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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Crítica – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais

 

Análise Crítica – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais

Review – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais
Quando estreou a primeira temporada de Monstros, nova série de antologia sobre crimes reais produzidas por Ryan Murphy, acabei deixando de conferir a história do assassino Jeffrey Dahmer por já estar saturado na época de séries “true crime”. A série chega a sua segunda temporada com este Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais contando o caso de dois irmãos que mataram os pais no final da década de 80. Eu tinha ouvido falar do caso algumas vezes, mas nunca soube muito à respeito, então resolvi conferir a série.

A narrativa acompanha os irmãos Lyle (Nicholas Alexander Chavez) e Erik Menedez (Cooper Koch) que em 1989 assassinam o pai, José (Javier Bardem), e a mãe, Kitty (Chloe Sevigny), com múltiplos tiros de espingarda. O crime chamou atenção pela crueldade e pelo fato de que os irmãos inicialmente tentaram culpar a máfia pela execução dos pais, tentando sugerir que o pai, um rico empresário da indústria fonográfica, estava envolvido com o crime organizado. O caminho até a eventual condenação dos irmãos levou quase uma década e foi marcado por denúncias de abusos físicos e sexuais que José Menendez teria cometido contra eles.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Rapsódias Revisitadas – Assassinato em Gosford Park

 

Crítica – Assassinato em Gosford Park

Review – Assassinato em Gosford Park
Apesar do título em português evocar um suspense investigativo, Assassinato em Gosford Park é um drama mais interessado no que o assassinato no centro da trama movimenta entre os diferentes personagens que habitam a luxuosa mansão britânica na qual a narrativa se passa do que no crime em si. É um filme sobre questões de classe social e como a criadagem é tratada de forma invisível, com os funcionários usando essa invisibilidade a seu favor.

A narrativa se passa em 1932 e acompanha um final de semana na propriedade de Gosford Park, chefiada pelo truculento William McCordle (Michael Gambon). A propriedade abriga no final de semana membros proeminentes da sociedade britânica, como lady Constance Trentham (Maggie Smith), a filha de McCordle, Sylvia (Kristin Scott Thomas), Raymond Stockbridge (Charles Dance), além de convidados estrangeiros como o produtor de cinema Morris Weissman (Bob Balaban). Esses ricos vem acompanhados de seus criados, como Mary (Kelly Macdonald), que serve lady Trentham, ou Henry (Ryan Philippe) assistente de Weissman que acaba sendo colocado junto com os outros criados, além da própria equipe da mansão, como a sra. Wilson (Helen Mirren), Elsie (Emily Watson), George (Richard E. Grant) e o chefe dos criados, o sr. Jennings (Alan Bates).

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Crítica – Calor Mortífero

 

Análise Crítica – Calor Mortífero

Review – Calor Mortífero
Nunca li os livros de Jo Nesbo, mas meu contato com adaptações de suas obras não foi dos melhores. Primeiro com o péssimo Boneco de Neve (2017) e agora com este fraco Calor Mortífero, produção da Prime Video que adapta o conto O Homem Ciumento de Nesbo.

Mistério requentado

A trama se passa na Grécia e acompanha o detetive particular Nick Bali (Joseph Gordon Levitt) contratado pela socialite Penelope (Shailene Woodley) para investigar a morte de seu cunhado Leo (Richard Madden). Leo teria morrido ao cair de um penhasco durante uma escalada livre (sem equipamentos), com a morte sendo considerada um acidente. Penelope, no entanto, desconfia de algo, já que o controle da empresa da família está em jogo, contrata o detetive. As principais suspeitas recaem sobre Elias (Richard Madden), irmão gêmeo de Leo e marido de Penelope, e Audrey (Claire Holman), a controladora mãe dos gêmeos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Crítica – O Cara da Piscina

 

Análise Crítica – O Cara da Piscina

Review – O Cara da Piscina
Se não me engano foi o crítico Roger Ebert que disse que um filme bom nunca é longo o bastante e um filme ruim nunca é curto o bastante. Isso se aplica perfeitamente a este O Cara da Piscina, cujos meros cem minutos de duração se transformam em algo tão dolorosamente excruciante que o filme parece ter mais de quatro horas de duração.

A trama é centrada em Darren (Chris Pine), um tratador de piscinas hiponga, conspiracionista, metido a filósofo e ativista político, sempre cobrando mudanças nas linhas de ônibus na câmara de vereadores. Quando ele esbarra em um escândalo envolvendo o presidente da câmara, Stephen Toronkowski (Stephen Tobolowski), que pode estar recebendo propina do magnata imobiliário Theodore Hollandaise (Clancy Brown) para aprovar um grande empreendimento, Darren decide investigar a questão. No meio do caminho encontra a femme fatale June (DeWanda Wise) e mais uma série de personagens pitorescos.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Drops – Os Provocadores

 

Análise – Os Provocadores

Review – Os Provocadores
Reunindo Casey Affleck e Matt Damon depois de ambos dividirem a cena na trilogia Onze Homens e Um Segredo, Os Provocadores tenta ser um filme de roubo que mistura comédia e algum comentário político. A trama segue Rory (Matt Damon) e Cobby (Casey Affleck), dois sujeitos que estão em um péssimo momento de suas vidas que aceitam a proposta do pequeno criminoso Scalvo (Jack Harlow, do fraco remake de Homens Brancos Não Sabem Enterrar) para roubarem o dinheiro de propina que o prefeito Miccelli (Ron Perlman) tem escondido em um cofre. O assalto dá errado e agora Rory e Cobby são homens procurados precisando encontrar um meio de fugirem da cidade, indo pedir ajuda à terapeuta de Rory, a dra. Rivera (Hong Chau).

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Crítica – Armadilha

 

Análise Crítica – Armadilha

Review – Armadilha
Um sujeito leva a filha para o show de uma diva pop e se espanta com o volume de policiais no local. Ele logo fica sabendo que as autoridades montaram no show uma armadilha para prender um perigoso assassino em série ao saberem que ele estaria lá. O problema é que o sujeito é o assassino que polícia procura. Novo filme do M. Night Shyamalan, Armadilha parte de uma premissa que parece saída de um suspense B e abraça completamente essa natureza, talvez o filme de sensibilidade mais B do diretor desde A Visita (2015).

A prisão do pop

Cooper (Josh Hartnett) está com a filha no show da cantora pop Lady Rave (Saleka Shyamalan, filha do diretor). Ao descobrir que a polícia montou uma armadilha para prendê-lo ele usa todas as suas habilidades para encontrar um meio de fugir do local ao mesmo tempo em que tenta manter sua fachada diante da filha.

A narrativa tem sua parcela de conveniências, como o fato de Cooper constantemente encontrar pessoas que revelam facilmente os segredos da operação ou algumas soluções pouco plausíveis, como o avental roubado de um funcionário estar com a carteira do sujeito dentro para que Cooper possa usar um documento para sair de um problema. Muito disso, no entanto, é tratado com alguma medida de humor, parte da autoconsciência que o filme exibe a respeito de toda a sua vibe de filme B.

Hartnett, que vem experimentando uma renascença na carreira com participações em produções como Black Mirror ou Oppenheimer (2023), é ótimo em construir a dualidade de Cooper. Um pai amoroso, que parece se importar de verdade com a filha e quer mantê-la longe de sua faceta mais sombria, e um assassino ardiloso e cruel que não se importa em mentir, manipular ou ferir os outros para conseguir o que quer. A composição de Harnett mostra aos poucos as rachaduras que vão aparecendo em sua fachada de cidadão pacato, ficando mais agitado e com mais dificuldade de se manter no controle.

Esse desvelamento da personalidade do protagonista se dá também pelo modo como Shyamalan o filma, recorrendo a closes mais fechados ou planos detalhe de pequenos tiques e expressões do personagem que revelam sua tensão e gradual perda de controle, além de ressaltar a sensação de acuamento e como as opções e espaços estão diminuindo ao seu redor. A narrativa se equilibra em uma corda bamba tonal, tentando ao mesmo tempo nos fazer temer Cooper por sua natureza cruel e implacável e fazer nos importarmos com sua relação com a filha, a exemplo de toda a subtrama envolvendo a briga da filha com uma colega de escola. Essas duas facetas eventualmente convergem, como no momento em que Cooper convence a produção do show a escolher sua filha para ser chamada para dançar com Lady Raven no palco, simultaneamente conseguindo acesso aos bastidores da arena e fazendo a filha provocar ciúmes na patricinha que a maltratou.

O caos da liberdade

É uma pena que toda essa construção cuidadosa e o crescimento da tensão desmoronem assim que a narrativa deixa o estádio. A impressão é que Shyamalan tinha umas três ideias diferentes de como encerrar sua narrativa e resolveu executar todas ao mesmo tempo, resultando em um vai e vêm constante de caminhos narrativos, reviravoltas que se acumulam tão rápido que não causam o impacto devido e soluções tão convenientes que mesmo no clima de excesso do filme soam pouco críveis.

A revelação envolvendo a personagem de Alison Pill, por exemplo, falha em ser a grande reviravolta que o filme a conduz para ser por soar desonesta. A personagem aparece muito tarde e muito pouco para sentirmos que aquela é uma guinada inesperada que ressignifica o que achávamos entender da dinâmica daquelas personagens e mais algo que o roteiro tira da cartola no último minuto porque precisava chocar o espectador. Para funcionar como o filme esperava que funcionasse era preciso apresentar a personagem antes, mostrar o estado da relação de Cooper com ela e ir construindo alguma medida subjacente de ambiguidade.

É mais um exemplo que mostra como Shyamalan é um ótimo diretor, mas um péssimo roteirista, algo que já mencionei quando escrevi sobre Batem à Porta (2023). Shyamalan só tinha a ganhar se concentrasse seus esforços na direção e tivesse alguém para desenvolver os roteiros ao seu lado a partir dos argumentos que ele próprio cria.

Armadilha vale pelo modo como constrói o senso crescente de tensão no jogo de gato e rato entre o protagonista e seus perseguidores, bem como na dualidade que traz ao protagonista, sendo lamentável que ele se perca no clímax, desperdiçando o seu próprio potencial.

 

Nota: 6/10


Trailer

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Drops – O Reencontro da Turma

 

Análise – O Reencontro da Turma

Review – O Reencontro da Turma
Depois de assistir O Reencontro da Turma pensei seriamente se eu escreveria algo respeito. É uma produção tão inane, tão desprovida de qualquer qualidade minimamente memorável que pensei que seria difícil fazer render um texto sobre ele, mesmo nas pílulas críticas da coluna Drops. Ainda assim, resolvi tentar como um desafio (ou penitência, sei lá) auto imposto para ver o que consigo extrair.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

 

Análise Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

Review – Longlegs: Vínculo Mortal
Dirigido por Osgood Perkins, filho do ator Anthony Perkins (famoso pelo Norman Bates de Psicose), este Longlegs: Vínculo Mortal mistura um thriller de serial killer com horror sobrenatural. Nem sempre a mistura transita de maneira fluida entre os gêneros, mas a condução de Perkins é eficiente em criar uma atmosfera de constante tensão.

Instinto sombrio

A narrativa é centrada em Lee Harker (Maika Monroe, de Corrente do Mal) uma jovem agente do FBI que tem um instinto afiado para encontrar criminosos. Ela acaba incumbida pelo seu superior, Carter (Blair Underwood), de investigar os assassinatos cometidos pelo misterioso Longlegs (Nicolas Cage). Ao longo de anos, o assassino matou cerca de dez famílias inteiras, sempre deixando uma carta cifrada no local do crime, mas nenhuma evidência física de sua participação nos crimes, que são considerados assassinatos seguidos de suicídio e as provas apontam para os pais de cada família cometendo os crimes.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Crítica – Motel Destino

 

Análise Crítica – Motel Destino

Review – Motel Destino
Motéis são um espaço de discrição e também de livre exercício de nossos desejos. Um lugar em somos encorajados a fazer o que queremos porque ninguém nos vê. Não é acidente, portanto, que a locação central de Motel Destino, um filme cuja história gira em torno de desejo e da necessidade de se esconder, seja um motel.

Neon Noir

A trama é protagonizada por Heraldo (Iago Xavier). Ele e o irmão trabalham para a chefe de uma facção local e são incumbidos de eliminar um rival dela. Um dia antes do assassinato, Heraldo se envolve com uma mulher que conheceu em um show e vai com ela para um motel, ele acorda no dia seguinte atrasado para o assassinato e quando chega no local combinado descobre que o irmão tentou o ataque sozinho e foi morto. Temendo a vingança da chefe e dos companheiros, Heraldo volta ao motel para se esconder e convence o casal de donos, Dayana (Nataly Rocha) e Elias (Fábio Assunção) a deixá-lo ficar lá em troca de emprego. Aos poucos, tanto Elias quanto Dayana demonstram interesse nele, com Heraldo eventualmente se envolvendo com Dayana.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Crítica – Alien: Romulus

 

Análise Crítica – Alien: Romulus

Review – Alien: Romulus
Depois de dois filmes bem aquém do esperado com Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017) eu não tinha muitas expectativas em relação a este Alien: Romulus. Sim, o diretor Fede Alvarez tem uma trajetória sólida no horror com filmes como O Homem nas Trevas (2016) ou A Morte do Demônio (2013), mas a impressão é que não havia muito mais a ser dito sobre o universo criado em Alien: O Oitavo Passageiro (1979). Alien: Romulus não é uma reinvenção da franquia, mas trabalha de modo consistente seus temas de totalitarismo corporativo, soberba humana ou a tentativa do homem em tomar para si a criação da vida. Inclusive executa melhor alguns conceitos que não foram muito bem aproveitados em produções anteriores neste universo.

A trama é centrada em Rain (Cailee Spaeny), que trabalha em uma decadente colônia de mineração da Weyland-Yutani. Ela acumulou horas de trabalho suficientes para conseguir um passe para deixar o lúgubre planeta minerador que não recebe luz solar para um lugar, mas habitável. Quando a empresa muda a cota de horas na última hora, ela decide encontrar um outro meio para sair do planeta junto com o sintético Andy (David Jonsson), a quem considera um irmão. A chance de fuga aparece através de Tyler (Archie Renaux) que propõe a Rain usar as permissões que Andy tem dos sistemas da Weyland-Yutani para invadirem uma estação espacial desativada e roubarem os suprimentos que precisam para chegar no planeta mais próximo. Chegando na estação, porém, descobrem que o local não foi desativado, mas destruído e que experimentos perigosos estão à solta no local.

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Crítica – Manual de Assassinato Para Boas Garotas

 

Análise Crítica – Manual de Assassinato Para Boas Garotas

Review – Manual de Assassinato Para Boas Garotas
Adaptando o romance de mesmo nome escrito por Holly Jackson, Manual de Assassinato Para Boas Garotas é uma trama investigativa para o público jovem que remete a produtos similares como as histórias de Nancy Drew ou Veronica Mars. O problema é que a série não faz muito mais além de seguir todas as estruturas típicas desse tipo de narrativa sem muito brilho.

A trama é protagonizada por Pippa (Emma Myers, de Wandinha) que decide investigar o assassinato de Andie Bell (India Lillie Davies), a garota mais popular da escola, ocorrido cinco anos atrás. O crime abalou a pequena cidade em que Pippa vive e a garota pensa em usar sua investigação como a redação para a faculdade. Sua investigação também é motivada pelo fato dela não acreditar que Sal (Rahul Pattni), o namorado de Andie, tenha cometido o crime.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Crítica – Guerra Sem Regras

 

Análise Crítica – Guerra Sem Regras

Review – Guerra Sem Regras
Quando foi anunciado, Guerra Sem Regras dava a impressão que seria a versão britânica de Bastardos Inglórios (2009) do Tarantino ao narrar a história de um grupo violento de soldados usando táticas de guerrilha para sabotar a ocupação nazista na Europa. O filme é isso, com o problema de que não faz nada além de tentar emular a produção de Quentin Tarantino sem que o diretor Guy Richie consiga criar um senso de identidade ou estilo próprio para a sua narrativa.

A narrativa é levemente baseada na história real da Operação Postmaster, uma missão clandestina das forças armadas britânica para sabotar a cadeia de suprimentos nazista que abastecia os barcos que patrulhavam o oceano Atlântico. O renegado Gus March-Philips (Henry Cavill) é incumbido de liderar uma missão clandestina a uma ilha na costa oeste da África que serve de base para a estrutura de suporte aos submersíveis alemães que patrulham o oceano. Com ele está um grupo de soldados desajustados como o sueco Anders Lassen (Alan Ritchson, de Reacher) ou o piromaníaco Freddy (Henry Golding).

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Drops – Esquema de Risco: Operação Fortune

 

Análise – Esquema de Risco: Operação Fortune

Review – Esquema de Risco: Operação Fortune
Sinto que toda vez que eu pisco sai mais um filme de ação estrelado pelo Jason Statham e a essa altura a maioria deles é muito similar entre si para despertar meu interesse. O que me atraiu para este Esquema de Risco: Operação Fortune foi a inesperada parceria entre Statham e Aubrey Plaza, já que o senso de humor excêntrico que a atriz costuma carregar em todos os seus projetos não é algo que você imagina junto das fitas de ação estreladas pelo ator inglês.

A trama traz Statham como o mercenário Orson, contratado pela inteligência britânica para recuperar um HD roubado na Ucrânia que traz em si um avançado sistema de armas. Com a ajuda da hacker Sarah (Aubrey Plaza) eles descobrem que o drive está em posse do traficante de armas Greg (Hugh Grant), que planeja vendê-lo. Como não é qualquer um que se aproxima dele, Orson decide usar o astro do cinema Danny (Josh Hartnett), de quem Greg é fã, para se infiltrar no círculo social do criminoso.

terça-feira, 30 de julho de 2024

Crítica – Acima de Qualquer Suspeita

 

Análise Crítica – Acima de Qualquer Suspeita

Review – Acima de Qualquer Suspeita
Comecei a assistir a minissérie Acima de Qualquer Suspeita sem esperar muita coisa. Parecia só mais um drama jurídico e investigativo. Na prática ele é isso, não tendo qualquer reinvenção da roda nas mecânicas desse gênero, seja em forma ou conteúdo, mas é muito bem executado ao ponto de se elevar no oceano de produções similares.

Adaptando o romance homônimo de Scott Turow, a trama acompanha o promotor Rusty Sabich (Jake Gyllenhaal). Quando a promotora Carolyn Polhemus (Renate Reinsve, de A Pior Pessoa do Mundo) é assassinada com um método similar a um assassino que ela prendeu, Rusty se torna o promotor responsável pelo caso. O problema é que Rusty mantinha uma relação extraconjugal com Carolyn e esteve com ela na noite do assassinato, tornando-o suspeito do crime. Ele é retirado do caso e o promotor Tommy Molto (Peter Sarsgaard) trata Rusty como o principal suspeito. Agora Rusty precisa provar sua inocência.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Dublê de Corpo

 

Resenha – Dublê de Corpo

Review – Dublê de Corpo
O cinema de Brian de Palma sempre teve algo de referencial, com o diretor misturando influências de diferentes cineastas. Isso é visível em Dublê de Corpo, thriller erótico lançado em 1984 em que o diretor tenta fazer algo hitchcockiano. A trama segue Jake (Craig Wasson), um ator iniciante que recentemente perdeu um papel por conta de sua claustrofobia e pegou a namorada na cama com outro homem. Sem ter onde ficar, ele acaba aceitando a oferta Sam (Gregg Henry), um outro ator que ele conhece durante testes. Sam vai ficar fora da cidade por um tempo e oferece a Jake a casa onde ele está ficando. Ao levar Jake para o imóvel, Sam chama a atenção do amigo para a vizinha, que toda noite dança pelada em seu quarto. Jake começa a observá-la todo dia até que a vê ser abusada pelo marido e percebe uma figura estranha seguindo a mulher. Obecado, Jake tenta avisar a vizinha do que está ocorrendo.

É uma narrativa que claramente mistura Janela Indiscreta (1954) com Um Corpo que Cai (1958). Do primeiro de Palma pega a narrativa de viés voyeurístico, um sujeito que fica fascinado em observar as janelas até que observa algo que não deveria e se coloca em problemas. Do segundo ele pega a ideia de um protagonista com uma fobia paralisante que é usado como bode expiatório e cujo plano do vilão envolve usar uma mulher se passando por outra para atrair o protagonista.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Crítica – A Garota de Miller

 

Análise Crítica – A Garota de Miller

Review – A Garota de Miller
Primeiro longa metragem da diretora Jade Halley Bartlett, A Garota de Miller investiga o limite que separa desejo e desespero. A narrativa tenta dar conta das complexidades disso, mas fica na superfície de suas várias ideias apesar do esforço de seu elenco. A trama é centrada na estudante Cairo Sweet (Jenna Ortega), uma garota precoce e com talento para ser escritora que anseia por uma conexão real, mas não encontra ninguém que considere estar a sua altura na pequena cidade em que mora. As coisas mudam quando conhece o professor Jonathan Miller (Martin Freeman), um escritor frustrado que se resignou a ser professor de colegial.

Ter alguém que a compreende desperta o interesse de Cairo, do mesmo modo que Miller se atrai pela possibilidade de ser o mentor de alguém com talento real para ter sucesso no universo literário. São personagens movidos por suas carências. Cairo é uma garota rica cujos pais ausentes tentam compensar a distância afetiva (e física) dando tudo que ela quer, criando alguém que deseja ser próxima de alguém ao mesmo tempo em que não é alguém acostumada a ouvir um não. Jonathan é um escritor medíocre que nunca conseguiu o sucesso que almejava e sente que o mundo foi injusto consigo. Ele também ressente o sucesso da esposa, Beatrice (Dagmara Dominczyk de Succession), que o faz sentir diminuído e emasculado, enquanto que Beatrice parece ressentir a mediocridade do marido, constantemente soltando farpas passivo-agressivas lembrando-o de sua inferioridade.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Crítica – O Rito da Dança

 

Análise Crítica – O Rito da Dança

Review – O Rito da Dança
Estrelado por Lily Gladstone (de Assassinos da Lua das Flores), O Rito da Dança fala sobre a dificuldade das comunidades nativas dos Estados Unidos em manter contato com suas raízes e suas comunidades unidas diante de um descaso generalizado por parte do Estado. É também sobre conexões familiares, tentando construir um senso de intimidade com suas duas protagonistas.

Jax (Lily Gladstone) tenta procurar por sua irmã desaparecida já que a polícia tribal de sua reserva, composta apenas por uma pessoa, nada podem fazer e as autoridades externas não dão a mínima aos seus pedidos. Ela também cuida da sobrinha Roki (Isabel Deroy-Olson), filha da irmã desaparecida. Para manter a garota ocupada, Jax promete levá-la ao Powwow, um evento que reúne diferentes nações nativas do estado.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Velocidade Máxima

 

Crítica – Velocidade Máxima


Review – Velocidade Máxima
Eu perdi a conta de quantas vezes assisti Velocidade Máxima na Sessão da Tarde. Lançado em 1994, o filme foi responsável por sedimentar o status de estrela de ação de Keanu Reeves (que vinha do sucesso de Caçadores de Emoção e de uma performance criticada em Drácula de Bram Stoker) e também de Sandra Bullock, que tinha ganhado evidência no ano anterior ao estrelar O Demolidor ao lado de Sylvester Stallone e Wesley Snipes. É um filme marcado pelo tipo de cinema de ação feito na década de 90 com tudo de positivo e negativo que isso carrega. 

Na trama, o policial Jack Traven (Keanu Reeves) impede que um criminoso exploda bombas em um arranha-céu, com o suspeito aparentemente morrendo ao tentar fugir. Tempos depois ele e o parceiro, Harry (Jeff Daniels), recebem uma medalha pela ação. O problema é que o criminoso Howard (Dennis Hopper) não morreu e quer se vingar de Jack. Ele coloca uma bomba em um ônibus que irá se armar assim que o veículo chegar a 80 quilômetros por hora e irá explodir se o veículo ficar abaixo dessa velocidade. Jack localiza o ônibus e precisa mantê-lo em movimento até encontrar um meio de desarmar a bomba ou localizar o criminoso, contando com a ajuda da passageira Annie (Sandra Bullock) para guiar o ônibus depois que o motorista se fere.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Lixo Extraordinário – Estrada da Morte

 

Crítica - Estrada da Morte

Review - Zyzzyx Rd
Lançado em 2006, o suspense Estrada da Morte entrou para a história do cinema hollywoodiano como a bilheteria mais baixa da indústria, tendo arrecadado apenas trinta dólares na única semana em que ficou em cartaz. Essa manchete atraiu atenção para o filme, despertando a curiosidade de muitos em saber como isso aconteceu e se a produção era realmente tão ruim.

O fracasso

Considerando o preço do ingresso na época, o que foi arrecadado na bilheteria corresponde a seis pessoas indo assistir ao filme, sendo que duas delas, segundo uma reportagem da Entertainment Weekly, foram de pessoas que trabalharam na produção, especificamente uma maquiadora que foi assistir com um amigo. Estrada da Morte ficou em cartaz apenas uma semana em um único cinema de Dallas, no Texas, com uma sessão por dia. A exibição restrita foi proposital para cumprir uma resolução do SAG (o sindicato dos atores), que permite filmes de baixíssimo orçamento, como foi o caso de Estrada da Morte, de pagarem cachês aos atores abaixo de determinados pisos estipulados pela entidade, em contrapartida o sindicato obriga que o filme seja exibido nos cinemas dos EUA.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Drops – Confesse, Fletch

 

Crítica – Confesse, Fletch

Review – Confesse, Fletch
Estrelado por Jon Hamm, Confesse, Fletch é a segunda aventura do jornalista investigativo Irwin M. “Fletch” Fletcher nos cinemas. Criado na literatura por Gregory Macdonald, Fletch primeiro apareceu nos cinemas em Assassinato Por Encomenda (1985) que era uma adaptação do primeiro livro do personagem e tinha Chevy Chase como Fletch. Já Confesse, Fletch é uma adaptação do segundo romance protagonizado pelo jornalista.

Na trama, Fletch (Jon Hamm) vai aos Estados Unidos para investigar a venda de obras de arte que foram roubadas na Itália. Quando uma estudante de arte é assassinada e Fletch é colocado como o principal suspeito, cabe ao jornalista resolver o crime e limpar o próprio nome. Estruturalmente a narrativa apresenta uma trama policial bem comum, com um protagonista acusado de um crime que não cometeu precisando correr contra o tempo para provar a própria inocência, mas envolve pelo espírito de comédia e pela quantidade de personagens pitorescos que apresenta.