quinta-feira, 29 de junho de 2017

Drops - Fica Comigo e Betting on Zero

Crítica Fica Comigo e Betting on Zero


Nosso Drops de hoje fala brevemente de dois filmes que chegaram ao Brasil direto pela Netflix. Um é a produção original do próprio canal de streaming, Fica Comigo e outra é o documentário Betting on Zero, que trata da Herbalife.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Crítica - Okja

Resenha Crítica - Okja


Review Okja
Depois da ótima ficção-científica Expresso do Amanhã e suas ponderações sobre as relações de poder que pautam a sociedade, o diretor Bong Joon-Ho volta a flertar com ficção-científica para produzir um comentário social neste Okja. Dessa vez ele volta suas atenções para a indústria alimentícia através de uma típica história sua uma criança e seu animal/criatura de estimação.

A trama se passa em um futuro próximo, quando uma empresa, liderada por Lucy Mirando (Tilda Swinton), descobre uma nova espécie de leitão gigante, que requer pouco alimento e deixa pouca excreção. O animal tem potencial de revolucionar a pecuária e como estratégia de divulgação, a empresária espalha seis espécimes em 26 países ao redor do mundo para que em dez anos, quando os animais estiverem crescidos, decidam qual o melhor e façam uma grande apresentação do animal. Dez anos depois, a garota Mikha (Seo-Hyun Ahn) vive nas montanhas da Coreia do Sul ao lado do avô e sua superleitoa Okja. Quando Okja é declarada a vencedora da competição Mikha acaba indo junto para Nova Iorque, mas se vê no meio do embate entre a empresa de Mirando e um grupo de ativistas por direitos dos animais.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Crítica - Meu Malvado Favorito 3

Análise Meu Malvado Favorito 3


Review Meu Malvado Favorito 3Depois da decepção do filme solo dos Minions (2015), não estava esperando muito desse Meu Malvado Favorito 3, já que prevalecia uma impressão de que não havia nada mais o que fazer ou dizer com esses personagens. Em parte eu tinha certa razão e o filme atira em múltiplas direções ao mesmo tempo para tentar encontrar algo que funcione, mas de qualquer maneira ainda consegue encantar e divertir em muitos momentos.

O filme começa com Gru (Steve Carell/Leandro Hassum) e Lucy (Kriten Wiig/Maria Clara Gueiros) sendo demitidos de seus empregos depois de falharem em capturar o ex-astro infantil e atual supervilão Balthazar Bratt (Trey Parker, um dos criadores de South Park/Evandro Mesquita). Sem emprego, Gru começa a planejar uma maneira de capturar o vilão e retomar seu posto, mas tudo muda quando ele é contatado por seu irmão gêmeo perdido, Dru (também Carell/Hassum), que deseja se reconectar com ele.
                                                      
Só por essa sinopse acima já dá para perceber que tem tramas suficientes para sustentar dois filmes ensanduichadas em um filme só. Como se isso não fosse o bastante, ainda dá várias subtramas a personagens coadjuvantes sem que estas acrescentem nada à narrativa principal. Assim, acompanhamos Lucy tentando ser uma mãe melhor, Agnes tentando encontrar um unicórnio de verdade e os Minions procurando um novo vilão para servir. Tudo bem que Agnes é incrivelmente fofa e os Minions são uma das coisas mais divertidas do filme (mais do que no filme solo deles, inclusive), mas todas essas tramas poderiam ser descartadas sem prejudicar em nada a história principal e considerando que o filme tem apenas noventa minutos, o que sobra é muito pouco.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Crítica - GLOW: 1ª Temporada

Análise GLOW: 1ª Temporada


Review GLOW: 1ª TemporadaLevemente baseada no programa de televisão oitentista de mesmo nome, a primeira temporada da série GLOW tenta imaginar como seriam os bastidores dessa produção e como era a vida das artistas e lutadoras que trabalhavam nela, visto que era um período com poucos papéis de protagonistas femininas.

A narrativa acompanha Ruth (Alison Brie) uma atriz desempregada e sem dinheiro que aceita participar de um teste de elenco que pede garotas exóticas. Chegando no teste ela encontra o diretor Sam Sylvia (Marc Maron) e descobre que ele está selecionando lutadoras para um programa de luta-livre (ou wrestling) todo protagonizado por mulheres (GLOW é uma sigla para"Gorgeous Ladies Of Wrestling", algo como "belas mulheres do wrestling" em português). Como não tem outra opção, ela aceita o trabalho e aos poucos vai passando a gostar do ofício. As coisas se complicam quando uma antiga amiga de Ruth, Debbie (Betty Gilpin), se junta como estrela do show, já que Ruth dormiu com o marido de Debbie.

A série, produzida por Jenji Kohan (criadora de Orange is the New Black) usa da história das lutadoras para falar, com uma boa dose de humor, de temas como o protagonismo feminino, o machismo no ramo do entretenimento e também sobre os problemas causados por representações estereotipadas na ficção. No episódio final, por exemplo, Arthie (Sunita Mani) entra para lutar vestida de terrorista, provocando a ira do público que joga latas no ringue, ferindo ela e outras lutadoras. A ideia é mostrar como o reforço através da mídia de certas impressões sobre uma determinada população pode indiretamente estimular o ódio e a agressividade contra essas minorias. O roteiro também é esperto ao perceber como as narrativas criadas por esses programas de luta livre, seus mocinhos e vilões, se assemelham muito às tramas de melodramas folhetinesco ou telenovelas, apenas usando o formato de luta para vender essas tramas a um público masculino.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Crítica - Better Call Saul: Terceira Temporada

Análise Better Call Saul: Terceira Temporada


Review  Better Call Saul: Terceira Temporada
O final da segunda temporada de Better Call Saul deixava um gancho que poderia significar uma investida de Chuck (Michael McKean) contra Jimmy (Bob Odenkirk) e tendo Breaking Bad no retrovisor sabemos que eventualmente os dois se afastariam, afinal Saul Goodman nunca mencionava o irmão. Essa terceira temporada cumpre a promessa deixada na anterior com louvor e ainda traz desenvolvimentos importantes para Mike (Jonathan Banks). A partir desse ponto SPOILERS são inevitáveis.

A trama começa no ponto em que a temporada anterior encerrou. Chuck tem uma gravação de Jimmy confessando um crime, mas sabe que ela é legalmente inadmissível, então resolve montar um ardil para torná-la admissível. Ele induz seu assistente a contar tudo para Jimmy, que invade a casa de Chuck para destruir a fita. Chuck, juntamente com Hamlin (Patrick Fabian), o pegam com a mão na massa, denunciando-o por invasão de propriedade, tornando a fita uma prova material do crime. Chuck deseja então usar a fita para cassar a licença de advogado de Jimmy. Ao mesmo tempo, Mike começa a receber recados anônimos dizendo simplesmente "não" e logicamente o operativo tenta descobrir quem o está seguindo e o que quer dizer esse "não".

terça-feira, 20 de junho de 2017

Crítica - Ao Cair da Noite

Análise Ao Cair da Noite


Review Ao Cair da NoiteUma família vivendo em uma casa na floresta leva o avô doente, com o corpo marcado por lesões e escaras, para fora de casa. Exceto pelo doente, todos usam máscaras e luvas de proteção, provavelmente é algo contagioso. Eles arrastam o corpo do doente, cobrem seu rosto com um travesseiro e dão um tiro em seu rosto, jogando-o em uma vala logo em seguida e ateando fogo em seu corpo. Praticamente não há diálogos nessa cena, mas nesses primeiros minutos Ao Cair da Noite já deixa claro ao espectador o cotidiano duro de seus personagens e quanto eles se desumanizam para sobreviver.

A família composta por Paul (Joel Edgerton), sua esposa Sarah (Carmen Ejogo) e seu filho adolescente Travis (Kevin Harrison Jr). O cotidiano da família é interrompido mais uma vez quando um homem, Will (Christopher Abbott) tenta invadir a casa deles. Ao descobrir que ele apenas buscava mantimentos para sua família, Paul decide convidá-los para morar em sua casa. Se de início a convivência parece pacífica, aos poucos a paranoia em relação à misteriosa epidemia deixa os nervos de todos a flor da pele.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Crítica - American Gods: 1ª Temporada

Resenha American Gods: 1ª Temporada


Review American Gods: 1ª Temporada
Narrativas não são apenas histórias que contamos uns aos outros para nos entreter e passar o tempo. Querendo ou não, a construção de uma narrativa está imbricada com os valores, ideias e visões de mundo daqueles que tecem o seu discurso. Imbuído nelas está alguma noção de verdade sobre o mundo, a natureza ou as relações humanas. Isso fica ainda mais evidente nas narrativas míticas. Os mitos olimpianos, nórdicos ou africanos não são apenas histórias sobre deuses, herois e vilões, elas falam sobre a concepção de mundo das sociedades que disseminaram essas narrativas, mostram quais os valores e ideias que eram caros àquelas pessoas, o que era considerado virtude e o que era considerado vício. Com o tempo algumas dessas histórias são esquecidas enquanto outras continuam a reverberar. Algumas seguem como eram, enquanto outras são modificadas para se adequar aos novos tempos. É exatamente sobre nossa relação com essas figuras míticas e divinas que trata a série American Gods, adaptação do romance Deuses Americanos de Neil Gaiman.

A trama é centrada em Shadow Moon (Ricky Whittle), um ex-condenado que tem sua liberdade condicional antecipada depois da morte de sua esposa, Laura (Emily Browning). Sem rumo na vida, acaba aceitando um emprego como motorista do misterioso Mr. Wednesday (Ian McShane), um golpista que contrata Shadow como motorista/assistente/faz-tudo. O protagonista sai em uma viagem através dos Estados Unidos ao lado do patrão, que aparentemente está tentando reunir antigos companheiros. Aos poucos vai sendo revelado que Mr. Wednesday está reunindo antigos deuses que caíram no esquecimento para travar uma batalha contra os novos deuses que dominam os EUA: a internet, a mídia e o mercado.

domingo, 18 de junho de 2017

Crítica - The Handmaid's Tale: 1ª Temporada

Análise The Handmaid's Tale: 1ª Temporada


Review The Handmaid's Tale: 1ª TemporadaCom tantos filmes e séries sobre futuros distópicos apocalípticos (de Jogos Vorazes a The Walking Dead) esta primeira temporada The Handmaid's Tale parecia ser só mais uma na multidão de possibilidades nada agradáveis para o futuro da raça humana. A série, no entanto, se destaca pelo modo contundente como usa esse cenário para tratar de temas importantes e pela coesa construção de seu universo. O texto a seguir contem SPOILERS.

A trama se passa em um futuro no qual a taxa de fertilidade caiu imensamente. Os Estados Unidos sofreu uma espécie de golpe militar coordenado por extremistas religiosos e transformou o país em uma ditadura teocrática patriarcal. As mulheres não podem mais ter empregos ou propriedades, sendo completamente submissas aos homens. Elas também foram divididas em castas: as esposas, destinadas a se casarem com homens proeminentes, as "Marthas", destinadas ao trabalho doméstico, e as poucas mulheres férteis que restaram foram obrigadas pelo novo governo a se tornarem aias.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Crítica - Baywatch: S.O.S Malibu

Análise Baywatch: S.O.S Malibu


Review Baywatch
A série Baywatch (S.O.S Malibu no Brasil) se tornou famosa pela sua exibição de mulheres peitudas e homens bombados correndo em câmera lenta, levando ao estrelato a atriz Pamela Anderson. Esse nova versão para os cinemas, Baywatch: S.O.S Malibu, parecia querer remeter a essa exploração de corpos sarados e tramas esdrúxulas da série de maneira autoconsciente e bem humorada, reconhecendo o ridículo do material original de maneira semelhante ao que fizeram os dois Anjos da Lei. Em geral é uma escolha acertada, mas o filme parece ter medo de abraçar sua inerente idiotice e acaba prejudicado por isso.
                
A trama é centrada em Mitch (Dwayne "The Rock" Johnson), líder de um grupo de salva-vidas em uma praia californiana. O cotidiano de Mitch muda com a chegada de um novo salva-vidas, o egocêntrico e egoísta ex-nadador olímpico Brody (Zac Efron), obrigado a servir na praia como salva-vidas depois de um incidente que arruinou sua carreira. A equipe de Mitch também detecta a chegada de tráfico de drogas na praia e suspeitam que a rica Victoria Leeds (Priyanka Chopra, da série Quantico), dona de uma boate na praia, pode estar envolvida.

Jogamos a demo de Marvel vs Capcom Infinite

Preview Marvel vs Capcom Infinite

Marvel vs Capcom Infinite é o novo jogo de luta que novamente coloca os personagens dos dois universos para se enfrentarem. A primeira demo disponibilizada para o jogo mostra um pouco mais do modo história que segue um pouco o molde do que a Netherrealm Studios vem fazendo na franquia Mortal Kombat e no primeiro e segundo Injustice.

domingo, 11 de junho de 2017

Crítica - Orange is the New Black: 5ª Temporada

Análise Orange is the New Black: 5ª Temporada


Review Orange is the New Black: 5ª TemporadaA quarta temporada de Orange is the New Black terminou com gancho que tornou longa a espera por uma próxima temporada, já que a promessa de uma rebelião das detentas prometia ainda mais tensão e novas oportunidades para discutir os problemas do sistema prisional dos Estados Unidos, algo que a temporada anterior começava a fazer. A decisão de manter todos os 13 episódios contidos nos poucos dias de rebelião, porém, nem sempre consegue manter o ritmo. A partir deste ponto, alguns SPOILERS são inevitáveis.

A trama começa exatamente onde a temporada anterior começou com a arma que o guarda Humphrey (Michael Torpey) trouxe ilegalmente para dentro da prisão caindo nas mãos de Daya (Dascha Polanco), que rende os guardas e dá início à rebelião. A partir daí acompanhamos as tensões entre os vários grupos de presidiárias, os reféns tomados por elas e também com as autoridades que tentam retomar o controle do presídio. Entre as líderes está Taystee (Danielle Brooks), que exige a prisão do guarda responsável pela morte de Poussey (Samira Wiley) e melhorias para a prisão.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Crítica - A Múmia

Análise A Múmia


Review A MúmiaCom a Marvel/Disney e a DC/Warner faturando em cima dos seus respectivos universos cinematográficos compartilhados, era natural que outros estúdios também tentassem entrar para a festa e de algum modo desenvolvessem um universo compartilhado para tentar explorar em múltiplos filmes. A Universal resolveu remeter aos seus monstros dos filmes dos anos 30 para criar um universo povoado por poderosas criaturas. Este A Múmia seria o pontapé inicial deste universo, mas o resultado está longe de ser um bom começo.

O militar Nick (Tom Cruise) está em missão no Iraque, mas ao invés de seguir ordens prefere seguir uma pista que pode levá-lo a valiosas relíquias que visa vender no mercado negro. Sua busca, no entanto, o leva a um achado arqueológico sem igual, o sarcófago da princesa egípcia Ahmanet (Sofia Boutella), que teria sido mumificada ainda viva depois de matar a própria família. Com a ajuda da arqueóloga Jenny (Annabelle Wallis), ele retira o sarcófago de sua tumba, mas no meio da viagem de avião, tudo dá errado e eles caem em Londres. Com a múmia de Ahmanet à solta, Nick descobre que foi escolhido por ela para completar um ritual sombrio interrompido milênios atrás e o soldado precisa arrumar um jeito de detê-la para salvar a vida.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Crítica - Z: A Cidade Perdida

Análise Z: A Cidade Perdida


Review Z: A Cidade Perdida
Os filmes de James Gray sempre dialogaram com os clássicos mais marcantes de outrora. Se Os Donos da Noite (2007) remetia aos filmes de máfia e Era Uma Vez em Nova York (2013) remetia aos antigos melodramas, este Z: A Cidade Perdida remete a antigos filmes sobre exploração e desbravadores, ainda que tenha preocupações e ideias bastante contemporâneas.

A trama, baseada em fatos reais, acompanha o militar e explorador britânico Percy Fawcett (Charlie Hunnam). No final do século XIX Percy é destacado para mapear a fronteira entre Brasil e Bolívia. Durante a expedição Percy encontra evidências de antigas civilizações nativas, provavelmente mais antigas que os próprios europeus que colonizaram aquele lugar, e decide realizar uma nova expedição para encontrar o lugar. O filme então acompanha as décadas de obsessão do britânico com sua ideia e as tentativas de localizar a cidade perdida.

Podia ser uma narrativa extremamente condescendente sobre o herói branco europeu que conquista, domina e subjuga os selvagens inferiores da América do Sul, mas Gray usa a história de Fawcett para fazer o exato oposto disso. O explorador não está atrás de riqueza ou de levar "civilização" (ou o que os europeus da época consideravam como tal), seus objetivos são o de mostrar que os nativos tem uma sociedade tão complexa e sofisticada quanto a dos brancos, que insistem em vê-los como inferiores.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Crítica - House of Cards: 5ª Temporada

Análise House of Cards: 5ª Temporada


Review House of Cards: 5ª Temporada
A quarta temporada de House of Cards encerrava com Frank (Kevin Spacey) e Claire (Robin Wright) anunciando que o país estava oficialmente entrando em estado de guerra contra o terrorismo. Ficava claro que eles estavam usando aquilo para usar o medo da população em seu favor e obter ainda mais poder e controle. A nova temporada lida com as consequências dessa decisão e também no modo como os desmandos e truculência de Frank desgastaram seu capital político.

Depois dos eventos da temporada anterior, Frank pede à Câmara uma declaração formal de guerra contra o grupo terrorista que agiu dentro dos Estados Unidos e matou uma pessoa, mas seus opositores percebem que a guerra é meramente uma manobra para tirar a atenção das denúncias contra ele feitas pelo jornalista Tom Hammerschmidt (Boris McGiver). Ao mesmo tempo, precisa lidar com a ascensão de seu oponente nas eleições presidenciais, o jovem governador Will Conway (Joel Kinnaman).

A trama mostra como um governo usa da máscara de combate ao terrorismo para estabelecer um estado de vigilância constante que tem menos a ver com a proteção da população e mais com criar brechas para se poder passar livremente por cima da constituição e manter o poder. Uma vez que o medo é disseminado, o governo pode livremente fabricar ameaças para manter a população sob controle e manipular qualquer evento a seu favor, incluindo uma eleição, como Frank faz aqui.