segunda-feira, 3 de maio de 2021

Crítica – Invincible: 1ª Temporada

 

Análise Crítica – Invincible: 1ª Temporada

Review – Invincible: 1ª Temporada
Eu já tinha ouvido falar dos quadrinhos do personagem Invencível, criado por Robert Kirkman (a mente por trás dos quadrinhos de The Walking Dead), mas nunca tinha lido. Então quando a Prime Video anunciou que faria uma série animada fiquei curioso para conferir e devo dizer que o resultado deste Invincible é bem bacana.

A trama é protagonizada por Mark (Steven Yeun) cujo pai, Nolan (J.K Simmons), é ninguém menos que o maior super-herói do mundo, o Omni-Man. Mark aparentemente é um garoto normal, até chegar na adolescência e manifestar os mesmos poderes de seu pai. Assim, Mark decide se tornar um super-herói, assumindo o nome de Invencível, e Nolan passa a ensinar o filho sobre esse trabalho e também a respeito do planeta natal dele Viltrum. Ao mesmo tempo, Nolan mata todos os Guardiões do Globo (a versão desse universo da Liga da Justiça) sem que ninguém saiba que foi ele, colocando as autoridades para investigarem quem matou os heróis mais poderosos do mundo.

Mark acaba sendo uma mistura de Homem-Aranha com Superman, já que ele passa pelas mesmas dificuldades de adolescência do herói aracnídeo e é tratado como nerd na escola, mas, por outro lado, seu grande poder e escala global de suas aventuras o tornam próximo do azulão da DC. É um personagem carismático e relativamente ingênuo, que quer ajudar os outros e sempre acredita no bem das pessoas, algo que custará caro a ele quando decide ajudar o pequeno criminoso Titã (Mahershala Ali) a enfrentar o gângster que o chantageia a cometer crimes.

Enquanto navega pelo duro aprendizado de ser um super-herói e o peso de ser responsável por proteger o planeta, Mark também lida com a dificuldade em manter o relacionamento com Amber (Zazie Beetz), uma colega de escola por quem se apaixona, mas teme o que pode acontecer caso revele sua identidade secreta. O desenvolvimento dessa subtrama romântica é relativamente previsível, com Mark ocasionalmente abandonando a namorada para salvar o mundo e Amber achando que ele é um namorado que não se importa com ela. Mesmo a revelação que Amber tinha deduzido a identidade secreta dele faz pouco para mexer nas batidas familiares desse arco.

Nolan é um dos personagens mais intrigantes da série por conta da ambiguidade com a qual é construído. Vemos que ele tem um claro afeto por Mark e por sua esposa, Debbie (Sandra Oh), parecendo muito bem integrado à vida na Terra e à raça humana. Ao mesmo tempo, a trama nos mostra Omni-Man sendo implacável com seus inimigos, como na brutal cena em que mata todos os Guardiões ao episódio em que ele destrói um planeta inteiro de alienígenas invasores.

Com isso ficamos nos perguntando se Nolan é um protetor dedicado que foi controlado ou manipulado a matar os aliados ou se ele é realmente um sujeito violento cuja missão na Terra em nome do planeta Viltrum vai além da benevolência de proteger o planeta e guarda motivos mais sombrios. A todo momento ficamos indecisos se Nolan matou os Guardiões de propósito, se foi controlado por algo ou alguém, quais os seus motivos e se esses motivos tiveram uma boa finalidade ou ele foi movido por motivações sombrias.

O arco envolvendo o Robô (Zachary Quinto) traz discussões complexas sobre identidade e consciência, principalmente diante da revelação final de que ele era humano e estava em busca de um novo corpo. A questão é que a subtrama envolvendo o personagem tem pouco impacto no conflito e no mistério principal envolvendo o Omni-Man matar os Guardiões. Mais que isso, alguns elementos da trama do Robô não repercutem como deveriam, em especial depois que os novos Guardiões descobrem que ele roubou o sangue de Rex (Jason Mantzoukas) para criar um novo corpo humano para si. Há um breve momento de incômodo no grupo, mas a urgência do confronto entre Mark e Nolan que acontece em paralelo acaba não dando tempo para que o peso das ações do Robô sejam devidamente trabalhadas.

A ação é grandiosa e transmite o grande poder dos heróis em destruir espaços amplos em poucos segundos, inclusive ao exibir uma violência bastante gráfica que evidencia o dano que esses personagens e seus poderes causam em pessoas normais. O épico confronto no episódio final inclusive mostra as consequências catastróficas do confronto de seres muito poderosos conforme diferentes lugares do mundo são destruídos e milhares morrem em questão de minutos. Esses elementos ajudam a distrair de como a animação é muitas vezes simples demais, com poucos quadros de movimento. Não falo isso como uma crítica exatamente, mas como um reconhecimento da inventividade dos realizadores em fazer o melhor com os recursos que tem em mãos.

Embora algumas subtramas nem sempre se conectem na trama principal, a primeira temporada de Invincible apresenta personagens carismáticos, ação impactante e uma boa condução de intriga.

 

Nota: 8/10


Trailer

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