sexta-feira, 30 de junho de 2023

Drops – O Pior Vizinho do Mundo

 

Análise Crítica – O Pior Vizinho do Mundo

Review – O Pior Vizinho do Mundo
Estrelado por Tom Hanks, O Pior Vizinho do Mundo é a segunda adaptação do romance sueco Um Homem Chamado Ove, que foi adaptado para os cinemas na Suécia em 2015 com um filme de mesmo nome que foi bem sucedido o bastante para conseguir uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017. Essa versão hollywoodiana parece mais um daqueles esforços feitos para o público doméstico dos EUA que não gosta de ler legendas.

A trama gira em torno de Otto (Tom Hanks), um homem de meia idade mal-humorado que passa os dias visitando o túmulo da falecida esposa e lutando para mudar as regras da associação de moradores de seu bairro. Quando uma família latina liderada por Marisol (Mariana Treviño) se muda para sua vizinhança, Otto acaba, meio que contra a própria vontade, ajudando a mulher a se ajustar ao bairro.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Crítica – Lingui: The Sacred Bonds

 

Análise Crítica – Lingui: The Sacred Bonds

Review – Lingui: The Sacred Bonds
Confesso que fui assistir a este Lingui: The Sacred Bonds conhecendo muito pouco sobre o cinema produzido em Chade, pequena nação da África Central. Originalmente parte do bloco de colônias francesas na região central da África, Chade só se tornaria uma nação própria no século XX e ainda assim teria uma história conturbada com golpes de Estado, contragolpes e regimes autoritários que só foram parar na década de 1990. Isso explica porque a produção audiovisual no país é ainda incipiente e pouco conhecida no resto mundo, assim como aconteceu com outros países da África Central e também de parte das Américas.

A trama se passa na periferia da capital N’Djamena e é centrada em Amina (Achouackh Abakar Souleymane) que vive sozinha com a filha Maria (Rihane Khalil Alio). Quando Maria descobre que está grávida e não deseja manter a gravidez, já que uma mãe solteira é uma desonra enorme naquela sociedade muçulmana, elas buscam a alternativa do aborto. O problema é que o aborto também é proibido sob os olhos da religião e também por lei, envolvendo as duas personagens em uma batalha que soa impossível de vencer.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Rapsódias Revisitadas – Jurassic Park: Parque dos Dinossauros

 

Crítica – Jurassic Park: Parque dos Dinossauros

Review – Jurassic Park: Parque dos Dinossauros
É impressionante como um filme lançado há trinta anos atrás se sustenta melhor do que muitos blockbusters recentes, mas é exatamente o que acontece com Jurassic Park: Parque dos Dinossauros. Lançado em 1993 e dirigido por Steven Spielberg adaptando um livro de Michael Crichton, é o tipo de produção de alto orçamento que quase não encontramos mais hoje. Um filme focado em encantar e entreter ao invés de tentar fisgar o público com nostalgia rasteira ou com easter eggs a um universo compartilhado. Um filme mais preocupado com o presente de sua história e seus personagens do que em estabelecer múltiplas continuações ou inserir personagens a serem usados em produções futuras. Algo que você podia simplesmente sentar no cinema ou em sua casa com pipoca nas mãos, dar play e curtir sem precisar ter conhecimento de um monte de filmes que vieram antes.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Crítica – Indiana Jones e a Relíquia do Destino

 

Análise Crítica – Indiana Jones e a Relíquia do Destino

Review – Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Responsável pelo excelente Logan (2017), o diretor James Mangold provavelmente foi chamado para encabeçar este Indiana Jones e a Relíquia do Destino para dar ao herói vivido por Harrison Ford um desfecho tão competente e emocionante quanto o Wolverine. Considerando a recepção negativa que o filme teve quando foi exibido em Cannes, temi, porém, que Mangold tivesse feito o Durode Matar 5 (2013) da franquia. Felizmente não é o caso e a produção tem lá seus méritos ainda que fique aquém do seu potencial.

A trama se passa em 1969, às vésperas do pouso da Apollo 11 na Lua. Indy (Harrison Ford) agora é professor em Nova Iorque, prestes a se aposentar. No seu último dia de trabalho ele recebe a visita da afilhada Helena (Phoebe Waller-Bridge) que pede a ajuda dele para localizar a relíquia de Arquimedes, que seria capaz de localizar fissuras no tempo. Helena, porém, não é a única atrás da relíquia. O cientista Voller (Mads Mikkelsen), um ex-nazista repatriado pelos Estados Unidos, busca a relíquia para voltar no tempo e devolver a glória aos nazistas.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Crítica – 65: Ameaça Pré-Histórica

 

Análise Crítica – 65: Ameaça Pré-Histórica

Review - 65: Ameaça Pré-Histórica
Às vezes de onde a gente menos espera aí é que não vem nada mesmo. Não esperava muita coisa desse 65: Ameaça Pré-Histórica e estava pronto pra me deixar levar por qualquer coisa que viesse, mas o material é tão inane e desprovido de qualquer capacidade de mobilizar os sentimentos e sensações do espectador que é difícil sentir qualquer coisa por ele.

A trama se passa milhões de anos no passado quando uma civilização humanoide extremamente avançada já desenvolveu a capacidade de viajar pela galáxia. Mills (Adam Driver) é um piloto que aceita uma longa missão de dois anos para sustentar a família, ainda que se sinta culpado em deixar a esposa e a filha por tanto tempo. Durante a viagem a nave de Mills é atingida por um meteoro e cai em um planeta desconhecido. Além dele a única sobrevivente é a menina Koa (Ariana Greenblatt), uma das passageiras em crioestase na nave. Convenientemente Koa tem a mesma idade que a filha de Mills, então obviamente ele irá se apegar à garota como uma forma de redenção por ter deixado à família.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Crítica – Black Mirror: 6ª Temporada

 

Análise Crítica – Black Mirror: 6ª Temporada

Review – Black Mirror: 6ª Temporada
Depois de um hiato de quatro anos Black Mirror retorna para sua sexta temporada com alguns de seus episódios mais fracos. É também uma temporada que se volta para elementos de horror sobrenatural ao invés de ficar apenas na tecnologia, o que em si não é um problema para mim, já que sempre vi a série como esse “espelho sombrio” das neuroses humanas cujas histórias recorriam à tecnologia para mostrar como nossa cultura e modo de vida materializa essas neuroses. Ainda assim imagino que muita gente irá ficar decepcionada com a guinada mais ao horror e um foco menor na tecnologia.

O primeiro episódio, Joan is Awful, é centrado em Joan (Annie Murphy), uma mulher aparentemente comum que vê sua vida transformada em série por um serviço de streaming que coletou seus dados. Com a intimidade exposta, Joan tenta entrar em contato com a protagonista da série, Salma Hayek (interpretando ela mesma), para acabar com tudo. É um episódio que reflete sobre a quantidade de poder de monitoramento que damos às plataformas digitais, que coletam quantidades enormes de dados sobre nós sem que saibamos ou fiscalizemos o que elas fazem com isso.

terça-feira, 20 de junho de 2023

Crítica – Street Fighter 6

 

Análise Crítica – Street Fighter 6

Review – Street Fighter 6
Depois do conturbado lançamento de Street Fighter V, a Capcom tinha muito pouco espaço para errar com Street Fighter 6. Tudo bem que o quinto jogo eventualmente ficou mais interessante e recebeu mais conteúdo lá por volta de seu terceiro ano, mas Street Fighter 6 precisava acertar já de saída e ainda bem que ele faz exatamente isso.

Impressiona o quanto de conteúdo o game tem. Muito foi dito sobre a campanha single player intitulada World Tour na qual você criava seu personagem e vagava pelo universo de Street Fighter desafiando oponentes e treinando com os guerreiros mundiais. Pela demo parecia um modo promissor e eu estava pronto para uma campanha de seis ou sete horas, como as campanhas de outros games de luta. Pouco eu sabia que o modo é mais vasto e detalhado que isso, com uma duração de cerca de vinte horas (mais se você for completar tudo) duas grandes cidades com ciclos de dia e noite, além de vários outros mapas menores.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Crítica – Resgate 2

 

Análise Crítica – Resgate 2

Review – Resgate 2
O primeiro Resgate (2020) não tinha lá muita coisa em termos de trama e os personagens eram pra lá de clichê, mas a ação era bem conduzida o bastante para fazer valer a experiência. Resgate 2 mantem os méritos do original e tanta dar mais camadas aos personagens, embora não chegue a ser bem sucedido nessa segunda empreitada e não sei se precisávamos realmente de uma continuação.

Depois de sobreviver aos eventos do primeiro filme o mercenário Tyler Rake (Chris Hemsworth) é contatado por uma figura misteriosa (Idris Elba) para resgatar a esposa e filhos de um perigoso criminoso internacional de uma prisão na Geórgia (o país, não o estado dos EUA). Ketevan (Tinatin Dalakishvili, do horrendo Abigail e a Cidade Proibida), a tal esposa de criminoso, tem uma conexão passada com Tyler e servem como motor para o mercenário aceitar a missão.

Tal como no anterior, o filme empolga pelas enérgicas cenas de ação que tomam longos planos-sequência (ou que parecem ser planos-sequência) a exemplo da brutal extração na prisão no início do filme com Tyler e sua equipe enfrentando dezenas de criminosos em tomadas com pouquíssimos cortes aparentes que praticamente não dão tempo para o espectador retomar o fôlego. A ação também se beneficia de não diluir a violência e o sangue que flui nos embates, nos fazendo testemunhar as consequências brutais de cada luta, seja no modo como os protagonistas despacham seus inimigos, seja nos ferimentos que se impõem sobre os heróis e ampliam a sensação de risco, deixando claro que eles ficam debilitados ao longo da jornada.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Crítica – Zelda: Tears of the Kingdom

 

Análise Crítica – Zelda: Tears of the Kingdom

Review – Zelda: Tears of the Kingdom
Lançado em 2017, The Legend of Zelda: Breath of the Wild segue como um dos melhores games dos últimos anos, então quando foi anunciado um novo game que seria uma continuação direta havia muita expectativa. Depois de muitos adiamentos e anos de silêncio, quando The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom teve sua jogabilidade revelada pela primeira vez, a impressão era de que a espera tinha valido à pena, com um mundo ainda maior e mais vertical por conta dos arquipélagos aéreos e habilidades mais versáteis, prometia uma experiência mais vasta que o antecessor. Pois agora, tendo jogado devo dizer que Tears of the Kingdom é tão bom que faz Breath of the Wild parecer um demo de luxo.

A trama começa quando Zelda e Link encontram a múmia de Ganondorf nos subterrâneos do castelo de Hyrule. O rei das trevas desperta e ataca dos heróis, destruindo a Master Sword de Link e derrubando Zelda em um abismo. Link acorda em uma ilha aérea, tendo seu braço restaurado pelo espírito de Rauru, primeiro rei de Hyrule. Com o novo braço vêm novas habilidades que o herói precisará empregar para restaurar Hyrule e salvar Zelda mais uma vez.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Crítica – Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou a História

 

Análise Crítica – Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou a História

Review – Flamin’ Hot: O Sabor Que Mudou a História
Dirigido pela atriz Eva Longoria, Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História é mais um na tendência recente de Hollywood produzir filmes sobre produtos, como aconteceu em Air e Tetris. O longa conta a história de Richard Montañez (Jesse Rodriguez), faxineiro de uma fábrica da Frito-Lay, empresa que produz salgadinhos como o Doritos e o Cheetos, que criou na década de noventa o sabores apimentados da marca, impressionando o presidente da empresa, Roger Enrico (Tony Shalhoub), e mudando o negócio.

Assim como os outros filmes que citei no parágrafo anterior, essa produção é basicamente um ritual de confirmação do status quo capitalista e todas as noções sobre meritocracia e que basta trabalhar duro e acreditar nas próprias ideias que tudo dará certo. Não chega a ser uma romantização plena porque a condução de Longoria está atenta ao racismo e xenofobia que ainda dominam o mercado de trabalho estadunidense e aponta como Richard precisou lidar com isso durante toda a vida e dentro da empresa, ponderando que talvez ele não tivesse que começar tão de baixo se não fosse branco.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Crítica – Velozes e Furiosos 10

 

Análise Crítica – Velozes e Furiosos 10

Review – Velozes e Furiosos 10
Quando escrevi sobre o nono Velozes e Furiosos mencionei o quanto a franquia já estava dando sinais de cansaço com tramas forçadas e um senso de falta de consequência. Pois todos esses problemas retornam em Velozes e Furiosos 10, que provavelmente é o ponto mais baixo da franquia até aqui.

Na trama Dom (Vin Diesel) e sua família começam a ser caçados pelo perigoso Dante (Jason Momoa). Filho do traficante Reyes (Joaquim de Almeida), vilão do quinto filme, Dante busca vingança e almeja destruir a família de Dom. Depois de atrair os protagonistas para uma armadilha em Roma, culpando-os por um atentado a bomba, Dom e seus aliados são obrigados a se separarem para evadir as autoridades. Sem o suporte da família Dom precisa encontrar um meio de deter o vilão.

O filme começa já retificando a continuação (mais uma vez) da franquia ao apresentar cenas de Momoa sendo inserido em momentos importantes do quinto filme via um chroma key bem tosco. Quando escrevi sobre o filme anterior mencionei como a invenção de um irmão para Dom era um expediente preguiçoso e desonesto com o público, criando a impressão de que a narrativa pode simplesmente reinventar o passado a qualquer momento, criando um sentimento de que nada tem qualquer consequência real, já que pode ser modificado ou desfeito.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Crítica – The Flash

 

Análise Crítica – The Flash

Review – The Flash
Depois de mais de um ano na gaveta da Warner junto com o segundo filme do Aquaman, The Flash finalmente estreia nos cinemas carregando a promessa de ser o recomeço do universo DC nos cinemas. Como é comum em produções que tem esse fardo de “estabelecer um universo”, porém, o filme acaba sofrendo por trazer muitos elementos que tem pouca pertinência para a trama presente e existem mais para estabelecer personagens futuros.

Na trama, Barry (Ezra Miller) descobre que é possível usar sua velocidade para viajar no tempo e decide voltar ao passado para impedir o assassinato da mãe, mesmo com aliados como Bruce Wayne (Ben Affleck) alertando contra os perigos de fazer algo assim. Barry ignora os avisos e cria uma linha do tempo alternativa em que a mãe está viva, mas meta-humanos como Aquaman ou Mulher-Maravilha não existem. Isso se torna um problema quando o general Zod (Michael Shannon) aparece para atacar a Terra tal qual em Homem de Aço (2013), mas não há Superman para enfrentá-lo. Agora Barry precisará da ajuda de uma versão alternativa dele próprio e do Batman (Michael Keaton) desse universo para impedir uma catástrofe.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Crítica – Bem-Vindos de Novo

 

Análise Crítica – Bem-Vindos de Novo

Review – Bem-Vindos de Novo
Assistindo o documentário Bem-Vindos de Novo, dirigido por Marcos Yoshi, de certa forma me remeteu a Os Dias Com Ele (2013), de Maria Clara Escobar, no sentido que ambas são produções que usam a estrutura documental como um meio de resgatar memórias e empreender uma tentativa de se reaproximar de pais com quem os realizadores tiveram pouco convívio. Claro, o filme de Marcos Yoshi não é só isso, refletindo também sobre os movimentos migratórios pendulares de nipo-descendentes no Brasil e a situação político-econômica do país.

A trama tem como ponto de partida a migração dos pais do diretor para o Japão a trabalho no final da década de 1990. Inicialmente os pais de Marcos, eles próprios descendentes de imigrantes japoneses que vieram para o Brasil no início do século XX, ficariam no Japão por dois anos para juntar dinheiro, mas esses dois anos logo se transformaram em mais de uma década. Quando os pais dele retornam, mal reconhecem os filhos ou as transformações no país e o diretor começa a construir o filme como uma maneira de se reaproximar deles.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Crítica – Eu Nunca...: 4ª Temporada

 

Análise Crítica – Eu Nunca...: 4ª Temporada

A impressão é que a série Eu Nunca... está acabando uma temporada cedo demais, que o ano final de Devi (Maitreyi Ramakrishnan) na escola poderia ser contado ao longo de mais de uma temporada. Por outro lado, é um desfecho que amarra tão bem o amadurecimento desses personagens que é melhor a série ter acabado aqui do que ter se alongado e perdido a mão.

O quarto ano da série começa basicamente no ponto onde deixamos na terceira temporada. Devi perde a virgindade com Ben (Jaren Lewinson), mas os dois ficam inseguros em relação a tudo que aconteceu e acabam se afastando durante as férias de verão. Quando voltam à escola, Devi descobre que Ben está com uma nova namorada e se sente usada. Enquanto isso, Paxton (Darren Barnet) não se adapta à realidade da faculdade, onde não é mais um garoto popular idolatrado por todos, e aceita um emprego como assistente de treinador em sua antiga escola.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Drops – Vítima x Suspeita

 

Análise – Vítima x Suspeita

Review – Vítima x Suspeita
Um dos motivos que vítimas de estupro e violência sexual deixam de denunciar o que sofreram é o medo de ignorarem suas denúncias ou que não acreditem nelas, tratando-as como caluniadoras ou oportunistas. Produzido pela Netflix, o documentário Vítima x Suspeita trata exatamente disso, de como as denúncias de estupro se voltaram contra as próprias mulheres que denunciaram simplesmente porque a polícia duvidou de seu testemunho e quando elas foram retirar o que disseram foram presas por denunciação caluniosa.

O ponto de partida da narrativa é a repórter Rachel de Leon, que investigou o caso de uma garota no sul dos Estados Unidos que foi presa por falsa denúncia depois acusar um jovem de família influente de estuprá-la. A partir daí a jornalista esbarra em mais casos ao redor do país de jovens mulheres que tiveram suas denúncias criminalizadas porque a polícia não acreditou nelas.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

 

Análise Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Review Crítica – Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Não esperava nada de Homem-Aranha: No Aranhaverso (2018) e ele foi uma das melhores produções de 2018. Digo não apenas em termos de animação, mas no geral. É lógico, portanto, que as expectativas estariam em alta para este Homem-Aranha: Através do Aranhaverso. Expectativas são uma coisa perigosa, podendo derrubar mesmo uma produção competente caso ela não corresponda a todo o hype criado. Felizmente não é o caso aqui, que aprofunda boa parte das ideias do original, ainda que eu tenha alguns problemas no modo como o filme decide encerrar.

A trama se passa algum tempo depois do primeiro. Miles (Shameik Moore) está mais confortável no seu papel de Homem-Aranha, ainda que continue com dificuldade de conciliar isso com a escola com a relação com os pais. As coisas se tornam ainda mais severas com a aparição do vilão Mancha (Jason Schwartzman), cujo poder de criar portais mais uma vez ameaça o multiverso. É nesse ponto que Gwen (Hailee Steinfeld) retorna ao universo de Miles. Como parte de uma força-tarefa multiversal de “pessoas aranha” que caça focos de instabilidade Gwen está lá para deter o Mancha, mas o líder da equipe, Miguel O’Hara (Oscar Isaac), o Homem-Aranha do ano 2099, tem seus próprios planos em relação a Miles.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Crítica – Tempestade

 

Análise Crítica – Tempestade

Review – Tempestade
Criado originalmente como minissérie para o fracassado streaming Quibi (cuja proposta girava em torno de conteúdos curtos) Tempestade teve seus doze episódios de cerca de sete minutos remontados em um longa metragem provavelmente para tentar alcançar um público maior do que o de um streaming que fechou depois de seis meses. A proposta parece ser a de uma trama de sobrevivência e superação, mas é tão igual a outras narrativas similares e tão atrapalhado na construção da mensagem, que sobra pouco para aproveitar.

A trama é protagonizada por Jane (Sophie Turner), uma jovem depressiva internada em uma clínica que planeja se suicidar assim que sair da instituição para uma visita de Natal à família. A ideia é fazer isso no voo para casa, mas o avião cai numa região montanhosa tendo ela e outro passageiro, Paul (Corey Hawkins), como sobreviventes. Agora os dois precisam trabalhar junto para encontrarem um meio de serem resgatados.

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Rapsódias Revisitadas – As Pontes de Madison

 

Análise Crítica – As Pontes de Madison

Review – As Pontes de Madison
Lançado em 1995 e adaptando um romance escrito por Robert James Waller, As Pontes de Madison é uma narrativa sobre busca e desejo. Não necessariamente desejo sexual, mas o desejo por conexões humanas, por uma existência com significado e um senso de pertencimento. Um sentimento que quando encontrado por nos arrebatar e modificar para sempre, independente de uma curta duração.

A trama é protagonizada por Francesca (Meryl Streep) uma dona de casa do interior de Iowa na década de 60 que fica com quatro dias só para si quando o marido e os filhos viajam para uma feira agrícola. É aí que ela conhece o fotógrafo Robert Kincaid (Clint Eastwood) que está na região para fotografar as pontes cobertas da área para a revista National Geographic. Ambos se conectam e vivem um caso de amor nesses quatro dias que muda a trajetória deles para sempre.

A narrativa vai aos poucos construindo a conexão entre os dois personagens, que começa a partir de uma troca amistosa e de uma curiosidade genuína sobre o outro, aos poucos se desenvolvendo em uma forte conexão afetiva conforme eles vão se reconhecendo um no outro. São duas pessoas marcadas por seus fortes anseios por significado em suas relações, ambos se sentindo à deriva em suas vidas e, cada um ao seu modo, isolados. Considerando o curto período de tempo em que a narrativa se passa, dar a sensação de um caso assim poderia ter um impacto tão grande na vida dessas pessoas poderia ser difícil de tornar convincente, mas a trama é eficiente em fazer o espectador entender o peso disso para os dois personagens.