sexta-feira, 9 de maio de 2025

Crítica – Caos e Destruição

 

Análise Crítica – Caos e Destruição

Review – Caos e Destruição
Fui assistir Caos e Destruição por ter sido dirigido por Gareth Evans, realizador responsável pelos dois Operação Invasão. Ainda que o filme até tenha bons momentos de adrenalina, o restante é derivativo demais para oferecer algo digno de nota.

Metrópole corrompida

A trama gira em torno de Walker (Tom Hardy), um policial corrupto que tenta se reaproximar da filha pequena depois que suas ações o afastaram da família. As coisas se complicam quando ele recebe a incumbência de resgatar Charlie (Justin Cornwell), filho de um importante e corrupto político da cidade, Lawrence (Forest Whitaker), a quem Walker costumava servir. Depois de um roubo que deu errado, Charlie acidentalmente iniciou uma guerra de gangues, estando na mira de vários grupos criminosos e da polícia.

Ainda que tente construir visualmente a impressão de uma metrópole decadente, tomada pela corrupção e abuso de poder, o filme não faz muito além de apontar a corrupção generalizada que existe nas grandes cidades. Como o filme se divide em uma profusão enorme de personagens, também não há tempo de desenvolver essas figuras para além de certos lugares comuns tipo o policial caído em busca de redenção ou a líder criminosa em busca de vingança. Não tem nada aqui que já não tenhamos visto antes e mesmo o esforço de atores como Forest Whitaker, que traz a Lawrence um senso de arrependimento e um afeto genuíno pelo filho, não tem muito o que fazer.

Pancadaria desenfreada

O roubo com o qual o filme inicia me deixou com o pé atrás em relação às cenas de ação do filme. Apresentando uma perseguição de carros feita por uma computação gráfica tão pouco convincente que parece saída de umas duas gerações de consoles atrás, esperei pelo pior. Evans, porém, mostra sua habilidade para conduzir embates brutais em sequências posteriores. O destaque é a longa briga em meio a uma boate na qual a câmera passeia pelo amplo espaço com muita fluidez, nunca perdendo o senso de coesão espacial e do posicionamento de cada personagem em relação aos eventos, usando movimentos rápidos de câmera para disfarçar cortes e dar a impressão de longos planos-sequência durante todo o confronto. O mesmo pode ser dito do clímax que se passa em uma isolada cabana com inimigos chegando por todos os lados, incluindo por baixo do assoalho.

Ainda que não economize na violência, o sangue digital por vezes denuncia a artificialidade da coisa toda. Muitas cenas externas parecem ser feitas com cenários digitais com a mesma computação gráfica pouco convincente da perseguição inicial. Eu imagino que Evans quis criar algo estilizado para sua metrópole corrompida, mas o resultado final é por vezes tão artificial que nos afasta da sensação de que estamos diante de espaços urbanos arruinados ou decadentes e sim de um chroma key. Uma pena, já que o filme tinha potencial para render um thriller de ação bacana.

 

Nota: 5/10


Trailer

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