Roubo sobre rodas
Russell (Eddie Murphy) é um segurança responsável por conduzir um carro blindado. No dia de suas bodas de prata ele quer terminar sua rota o mais rápido possível para voltar para casa, mas isso pode ser difícil por conta de seu novo parceiro, o jovem e impulsivo Travis (Pete Davidson). Para complicar as coisas o veículo da dupla é atacado pela gangue liderada por Zoe (Keke Palmer), que deseja roubar o blindado para usá-lo em um assalto a um cassino e levar milhões. Como os aliados de Zoe acabam fracassando durante a perseguição, ela propõe o plano a Travis e Russell.
É a estrutura de parceiros com personalidades opostas que precisam se entender para sobreviver a algum apuro e, em tese, Murphy e Davidson poderiam funcionar nesses personagens. O que prejudica o filme é a condução histriônica do humor, que acha que todas as piadas precisam ser gritadas para serem engraçadas e um texto que reduz boa parte das piadas a comentários óbvios sobre como a situação em que estão é muito insana. Mesmo com um texto preguiçoso o carisma de Murphy ou Palmer até consegue fazer rir ocasionalmente, mas não o suficiente para evitar que o filme caia no tédio.
A ação tem alguns momentos bem conduzidos, como o ataque da gangue de Zoe ao blindado no início do filme, mas mesmo essas sequências falham em nos dar a impressão de que há algum perigo real para os protagonistas ou que há algo em risco. Em parte porque essas perseguições acontecem em estradas vazias, sem outros carros para desviar ou com a urgência de concluir o assalto antes que alguém chame a polícia ou qualquer coisa assim. O roubo do cassino ocorre com tanta facilidade que é difícil embarcar na tensão que o filme tenta construir durante toda a sequência, já que os personagens nunca encontram algo que soe como um obstáculo crível. Com isso, muito do filme soa arrastado e desprovido de drama, não encontrando nada para nos manter interessados na história desses personagens.
Eu sei que esse texto vai ficar
curto, mas A Última Missão é aquele
tipo de filme tão genérico, tão desprovido de qualquer elemento marcante ou
ideia dotada de algum frescor que é difícil não sentir qualquer outra coisa
além de apatia. É daquelas produções que não criam qualquer engajamento com o
espectador, seja de prazer ou de frustração e isso talvez seja pior do que ser
efetivamente ruim. Um filme ruim ao menos me faz sentir alguma coisa. Aqui nem
isso.
Nota: 4/10
Trailer
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