quinta-feira, 30 de junho de 2022

Rapsódias Revisitadas – Todas as Garotas do Presidente

 

Crítica – Todas as Garotas do Presidente

Análise Crítica – Todas as Garotas do Presidente
Durante muitos anos a identidade do informante conhecido como “Garganta Profunda” que foi fundamental em fornecer provas aos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein para incriminar diretamente o presidente Richard Nixon pelo escândalo Watergate (que completa 50 anos agora em 2022). Hoje sabemos que o informante era Mark Felt, vice-diretor do FBI na época dos acontecimentos, mas em 1999 quando a comédia Todas as Garotas do Presidente foi lançada, a identidade de Garganta Profunda ainda era desconhecida o que abria margem para especulação.

A trama se passa na década de 70 e é centrada nas adolescentes Arlene (Michelle Williams) e Betsy (Kirsten Dunst). Numa noite de travessuras no Hotel Watergate elas esbarram sem querer nos invasores que estão grampeando o comitê do Partido Democrata e os invasores acabam detidos pela segurança do hotel. Depois disso, a dupla acaba sendo chamada pelo presidente Nixon (Dan Hedaya) para cuidar do cachorro dele. No tempo que passam na Casa Branca Arlene e Betsy acabam acidentalmente encontrando mais provas do envolvimento de Nixon com Watergate e entram em contato com os jornalistas Woodward (Will Ferrell) e Bernstein (Bruce McCulloch).

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Crítica – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

 

Análise Crítica – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Review – Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
A noção de multiverso tem sido bastante explorada por Hollywood nos últimos anos, produzindo grandes blockbusters como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, então não é surpresa que produções independentes também explorassem esse filão. Produzido pela A24, queridinha do cinema indie dos Estados Unidos, este Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo usa a ideia de multiverso para falar sobre trauma geracional (como fez o recente Red: Crescer é uma Fera) e pavor existencial.

A narrativa é protagonizada por Evelyn (Michelle Yeoh), uma mulher de meia idade frustrada pela vida, lutando para manter uma lavanderia da qual não gosta, mas é seu único sustento e vendo seu casamento com o manso Waymond (Ke Huy Quan) desmoronar. Ela também tem uma relação conflituosa com a filha, Joy (Stephanie Hsu), não aceitando que ela saia do armário para o avô, Gong Gong (James Hong). Esses problemas são amplificados quando Evelyn é abordada por uma versão de Waymond de outro universo, que alerta a protagonista que ela é a única com possibilidade de deter um mal que pode destruir o multiverso.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Crítica – Interceptor

 

Análise Crítica – Interceptor

Review – Interceptor
Vou ser direto Interceptor não tem nada que já não tenhamos visto em outros filmes de ação. A trama é praticamente um plágio de A Força em Alerta (1992) que, por sua vez, já era meio que um plágio de Duro de Matar (1988) só que no meio do mar. Não seria um problema se ao menos tivesse personagens carismáticos ou boas cenas de ação, mas não é o caso.

A capitã Collins (Elsa Pataky) é transferida para uma estação de interceptação de mísseis intercontinentais localizada no meio do oceano. No seu primeiro dia no posto, o local é tomado por terroristas que visam desativar o local para poderem disparar ogivas nucleares roubadas dos russos. Com boa parte da tripulação abatida, Collins e outros dois colegas precisam manter os vilões liderados pelo militar Alexander (Luke Bracey) longe da sala de controle da estação.

Apesar da trama envolver uma corrida contra o tempo, é impressionante como não há sensação de urgência ou dinamismo, ao invés disso a impressão que fica é que a narrativa se arrasta pelos seus curtos noventa minutos. O principal problema é que as tentativas de criar situações de perigo ou são rapidamente resolvidas ou são muito pouco críveis, exigindo demais da boa vontade do espectador. Um exemplo é o clímax em que a protagonista escala a plataforma inteira, do oceano ao topo, em questão de dois minutos.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Crítica – Obi-Wan Kenobi

 

Análise Crítica – Obi-Wan Kenobi

Review – Obi-Wan Kenobi
Eu tinha sentimentos ambivalentes em relação à minissérie Obi-Wan Kenobi. De um lado era o tipo de coisa que dificilmente surpreenderia, já que sabemos exatamente o resultado de como tudo iria acontecer. Por outro, era uma chance de trazer mais nuance para o mestre Jedi e a relação entre ele e Anakin/Darth Vader. Depois de assistir os seis episódios, devo dizer que o resultado é uma mistura das duas coisas.

A trama se passa cerca de cinco anos depois de A Vingança dos Sith (2005). Obi-Wan (Ewan McGregor) está exilado em Tatooine, tentando se esconder do Império enquanto vigia um jovem Luke Skywalker. Problemas surgem quando os Inquisidores, investigadores do Império cuja missão é caçar Jedis, chegam a Tatooine em busca de outro Jedi escondido no planeta. Obi-Wan tenta se manter escondido, mas se coloca na mira de Reva (Moses Ingram), uma das inquisidoras. Reva organiza um sequestro da jovem Leia (Vivien Lyra Blair) para usar como isca para Obi-Wan, sabendo que Bail Organa (Jimmy Smits) confiaria o resgate apenas ao veterano Jedi.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Drops – Spiderhead

 

Análise Drops – Spiderhead

Review – Spiderhead
Dirigido por Joseph Kosinski (responsável pelo bacana Top Gun: Maverick), este Spiderhead parte de premissas interessantes sobre livre arbítrio e ética científica. O problema é que não leva suas ideias a nenhuma direção interessante. A trama se passa em um futuro próximo no qual presos são usados como cobaias por uma companhia farmacêutica para testar compostos que alteram as emoções humanas. Steve (Chris Hemsworth) é o cientista que lidera os experimentos e Jeff (Miles Teller) é uma de suas principais cobaias. Aos poucos, porém, Jeff começa a desconfiar que Steve está mentindo quanto às reais intenções do experimento.

Falar sobre cobaias humanas e drogas que podem fazer as pessoas se apaixonarem, terem medo de algo ou obedecerem cegamente abre espaço para pensarmos uma série de coisas sobre ética na ciência e também sobre liberdade de escolha. Afinal, se nossas decisões podem ser resumidas a uma série de impulsos químicos liberados pelo nosso cérebro, até que ponto nossas decisões são realmente nossas ou apenas estamos seguindo uma programação biológica pré estabelecida? O problema é que o filme não explora essas ideias.

terça-feira, 21 de junho de 2022

Crítica – A Escada

 

Análise Crítica – A Escada

Review – A Escada
Embora nunca tenha assistido, já tinha ouvido falar da minissérie documental Morte na Escadaria, de Jean-Xavier Lestrade, que contava a história de um homem condenado pela morte da esposa depois de supostamente simular sua queda de uma escada e de se envolver com uma situação semelhante anos antes. Quando a HBO anunciou este A Escada, minissérie que dramatizaria os eventos do documentário fiquei curioso para conferir e o resultado é uma história criminal com certa ambiguidade, ainda que os realizadores façam uma clara aposta a respeito do que realmente aconteceu.

A trama é baseada na história real de Michael Peterson (Colin Firth), acusado de assassinar a esposa Kathleen (Toni Colette) simulando uma queda da escada da casa em que moravam. A polícia crê que ele é culpado por conta das inconsistências em seu testemunho e na cena do crime, já Michael alega que tudo foi uma infeliz coincidência. Aos poucos, porém, as investigações descobrem que Michael guarda muitos segredos, como o fato de ser bissexual e ter traído a esposa com vários homens e o de já ter se envolvido a uma situação semelhante à morte de Kathleen anos atrás.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Crítica – TMNT: Shredder’s Revenge

 

Análise Crítica – TMNT: Shredder’s Revenge

Review – TMNT: Shredder’s Revenge
Eu devo ter gasto muito dinheiro de meus pais em fichas de fliperama para jogar TMNT: The Arcade Game, já que na época eu era fissurado em tudo que envolvia as Tartarugas Ninja. Também passei incontáveis horas jogando o port de The Arcade Game no meu NES assim como a continuação The Manhattan Project. Eventualmente mais um punhado de horas jogando Hyperstone Heist no Mega Drive e Turtles in Time na casa de amigos que tinham SNES. Eu ofereço todo esse contexto para que vocês entendam o quanto fiquei empolgado com o anúncio de um novo beat’em up dos quelônios mutantes neste TMNT: Shredder’s Revenge, ainda mais distribuído pela Dotemu, o mesmo pessoal envolvido no ótimo Streets of Rage 4.

Como em muitos jogos do gênero, a trama é simples: o Destruidor volta em busca de vingança e agora as tartarugas precisam cruzar mais de uma dúzia de fases batendo em soldados do Clã do Pé, robôs, alienígenas e outras criaturas para deter o vilão. De cara é possível escolher entre seis personagens (as quatro tartarugas mais April e o Mestre Splinter), com mais um sendo desbloqueado depois de encerrar o modo história. Como em um bom beat’em up que se preze, o jogo oferece modos cooperativos, tanto online quanto local, para até seis pessoas.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Crítica – Young Justice: Phantoms

 

Análise Crítica – Young Justice: Phantoms

Depois de um ótimo retorno após um hiato de quase uma década com uma terceira temporada intitulada Outsiders, a animação Young Justice continuou a mostra porque ainda era uma das melhores séries animadas do universo DC. Assim, a expectativa para esta quarta temporada, intitulada Phantoms, era bastante alta. Aviso que o texto a seguir contem SPOILERS da temporada.

A trama começa com Superboy e Megan viajando ao planeta Marte para se casarem. Durante as preparações do casamento, Superboy é ferido numa explosão e dado como morto. Ao mesmo tempo a equipe precisa lidar com crises envolvendo a vilã Lady Shiva, o aparecimento de uma nova Lorde do Caos que tenta tomar o lugar de Klarion e uma crise em Atlântida envolvendo uma antiga profecia. Os jovens heróis se dividem entre todas essas crises ao mesmo tempo em que são monitorados por um estranho trio que observa tudo à distância e parece ter um grande interesse no Superboy.

Assim como em outras temporadas, a série acerta ao explorar o peso das consequências emocionais sobre os jovens heróis. O melhor exemplo é como a temporada retrata o processo de depressão do Mutano. Depois de presenciar a morte do Superboy, Mutano vai aos poucos se afundando em remédios e relegando tudo aquilo que gostava de fazer, preferindo passar seu tempo deitado sem fazer nada. Quando confrontado pelos amigos, ele nega que tenha problemas e vai alienando todos ao seu redor, da namorada ao emprego como ator. É um processo gradativo, muito parecido com crises de depressão reais nas quais inicialmente pensamos que a pessoa está apenas cansada e só quando as coisas se agravam começamos a perceber que há um problema mais grave.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Crítica – Palm Springs

 

Análise Crítica – Palm Springs

Review – Palm Springs
A demora de Palm Springs em receber um lançamento oficial no Brasil é um daqueles casos inexplicáveis de distribuidoras e plataformas digitais deixando um filme ótimo (e bastante elogiado lá fora) passar enquanto catálogos digitais e salas de cinema recebem porcarias. A essa altura muita gente que estava ciente do filme provavelmente já viu pirateado por conta da demora em chegar aqui, então as instâncias de distribuição só tem a perder demorando de trazer um filme para nosso mercado.

Na trama, Nyles (Andy Samberg) é um sujeito despreocupado que tenta aproveitar o casamento de uma amiga da namorada quando conhece a dama de honra Sarah (Cristin Milioti). Os dois passam a noite conversando até o ponto em que Nyles é perseguido por um estranho homem e Sarah tenta ajudá-lo, mas acaba atravessando um estranho portal dentro de uma caverna. Para a surpresa de Sarah, ela acorda de volta no dia do casamento da irmã e descobre não apenas que está em um loop temporal, mas que Nyles está há tempos preso nesse mesmo loop. Assim, os dois tentam pensar em como quebrar o ciclo ao mesmo tempo em que tentam experimentar essa vida sem consequências.

terça-feira, 14 de junho de 2022

Crítica – Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin

 

Análise Crítica – Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin


Assim que o primeiro trailer de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin foi divulgado, o jogo virou meme quase que imediatamente. Internautas zoavam o modo exagerado como o protagonista Jack se comportava e dizia a cada trinta segundos o quanto queria matar Chaos. Não era uma zoeira imerecida, já que os rosnados do protagonista, claramente pensados para mostrá-lo como um sujeito durão, o tornavam mais ridículo do que empolgante. Desenvolvido pelo Team Ninja, responsáveis pelos dois Nioh, o jogo funciona como um soulslike no universo Final Fantasy.

A trama tenta funcionar como uma espécie de prelúdio para o Final Fantasy original, contando como o reino de Cornelia foi tomado pelos quatro monstros que dominaram os cristais elementais e jogaram o mundo na escuridão, obrigando os guerreiros da luz a agirem. O protagonista é Jack, um homem sem memória que vaga Cornelia em busca de Chaos, movido pelo desejo de matá-lo. No início de sua jornada ele encontra Jed e Ash, dois guerreiros também sem memória, portadores de cristais negros similares aos de Jack e com o mesmo desejo de matar Chaos. Assim, o trio parte em uma jornada para matar Chaos e livrar o reino da escuridão. Já mencionei que eles querem matar Chaos?

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Crítica – Arremessando Alto

 

Análise Crítica – Arremessando Alto

Review – Arremessando Alto
Ao longo dos anos, passei a temer pela minha sanidade toda vez que via o logo da Happy Madison, produtora de Adam Sandler, no início de um filme. Isso por conta das comédias pavorosas que o ator produzia para si e seus amigos. Ainda assim, resolvi assistir este Arremessando Alto por ser algo diferente da produtora, mais focado em drama, e Sandler costuma render bem quando se coloca no drama, vide Joias Brutas (2020) ou Os Meyerowitz (2017).

Na trama, Stanley (Adam Sandler) é um olheiro veterano da NBA trabalhando para o 76ers. Durante uma viagem de trabalho para a Espanha, ele conhece o talentoso amador Bo (Juancho Hernangomez) jogando basquete na rua. Apesar de não ter experiência profissional, Stanley vê promessa em Bo e decide levá-lo para os Estados Unidos mesmo quando seu time na acredita no talento do jovem espanhol.

É uma trama típica de esporte e superação que se desenvolve de maneira relativamente previsível. Temos o jovem dotado de um talento nato, mas que precisa superar seus demônios internos para atingir seu potencial. O treinador calejado que desperdiçou sua carreira de atleta por conta de um erro idiota e tenta reparar as frustrações do passado e daí por diante. Não tem nada aqui que já não tenhamos visto antes e tudo é conduzido de maneira que não há grandes surpresas. Ainda assim o filme consegue envolver por conta da emoção do elenco principal.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Crítica – Young Souls

 

Análise Crítica – Young Souls

Review – Young Souls
O que me atraiu para Young Souls foi a mistura entre um beat’em up 2D ao estilo Streets of Rage e um RPG de ação focado em exploração de dungeons ao estilo Diablo. Parecia uma mistura inusitada e o game consegue fazer funcionar direito na maioria do tempo.

A trama segue os gêmeos Jenn e Tristan que precisam resgatar o pai que foi sequestrado pelo rei do goblins que vivem nos subterrâneos da cidade. Para tal, precisam explorar os túneis e masmorras escondidas abaixo da cidade em que vivem para alcançarem a capital dos goblins e os impedirem de alcançar a superfície. A direção de arte chama a atenção pela estética que remete a desenhos animados da década de 90, com algumas cutscenes impressionando pela qualidade e fluidez apesar dos valores de produção modestos.

O jogo se desenvolve ao longo de várias dungeons bidimensionais nas quais o jogador se movimenta como se fosse um beat’em up. Conforme progride, os personagens sobem de nível, adquirem novos atributos e equipamentos que abrem diferentes possibilidades de builds. É possível jogar cooperativamente com dois jogadores, cada um controlando um dos irmãos, ou jogar sozinho, com o usuário podendo alternar entre os dois irmãos.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Drops – Jackass 4.5

 

Análise Drops – Jackass 4.5

Review Drops – Jackass 4.5
Sempre que um novo filme da trupe do Jackass é lançado, pouco tempo depois sai a versão “.5” da produção mais recente. Não foi diferente com Jackass Para Sempre (2022), que recentemente ganhou uma nova versão em Jackass 4.5. Como de costume, além de novos esquetes, também vemos um pouco dos bastidores.

Assim como outros filmes da trupe encabeçada por Johnny Knoxville os esquetes variam entre o bizarramente criativo e o completamente antiético e nojento. O nível de entretenimento a ser extraído de um filme dessa natureza vai depender muito do quanto você é capaz de aderir ou não às pegadinhas juvenis da trupe envolvendo ânus e pênis.

Por outro lado, as entrevistas com a trupe, com o diretor Jeff Tremaine e o produtor Spike Jonze ajudam a entender o senso de encantamento e ludicidade quase que infantil que norteia as escolhas dos esquetes. As entrevistas também fornecem uma janela para a dinâmica aloprada entre a equipe, no qual vemos que há uma amizade e afeto bem genuíno entre essas pessoas a despeito de um clima de trabalho relativamente tenso por conta de todos estarem sempre preocupados em serem vítimas de alguma pegadinha não planejada.

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Crítica – Ruptura: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – Ruptura: Primeira Temporada

Review – Ruptura: Primeira Temporada
Tentar equilibrar trabalho e vida pessoal é algo complicado. Inevitavelmente um aspecto de nossa vida interfere no outro. E se fosse possível separar nossa vida pessoal do nosso trabalho? É essa pergunta que faz a série Ruptura, que conta com produção executiva de Ben Stiller, que também dirigiu alguns episódios. A partir dessa pergunta, a série faz intensas reflexões sobre a natureza alienante do trabalho, a importância da memória e como abrir mão de um aspecto de nossa vida seria abrir mão de parte de nossa experiência social e afetiva.

A trama se passa em um futuro próximo no qual a megacorporação Lumon desenvolveu um processo chamado “ruptura”. Nele as memórias do trabalhador são divididas entre o seu eu externo e o seu eu interno (aquele que trabalha). Assim, o indivíduo teria duas identidades separadas, uma na vida pessoal e uma no trabalho, sendo que nenhuma dessas identidades lembra da outra. Um desses trabalhadores é Mark (Adam Scott), que optou pela ruptura depois da morte de sua esposa. Ele trabalha como refinador de dados, embora não saiba exatamente que dados ele está refinando. O cotidiano de Mark muda quando ele é promovido a chefe de seu setor (que tem apenas quatro pessoas) e recebe a nova trainee Helly (Britt Lower), que tem dificuldade de se adaptar ao processo de ruptura.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Crítica – Morbius

 

Análise Crítica – Morbius

Review – Morbius
Depois que Venom (2018) fez mais sucesso que a Sony esperava, o estúdio resolveu fazer mais filmes de personagens secundários do universo do Homem-Aranha, o que resultou neste Morbius. A decisão, no entanto, parecia ignorar o contexto do sucesso do filme do simbionte. Venom é um personagem com uma ampla base de fãs e era protagonizado por um ator carismático que mais de uma vez tinha mostrado ser capaz de segurar um grande blockbuster.

Nada disso, no entanto, se aplica a Morbius, que pega um personagem de quinto escalão das histórias do Homem-Aranha, muito longe da popularidade do Venom.  Ainda por cima escalam Jared Leto, um ator que nos últimos anos só tem atraído antipatia do público, em especial do público de filmes de super-heróis devido ao seu pavoroso trabalho como Coringa em Esquadrão Suicida (2016), por suas presepadas de bastidores devido à “imersão” em seus personagens que não necessariamente resulta em bons filmes ou boas atuações. Então de cara Morbius já era um filme que não prometia muita coisa, o que surpreende é como ele consegue entregar ainda menos do que as expectativas já baixas a seu respeito indicavam.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Crítica - The Legend of Vox Machina

 

Análise Crítica - The Legend of Vox Machina


Review - The Legend of Vox Machina
Baseada na websérie do Critical Role com dubladores famosos jogando o RPG de mesa Dungeons & Dragons, a série animada The Legend of Vox Machina consegue captar bem o espírito de jogar D&D com um grupo de amigos. Tecnicamente a série apresenta alguns problemas similares a outras produções animadas da Prime Video, como Invencível, mas os personagens são tão carismáticos que é difícil não se deixar envolver por eles.

A trama se passa no mundo de Exandria e acompanha o excêntrico grupo de mercenários Vox Machina. A narrativa começa com o grupo sendo contratado para enfrentar um dragão atacando um reino pacífico, mas como em qualquer trama de RPG a simples missão logo se desenvolve em uma jornada para salvar um reino de forças sombrias.

Embora a trama em si não seja nada diferente do que já vimos em histórias de fantasia, com monstros, intrigas palacianas, rebeliões contra déspotas e feiticeiros sombrios tentando convocar horrores ancestrais no mundo, o que envolve em The Legend of Vox Machina são os personagens. Com um grupo de personalidades excêntricas sempre trocando piadas e frases de efeito, além de ocasionalmente ficarem às turras uns com os outros, a série acerta na dinâmica de um grupo de RPG ao mesmo tempo que evoca o espírito de produções como a série Firefly, que também tinha seu grupo de mercenários excêntricos.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Crítica – O Poder e a Lei: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – O Poder e a Lei: Primeira Temporada

Review – O Poder e a Lei: Primeira Temporada
Depois de uma adaptação para os cinemas estrelada por Matthew McConaughey, os livros de Michael Connelly sobre o advogado Mickey Haller que atende clientes do banco de trás de seu Lincoln ganham a televisão na série O Poder e a Lei. Assim como nos livros, são narrativas que misturam tramas investigativas e dramas jurídicos que hoje são formatos comuns em séries, vide Law & Order e todos os seus derivados.

Na trama, depois de um ano afastado do direito por conta de traumas e problemas com drogas, Mickey (Manuel Garcia Rulfo) recebe uma segunda chance quando “herda” os casos e clientes de um colega de profissão que foi assassinado misteriosamente. Entre os clientes está Trevor (Christopher Gorham), um milionário do ramo da tecnologia acusado de matar a esposa e o amante dela, mas que se diz inocente. Assim, Mickey precisa correr contra o tempo para inocentar Trevor enquanto tenta descobrir quem matou seu colega.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Crítica – The Flight Attendant: 2ª Temporada

 

Análise Crítica – The Flight Attendant: 2ª Temporada

Review – The Flight Attendant: 2ª Temporada
A primeira temporada de The Flight Attendant foi uma grata surpresa ao funcionar como um divertido pastiche de narrativas de suspense e da chamada “literatura de aeroporto”. A temporada até deixava algumas pontas soltas ao final, mas nada que realmente justificasse a necessidade de um segundo ano. Assim, não fiquei particularmente empolgado com a ideia de uma segunda temporada. De todo modo esperava que ao menos fosse algo semelhante a Big Little Lies no sentido de ser um segundo dispensável que ao menos conseguisse envolver o espectador.

Na trama, Cassie (Kaley Cuoco) agora mora na Califórnia e está há um ano sóbria. Além de continuar trabalhando como comissária de bordo, Cassie continua a colaborar ocasionalmente com a CIA. Isso, no entanto, não significa que ela está longe de problemas. Operativos da agência começam a ser mortos por uma mulher muito parecida com Cassie, com a protagonista precisando correr contra o tempo para descobrir o que está acontecendo.

O mistério principal é o grande ponto fraco da nova temporada. Se no ano de estreia o caso era relativamente simples, com espaços para algumas reviravoltas surpreendentes, aqui é tudo tão vago, rocambolesco e desnecessariamente complicado que fica difícil se importar. Ao final da temporada a revelação do culpado acaba não causando muito impacto justamente porque os episódios não fazem a gente se importar muito com sua resolução.