Estrelada por Vanessa Kirby, a
produção da Netflix A Noite Sempre Chega
tenta funcionar simultaneamente como thriller,
além como um drama social e um estudo de personagem. O filme nem sempre
consegue equilibrar suas várias ideias, no entanto, alguns elementos bem
executados fazem a experiência valer à pena.
Noite afora
A trama é centrada em Lynette
(Vanessa Kirby), que vive junto com a mãe, Doreen (Jennifer Jason Leigh), e o
irmão mais velho, Kenny (Zack Gottsagen), que tem Síndrome de Down. Lynette se
equilibra entre vários empregos e outros serviços para tentar equilibrar as contas.
Ela e a mãe estão prestes a conseguir um empréstimo para comprarem a casa onde
moram ou perderão o imóvel. No dia de assinarem o financiamento, no entanto, Doreen
não aparece e Lynette descobre que a mãe comprou um carro com o dinheiro que
tinham guardado para a entrada da casa. Sem poder dar a entrada e iniciar a compra,
Lynette tem até a manhã seguinte para levantar o valor ou perderá a chance de
comprar o imóvel, iniciando uma corrida desesperada através da noite.
Entre os vários gêneros que o
cinema brasileiro tem explorado com regularidade nos últimos anos, o thriller é um dos que menos aparece na
nossa cinematografia. Dirigido por Fernando Coimbra (responsável pelo excelente
O Lobo Atrás da Porta) este Os Enforcados tenta construir uma trama
de suspense a partir do universo da contravenção do jogo do bicho.
Profissão de risco
Regina (Leandra Leal) está no
meio da reforma da mansão na qual vive com o marido, Valério (Irandhir Santos),
os gastos estão altos e Valério lhe informa que precisarão diminuir custos pois
seus negócios não estão indo bem. Valério trabalha com o tio (Stepan
Nercessian) na exploração de caça-níqueis e jogo do bicho, sendo responsável
por lavar o dinheiro da contravenção do tio. Regina tenta estimular o marido a
tomar o controle dos negócios, já que o tio teria assassinado o pai de Valério
para chegar ao topo dos negócios. A oportunidade vem quando o tio pede para se
esconder na casa deles antes de fugir do país por conta de algum esquema que
deu errado. Tomar o controle, no entanto, é apenas o início dos problemas do
casal, já que o tio deixou muitas dívidas com outros figurões do crime.
Lançado em 2005, o suspense Plano de Voo chama atenção por sua
atmosfera de incerteza e manejo da intriga ao acompanhar um mistério em que
nada é o que parece. A narrativa é protagonizada por Kyle (Jodie Foster), uma
enlutada engenheira de aviação que parte em um voo de Berlim para os Estados
Unidos levando o corpo do marido recém-falecido. Ela vai acompanhada da filha
pequena, Julia (Marlene Lawston), mas pouco tempo depois do avião decolar a menina
desaparece. Ela pede ajuda à equipe para encontrar a garota, mas logo é
informada pelo capitão que não há registro de que Julia tenha embarcado. Assim,
Kyle tenta descobrir o que está acontecendo.
Voo noturno
A narrativa constrói bem o clima
de claustrofobia e paranoia que envolve a protagonista. Alguém em um ambiente
fechado, com todos duvidando de si, lutando para provar que está correta. A
dúvida se desloca também para o espectador, já que considerando o trauma
recente da perda do marido, começamos a considerar que talvez ela esteja
realmente imaginando coisas e a situação não seja o que ela pensa ser.
No papel Operação Vingança parece um thriller
bem típico. Sujeito tem esposa assassinada por terroristas e monta um plano
de vingança e, bom, é exatamente isso, uma aplicação de fórmulas conhecidas sem
nada que o ajude a se destacar de um oceano de produções similares.
Revanche previsível
Heller (Rami Malek) é um
programador que trabalha para a CIA. Quando sua esposa, Sarah (Rachel
Brosnahan, que recentemente foi a Lois Lane em Superman), é assassinada em um atentado terrorista na Europa, ele
exige participar da busca pelos culpados. Para isso, recebe treinamento de
campo do veterano Henderson (Lawrence Fishburne), que não vê como Heller será
capaz de cumprir a missão. As coisas se complicam quando Heller descobre que os
envolvidos no atentado são mercenários empregados pela CIA em missões secretas,
significando que a agência não tem qualquer interesse em capturá-los.
A primeira coisa que chamou minha
atenção enquanto assistia o novo Guerra
dos Mundos foi a opção de contar toda a história a partir da tela do
computador do protagonista que monitorava toda a situação. A escolha não
parecia casar com o escopo da narrativa. Depois descobri a real razão para o
filme ter sido feito dessa maneira e isso só piorou minha impressão a respeito
do resultado final.
Guerra confinada
A narrativa é protagonizada pelo
analista de inteligência William Radford (Ice Cube). Ele é responsável por
monitorar vazamentos de dados, mas também começou a receber pedidos das
agências especiais a respeito de estranhos fenômenos eletromagnéticos ocorrendo
ao redor do mundo. Quando estranhas máquinas de três pernas caem do céu e
começam a atacar várias cidades do mundo, William resolve analisar o que está
havendo para tentar articular uma resposta.
Tudo é narrado a partir da tela
do computador de William, no qual ele acessa imagens de câmeras, conversa com
colegas e familiares por chamadas de vídeo e se informa por noticiários. Como a
produção foi filmada em 2020, durante a pandemia de COVID-19, as medidas
sanitárias de isolamento provavelmente motivaram essa estrutura do filme. Seria
uma oportunidade de usar esse senso de isolamento como uma metáfora para o
temor e ansiedade do nosso confinamento durante a pandemia, quando estávamos fechados
em nossas casas temendo um inimigo invisível e sem saber o que estava acontecendo.
O Guerra dos Mundos de 2005 dirigido
por Steven Spielberg usava muito bem o romance de H.G Wells para refletir sobre
seu tempo, em especial o senso de insegurança, paranoia e vulnerabilidade dos
Estados Unidos pós 11 de setembro. Essa nova versão, no entanto, não faz nada
disso.
Não há qualquer tentativa de usar
o confinamento do personagem para refletir sobre o confinamento pandêmico.
Tampouco há qualquer senso da escala ou da gravidade dos ataques já que as
imagens da invasão e dos conflitos em si são poucas e sempre borradas ou pixelizadas
para disfarçar a qualidade baixa dos efeitos visuais. Em termos de narrativa,
há apenas o clichê do pai que tenta consertar a relação com os filhos e uma
trama sobre vigilância governamental e privacidade, mas nenhuma delas tem muito
a oferecer além de lugares comuns. Não ajuda que Ice Cube e o resto do elenco
entreguem performances automáticas, desinteressadas, que são incapazes de
injetar qualquer senso de drama ou urgência nos eventos. Apesar de noventa minutos,
a impressão é que a narrativa dura muito mais por conta das arrastadas videochamadas
nas quais tudo se desenvolve, lembrando o horrendo Black Wake(2020) protagonizado pela brasileira Nana Gouvea.
Cinismo corporativo
Além do vazio narrativo e dramatúrgico,
a produção também incomoda pelo excesso de exposição de marcas de ferramentas
digitais e o modo como o filme, sem qualquer sutileza, apresenta os atributos
positivos dessas ferramentas, mostrando essas plataformas como potenciais
salvadoras do mundo. São construções que quebram nossa imersão na narrativa e
também soam como uma tentativa cínica de construir uma representação positiva
de big techs que tem sido alvo de
bastante escrutínio nos últimos anos por seu papel em contribuir para
desinformação ou discursos de ódio. Aqui todos esses questionamentos são
sublimados e todas essas plataformas têm apenas impactos positivos no mundo.
O pior, no entanto, é o que
acontece no clímax, quando William precisa fisicamente fazer o upload de um
vírus em servidores e precisa de um pen drive, recorrendo a uma grande empresa
de comércio eletrônico. O que se segue é uma publicidade cínica da velocidade
de entregas da Amazon Prime com seu uso de drones, basicamente fazendo a Amazon
ser a responsável por salvar o mundo por sua suposta agilidade na entrega e
avanços tecnológicos. É uma escolha que reduz o filme a uma mera propaganda
corporativa (e uma propaganda ruim ainda por cima) pensada apenas para gerar
valor para a empresa sem qualquer preocupação em entreter o espectador ou
fazê-lo refletir.
Dirigido por Mel Gibson, Ameaça no Ar tenta construir um thriller a partir de um espaço
confinado. Em tese seria uma boa maneira de criar tensão, mantendo seus
personagens em um diminuto espaço enquanto lidam com uma ameaça constante. O
resultado, no entanto, é desprovido de qualquer fagulha de suspense.
Plano de voo
A narrativa acompanha a agente
federal Madolyn (Michelle Dockery), encarregada de levar uma importante
testemunha, Winston (Topher Grace) através do estado do Alasca. Da cidade onde
estão, a agência só lhe consegue um velho avião bimotor no qual só cabem eles
dois e o piloto, Daryl (Mark Wahlberg). No meio do voo, no entanto, eles
descobrem que Daryl tomou o lugar do piloto real e é um assassino enviado para
matar Winston, impedindo-o de testemunhar contra um figurão do crime. Agora
Madolyn e Winston precisam encontrar um meio de sobreviver ao assassino e levar
o avião até o seu destino.
A produção britânica Os Radley tenta fazer algo diferente com
histórias de vampiros ao contar a história de uma família vampírica que tenta
viver uma vida normal em sua vizinhança pacata, abdicando do consumo de sangue.
Os problemas que se impõem a eles no cotidiano, no entanto, ampliam a vontade
de morder pessoas.
Fome de viver
Os jovens Rowan (Harry Baxendale)
e Clara (Bo Bragason) Radley são adolescentes aparentemente comuns, embora se
sintam diferentes e deslocados dos demais. A confirmação de que eles são de
fato diferentes vem quando Clara reage a um colega de escola que tenta abusar
dela, criando presas e mordendo seu pescoço para devorar seu sangue. É então
que seus pais Peter (Damian Lewis) e Helen (Kelly Macdonald) revelam a verdade:
eles são vampiros, mas optaram por uma vida abstêmia por não quererem ter que
matar pessoas. Para lidar com o cadáver do colega morto, Helen chama o cunhado
Will (também Damian Lewis), que ao contrário deles não tem qualquer questão
moral em devorar sangue.
No papel The Alto Knights: Máfia e Poder soa como um filme promissor. A
história real de uma rivalidade entre dois grandes mafiosos estrelada por
Robert De Niro e dirigida pelo renomado Barry Levinson parece um filme com
tudo para dar certo. Infelizmente, no entanto, o que parece se conduzir como se
fosse um novo Os Bons Companheiros
(1990)termina mais próximo de um
desastre como Gotti: O Chefe da Máfia(2018).
Dupla explosiva
A narrativa se baseia na história
real da rivalidade entre Frank Costello (Robert De Niro) e Vito Genovese
(também Robert De Niro), dois imigrantes italianos que trabalharam juntos em
organizações mafiosas nos Estados Unidos da metade século XX e se tornaram
rivais disputando pelo controle. Suas personalidades são opostas, com Costello
sendo um sujeito mais suave, mais político, enquanto Vito é cabeça quente,
irascível e propenso a resolver tudo na base da violência. Quando um atentado à
vida de Frank fracassa, ele resolve se aposentar do comando da organização
passando tudo para Vito, mas a ambição e paranoia de Vito colocam tudo em
risco.
Estrelado por Hunter Schafer, Cuckoo: O Medo Chama cria uma misteriosa
atmosfera de horror para sua história, mas conforme progride não consegue dar
conta dos múltiplos temas que tenta abordar. A narrativa é centrada em Gretchen
(Hunter Schafer), uma jovem que se muda para a Alemanha com o pai, Luis (Marton
Csokas), a madastra, Beth (Jessica Henwick), e a irmã caçula Alma (Mila Lieu),
que desde que nasceu nunca conseguiu falar. Luis vai para o país a trabalho,
para reformar o remoto resort nas montanhas de propriedade do excêntrico Konig
(Dan Stevens). Gretchen começa a trabalhar como recepcionista do remoto resort,
mas logo começa a notar estranhos fenômenos e a ser perseguida por uma bizarra
mulher encapuzada. Como ninguém mais vê a tal mulher, o pai e a madrasta acham
que Gretchen está tentando chamar atenção, já que eles estão focados nos
problemas de saúde de Alma.
Espécie invasora
A narrativa vai aos poucos
construindo um senso de tensão e estranheza conforme fenômenos bizarros vão
acontecendo ao redor de Gretchen, desde conduta esquisita dos hóspedes,
passando por estranhos sons e momentos de deja
vu que ela experimenta até as violentas perseguições da mulher encapuzada.
Há uma ambiguidade nesses momentos que nos deixa incertos se é tudo na mente de
Gretchen, que lida com o senso de isolamento e o falecimento inesperado de sua
mãe, ou se há de fato uma criatura à espreita que explica todos os fenômenos
estranhos.
Por outro lado, alguns segredos
são bem óbvios desde o início como o fato de Konig claramente estar escondendo
algo, o que mina parte da ambiguidade que a narrativa tenta construir. O que
era uma narrativa sobre o luto de Gretchen e o senso de não pertencimento dela
à nova família do pai vai se abrindo a outros temas a partir do momento em que
o filme decide explicar o que de fato está acontecendo e qual a natureza da
ameaça.
As experiências de Konig com
criaturas híbridas deslocam os temas do luto para falar de ética científica,
direitos reprodutivos da mulher e diferentes configurações de família, mas
nunca há tempo suficiente para desenvolver todas essas ideias. O filme se torna
um slasher competente, com bons
momentos de tensão graças aos visuais bizarros e senso de estranheza com o qual
tudo é conduzido, mas fica a impressão de que a narrativa levanta muitas
questões e não as trabalha a contento.
De certa forma Tempo de Guerra passa por questões
similares a Falcão Negro em Perigo (2001).
Ambas são produções tecnicamente bem feitas nas suas reconstruções de situações
de guerra, mas que é míope demais no contexto ao redor desse conflito para que
seu efeito seja qualquer outra coisa que não uma celebração maniqueísta da
resiliência das tropas retratadas.
Guerra interior
A trama conta a história real de
uma tropa de fuzileiros durante a Guerra do Iraque que ficou acuada em dentro
de uma casa enquanto tentavam dar suporte a outra unidade. Sem ter como sair e
com soldados feridos, eles tentam resistir aos ataques externos enquanto buscam
um modo de cuidar dos feridos e evacuar em segurança. A narrativa se passa em
tempo real, acompanhando a situação conforme ela se desenrola e busca um
registro mais realista de uma operação de guerra.
Me aproximo desse Premonição 6: Laços de Sangue como
alguém que não é um profundo conhecedor da franquia. Assisti o primeiro e o
segundo filme e, assim como aconteceu com Jogos
Mortais, me dei por satisfeito e resolvi parar por aí. Com esse sexto filme
chegando mais de uma década depois do quinto fiquei curioso por terem
resolvidos ressuscitar a franquia.
Desafiando a morte
A trama é centrada em Steph (Kaitlyn
Santa Juana), uma jovem universitária que começa a ter sonhos recorrentes com o
desabamento de um restaurante panorâmico que mata várias pessoas. Com o tempo
ela descobre que uma das pessoas no sonho era sua avó e como as visões estão
atrapalhando em seu desempenho na faculdade, ela decide descobrir o que
aconteceu com a sua avó e, no processo desenterra segredos de sua família.
Existem dois filmes dentro de Echo Valley e, infelizmente, a produção
escolhe por priorizar o menos interessante deles. Apesar de um começo promissor
e de um elenco competente, a produção acaba degringolando em um suspense B que sequer
consegue executar bem suas principais reviravoltas.
Querida menina
Depois de uma perda pessoal
severa, Kate (Julianne Moore) passa a viver reclusa em sua fazenda de cavalos.
O cotidiano solitário dela é interrompido pelo retorno Claire (Sydney Sweeney),
sua filha viciada em drogas. De início parece que Claire está disposta a se
reestruturar, mas logo fica evidente que ela está ali só para conseguir
dinheiro e outros recursos antes de voltar para as ruas. Kate tenta ajudá-la,
mas logo se vê enredada nos crimes da filha.
Depois de dar novo fôlego à
franquia com OPredador: A Caçada (2022), o diretor Dan Trachtenberg retorna ao
universo dos yautja (a raça dos predadores) nesta antologia animada Predador: Assassino de Assassinos. A
narrativa acompanha três histórias que se passam em épocas diferentes e mostram
a presença dos predadores em nosso planeta o longo da história humana.
Quem mata os matadores?
A primeira história se passa no
período dos vikings, com a guerreira
Ursa liderando seu povo em uma campanha para se vingar daqueles que mataram seu
pai. A segunda acontece no Japão feudal, com os irmãos Kenji e Kiyoshi lutando
entre si pela herança do pai. A terceira é durante a Segunda Guerra Mundial com
o mecânico Torres descobrindo que as aeronaves de seu porta-aviões estão sendo
abatidas por uma nave que não pertence aos inimigos.
Lançado em 2016, o primeiro O Contadorchamava atenção pelo
protagonista neurodivergente vivido por Ben Affleck, mas além disso era um
suspense moroso, com poucos elementos marcantes. Não era um filme que me
deixava curioso por mais, nem parecia ter sucesso ou fãs pedindo por uma
continuação. Ainda assim esse O Contador
2 é lançado quase dez anos depois do original e continua sendo um suspense
meia boca impedido de mergulhar no completo tédio por conta do protagonista.
Identificando padrões
A trama começa com o assassinato
de King (J.K Simmons) durante a investigação a um esquema de tráfico de
pessoas. A agente Marybeth (Cynthia Addai-Robinson) relutantemente pede ajuda a
Christian (Ben Affleck) para ajudar a descobrir o que aconteceu, já que o nome
dele estava nos arquivos de King. No percurso, Christian também é auxiliado
pelo irmão Braxton (Jon Bernthal) de quem tenta se reaproximar.
Refazendo o suspense argentino 4x4 (2019), este Confinado soa como mais um remake
hollywoodiano voltado para o público estadunidense com preguiça de ler
legendas considerando que o original argentino não é tão antigo. É uma
tentativa de mesclar thriller com uma
reflexão sobre classe social e desigualdades da vida urbana, mas não executa
bem nenhuma dessas ideias.
Confinamento veicular
A narrativa é centrada em Eddie
(Bill Skarsgard) um criminoso pé de chinelo que está tentando juntar dinheiro
para pagar suas dívidas e tentar rever a filha, cujos direitos de visitação
perdeu por conta de seus problemas legais. Um dia ele vê uma SUV de luxo parada
em um estacionamento deserto e tenta abri-la na esperança de encontrar algo de
valor. Ao entrar ele se vê trancado no carro e uma voz vinda do computador de
bordo se anuncia como William (Anthony Hopkins), um homem que transformou o
carro em uma armadilha para criminosos. Transformando o veículo em uma câmara
de tortura digna do Jigsaw de Jogos
Mortais, William tenta punir Eddie enquanto ele tenta pensar em um meio de
sair dali.
Depois de uma excelente primeira
temporada que manteve a essência do primeiro game ao mesmo tempo em que
expandiu alguns elementos do seu universo, The Last of Uschega a sua segunda temporada com um desafio ainda maior. O
segundo game não é apenas mais longo e mais moralmente ambíguo, ele depende de
muitos elementos específicos da linguagem dos games para construir sua reflexão
sobre violência de maneira impactante.
Consequências violentas
A trama se passa alguns anos
depois da temporada anterior. Ellie (Bella Ramsay) e Joel (Pedro Pascal) agora
vivem na comunidade liderada por Tommy (Gabriel Luna). Apesar de seguros, Ellie
e Joel estão distantes um do outro. Porém quando Joel é morto por Abby (Kaitlyn
Dever) como vingança pelo que aconteceu no hospital dos Vaga-Lumes, Ellie
decide partir em uma jornada de vingança, mesmo que isso contrarie os conselho
da comunidade.
Continuando de onde Missão Impossível: Acerto de Contas(2023)
parou, este Missão Impossível: O Acerto
Final não é apenas uma finalização da história iniciada na aventura de
2023, mas também uma culminância de toda a franquia até aqui. Tal como
aconteceu em Vingadores: Ultimato(2019),
outro filme que também era a culminação de toda uma série de filmes, esta que se
pretende a ser a aventura derradeira de Ethan Hunt sofre por querer ser mais do
que um filme, funcionando como uma grande “volta olímpica” da franquia
celebrando a si mesma resultando em algo que por vezes soa demasiadamente
inchado, cedendo sob o peso da própria megalomania.
A soma de todas as escolhas
Não que seja ruim, longe disso,
mas o filme anterior conseguia ser grandiloquente e refletir sobre o percurso
de Ethan Hunt (Tom Cruise) até aqui sem parecer tão explicitamente fanservice, oferecendo uma aventura que
colocava o pé no acelerador desde o primeiro momento e só parava quando os
créditos subiam. Aqui a trama começa com Ethan precisando descobrir o que a
chave cruciforme que obteve no final do filme anterior é capaz de abrir. A
chave representa a última chance de parar a Entidade, uma perigosa IA que
começou a atacar os sistemas dos arsenais nucleares do mundo e, caso tome o
controle deles, pode eliminar toda humanidade. Com poucos dias e poucas pistas
antes do iminente apocalipse, a única chance de Ethan é rastrear Gabriel (Esai
Morales).
Lançado em 2019, Devorar trabalha o horror corporal de
uma maneira diferente do que estamos acostumados a ver em produções como as do
Cronenberg ou da Julia Ducournau. Ao invés de transformações bizarras e bastante
explicitas que despertam nossa angústia e até repulsa, o desconforto causado
aqui é mais pelo temor das consequências do que a protagonista faz com o
próprio corpo do que pela criatividade de modificações corporais insólitas.
Fome de viver
Não que as ações da protagonista
Hunter (Haley Bennet) não sejam bizarras. Recém-casada, Hunter vai morar com o
marido em uma remota mansão que seu sogro lhes deu de presente de casamento.
Ela agora é uma dona de casa que vive isolada, recebendo visitas apenas dos
sogros e de amigos do marido. Hunter se torna totalmente do cônjuge, que passa
a exercer muito controle sobre a sua vida. Isso se agrava depois que ela
engravida e a família do marido para a controla-la ainda mais, como se ela
deixasse de ser uma pessoa para apenas ser um veículo para o filho nascituro. É
aí que ela começa a desenvolver o hábito de comer estranhos objetos,
inicialmente com coisas como bolas de gude, mas logo ingerindo coisas mais
perigosas como pilhas ou tachinhas.
Fui assistir Caos e Destruição por ter sido dirigido por Gareth Evans,
realizador responsável pelos dois Operação
Invasão. Ainda que o filme até tenha bons momentos de adrenalina, o
restante é derivativo demais para oferecer algo digno de nota.
Metrópole corrompida
A trama gira em torno de Walker
(Tom Hardy), um policial corrupto que tenta se reaproximar da filha pequena
depois que suas ações o afastaram da família. As coisas se complicam quando ele
recebe a incumbência de resgatar Charlie (Justin Cornwell), filho de um
importante e corrupto político da cidade, Lawrence (Forest Whitaker), a quem
Walker costumava servir. Depois de um roubo que deu errado, Charlie
acidentalmente iniciou uma guerra de gangues, estando na mira de vários grupos
criminosos e da polícia.
Misturando comédia e thriller, a produção Um Pequeno Favor(2018) foi uma
divertida surpresa por conta da interessante dupla de protagonistas. Era, no
entanto, uma história que não pedia continuações e que provavelmente,
considerando o desfecho rocambolesco do filme, não teria muito a ganhar
expandindo a história. Ainda assim o filme recebeu uma sequência neste Outro Pequeno Favor e o resultado é
exatamente o que eu temia.
True crime suburbano
Depois dos eventos do primeiro
filme, Stephanie (Anna Kendrick) lançou um livro narrando toda sua experiência
que viveu com Emily e transformou seu canal sobre maternidade em um canal de true crime, embora não tenha obtido o
sucesso esperado. Tudo muda quando Emily (Blake Lively) reaparece em sua vida,
chamando Stephanie para seu casamento na Itália. De início Stephanie reluta,
mas aceita o convite quando Emily ameaça processá-la pelo uso indevido de seu
nome e imagem no livro. Chegando na Itália, Stephanie descobre que o noivo de
Emily, Dante (Michele Morrone), é membro de uma poderosa família mafiosa. As
coisas se complicam quando corpos começam a aparecer na festa de casamento.