Comboio perigoso
A trama é protagonizada por Mike (Liam Neeson), que vai ao Nepal cumprir uma promessa ao irmão falecido de espalhar suas cinzas no Evereste. Chegando lá, ele e sua guia, Dhani (Bingbing Fan), pegam um ônibus turístico até a montanha. No caminho o veículo é atacado por criminosos que visam sequestrar um dos passageiros. Aparentemente o rapaz pertence a uma família cujas terras são valiosas para um empresário que quer construir uma represa na região e o vilão pretende usar o sequestro para forçar a família a vender as terras. Agora Mike e Dhani precisam enfrentar os criminosos e levar o ônibus em segurança.
A narrativa tenta construir tensão a partir de cenas do ônibus precisando cruzar em alta velocidade estradas estreitas e sinuosas nas encostas de montanhas. É uma premissa que lembra um pouco o excelente O Comboio do Medo (1977), mas sem a mesma tensão. Em parte porque o filme dirigido por William Friedkin tinha um condução precisa do suspense, prezando pelo uso de efeitos práticos que nos faziam sentir a dificuldade de conduzir veículos pesados por um terreno tão perigoso. Aqui, no entanto, as cenas com o ônibus envolvem uma computação gráfica pouco convincente que falha em criar qualquer senso de perigo.
Montanha de luto
Liam Neeson, por outro lado, consegue dar o devido peso à dor de Mike, nos fazendo sentir como a perda impacta seu personagem. Neeson encontra alguns momentos de emoção genuína que, confesso, não esperava nesse tipo de produção, conforme Mike pondera sobre superar perdas e lidar com o luto.
É uma pena que todo o resto do filme seja uma coleção de lugares comuns sem brilho. O filme é prejudicado também por problemas de ritmo, se alongando mais do que deveria apesar de ter um fiapo de trama. Os vilões são genéricos e mesmo os coadjuvantes são tão unidimensionais que é difícil até mesmo sentir qualquer impacto com as eventuais mortes que acontecem ao longo da narrativa. Algumas cenas de luta são bem filmadas, principalmente as que envolvem Dhani, mas falham em se destacar em qualquer aspecto e como não nos importamos com os personagens fica difícil ter qualquer conexão com os embates.
Assim, ainda que tente trazer
alguma reflexão sobre luto e perdas, Missão
Resgate: Vingança não consegue se afastar de seu clima de filme de ação
barato com perseguições e lutas pouco memoráveis.
Nota: 4/10
Trailer
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