terça-feira, 15 de julho de 2025

Drops – Chefes de Estado

 

Crítica – Chefes de Estado

Review – Chefes de Estado
É curioso como às vezes ideias similares são produzidas quase que ao mesmo tempo em Hollywood. Meses atrás a Amazon lançou G20, filme que trazia Viola Davis como presidente enfrentando uma ameaça terrorista. Agora, a mesma Amazon lança outro filme com líderes mundiais partindo para a ação neste Chefes de Estado.

Relacionamento especial

Assim como G20, a trama de Chefes de Estado é muito idiota e não se preocupa muito em ser crível ou realista. A diferença é que aqui ao invés de se levar à sério como G20 fez, o filme tem plena consciência de sua idiotice e assume o compromisso com a diversão sem noção. O filme acompanha Will (John Cena), astro de cinema recém eleito presidente dos Estados Unidos, e Sam (Idris Elba), primeiro ministro britânico. Quando os dois são atacados em uma viagem diplomática, precisam se unir para sobreviver a despeito de suas personalidades conflitantes e desvendar quem está por trás da conspiração. Ao longo do percurso eles terão ajuda da agente Noel (Priyanka Chopra).

É um típico buddy movie ao estilo Máquina Mortífera (1987) com uma dupla de protagonistas de personalidades opostas que acabam se tornando amigos ao longo da missão apesar das diferenças. Ainda que seja tudo lugar comum, Cena e Elba são protagonistas carismáticos com química o suficiente para convencer da dinâmica entre seus personagens. As cenas de ação divertem pelo senso de exagero, com os embates mais preocupados em criar situações grandiloquentemente absurdas do que aderir a qualquer senso de realismo. Uma das mais divertidas envolve o personagem de Jack Quaid enfrentando invasores em um bunker e atirando através de uma parede. Até mesmo no confronto final com o vilão o filme mantém seu senso de absurdo conforme o presidente Will tenta arremessar uma estátua de cupido no adversário.

Há uma tentativa de comentário político ao denunciar os perigos do isolacionismo entre países, exaltando a necessidade de aliados e cooperação internacional. É simplório, mas importante em um contexto em que lideranças reacionárias ao redor do mundo tentam defender o isolacionismo como melhor caminho. Por outro lado, também dado o contexto geopolítico atual, em especial nos EUA, defender a ideia de eleger um completo desqualificado para a presidência do país como meio de mexer no status quo é, no mínimo, ingênuo.

Ainda assim, é Chefes de Estado acaba valendo a pena por assumir a idiotice de sua trama, bancando seu clima de absurdo para oferecer uma diversão descompromissada.

 

Nota: 6/10


Trailer

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