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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Crítica – Sonhos de Trem

 

Análise Crítica – Sonhos de Trem

Resenha – Sonhos de Trem
Baseado em um romance escrito por Denis Johnson, Sonhos de Trem tem um quê de Terrence Malick no modo como o diretor Clint Bentley filma o cotidiano de seu protagonista. Digo isso tanto pelas escolhas estilísticas quanto narrativas, já que esta também é uma história sobre um sujeito comum vivendo em graça e plenitude a despeito de uma existência simples e marcada por tragédias, similar ao que Malick fez em produções como Uma Vida Oculta (2020) ou A Árvore da Vida (2011).

Vida natural

A narrativa é protagonizada por Robert (Joel Edgerton) um lenhador vivendo no oeste dos Estados Unidos no início do século XX. Ele consegue um trabalho que paga bem, mas que o deixa distante da esposa, Gladys (Felicity Jones), e da filha pequena. Acompanhamos Robert ao longo dos anos conforme ele lida com as tragédias que acometem a sua vida e com a passagem do tempo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Crítica – Depois da Caçada

 

Análise Crítica – Depois da Caçada

Review – Depois da Caçada
A arte muitas vezes nasce do diálogo com o mundo real. Alguém olhou para alguma coisa no mundo, sentiu algo e resolveu transformar isso em arte. A arte, no entanto, não tem qualquer obrigação de reproduzir o mundo real, nem uma representação realista, próxima de como as coisas funcionam no mundo real, torna uma peça artística automaticamente boa. Digo isso porque reconheço como Depois da Caçada, novo filme do diretor Luca Guadagnino (de Rivais e Me Chame Pelo Seu Nome), é uma representação fiel do universo que representa, mas, ao mesmo tempo, ser fiel à realidade não significa que isso rende um bom drama.

Politicagem acadêmica

A trama é centrada em Alma (Julia Roberts), professora de filosofia em Yale. Ela tem um caso extraconjugal com Hank (Andrew Garfield), também professor na universidade, e um relacionamento distante com o marido, Frederik (Michael Stuhlbarg). Quando Maggie (Ayo Edebiri), uma doutoranda orientada por Hank, o acusa de estupro, Alma fica no meio da questão. Hank se defende dizendo que Maggie inventou a acusação depois que confrontou a orientanda sobre a tese dela ser um plágio. Alma já tinha noção que Maggie não era uma boa aluna e que seu trabalho poderia ser plágio, mas ela também sabe que Hank é mulherengo e gosta de dar em cima das alunas.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Drops – Os Roses

 

Análise Crítica – Os Roses

Resenha Crítica – Os Roses
Estrelado por Benedict Cumberbatch e Olivia Colman, Os Roses é a mais nova adaptação para os cinemas do romance A Guerra dos Roses de Warren Adler que já tinha sido levado aos cinemas 1989 em um filme homônimo ao livro dirigido por Danny DeVito. Nunca li o livro e vi o filme do Danny DeVito, com Michael Douglas e Kathleen Turner nos papéis principais, há muito tempo e não tenho muita memória, então vou analisar essa nova versão sem fazer nenhuma comparação com outros materiais.

Inimigo íntimo

A trama acompanha o casal Theo (Benedict Cumberbatch) e Ivy (Olivia Colman), cujo casamento vai erodindo ao longo dos anos conforme a carreira de Theo vai piorando e a de Ivy deslancha. As tensões entre os dois crescem ao ponto de se tornarem insustentáveis e eles acabam se divorciando, mas a disputa pelos bens, em especial pela casa construída por Theo e paga por Ivy, se torna tensa.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Crítica – Coração de Lutador

 

Análise Crítica – Coração de Lutador

Review – Coração de Lutador
Depois de dirigir filmes como Bom Comportamento (2017) e Joias Brutas (2019) ao lado do irmão Josh, Coração de Lutador marca o primeiro esforço de Benny Safdie dirigindo um filme sozinho. Se os trabalhos com o irmão renderam resultados instigantes, esse primeiro trabalho solo de Benny Safdie na cadeira de diretor entrega um resultado morno.

Máquina de esmagar

A trama conta a história real de Mark Kerr (Dwayne “The Rock” Johnson), lutador que foi um dos pioneiros no UFC. A narrativa acompanha a ascensão de Kerr nos primeiros anos da modalidade, quando ela ainda era olhada com desconfiança pela população e os lutadores não recebiam muito, seus problemas com narcóticos e sua relação atribulada com a esposa, Dawn (Emily Blunt).

A despeito do título e do material de divulgação focarem bastante em Kerr como lutador, o filme acaba sendo mais sobre o processo de sobriedade dele do que sobre lutas em si. Não que a narrativa não apresente cenas de luta e que elas não reflitam o quão brutal era o UFC no final dos anos 90 com bem menos regras e segurança para os lutadores, mas a trama foca menos nisso do que na recuperação de Mark.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Crítica – Sacramento

 

Análise Crítica – Sacramento

Review – Sacramento
Estrelado por Michael Cera e Michael Angarano, que também escreveu e dirigiu o filme, Sacramento é um típico road movie sobre pessoas em busca de si mesmas. A narrativa usa uma viagem como catalisador para confrontar os problemas de seus personagens, mas nunca explora isso de maneira consistente.

Viagem atribulada

Glenn (Michael Cera) é um homem certinho, tenso por estar prestes a ser pai e preocupado em fazer tudo corretamente pela esposa e filha que vai nascer. Rickey (Michael Angarano) é seu melhor amigo desde a infância, mas eles estão há algum tempo sem se falar. Quando Rickey pede que Glenn o acompanhe em uma viagem de Los Angeles até Sacramento para que ele espalhe as cinzas do pai lá.

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Crítica – Quando o Céu Se Engana

 

Análise Crítica – Quando o Céu Se Engana

Review – Quando o Céu Se Engana
Dirigido e estrelado por Aziz Ansari, Quando o Céu Se Engana é uma daquelas produções em que a ideia é melhor do que a execução em si. Se na série Master of None Ansari conseguia fazer um retrato simultaneamente cômico e sensível das agruras de um jovem adulto, aqui tanto o humor quanto as críticas sociais construídas nunca ficam a altura do potencial da premissa inicial.

Trocando as bolas

A narrativa acompanha Gabriel (Keanu Reeves), um anjo da guarda cuja ocupação principal é proteger pessoas que mandam mensagens de texto enquanto dirigem. Gabriel, no entanto, aspira trabalhos mais nobres, em especial o de redimir almas perdidas e vê uma oportunidade de fazer isso ao conhecer Arj (Aziz Ansari), um jovem aspirante a documentarista desempregado, que vive de bicos e aceita um trabalho como assistente pessoal do ricaço Jeff (Seth Rogen). Quando Arj é demitido e sente que perdeu tudo, Gabriel se aproxima para ajudar Arj a perceber que sua vida é mais significativa do que imagina. Para ensinar uma lição a Arj o anjo troca a vida de Arj com a de Jeff para que Arj perceba que o dinheiro de Jeff não é o que resolveria seus anseios. O problema é que Arj de fato consegue usar o dinheiro de sua nova vida para lidar com a maioria de suas questões e não se mostra disposto a voltar para sua antiga vida.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Crítica – A Longa Marcha

 

Análise Crítica – A Longa Marcha

Review – A Longa Marcha
Adaptando um dos primeiros romances de Stephen King A Longa Marcha é uma daquelas produções que pode soar derivativa não pelo seu conteúdo em si, mas pelo momento em que foi lançada. Hoje cenários distópicos nos quais jovens são forçados a competir entre si até a morte para distrair da dureza do regime ou vida precária não são exatamente novidade embora não fosse o caso em 1979 quando a obra de King foi publicada. O próprio Francis Lawrence, que dirige essa adaptação, já levou aos cinemas outra saga sobre jovens em competições mortais ao conduzir as adaptações de Jogos Vorazes. Mesmo sendo um formato que Hollywood explorou à exaustão nos últimos anos A Longa Marcha consegue funcionar pelo cuidado que tem com seus personagens.

Marcha da morte

A trama se passa em um Estados Unidos distópico que foi devastado por uma guerra civil e que agora vive sob um governo autoritário liderado pelo truculento Major (Mark Hamill). A população vive em um estado precário e periodicamente é realizado um evento chamado “a longa marcha” no qual cinquenta jovens são sorteados para uma disputa. Eles precisam caminhar mantendo uma velocidade constante de três milhas por hora, quem ficar abaixo disso ou parar será morto. Vence o último que sobrar. O grande prêmio em dinheiro e a realização de um pedido são o que motiva a população a se envolver nesse jogo mortal, mas alguns participantes tem motivações diferentes. Ray Garraty (Cooper Hoffman) se voluntariou para a competição com o desejo de se vingar do Major que executou seu pai por ser um dissidente. Ao longo da marcha Ray forma uma amizade com outro competidor, Peter McVries (David Jonsson, de Alien Romulus). O laço que se forma entre eles os mantem resistindo às agruras da competição.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Crítica – Frankenstein

 

Análise Crítica – Frankenstein

Review – Frankenstein
Se tem um cineasta contemporâneo capaz de entender a sensibilidade do romance Frankenstein de Mary Shelley esse alguém é Guillermo del Toro. Seu Frankenstein, produzido em parceria com a Netflix, é uma competente releitura do seminal texto de Shelley, se mantendo fiel ao seu espírito ao mesmo tempo em que agrega uma visão bem particular do diretor.

Pessoas normais assustam

A narrativa é centrada em Victor Frankenstein (Oscar Isaac), um nobre destituído que desde jovem se tornou obcecado em ser capaz de reanimar os mortos e criar uma nova forma de vida. Sem ser levado a sério pela comunidade científica, ele consegue financiar sua pesquisa através do magnata comercial Harlander (Christoph Waltz). Com o dinheiro Victor consegue montar um laboratório e começa seu processo de estudar a reanimação. Quando ele finalmente consegue reconstruir um ser humano a partir de partes de cadáveres e reanima seu construto, se decepciona com a Criatura (Jacob Elordi) e decide destruir o experimento. A Criatura, no entanto, sobrevive e passa a perseguir Victor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Crítica – O Agente Secreto

 

Análise Crítica – O Agente Secreto

Review – O Agente Secreto
Meses atrás o diretor Paul Thomas Anderson produziu uma poderosa síntese das disputas políticas e sociais nos Estados Unidos ao longo das últimas décadas com Uma Batalha Após a Outra. Com O Agente Secreto o diretor Kleber Mendonça Filho faz algo semelhante para o contexto brasileiro, uma síntese consistente, abrangente, por vezes bem-humorada, de vários processos políticos e sociais em marcha no Brasil desde a segunda metade do século XX.

O homem que sabia demais

A narrativa se passa em Recife em 1977 e acompanha Marcelo (Wagner Moura), um homem perseguido pela ditadura militar brasileira que chega na cidade para reencontrar o filho enquanto espera documentos para sair do país. Ele se abriga no edifício Ofir, lugar onde outros “refugiados” se escondem sob a tutela de Dona Sebastiana (Tânia Maria). Ao mesmo tempo, uma dupla de matadores de aluguel chega a Recife atrás de Marcelo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Crítica – Balada de um Jogador

 

Análise Crítica – Balada de um Jogador

Review – Balada de um Jogador
De certa forma Balada de um Jogador é uma história de vício e redenção similar a outras que já vimos. Por outro lado é um daqueles filmes que importa mais o modo como ele conta a história do que a história contada por si só.

Perdedor longe de casa

A narrativa é protagonizada por Lorde Doyle (Colin Farrell), um jogador inveterado que vive em Macau apostando alto nos cassinos. Ele vem numa maré de azar e suas dívidas estão se acumulando. As coisas pioram quando a investigadora britânica Blithe (Tilda Swinton) o encontra, trazendo consigo o passado do qual Doyle queria escapar. Com dívidas sendo cobradas de várias direções e sem conseguir crédito em lugar nenhum, ele acaba recorrendo à agiota Dao Ming (Fala Chen). Os dois se conectam por serem pessoas cheias de arrependimento e em busca de redenção, mas talvez essa conexão não seja suficiente para salvar nenhum deles.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Crítica - Casa de Dinamite

 

Análise Crítica - Casa de Dinamite

Review - Casa de Dinamite
Um bom final pode elevar uma narrativa, pode nos fazer esquecer suas falhas, relevar seus problemas. Analogamente um final ruim nos faz deixar um filme com um gosto ruim na boca, esquecer seus méritos e diluir a força de suas ideias. Casa de Dinamite, novo filme da Kathryn Bigelow (responsável por produções como A Hora Mais Escura e Guerra ao Terror) produzido pela Netflix, sofre exatamente por conta de seu final ruim.

Perigo real e imediato

A narrativa começa com um letreiro dizendo que no pós Guerra Fria as nações do mundo começaram a reduzir seus arsenais nucleares com medo de que eles pudessem ser usados para dar início a uma guerra catastrófica. Nos últimos anos, porém, os países vêm diminuindo o ritmo do desmonte desses arsenais, indicando um movimento mais belicista. Acompanhamos a capitã Olivia Walker (Rebecca Ferguson) responsável pela sala de crise na Casa Branca, monitorando possíveis ameaças. Quando o lançamento de um míssil vindo do Oceano Pacífico é detectado, todos ficam em alerta para monitorar se é um ataque ou alguma outra coisa. Conforme a situação se desenvolve vemos como ela se articula com outras autoridades do governo para formular uma resposta.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Crítica – Eden

Análise Crítica – Eden


Review – Eden
Dirigido por Ron Howard, Eden conta uma intensa história real que poderia render um cuidadoso estudo sobre civilidade, a relação do ser humano com o mundo e os riscos da soberba humana em ser incapaz de entender sua pequenez diante do poder da natureza. Digo poderia porque o filme nunca faz jus ao potencial que sua história carrega. 

Na natureza selvagem

A narrativa se passa na década de 1940. A Europa está devastada por conta da Primeira Guerra Mundial, o fascismo está em ascensão. O médico Ritter (Jude Law) se muda com a esposa Dore (Vanessa Kirby) para a ilha de Floriana no arquipélago de Galápagos para iniciar um novo modo de vida em comunhão com a natureza e escrever uma nova filosofia para a humanidade. Com o tempo, as histórias do modo de vida dele alcançam o continente e atraem novas pessoas para ilha, como o casal Heinz (Daniel Bruhl) e a esposa Margret (Sydney Sweeney) que vai até lá na esperança de reconstruir a vida, ou a rica Baronesa (Ana de Armas) que chega no local esperando construir um hotel de luxo apesar dos poucos recursos na ilha. Ritter e Dore não ficam animados com a chegada de vizinhos e logo começam as hostilidades por conta dos poucos recursos na ilha.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Crítica – A Meia-Irmã Feia

 

Análise Crítica – A Meia-Irmã Feia

Review – A Meia-Irmã Feia
Histórias são produtos de seu tempo, elas refletem ideais, posicionamentos e visões de mundo do período em que são feitos. A fábula da Cinderela foi feita em um período em que o valor de uma mulher estava atrelado à sua beleza e que a única coisa que se esperava de uma mulher era que ela arrumasse um marido de posses para casar, melhorando a posição de sua família. É por isso que certas histórias que permanecem no imaginário popular são constantemente reinterpretadas, para pensar como ela seria adequada aos valores do contexto em que se insere. A produção norueguesa A Meia-Irmã Feia faz exatamente isso ao olhar a fábula sobre valores contemporâneos de objetificação da mulher e padrões de beleza tacanhos.

Rivalidade feminina

A trama gira em torno de Elvira (Lea Myren), uma jovem que sonha em se casar com o príncipe, mas cuja família não vai bem financeiramente. Sua mãe, Rebekka (Ane Dahl Torp) se casa novamente com um aristocrata que parece ter dinheiro e se muda para a Suécia com Elvira e a filha mais nova, Alma (Flo Fagerli). Lá elas conhecem Agnes (Thea Sofie Loch Næss), a bela filha do novo padrasto. Agnes age como uma garota mimada, julgando Elvira pela aparência e menosprezando a nova irmã. É aí que a protagonista descobre que o padrasto não tinha dinheiro e casou com Rebekka por interesse. Ele morre pouco tempo depois, deixado a família cheia de dívidas. Como Alma ainda é muito jovem, o plano de Rebekka é arrumar um marido rico para Elvira, salvando a família. Ela espera conseguir no baile oferecido pelo príncipe, mas para isso precisará fazer algo à respeito da aparência de Elvira, em especial quando ela é ofuscada pela naturalmente bela Agnes.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Crítica – O Ônibus Perdido

Análise Crítica – O Ônibus Perdido


Review – O Ônibus Perdido
Dirigido por Paul Greengrass este O Ônibus Perdido conta a história real de uma catástrofe natural e usa esse evento para pensar sobre as mudanças climáticas que tem acontecido no planeta e como desastres são potencializados por conta disso. Como de costume na filmografia de Greengrass sua estética pende para o realismo e por fazer tudo soar o mais autêntico possível, embora sua história tenha uma estrutura típica de filme-catástrofe. 

Cortina de fogo

A narrativa se baseia na história real dos incêndios florestais que aconteceram no interior da Califórnia em 2018, um incidente que se tornou o mais mortal incêndio florestal da história do país. Depois que uma subestação de energia em mau estado dá início a um incêndio, os ventos e a secura da mata facilitam que o fogo rapidamente se espalha. Kevin (Matthew McConaughey) é um motorista de ônibus escolar que está retornando para a garagem ao terminar seu turno, mas é chamado a ajudar no transporte de uma escola da região que está sendo evacuada. Ele pega a professora Mary (America Ferrera) e sua turma de crianças do ensino fundamental. Durante a evacuação, o ônibus fica preso em uma área de incêndio e Kevin perde o contato via rádio com a base. Agora ele e Mary precisam encontrar um jeito de sobreviverem e levarem as crianças em segurança.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Crítica – Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro

 

Análise Crítica – Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro

Review – Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro
Baseado em uma história real, este Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro é mais uma daquelas histórias de empreendedorismo e superação. A narrativa ainda tenta tocar em outros temas, como o machismo no mundo da tecnologia ou como plataformas digitais transformam relacionamentos, no entanto, tudo é simplório demais resultar em qualquer coisa minimamente interessante.

Rede de pegação

A narrativa é inspirada pela história real de Whitney Wolfe (Lily James) uma das criadoras do app Tinder. Quando o seu ambiente de trabalho se mostra excessivamente machista, ela decide denunciar o que acontece, mas é colocada para fora da empresa e desacreditada. Ela então faz uma parceria com o magnata russo Andrey (Dan Stevens) para criar o Bumble, um aplicativo de relacionamentos que forneceria um ambiente seguro para as mulheres.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Crítica – Djeli: Contos Modernos

 

Análise Crítica – Djeli: Contos Modernos

Review – Djeli: Contos Modernos
De certa maneira Djeli: Contos Modernos adere com grande proximidade a estruturas típicas do melodrama. Por outro lado, porém, essa produção de 1981 da Costa do Marfim dirigida por Fadika Kramo-Lanciné apresenta um senso de frescor pelo modo como o filme acompanha uma realidade cultural pouco mostrada pelo cinema hegemônico e como usa essa realidade para pensar seus conflitos.

Conto ancestral

A narrativa é focada em Fanta, uma jovem da Costa do Marfim que se apaixona por Kramoko Kouyate, mas apesar dos dois se amarem eles não podem se casar. Kramoko Kouyate vem de uma linhagem de griots, enquanto Fanta vem de uma origem mais nobre e as famílias de ambos não aprovam o casamento. Ainda assim, o casal viaja da capital para sua vila natal de modo a tentar convencer seus pais a deixarem o casamento acontecer.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Crítica – Uma Batalha Após a Outra

 

Análise Crítica – Uma Batalha Após a Outra

Review – Uma Batalha Após a Outra
Quando escrevi sobre Vício Inerente (2014) mencionei que o diretor Paul Thomas Anderson tinha feito um “noir para maconheiros”. Agora, com este Uma Batalha Após a Outra o diretor parece ter feito um “thriller de conspiração para maconheiros”. Curiosamente os dois filmes são adaptações de romances do Thomas Pynchon cujas narrativas se constroem em cima de personagens delirantes e alguma medida de desencanto político.

A luta não para

A narrativa acompanha Bob (Leonardo DiCaprio), que durante muitos anos participou de grupos revolucionários que lutavam por direitos civis nos Estados Unidos. Seus dias de luta terminaram depois que ele teve uma filha com Perfidia (Teyana Taylor), uma das líderes do grupo revolucionário que participava. Perfidia quis continuar na luta e Bob se afastou de tudo. Dezesseis anos depois Willa (Chase Infiniti) já é uma adolescente e vive com o pai em uma pequena cidade. Bob ainda teme que as autoridades possam estar no seu encalço e mantem uma vida discreta junto da filha. Os temores de Bob se confirmam quando o coronel Lockjaw (Sean Penn) chega com sua força-tarefa na cidade procurando os dois. No passado o coronel perseguiu Bob e Perfidia, chegando a se envolver com a revolucionária, então a caçada é pessoal para o militar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Crítica – Demba

 

Análise Crítica – Demba

Review – Demba
Lidar com a perda de um ente querido nunca é fácil. O luto é um processo que toma tempo e que precisa ser vivenciado para que possamos seguir com a nossa vida. O que acontece, no entanto, quando alguém se recusa a passar pelo processo de luto? A produção senegalesa Demba tenta analisar as consequências de não falar sobre o luto e tentar sufocar esses sentimentos de dor e perda.

Dor silenciosa

Demba (Ben Mahmoud Mbow) é um homem de meia idade que trabalha na prefeitura de sua pequena cidade no Senegal há quase trinta anos e está prestes a ser aposentado do serviço quando a gestão anuncia que seu trabalho de arquivista será substituído por um serviço virtual. A perspectiva de perda do emprego se mistura com a dor silenciosa da perda de sua esposa, falecida há dois anos, mas cuja ausência Demba ainda não conseguiu superar.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Crítica – A Última Showgirl

 

Análise Crítica – A Última Showgirl

Review – A Última Showgirl
Certos personagens tem uma sinergia grande com as pessoas que as interpretam. Esse é o caso de Shelly, protagonista de A Última Showgirl interpretada por Pamela Anderson. É inevitável não pensar que a diretora Gia Coppola (neta de Francis Ford Coppola) não levou em conta a trajetória profissional de Anderson na hora de escalá-la como Shelly considerando as similaridades entre as duas.

Show contínuo

Shelly (Pamela Anderson) trabalha como dançarina no mesmo show burlesco em Las Vegas desde os anos 80. O show já passou a muito de seu auge, atraindo cada vez menos público e tendo dançarinas cada vez mais jovens e inexperientes. Shelly se tornou uma espécie de figura materna para essas dançarinas mais jovens como Mary Anne (Brenda Song) e Jodie (Kiernan Shipka, de O Mundo Sombrio de Sabrina). O mundo de Shelly, no entanto, sofre um revés quando Eddie (Dave Bautista), o gestor do show, avisa que o espetáculo irá encerrar em duas semanas. Shelly agora contempla o que o futuro lhe reserva depois de três décadas construindo sua identidade ao redor de ser uma showgirl.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Crítica – Luta de Classes

 

Análise Crítica – Luta de Classes

Review – Luta de Classes
Quando o diretor Spike Lee anunciou que seu próximo projeto, este Luta de Classes, seria um remake de Céu e Inferno (1963), de Akira Kurosowa, fiquei temeroso. A última vez que Lee fez uma nova versão de um filme asiático o resultado foi um dos piores (talvez o pior) filmes de sua carreira no péssimo Oldboy: Dias de Vingança (2013), remake do sul-coreano Oldboy (2003). Felizmente Luta de Classes é, ao menos, um suspense competente, embora se perca um pouco no que quer dizer.

Dias de luta

A narrativa é protagonizada por David King (Denzel Washington), um magnata da música que está tentando tomar o pleno controle de sua gravadora para impedi-la de ser vendida para um grande conglomerado. As coisas se complicam quando o filho de seu motorista é sequestrado por engano, com os sequestradores acreditando que levaram o filho do próprio King. Agora ele é colocado em uma encruzilhada moral entre usar o dinheiro para salvar seu império ou para pagar o resgate do filho do amigo, Paul (Jeffrey Wright).