segunda-feira, 19 de maio de 2025

Crítica – Resgate Implacável

 

Análise Crítica – Resgate Implacável

Review – Resgate Implacável
Estrelado por Jason Statham, Resgate Implacável soa como um filme de ação diretamente saído da década de 80 e não digo isso como um elogio. Traz consigo vários clichês e visões de mundo que soam extremamente datados hoje e não consegue sequer entregar algum senso de espetáculo com suas cenas de ação.

Guerreiro do proletariado

A trama é centrada Levon (Jason Statham) militar veterano que tenta reconstruir a vida trabalhando para uma pequena empresa de construção. Quando a filha dos patrões é sequestrada, ele se compromete a ajudar a encontrá-la por gratidão à família o ter acolhido. A partir daí a trama se desenvolve como se espera, com o protagonista eliminando um a um os membros da quadrilha de tráfico de pessoas até encontrar a filha do chefe.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Rapsódias Revisitadas – Devorar (Swallow)

 

Análise – Devorar (Swallow)

Review – Devorar (Swallow)
Lançado em 2019, Devorar trabalha o horror corporal de uma maneira diferente do que estamos acostumados a ver em produções como as do Cronenberg ou da Julia Ducournau. Ao invés de transformações bizarras e bastante explicitas que despertam nossa angústia e até repulsa, o desconforto causado aqui é mais pelo temor das consequências do que a protagonista faz com o próprio corpo do que pela criatividade de modificações corporais insólitas.

Fome de viver

Não que as ações da protagonista Hunter (Haley Bennet) não sejam bizarras. Recém-casada, Hunter vai morar com o marido em uma remota mansão que seu sogro lhes deu de presente de casamento. Ela agora é uma dona de casa que vive isolada, recebendo visitas apenas dos sogros e de amigos do marido. Hunter se torna totalmente do cônjuge, que passa a exercer muito controle sobre a sua vida. Isso se agrava depois que ela engravida e a família do marido para a controla-la ainda mais, como se ela deixasse de ser uma pessoa para apenas ser um veículo para o filho nascituro. É aí que ela começa a desenvolver o hábito de comer estranhos objetos, inicialmente com coisas como bolas de gude, mas logo ingerindo coisas mais perigosas como pilhas ou tachinhas.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Drops – Fight or Flight

 

Crítica – Fight or Flight

Review – Fight or Flight
O ator Josh Hartnett tem experimentado um retorno em sua carreira nos últimos anos, se encontrando novamente sob os holofotes a partir de produções como Oppenheimer (2023) ou Armadilha (2024) e agora ganha uma oportunidade de estrelar um filme de ação neste Fight or Flight. É uma produção que remete às comédias de ação ultraviolentas do início dos anos 2000 como Adrenalina (2006) e Mandando Bala (2007) embora aqui o filme não traga consigo nada de muito marcante.

Voo perigoso

A trama acompanha Lucas Reyes (Josh Hartnett), um ex-agente de inteligência que virou mercenário e vive na clandestinidade, sendo caçado pelas autoridades dos Estados Unidos. Ele tem a chance de limpar seu passado ao aceitar a missão de se infiltrar em um voo transcontinental para localizar uma perigosa hacker e levá-la com vida aos EUA. O problema é que o avião está cheio de mercenários contratados para matar a pessoa que ele foi designado para proteger.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Crítica – A Avaliação

 

Análise Crítica – A Avaliação

Review – A Avaliação
Em um mundo pós apocalíptico em que os recursos são escassos e há um grande controle populacional por parte do governo, qualquer casal que deseje ter filhos precisa se submeter a um processo no qual são avaliados por alguns dias para analisar se eles tem condições de criar filhos. A Avaliação parte desse conceito para pensar sobre relacionamentos afetivos, controle populacional e totalitarismo estatal.

Teste despadronizado 

A narrativa foca no casal Mia (Elizabeth Olsen) e Aaryan (Himesh Patel), dois cientistas que se submetem ao processo de avaliação para tentarem ter um filho. Eles são avaliados por Virginia (Alicia Vikander) que irá ficar com eles por sete dias observando diferentes aspectos da vida do casal para determinar se eles estariam aptos a terem filhos ou não. De início Virginia age de forma bastante protocolar, perguntando sobre o trabalho do casal ou a relação deles, mas a partir do segundo dia, os testes passam a ser menos ortodoxos, incluindo Virginia se comportando como criança para testar as reações deles ou tentando seduzi-los.

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Crítica – Nonnas

 

Análise Crítica – Nonnas

Review – Nonnas
Estrelado por Vince Vaughn, Nonnas é aquele tipo de “filme conforto” que a gente sabe que é extremamente clichê, não tem nada que nos instigue ou desafie enquanto espectadores, mas apreciamos pela familiaridade e pela emoção genuína que oferece dentro de um esquema já conhecido de narrativa sobre relações familiares e realização de sonhos.

Comida de vó

A narrativa se baseia em uma história real e é centrada em Joe (Vince Vaughn). Depois de perder a mãe, Joe tenta se reconectar com a memória dela refazendo suas antigas receitas. Daí ele tem a ideia de usar o dinheiro que sua mãe lhe deixou para abrir um restaurante focado em celebrar essa comida italiana caseira, trazendo “nonas” italianas para cozinharem com ele. Assim ele recruta um time formado por Gia (Susan Sarandon), Teresa (Talia Shire, a eterna Adrian da franquia Rocky), Antonella (Brenda Vaccaro) e Roberta (Lorraine Bracco).

Apesar de boas cozinheiras, a personalidade forte dessas senhoras as coloca em conflito, criando problemas no restaurante. As dificuldades também vem do lado financeiro, já que Joe não tem muita experiência com negócios e mesmo com o auxílio do melhor amigo, Bruno (Joe Manganiello), as contas do restaurante não fecham. É tudo bem típico desse tipo de história, sendo bem previsível que as senhoras irão eventualmente dialogar e perceber as dificuldades que cada uma teve que superar e vão cooperar umas com as outras.

O que conquista é o peso emocional que cada uma das atrizes consegue dar a suas personagens, nos fazendo sentir como elas são um produto de tudo com que tiveram de lidar ao longo de suas trajetórias e no senso verdadeiro de amizade que se desenvolve entre elas. É também um retrato bem sincero e afetuoso de comunidades de ítalo-descendentes (diferente de estereótipos presentes em filmes como Amor em Little Italy) e de como o ato de cozinhar não tem apenas a ver com comer e sim com um senso de comunidade e afeto. Como alguém que vem de uma família de descendentes de italianos, acompanhar um ambiente de cozinha repleto de senhoras italianas idosas berrando umas com as outras me fez sentir em casa.

Empreendedorismo performático

O arco de Joe e os desafios do restaurante, bem como sua tentativa de se reaproximar de sua antiga paixão de infância, Olivia (Linda Cardellini), por outro lado, é bem menos interessante. A trama romântica com Olivia se desenvolve de maneira muito fácil e sem muito drama. Já a narrativa do restaurante segue a fórmula desse tipo de história de superação, fazendo parecer que tudo é uma questão de força de vontade a acreditar no próprio negócio, como isso por si só fizesse qualquer obstáculo sumir.

Não importa qual o problema que apareça, ele vai ser rapidamente resolvido por algum deus ex machina do roteiro como que conjurado pelo simples fato de que Joe quer que o negócio dê certo. Em muitos casos a própria narrativa deixa explícito que Joe sequer sabe o mínimo de como gerir um restaurante (incluindo conhecimento de códigos ou regulamentos) e faz parecer que esses problemas são culpa dos outros e não do sujeito que não se preparou para gerir um negócio que abriu por vontade própria.

Felizmente, o elenco de atrizes veteranas dá suficiente alma e coração a Nonnas que a produção consegue trazer o conforto de um almoço de domingo na casa da avó mesmo que seja uma refeição que já consumimos inúmeras vezes.


Nota: 6/10


Trailer

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Crítica – Caos e Destruição

 

Análise Crítica – Caos e Destruição

Review – Caos e Destruição
Fui assistir Caos e Destruição por ter sido dirigido por Gareth Evans, realizador responsável pelos dois Operação Invasão. Ainda que o filme até tenha bons momentos de adrenalina, o restante é derivativo demais para oferecer algo digno de nota.

Metrópole corrompida

A trama gira em torno de Walker (Tom Hardy), um policial corrupto que tenta se reaproximar da filha pequena depois que suas ações o afastaram da família. As coisas se complicam quando ele recebe a incumbência de resgatar Charlie (Justin Cornwell), filho de um importante e corrupto político da cidade, Lawrence (Forest Whitaker), a quem Walker costumava servir. Depois de um roubo que deu errado, Charlie acidentalmente iniciou uma guerra de gangues, estando na mira de vários grupos criminosos e da polícia.

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Rapsódias Revisitadas – Temos Papa

 

Análise – Temos Papa

Review - Habemus Papam
Lançado em 2011 e dirigido por Nanni Moretti, Temos Papa (Habemus Papam no original) reflete sobre o peso de ocupar um cargo tão poderoso e influente como o de Papa. O filme traz consigo uma tentativa de lembrar que por mais solene que seja o processo de eleição de um novo pontífice, aqueles envolvidos e o próprio escolhido são pessoas com seus próprios problemas dúvidas e inseguranças.

Papa em pânico

A trama começa com o falecimento do atual Papa e a necessidade de um conclave para eleger um novo líder da Igreja Católica. Durante a eleição o cardeal Melville (Michel Piccoli) é escolhido como Papa apesar de não estar entre os mais cotados. No momento em que ele está prestes a ser apresentado ao mundo, no entanto, o novo Papa tem um ataque de pânico e não consegue sair na sacada. Sem um novo papa, o processo do conclave não é concluído e os cardeais são obrigados a continuarem isolados.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Crítica – Outro Pequeno Favor

 

Análise Crítica – Outro Pequeno Favor

Review – Outro Pequeno Favor
Misturando comédia e thriller, a produção Um Pequeno Favor (2018) foi uma divertida surpresa por conta da interessante dupla de protagonistas. Era, no entanto, uma história que não pedia continuações e que provavelmente, considerando o desfecho rocambolesco do filme, não teria muito a ganhar expandindo a história. Ainda assim o filme recebeu uma sequência neste Outro Pequeno Favor e o resultado é exatamente o que eu temia.

True crime suburbano

Depois dos eventos do primeiro filme, Stephanie (Anna Kendrick) lançou um livro narrando toda sua experiência que viveu com Emily e transformou seu canal sobre maternidade em um canal de true crime, embora não tenha obtido o sucesso esperado. Tudo muda quando Emily (Blake Lively) reaparece em sua vida, chamando Stephanie para seu casamento na Itália. De início Stephanie reluta, mas aceita o convite quando Emily ameaça processá-la pelo uso indevido de seu nome e imagem no livro. Chegando na Itália, Stephanie descobre que o noivo de Emily, Dante (Michele Morrone), é membro de uma poderosa família mafiosa. As coisas se complicam quando corpos começam a aparecer na festa de casamento.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Crítica – Amor Bandido

 

Análise Crítica – Amor Bandido

Review – Amor Bandido
Depois de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (2022) o público redescobriu o carisma de Ke Huy Quan. Após o sucesso e as premiações que vieram com o filme, Quan apareceu em projetos de visibilidade como a segunda temporada de Loki. Este Amor Bandido, porém, é o primeiro trabalho do ator como protagonista depois de sua renascença e, infelizmente, é uma produção aquém do seu astro.

Paixão perigosa

A trama gira em torno de Marvin (Ke Huy Quan), um pacato corretor de imóveis que parece feliz com sua vida. No dia dos namorados ele recebe uma mensagem de uma antiga paixão, Rose (Ariana DeBose), que o lembra de sua vida pregressa. O contato de Rose coloca Marvin na mira dos criminosos para os quais ele trabalhava e agora ele precisa lutar para sobreviver. De certa forma é uma mistura de John Wick com comédia romântica e personagens excêntricos a la Tarantino e Guy Richie. O problema é que nenhuma dessas é bem executada.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Crítica – Thunderbolts*

 

Análise Crítica – Thunderbolts*

Review – Thunderbolts*
Depois do fraco Capitão América: Admirável Mundo Novo eu não estava particularmente empolgado para este Thunderbolts*, mas o resultado é bacana pelo modo como tenta explorar os traumas de seus personagens, ainda que sofra com um certo desequilíbrio tonal.

Bando à parte

A trama começa com um processo de impeachment para remover Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis Dreyfus) do controle da CIA. Para impedir o processo ela despacha Yelena (Florence Pugh) para eliminar provas. No curso da ação ela encontra John Walker (Wyatt Russell) e a Fantasma (Hannah John-Kamen), também operativos trabalhando para Valentina e que agora foram despachados para matar uns aos outros. Na batalha entre eles em um laboratório, eles acabam acidentalmente despertando Bob (Lewis Pullman), a única cobaia que sobreviveu do projeto Sentinela. Dotado de amplos poderes, mas mentalmente instável, Bob é uma arma valiosa para Valentina, mas Yelena e os demais decidem detê-la, sendo auxiliados por Bucky (Sebastian Stan), que estava fazendo sua própria investigação em Valentina.