vai jantar com ele e a mãe (Claire Foy), como se nada tivesse acontecido. Ele passa a dividir seu tempo entre os pais e Harry, mas esses mundos não demonstram facilidade em coexistir.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Crítica – Sr & Sra Smith

 

Análise Crítica – Sr & Sra Smith

Review – Sr & Sra Smith
Não sou lá grande fã do Sr. & Sra. Smith (2005) estrelado por Brad Pitt e Angelina Jolie, então o anúncio de uma série baseada no filme não fez muito para me empolgar. Mesmo a informação de que Donald Glover, responsável pela excelente Atlanta, estaria à frente da série como astro e produtor me fez mudar muito de ideia. Tendo visto a série Sr. & Sra. Smith, porém, posso dizer que é um esforço melhor sucedido que o longa de 2005.

A trama acompanha John (Donald Glover) e Jane (Maya Erskine), uma dupla de agentes que aceitam trabalhar para a misteriosa Companhia. A atividade envolve fingirem ser um casal enquanto desempenham as missões dadas por um contato misterioso que se comunica com eles via mensagens de computador. Aos poucos, a relação de conveniência vai se tornando um casamento de verdade, com um se apaixonando pelo outro, mas o cotidiano de perigo ameaça o relacionamento entre eles. 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Crítica – Todos Menos Você

 

Análise Crítica – Todos Menos Você

Review – Todos Menos Você
Hollywood gosta de modernizar clássicos da literatura e teatro em forma de comédia romântica. Emma, de Jane Austen, foi transformado em As Patricinhas de Beverly Hills (1995), A Megera Domada, de Shakespeare, virou 10 Coisas Que Eu Odeio em Você (1999). Agora outra peça de Shakespeare se torna uma comédia romântica passada na contemporaneidade, com Todos Menos Você tentando ser uma versão modernizada de Muito Barulho Por Nada.

A trama é protagonizada por Ben (Glen Powell) e Bea (Sydney Sweeney). Anos atrás eles tiveram um encontro que não deu muito certo e agora se detestam. Os dois se reencontram indo para um casamento na Austrália, onde Halle (Hadley Robinson), irmã de Bea, vai se casar com Claudia (Alexandra Shipp), melhor amiga de Ben. Temendo que a animosidade dos dois estrague o clima do casamento, as noivas e suas famílias tentam armar para que os dois se apaixonem.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Crítica – Vidas Passadas

 

Análise Crítica – Vidas Passadas

Review – Vidas Passadas
Nossa concepção de amor romântico gira muito em torno da noção de “alma gêmea”, da ideia de que num mundo com bilhões de pessoas existe uma única pessoa que está destinada a nós e que quando a conhecermos sentiremos um amor tão arrebatador que não teremos outra reação que não perceber que essa é nossa “alma gêmea”. Vidas Passadas, no entanto, indaga sobre essa concepção pensando o quanto do amor e de relacionamentos são uma questão de um momento ideal, de encontrarmos uma pessoa em um tempo específico e em um momento específico e dessa conveniência espaço-temporal que surgiria um relacionamento duradouro. Quando algo não se encaixa, mesmo quando há amor, muitas vezes a relação pode não ir adiante e essas pessoas podem seguir caminhos diferentes, construir vidas com outras pessoas.

A trama é protagonizada por Nora (Greta Lee), uma mulher coreana que imigrou para o Canadá quando tinha doze anos, deixando para trás sua paixão de infância, Hae Sung (Teo Yoo). Alguns anos depois Nora reencontra Hae Sung pela internet e eles retomam a conexão de juventude, mas eles estão por demais focados em seus cotidianos e não tem meios para se reencontrarem presencialmente, então Nora decide se afastar um pouco e dar atenção a carreira que está começando nos Estados Unidos. Algum tempo depois Nora se casa com o escritor Arthur (John Magaro) e anos se passam até que ela retome contato com Hae Sung, que decide ir aos Estados Unidos para vê-la.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Crítica – Scott Pilgrim: A Série

 

Análise Crítica – Scott Pilgrim: A Série

Review – Scott Pilgrim: A Série
Meu primeiro contato com a obra de Bryan Lee O’Malley foi a adaptação para os cinemas de Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), de Edgar Wright. Um tempo depois fui ler o quadrinho homônimo que inspirou o filme e gostei ainda mais, já que ele aprofundava mais os vários personagens e dava mais evidência ao fato de Scott estar longe de ser um “cara legal” e que Ramona tinha seu grau de responsabilidade no modo como tratava aqueles com quem se relacionava. Agora, cerca de vinte anos depois do lançamento do quadrinho, ele é adaptado como série animada pela Netflix neste Scott Pilgrim: A Série.

Inicialmente pensei que fosse ser uma adaptação mais fiel da HQ e me empolguei pelo fato do elenco de dubladores ser o mesmo do filme do Edgar Wright, já que todos funcionavam muito bem. A série, no entanto, é mais uma releitura do material original do que uma transposição direta, o que acaba se revelando uma boa escolha. Primeiro que evita a estrutura de uma ordem linear no enfrentamento com os ex-namorados de Ramona, algo que fez o quadrinho e o filme soarem repetitivos em certos pontos. Segundo que com o distanciamento de vinte anos de sua própria obra, O’Malley, que escreveu os roteiros dos oito episódios, pode examinar melhor alguns aspectos que não foram tão bem trabalhados no original e expande muito de suas ideias.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Drops – Elementos

 

Análise Crítica – Elementos

Review – Elementos
O material de divulgação de Elementos não fez muito para me deixar empolgado para a nova animação da Pixar. Parecia uma trama romântica bem típica de “opostos se atraem” com os diferentes seres elementais servindo como metáfora para tensões étnicas e de classe social. Tendo visto o filme constato que era meio que isso mesmo, embora os visuais e a construção do romance seja boa o bastante para manter nosso interesse.

A trama se passa em uma cidade habitada por seres formados por elementos, com uma população de fogo, água, ar ou terra. A família de Faísca migrou para a cidade décadas atrás com o sonho de reconstruir lá suas vidas sem esquecer as tradições de seu povo. Embora Faísca queira ser uma boa filha, ela não tem certeza se quer assumir a loja do pai. Quando ela conhece o elemental da água Gota, eles acabam tendo que juntar esforços para impedir vazamentos de água no bairro do fogo e acabam se apaixonando.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Drops – O Amor Mandou Mensagem

 

Análise – O Amor Mandou Mensagem

Review – O Amor Mandou Mensagem
Estrelado por Priyanka Chopra e Sam Heughan, O Amor Mandou Mensagem começa como uma comédia romântica bem padrão e previsível que poderia até funcionar por conta do carisma da dupla principal, mas acaba prejudicada pelo modo como lida com seus temas centrais. A trama segue a ilustradora Mira (Priyanka Chopra), cujo noivo morreu há dois anos. Ainda assim ela se sente conectada a ele e manda mensagens para seu antigo número como forma de desabafar. O repórter Rob (Sam Heughan) recebe um novo telefone de seu trabalho e, por coincidência, é o número do falecido noivo de Mira. Ele se encanta pelas mensagens que ela manda e decide encontrá-la, a questão é que Rob não revela que recebia as mensagens.

É óbvio que eles vão se apaixonar. É óbvio que o fato de Rob ocultar o motivo de ter se aproximado de Mira irá dar errado e fazê-la se afastar. É óbvio que ele irá reconquistá-la com um grande gesto romântico ao final. É possível chegar a essas conclusões já nos primeiros minutos e todas as batidas da história vão exatamente nessa direção. O casal principal até tem carisma e química, mas Heughan é prejudicado por um texto que força a barra em fazer Rob soar como um sujeito que não sabe lidar com mulher com mulheres e enche o personagem de diálogos ruins. A fala dele sobre o que ele gosta em basquete, por exemplo, poderia se aplicar a qualquer esporte.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Drops – Felicidade para Principiantes

Análise Crítica – Felicidade para Principiantes


Review – Felicidade para Principiantes
Adaptando o romance de mesmo nome escrito por Katherine Center, Felicidade para Principiantes é aquela comédia romântica feita pra confortar o espectador. Estrelada por Ellie Kemper (de Unbreakable Kimmy Schmidt), a trama acompanha a recém divorciada Helen que tenta reconstruir a vida e decide fazer viajar para fazer trilha e aprender técnicas de sobrevivência na natureza. Na excursão ela encontra o melhor amigo Jake (Luke Grimes) que parece ter ido para ficar de olho nela. A dupla entra em atrito, mas precisará cooperar para superar os desafios da natureza.

É uma história bem previsível sobre se redescobrir depois do fim de um relacionamento, com a excursão servindo para a protagonista confrontar os traumas passados tanto do casamento fracassado como os problemas que ela tem com o irmão. A dinâmica entre ela e Jake também é relativamente previsível, seguindo o clichê da dupla que troca farpas, mas acaba se apaixonando, não havendo muita tensão se eles irão ficar juntos ou não.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Rapsódias Revisitadas – As Pontes de Madison

 

Análise Crítica – As Pontes de Madison

Review – As Pontes de Madison
Lançado em 1995 e adaptando um romance escrito por Robert James Waller, As Pontes de Madison é uma narrativa sobre busca e desejo. Não necessariamente desejo sexual, mas o desejo por conexões humanas, por uma existência com significado e um senso de pertencimento. Um sentimento que quando encontrado por nos arrebatar e modificar para sempre, independente de uma curta duração.

A trama é protagonizada por Francesca (Meryl Streep) uma dona de casa do interior de Iowa na década de 60 que fica com quatro dias só para si quando o marido e os filhos viajam para uma feira agrícola. É aí que ela conhece o fotógrafo Robert Kincaid (Clint Eastwood) que está na região para fotografar as pontes cobertas da área para a revista National Geographic. Ambos se conectam e vivem um caso de amor nesses quatro dias que muda a trajetória deles para sempre.

A narrativa vai aos poucos construindo a conexão entre os dois personagens, que começa a partir de uma troca amistosa e de uma curiosidade genuína sobre o outro, aos poucos se desenvolvendo em uma forte conexão afetiva conforme eles vão se reconhecendo um no outro. São duas pessoas marcadas por seus fortes anseios por significado em suas relações, ambos se sentindo à deriva em suas vidas e, cada um ao seu modo, isolados. Considerando o curto período de tempo em que a narrativa se passa, dar a sensação de um caso assim poderia ter um impacto tão grande na vida dessas pessoas poderia ser difícil de tornar convincente, mas a trama é eficiente em fazer o espectador entender o peso disso para os dois personagens.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Drops – Guia de Viagem Para o Amor

 

Análise Crítica – Guia de Viagem Para o Amor

Review – Guia de Viagem Para o Amor
Mulher adulta termina um relacionamento longo e embarca em uma viagem para um local paradisíaco para se redescobrir. É uma premissa que Hollywood já fez a exaustão em produções como Sob o Sol da Toscana (2003) ou Comer, Rezar, Amar (2010) e que a Netflix explora neste Guia de Viagem Para o Amor.

Amanda (Rachel Leigh Cook) trabalha como executiva de uma agência de viagens. Depois que seu namorado de cinco anos termina o relacionamento, ela recebe da chefe a incumbência de ir até o Vietnã para ver a viabilidade de aquisição de uma empresa de turismo local para inserir o Vietnã como itinerário de sua agência. Chegando ao país Amanda conhece o charmoso guia Sinh (Scott Ly) e os dois começam a se aproximar.

É o típico romance de personalidades opostas se complementando. Ela é metódica e organizada, ele é espontâneo e aventureiro, juntos aprenderão um com o outro e vão inevitavelmente se apaixonar. Cook e Ly são carismáticos o suficiente para convencer e as paisagens e fatos culturais do Vietnã são interessantes, embora o modo como o filme trata todo o lugar sob um viés exotizante denota um olhar colonizador sobre aquela cultura.

terça-feira, 25 de abril de 2023

Drops – Ghosted: Sem Resposta

 

Análise Crítica – Ghosted: Sem Resposta

Review – Ghosted: Sem Resposta
O gentil e pacato fazendeiro Cole (Chris Evans) conhece a bela Sadie (Ana de Armas) numa feira e ambos imediatamente se conectam. Depois de um dia incrível, Cole entra em contato com ela, mas passa dias sem resposta. Como ele sabe que ela está em Londres, decide viajar para a Inglaterra de modo a surpreender a amada. O que ele não sabia é que Sadie era uma agente da Cia e agora Cole está no meio de uma trama de espionagem internacional.

É basicamente Encontro Explosivo (2010) só que com o gênero dos personagens trocados e com menos intensidade. Não tem nada fundamentalmente errado aqui, mas também não há nada de muito memorável. A ação é correta e executada com competência, embora não tenha nada que chame nossa atenção ou realmente empolgue. A trama é razoavelmente básica e previsível tanto em termos das reviravoltas na trama de espionagem quanto no arco da trama romântica (eles tem personalidades opostas e vão aprender algo um do outro), embora isso incomodaria menos se a ação ou o humor fossem mais marcantes.

terça-feira, 11 de abril de 2023

Crítica – Rye Lane: Um Amor Inesperado

 

Análise Crítica – Rye Lane: Um Amor Inesperado

Review – Rye Lane: Um Amor Inesperado
Em tempos em que qualquer blockbuster ou comédia romântica despretensiosos passam facilmente da marca de duas horas, é um alívio encontrar uma produção que sabe ir direto ao ponto e usa os elementos conhecidos dos gêneros para construir uma economia narrativa que permite trama focar no que é singular de seus personagens ao invés de apenas repetir elementos conhecidos. Bastante celebrado no festival de Sundance, a produção britânica Rye Lane: Um Amor Inesperado, que chega ao Brasil via Star Plus, é uma bela surpresa.

A trama é centrada no casal Dom (David Jonsson) e Yas (Vivian Oparah). Eles se conhecem em uma tarde no sul de Londres quando ambos estão passando por términos ruins, especialmente Dom que é encontrado por Yas chorando em um banheiro. A partir daí eles compartilham um com o outro as recentes desilusões afetivas e aos poucos vão se aproximando conforme conversam ao longo do dia.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Crítica – Alguém Que Eu Costumava Conhecer

 

Análise Crítica – Alguém Que Eu Costumava Conhecer

Review – Alguém Que Eu Costumava Conhecer
Segundo filme do ator Dave Franco como diretor, escrito em parceria com sua esposa, Alison Brie, Alguém Que Eu Costumava Conhecer mistura drama e comédia para construir um estudo de personagem. A trama é centrada em Ally (Alison Brie) uma produtora de televisão que volta para sua pacata cidade natal depois que seu programa é cancelado. Lá ela reencontra o ex-namorado Sean (Jay Ellis) e começa a se reconectar com quem era na juventude, mas as coisas se complicam quando ela descobre que Sean está prestes a casar com Cassidy (Kiersey Clemons).

A coisa rapidamente vira uma quase imitação de O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997) e o filme meio que reconhece isso em um diálogo. Não que ele use essa referência para fazer qualquer tipo de paródia ou comentário, ele apenas cita um filme melhor que você preferiria estar vendo do que esse material insosso. Um dos principais problemas é que a trama é bastante vaga nas motivações de Ally em se juntar à comitiva de Sean. Se no filme estrelado por Julia Roberts ela tinha a clara intenção de sabotar o casamento, aqui o texto nunca deixa claro o que Ally realmente deseja. Ela quer se reconectar com o passado? Ela quer saber se Cassidy é digna de Sean? Ela quer sabotar o casamento?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Drops – Na Sua Casa ou na Minha?

 

Resenha Crítica – Na Sua Casa ou na Minha?

Review – Na Sua Casa ou na Minha?
Os trailers de Na Sua Casa ou na Minha? não faziam muito para me deixar empolgado e davam a impressão de uma comédia romântica bem clichê. Ainda assim resolvi assistir por ser a estreia na direção de Aline Brosch McKenna, uma das showrunners de Crazy Ex-Girlfriend, uma série que conseguia muito bem virar do avesso os clichês de filmes românticos apesar de parecer seguir os lugares-comuns. Esperava que o mesmo pudesse acontecer aqui, mas infelizmente não é o caso.

A trama é centrada em Peter (Ashton Kutcher) e Debbie (Reese Whiterspoon), que tiveram um caso na faculdade, mas décadas depois se tornaram amigos. Peter é um ambicioso publicitário com uma vida agitada em Nova Iorque, enquanto que Debbie leva uma vida pacata em Los Angeles com o filho. Quando Debbie fica sem ter com quem deixar o filho quando precisa viajar para fazer um curso, Peter aceita passar uma semana na casa de Debbie e deixa seu apartamento para que ela se hospede em Nova Iorque.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Drops – Certas Pessoas

 

Análise Crítica – Certas Pessoas

Review – Certas Pessoas
Dirigido por Kenya Barris, criador da bacana série Black-ish, Certas Pessoas também trata de tensões raciais. Se em Black-ish Barris conseguia transitar com sensibilidade e humor por temas espinhosos como colorismo, Certas Pessoas não traz a mesma qualidade em seus insights.

A narrativa segue Ezra (Jonah Hill), rapaz branco e judeu que se apaixona pela jovem negra Amira (Lauren London). Os jovens desejam se casar, mas esbarram em problemas com seus pais. A mãe de Ezra, Shelley (Julia Louis-Dreyfus), tenta soar progressista, mas acaba soando inconveniente e preconceituosa a maior parte do tempo enquanto que o pai de Amira, Akbar (Eddie Murphy), é um ativista do movimento negro que não aceita a relação da filha com um branco.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Crítica – Decisão de Partir

 

Análise Crítica – Decisão de Partir

Review – Decisão de Partir
Filme mais recente do diretor sul-coreano Park Chan-wook, Decisão de Partir flerta com o noir e com um clima de suspense hitchcockiano. Apesar da trama investigativa que inicia a narrativa, no entanto, ele está mais interessado na relação entre seus protagonistas do que na resolução do crime.

O detetive Hae-joon (Park Hae-il) é incumbido de investigar a morte de um sujeito que supostamente caiu do alto de um morro. Parece ser acidente, mas há indícios de que possa ter sido assassinato. A principal suspeita é a esposa do morto, Seo-rae (Tang Wei), que trabalha como cuidadora de idosos. A investigação coloca Hae-joon para monitorar Seo-rae de perto e logo os dois começam a se aproximar.

É, logicamente, uma relação fadada ao fracasso já que Seo é claramente culpada e a única maneira de Hae-joon mantê-la em segurança é se afastar dela e não continuar a investigação. Seo, no entanto, se apaixona pelo detetive e tenta encontrar maneiras de chamar sua atenção, incluindo outros assassinatos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Crítica – Até os Ossos

Análise Crítica – Até os Ossos


Review – Até os Ossos
No papel Até os Ossos é uma trama que não deveria funcionar. É um road movie sobre canibalismo e também uma história de amor e autoaceitação. Seria fácil deixar o tom inconsistente ou falhar em nos fazer entender esses personagens a despeito das coisas brutais que eles fazem, mas o diretor Luca Guadagnino caminha com sensibilidade pelos temas complicados do filme.

A trama se passa na década de 80, sendo protagonizada por Maren (Taylor Russell, a Judy de Perdidos no Espaço). Uma garota que está começando uma nova escola e tentando se aproximar das colegas a despeito do pai superprotetor. Uma noite Maren escapa de casa para ir se encontrar com as amigas. Durante a conversa com umas das amigas, Maren morde o dedo dela e começa a devorar a carne. Chegando em casa ensanguentada, o pai dela se comporta como se não fosse a primeira vez e Maren parte em uma jornada de autodescoberta pelo interior dos EUA. No caminho ela conhece Lee (Timothee Chalamet), que também tem o mesmo impulso de comer carne humana.