quinta-feira, 24 de julho de 2025

Drops – Bailarina

 

Resenha Crítica – Bailarina

Análise Crítica – Bailarina
Considerando que o quarto filme do John Wick encerrou a história do personagem de maneira relativamente definitiva, a única maneira de contar histórias sobre esse universo seria através de outros personagens. É exatamente isso que Bailarina faz ao tentar expandir o mundo criado nos filmes do John Wick com uma nova personagem.

Dança mortal

A narrativa se passa entre o terceiro e o quarto filme do John Wick, tendo Eve (Ana de Armas) como protagonista. Eve viu o pai ser morto na frente dela ainda pequena e depois desse evento é acolhida pela Diretora (Angelica Houston) da Ruska Roma, o mesmo clã mafioso no qual John Wick cresceu. Treinada desde jovem para ser uma assassina, Eve começa a ascender nesse mundo de mercenários, mas logo reencontra membros do grupo que matou seu pai e decide buscar vingança.

Narrativa nunca foi o forte da franquia, que sempre teve tramas básicas, mas aqui nem mesmo o vilão, o Chanceler (Gabriel Byrne), tem muita personalidade e Eve é basicamente um John Wick sem o estoicismo enigmático, apenas a busca por vingança. Em dado momento a narrativa insere uma garota que Eve deveria proteger para que a menina não tenha um destino igual ao dela de ser criada para virar uma assassina, mas logo a criança é levada pelos vilões e o que poderia ser um elemento diferente na trama acaba sendo desperdiçado.

Incomoda um pouco como o filme usa o John Wick (ele ainda está vivo na cronologia da história) como uma espécie de deus ex machina, sempre aparecendo num momento preciso para dar um conselho, prestar suporte ou redirecionar a história como se fosse o Mestre dos Magos de Caverna do Dragão. Por outro lado, a cena em que Eve é obrigada a enfrentar John serve muito bem para mostrar o oponente assustador que ele pode ser quando visto sob os olhos de outra pessoa.

O que o filme faz bem é ação, tanto em termos de encontrar lugares insólitos e armas interessantes, como na maneira com a qual tudo é encenado. Uma das primeiras grandes sequências de ação, por exemplo, se passa em uma boate com corredores e paredes de gelo que criam situações de combate bem singulares. Próximo ao final Eve trava uma espécie de duelo de lança-chamas com um dos principais capangas do vilão.

Há sempre uma criatividade nas coreografias de luta e um senso lúdico e absurdo que muitas vezes pende para a comédia, como no momento em que Eve e uma adversária se golpeiam com pratos de cozinha, que remete a filmes do Jackie Chan ou comédias do cinema mudo. Não é a toa que a trama nos mostra uma cena de um filme do Buster Keaton em um determinado momento. Como os outros filmes da franquia, é uma produção que entende muito bem a dimensão espetaculosa à qual o cinema de ação se presta.

 

Nota: 6/10


Trailer

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