Predadores marítimos
De início tudo parece um torture porn bem típico. Personagens femininas a mercê de um psicopata que irão ser torturadas e sofrer muito para o prazer escopofílico do espectador até eventualmente escaparem e a narrativa tentar construir uma história de empoderamento em cima disso. Esse início é agravado ainda pelo fato de Jai Courtney não conseguir transmitir a instabilidade e agressividade de Bruce, falhando em fazer o assassino soar como uma ameaça genuína.
As coisas melhoram lá pela metade, no entanto, principalmente a partir do momento em que Moses (Josh Heuston) chega ao navio. A partir daí a trama é mais eficiente no modo como conduz o suspense, criando situações em que temos a impressão de que tudo pode acontecer e que ninguém está seguro. Um exemplo disso é o momento em que Bruce tenta usar Moses como isca de tubarão. Quando o rapaz é colocado na água imaginamos que ele será devorado igual às outras vítimas de Bruce, mas quando nada acontece, respiramos aliviados por sua sobrevivência apenas para que tudo tome caminhos pouco esperados logo depois.
Desse ponto em diante a impressão é que Jai Courtney finalmente encontra o tom de Bruce. Talvez porque a trama passa a dar mais espaço para que ele explore a fisicalidade do personagem e nesses momentos de combate Courtney consiga demonstrar o sadismo e crueldade do assassino. Independente do motivo, o ator acaba encontrando o tom certo entre ser uma figura histriônica e soar ameaçador.
É por conta dessa condução da
tensão e do modo como Jai Courtney funciona como antagonista que Animais Perigosos consegue ao menos ser
um thriller bacana.
Nota: 6/10
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