De repente mãe
Jessica (Babette Verbeek) está prestes a parir, mas busca sua mãe biológica para saber porque ela a deu para adoção. Ela tem certeza de que não faria o mesmo com sua filha por nascer, mas age de maneira intempestiva ao perseguir respostas sobre seu passado. Perla (Lucie Laruelle) espera o namorado e pai de seu recém nascido sair do reformatório, mas logo vê que ele não tem interesse em construir uma família. Naima (Samia Hilmi) está de saída do abrigo e parece a mais ajustada do grupo. Julie (Elsa Houben) lida com seus vícios e tenta recuperar a vida junto com o namorado. Ariane (Janaina Halloy Fokan) quer dar o seu bebê para adoção, mas Natalie (Christelle Cornil), sua mãe alcoólatra e abusiva, tenta manipular a garota a deixar a criança com ela.
A maneira naturalista com a qual o filme acompanha a vida dessas personagens dá um senso de realidade vivida, como se estivéssemos seguindo pessoas de verdade em um documentário observativo e não uma ficção. Esse senso de naturalidade vem também das performances do elenco, que entrega emoções bem genuínas diante da dor de cada fracasso ou na alegria de triunfos, mesmo que pequenos, como ver seu bebê sorrir pra você. Isso ajuda a aliviar o fato de que nem todas as personagens são tão bem desenvolvidas e alguns temas se repetem entre elas.
Imagino que a ideia de múltiplas
protagonistas ao invés de apenas uma está ali para refletir como a experiência
da maternidade, mesmo na juventude, não é única e não tem apenas um meio para
fazer as coisas darem certo. O constante trânsito entre as protagonistas,
porém, faz tudo soar episódico e não há tempo para desenvolver de maneira
consistente todas as histórias. Ainda assim, o filme consegue emocionar e
envolver pelo olhar delicado e elenco comprometido, nos fazendo embarcar nas
agruras e no universo sentimental de suas jovens mães.
Nota: 7/10
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