sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Crítica - Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe

Análise Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe


Review Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe
Narrativas sobre famílias excêntricas ou filhos com problemas com seus pais são bastante comuns. É fácil compreender o apelo desse tipo de obra, afinal todos identificamos comportamentos esquisitos e excêntricos em nossos familiares ou temos problemas em lidar com nossos genitores. Ainda assim este Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe consegue funcionar para além dos lugares comuns graças ao olhar sensível de Noah Baumbach e pelo encantamento de seus personagens.
                                                      
A trama é centrada na figura do patriarca Harold (Dustin Hoffman), um professor de arte e escultor aposentado que tenta se manter relevante no mundo da arte. Ao seu redor gravitam seus três filhos: Danny (Adam Sandler), Matt (Ben Stiller) e Jean (Elizabeth Marvel), cada um deles com diferentes problemas com o pai.

Dustin Hoffman é ótimo como o patriarca turrão e mal humorado. Sempre irritado com algo e lançando "protestos" sobre coisas irrelevantes que lhe causam um incômodo desproporcional e criando confusão por causa disso, sendo um sujeito igualmente fascinante, divertido e insuportável. Assim, é possível compreender o motivo dos filhos constantemente desejarem sua proximidade e aprovação apesar de Harold estar constantemente menosprezando-os ou fazendo escândalos perto deles.

Adam Sandler faz o mesmo tipo de perdedor passivo-agressivo prestes a perder o controle que costuma fazer nas "comédias" que produz, mas se em seus filmes ele nunca consegue ir além de uma caricatura rasa e intragável aqui o texto e a direção de Baumbach consegue dar a Sandler material suficiente para que seu personagem soe como um ser humano de verdade. O trabalho de Sandler sentir os anos de frustração acumulada do personagem e como o desejo dele em ser aceito pelo pai minou sua autoestima, mas não deixa de exibir um claro afeto pela filha Eliza (Grace Van Patten) e pela própria família.

O restante do elenco é igualmente competente. Ben Stiller vive Matthew, um contador que a despeito do sucesso financeiro permanece infeliz e frustrado por não ter a aprovação do pai e aliena seu filho da mesma forma que Harold fez com ele. Emma Thompson diverte como a esposa riponga e alcoólatra de Harold com maneirismos largados e culinária exótica, servindo pratos como tubarão e pombo. Adam Driver tem uma pequena, mas engraçada ponta como um artista financeiramente irresponsável.

O roteiro acerta na criação de situações que ressaltam tanto o lado excêntrico da família como a ligação que tem uns com os outros. Do almoço de Matthew com Harold, passando pelos diálogos dos três irmãos com os médicos e enfermeiros de um hospital, tudo é repleto de bom humor e calor humano. Acerta também em situações de maior peso emocional, em especial nos discursos de Danny e Matthew na exposição de Harold, no qual os personagens se dão conta da importância do pai e dos familiares apesar dos problemas.

No fim, Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe é um encantador e divertido estudo sobre relações familiares, ancorado por um texto afiado e personagens excêntricos.


Nota: 8/10

Trailer

Um comentário:

Unknown disse...

É um filme bom e muito interessante, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de Adam Driver neste filme. Eu gostei e você? Me surpreendeu o ator. Seu trabalho é excelente como neste filme. Sigo muito os filmes com Adam Driver, sempre me deixa impressionada em cada nova produção. O vi recentemente em um bom filme chamado Lucky Logan Roubo em Família, foi um dos melhores filmes de comedia de 2017 eu recomendo!, o êxito do filme se deve muito ao grande elenco que é bastante conhecido pelo seu grande trabalho. Foi o meu filme preferido.