Metal pesado
Depois dos eventos do primeiro ano, John (Anthony Mackie) continua a viver em uma cidade murada enquanto é treinado pela nova Raven (Patty Guggenheim, de Mulher Hulk) para disputar o torneio Twisted Metal. O protagonista, no entanto, não se adequa à vida na cidade nem com a ideia de ser um lacaio de Raven. Ele acaba deixando a cidade na busca por Quiet (Stephanie Beatriz) e descobre que ela está trabalhando com as Dolls, um grupo de saqueadoras que visa acabar com as muralhas. Para tal, planejam competir no Twisted Metal, cujo prêmio é dar ao vencedor o que mais deseja. John decide se juntar a elas, mas o caminho até o torneio não será fácil.
Considerando a maneira que a primeira temporada acabou, imaginei que essa segunda já começaria no torneio, mas a competição em si ainda demora um pouco, começando lá pela metade da temporada. Não é exatamente um problema porque a narrativa usa esse tempo para apresentar aos poucos os competidores e construir as rivalidades entre eles, como a disputa entre Sweet Tooth (Samoa Joe/Will Arnett) e Grimm (Richard de Klerk). Também desenvolve John, dando mais elementos sobre seu passado ao fazê-lo reencontrar a irmã e colocando no caminho dele e de Quiet a garota Mayhem (Saylor Bell Curda), uma jovem sobrevivente que não tem a mesma experiência que os dois e que o casal decide proteger. O contexto dessas relações é importante para que elas sejam postas devidamente à prova quando o torneio começar.
Esporte sangrento
Como no primeiro ano, a série não sai muito do tipo de caos apocalíptico que já vimos em histórias similares, mas recorre a seus personagens bizarros para dar algum senso de personalidade ao seu universo. Isso continua valendo aqui, desde a presença de figuras já conhecidas como o palhaço Sweet Tooth e sua insana jornada para se tornar o homicida mais reconhecido do país, a novatos como o híbrido entre homem e máquina Axel (Michael James Shaw).
O humor vem tanto da bizarrice dos personagens quanto ao olhar banal que a série dá ao cotidiano de insanidade e violência aos quais os personagens se submetem. Um dos episódios mais divertidos é quando os competidores tentam convencer Axel de que ele não precisa beber gasolina para matar pessoas, podendo fazer isso sem o combustível. A situação toda é hilária porque os personagens falam com ele como se estivessem falando com um alcoólatra e o homicídio nunca é visto como um problema e sim a necessidade que ele sente de beber gasolina para cometer assassinatos. A violência excessivamente gráfica diverte pelo exagero, já que qualquer golpe dilacera corpos e faz litros de sangue jorrar.
De todos os novos personagens que a segunda temporada introduz o mais curioso é Calypso (Anthony Carrigan, que foi o Metamorpho em Superman) o misterioso organizador do torneio. Carrigan dá a Calypso uma personalidade excêntrica, quase que alienígena, como se não pertencesse àquele lugar. A composição de Carrigan constantemente transita entre o bizarro e o ameaçador, principalmente porque Calypso parece ser muito mais poderoso e trapaceiro do que aparenta. Por outro lado o elemento de sobrenatural que a temporada introduz a partir de figuras como Calypso ou Grimm destoa do restante do universo, já que tudo que foi apresentado até aqui, por mais maluco que fosse, ainda era algo mais próximo do sci-fi do que da fantasia. Eu sei que esses elementos de algum modo já estavam presentes nos games, mas nem tudo que funciona lá, funciona em outras mídias e aqui esses elementos não soam completamente orgânicos ao resto do universo ficcional.
Mesmo não sendo nada excepcional,
a segunda temporada de Twisted Metal continua
a divertir por conta de seu universo pitoresco e ação ultraviolenta.
Nota: 7/10
Trailer


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