Fome de viver
Os jovens Rowan (Harry Baxendale) e Clara (Bo Bragason) Radley são adolescentes aparentemente comuns, embora se sintam diferentes e deslocados dos demais. A confirmação de que eles são de fato diferentes vem quando Clara reage a um colega de escola que tenta abusar dela, criando presas e mordendo seu pescoço para devorar seu sangue. É então que seus pais Peter (Damian Lewis) e Helen (Kelly Macdonald) revelam a verdade: eles são vampiros, mas optaram por uma vida abstêmia por não quererem ter que matar pessoas. Para lidar com o cadáver do colega morto, Helen chama o cunhado Will (também Damian Lewis), que ao contrário deles não tem qualquer questão moral em devorar sangue.
De início parece que o vampirismo será usado como metáfora para as transformações físicas de humor que acontecem durante a adolescência, mas logo a história expande o escopo do que quer falar a partir dos seus vampiros. Há ideias de pensar nas criaturas como uma representação de pessoas lidando com vício ou outros tipos de compulsão, do ato de beber sangue como uma metáfora para sexo ou intimidade, como um debate entre natureza versus criação conforme a família tenta conter seus impulsos predadores e apenas viver uma vida normal e várias outras frentes temáticas que o filme abre.
Apesar de um começo promissor a produção não consegue sustentar suas várias ideias, desenvolvendo várias frentes de comentários sociais que, por conta da amplitude de variáveis, carece de contundência e observações mais mordazes sobre os comportamentos que tenta analisar. Soma-se a isso um ritmo arrastado, no qual apesar de vários problemas se colocarem diante deles, como a investigação sobre o garoto que Clara matou ou o fato de um vizinho estar cada vez mais desconfiado que eles podem ser vampiros, nunca tem a devida urgência ou senso crível de ameaça. No fim muitas dessas questões se resolvem de maneira tão fácil que não tem o impacto devido.
Com isso, Os Radley tenta usar vampiros para falar de tantas coisas que acaba
mordendo mais do que consegue mastigar, entregando uma sátira social insossa.
Que está em busca de um filme de vampiro mais “cabeça” provavelmente vai
aproveitar mais algo como Amantes Eternos
(2013), do Jim Jarmusch do que esse aqui.
Nota: 4/10
Trailer
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