terça-feira, 31 de outubro de 2017

5 Contra 1: Filmes de Terror de 2017

Ranking Filmes de Terror de 2017


O ano de 2017 foi muito bom para o cinema de terror e embora ainda não tenha acabado, aproveitamos a data do Dia das Bruxas (ou Halloween) para enumerar alguns dos melhores e piores filmes do gênero que chegaram ao Brasil neste ano.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Crítica - Depois Daquela Montanha



Duas pessoas que nunca se viram resolvem pegar um voo fretado em um pequeno bimotor quando seus voos são cancelados. Eles são pegos por uma tempestade e o avião cai nas montanhas, apenas o casal e o cão do piloto sobrevivem à queda. O começo de Depois Daquela Montanha, adaptação do livro de Charles Martin (que não li), promete uma instigante e tensa história de sobrevivência, mas o desenvolvimento de sua trama acaba decepcionando.

O início da jornada de Alex (Kate Winslet) e Ben (Idris Elba) começa bem ao criar situações de tensão com os dois feridos nos destroços do avião, racionando o pouco de comida e tentando continuar vivos até que o resgate chegue. As tomadas aéreas amplas ressaltam a imensidão erma da montanha gelada e a pouca presença de música evidencia o silêncio do local, aumentando a sensação de vazio e isolamento experimentada pelos protagonistas.

Depois de alguns momentos bem tensos como o momento em que Ben desliza em direção a um penhasco ou quando Alex encontra um Puma, a trama começa a perder fôlego conforme o casal resolve descer a montanha. O que se segue se mostra bastante repetitivo com a dupla brigando, fazendo as pazes, correndo atrás do cachorro e um dos dois ocasionalmente se machucando e ficando inconsciente. Lá pela terceira vez que a trama deixa um dos dois inconscientes e cria dúvida se irá despertar ou não tudo começa a soar mecânico e repetitivo, como se a trama andasse em círculos para tentar disfarçar sua falta de conteúdo. Exceto pelo momento em que o gelo desaba sob os pés de Alex (uma cena que os trailers já entregavam), o restante do filme segue sem muita tensão.

sábado, 28 de outubro de 2017

Crítica - Thor: Ragnarok

Análise Thor: Ragnarok


Review Thor: Ragnarok
Thor: Ragnarok é provavelmente o melhor dos três filmes solo do deus do trovão da Marvel, mas, convenhamos, isso não é lá um grande feito. O elemento principal que eleva este filme em relação aos dois outros é que pelo menos há uma visão bem clara e singular sendo transmitida ainda que talvez não seja a mais adequada ao material.

A trama começa com Thor (Chris Hemsworth) enfrentando Surtur (Clancy Brown) para impedir o Ragnarok, o fim de Asgard. Ele retorna a Asgard para guardar a coroa de Surtur, mas descobre que Loki (Tom Hiddleston) tomou o lugar de Odin (Anthony Hopkins), que foi banido para a Terra. A ausência de Odin permite que a deusa da morte Hela (Cate Blanchett) saia de sua prisão e ataque Asgard. Na luta contra Hela, Thor acaba sendo jogado para longe de Asgard e vai parar no selvagem planeta Sakaar, sendo capturado e obrigado a lutar como gladiador na arena do Grãomestre (Jeff Goldblum). Quando Thor descobre que o principal campeão do lugar é o Hulk (Mark Ruffalo), percebe que há uma chance de escapar e retornar para Asgard.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Crítica - Stranger Things: 2ª Temporada

Análise Stranger Things: 2ª Temporada


Review Stranger Things: 2ª Temporada
A primeira temporada de Stranger Things pegou todo mundo de surpresa com sua trama nostálgica e seu universo que misturava terror, ficção científica e uma trama juvenil de amadurecimento. Essa segunda temporada consegue manter o nível da anterior, ampliando seu universo e desenvolvendo as relações entre seus personagens. Aviso que alguns pequenos SPOILERS estão presentes no texto a seguir.

A trama começa um ano depois dos eventos da temporada anterior. Mike (Finn Wolfhard) sente falta de Onze (Millie Bobby Brown) e tenta se comunicar com ela via rádio. Will (Noah Schnapps) continua tendo visões sobre o Mundo Invertido e é acompanhado por sua mãe, Joyce (Winona Ryder), e pelo delegado Hopper (David Harbour) ao Dr. Owens (Paul Reiser), cientista que é agora responsável pelo projeto do governo que abriu o portal para o mundo invertido e limpar a bagunça feita pelo Dr. Martin (Matthew Modine) na temporada anterior. As plantações da cidade começam a apodrecer e Hopper acha que os incidentes tem relação com o Mundo Invertido.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Crítica - Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca

Análise Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca


Review Mark Felt: O Homem que Derrubou a Casa Branca
O escândalo Watergate já foi bastante explorado pelo cinema hollywoodiano. O mais lembrado desses filmes é Todos Os Homens do Presidente (1976), que mostrava a investigação dos repórteres do Washington Post que expuseram o acobertamento cometido pelo governo com a ajuda de um informante de dentro do FBI. Este Mark Felt: O Homem Que Derrubou a Casa Branca acaba sendo um Todos Os Homens do Presidente sob a perspectiva do informante, o vice-diretor do FBI Mark Felt que acabou sendo apelidado como Garganta Profunda.

Ao reverter o ponto de vista em relação a uma história já conhecida era de se imaginar que a narrativa fosse se deter mais sobre a figura de Felt, seus conflitos e motivações, do que os eventos em si, que já foram exaustivamente explorados, mas o diretor e roteirista Peter Landesman (responsável pelo igualmente decepcionante Um Homem Entre Gigantes) parece mais interessado em recontar uma história já conhecida do que acrescentar algo a ela. A impressão é que em tempos de governo Trump, suspeita de conspiração com a Rússia e a demissão de um diretor do FBI por investigá-lo, a indústria cinematográfica queria lançar algo para lembrar ao público da importância de resistir aos desmandos de um presidente autoritário que não respeita a separação entre os poderes. Como não tinham nenhuma outra história do tipo, resolveram reciclar os eventos de Watergate e usá-los como metáfora para os tempos atuais.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Crítica - 1922

Análise 1922


Review 1922
Inúmeras histórias já foram contadas sobre pessoas que cometem crimes horrendos e são devastadas pela culpa. Do Macbeth de William Shakespeare ao Crime e Castigo de Dostoievski, faz tempo que a ficção se debruça sobre o tema. Este 1922, que adapta uma obra de Stephen King, também aborda essas ideias, conseguindo ser eficiente em tratar de decadência e culpa mesmo sem acrescentar de novo a este tipo de história.

No ano de 1922 o fazendeiro Wilfred (Thomas Jane) descobre que sua esposa, Arlette (Molly Parker), está disposta a vender as terras que herdou da família para poder se mudar para a capital com o filho deles, Henry (Dylan Schmid). Wilfred é um homem rústico, que tem orgulho de seu trabalho rural e de sua fazenda, não vendo com bons olhos a proposta da esposa. Quando ela se mostra irredutível em sua decisão, Wilfred decide matá-la. Depois da morte dela, no entanto, toda sorte de tragédia começa a se abater sobre o fazendeiro e sua propriedade enquanto visões da esposa morta começam a assombrar o fazendeiro.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Crítica - South Park: A Fenda Que Abunda Força

Análise South Park: A Fenda Que Abunda Força


Review South Park: The Fractured But Whole
Eu não esperava que South Park: The Stick of Truth fosse tão legal quanto acabou se revelando. Além de manter o espírito e senso de humor anárquico e crítico da série animada, era também um competente RPG que pegava elementos da série Paper Mario. Com isso a expectativa para esta continuação, South Park: A Fenda Que Abunda Força (The Fractured But Whole em inglês), estava bem alta e é muito bom constatar que ele não decepciona.

A trama começa com Cartman desistindo da brincadeira de fantasia medieval do jogo anterior e decidindo começar uma brincadeira de super-heróis com o intuito de transformar seus personagens em uma grande franquia cinematográfica tal qual os filmes da Marvel e da DC. Os garotos acabam brigando entre si pela criação desse universo compartilhado e se dividem entre duas facções. Cartman, que se tornou o herói Guaxinim, lidera o grupo Guaxinim e Amigos e recruta o "Garoto Novato" (o personagem do jogador) para seu grupo. Logicamente o que começa como uma brincadeira acaba saindo do controle e gera consequências absurdas com os garotos esbarrando em um esquema de drogas e tudo progredindo para tramas ainda mais sem noção, incluindo a revelação de quem estava por trás de tudo.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Crítica - Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe

Análise Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe


Review Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe
Narrativas sobre famílias excêntricas ou filhos com problemas com seus pais são bastante comuns. É fácil compreender o apelo desse tipo de obra, afinal todos identificamos comportamentos esquisitos e excêntricos em nossos familiares ou temos problemas em lidar com nossos genitores. Ainda assim este Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe consegue funcionar para além dos lugares comuns graças ao olhar sensível de Noah Baumbach e pelo encantamento de seus personagens.
                                                      
A trama é centrada na figura do patriarca Harold (Dustin Hoffman), um professor de arte e escultor aposentado que tenta se manter relevante no mundo da arte. Ao seu redor gravitam seus três filhos: Danny (Adam Sandler), Matt (Ben Stiller) e Jean (Elizabeth Marvel), cada um deles com diferentes problemas com o pai.

Dustin Hoffman é ótimo como o patriarca turrão e mal humorado. Sempre irritado com algo e lançando "protestos" sobre coisas irrelevantes que lhe causam um incômodo desproporcional e criando confusão por causa disso, sendo um sujeito igualmente fascinante, divertido e insuportável. Assim, é possível compreender o motivo dos filhos constantemente desejarem sua proximidade e aprovação apesar de Harold estar constantemente menosprezando-os ou fazendo escândalos perto deles.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Crítica - Tempestade: Planeta em Fúria

Análise Tempestade: Planeta em Fúria


Review Tempestade: Planeta em Fúria
Faz um bom tempo que o ator Gerard Butler não faz um filme realmente bom. Também faz algum tempo que o ator Ed Harris não faz um filme realmente ruim. Com trajetórias opostas os dois se encontram neste Tempestade: Planeta em Fúria. O resultado? Bem, vamos dizer que Ed Harris saiu prejudicado nessa.

Na trama, a humanidade é capaz de controlar e dissipar desastres naturais graças a uma rede de satélites que é capaz de deter tornados, terremotos, tsunamis e outras ocorrências. O aparato, no entanto, começa a apresentar falhas, causando desastres naturais ao redor do mundo. A recorrência desses problemas faz os responsáveis pelo sistema considerarem que alguém está deliberadamente interferindo no funcionamento do aparato. Agora cabe ao astronauta Jake (Gerard Butler) desativar os satélites, mas para isso será necessário que seus aliados em Terra localizem o presidente Andrew (Andy Garcia), o único que tem os códigos de desativação dos satélites.

Os personagens são unidimensionais e suas personalidades são uma coleção de clichês, sendo difícil nutrir simpatia ou torcer pela sua sobrevivência. O roteiro demora a engrenar e ainda está apresentando novos personagens mesmo quando já passaram cerca de cinquenta minutos de duração. Há uma tentativa de injetar humor ao dar aos personagens frases de efeito engraçadinhas mas a maioria delas é digna daquele seu tio que sempre faz a piada do pavê nos almoços de domingo e servem mais para constranger do que para fazer rir. Igualmente constrangedoras são as cenas românticas envolvendo Max (Jim Sturgess) e Sarah (Abbie Cornish) que deveriam ser engraçadinhas, mas não funcionam.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Crítica - Bom Comportamento

Análise Bom Comportamento


Review Bom Comportamento
Não conhecia o trabalho dos irmãos Safdie e entrei para assistir a este Bom Comportamento sem saber exatamente o que esperar. O filme com qual me defrontei, no entanto, me deixou curioso pelos próximos trabalhos da dupla e também para conferir suas realizações anteriores. A trama é centrada em Constantine, ou Connie (Robert Pattinson). Ele tenta roubar um banco com seu irmão surdo Nick (Benny Safdie) para poderem sair da cidade e viverem a vida que desejam no campo, mas o golpe dá errado e Nick é preso. Connie tenta pagar a fiança do irmão, mas não tem dinheiro. Ao descobrir que o irmão se envolveu em uma briga na prisão e foi hospitalizado, Connie decide invadir o hospital para libertá-lo, mas seus planos não correm como esperado e ele precisa correr madrugada adentro para resgatar o irmão.

O universo do filme de alguma maneira remete ao de Killer Joe: Matador de Aluguel (2012) ao focar em indivíduos sórdidos ou marginalizados e espaços sombrios. Os personagens do filme ou são sujeitos de péssimo caráter, mentalmente desequilibrados ou são ignorantemente marginalizados, sendo presa fácil para os criminosos e golpistas que habitam por entre as ruas sombrias da madrugada.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Crítica - Doentes de Amor

Análise  Doentes de Amor


Review  Doentes de Amor
Doentes de Amor podia facilmente se tornar um dramalhão trágico. Afinal, trata-se da história de um sujeito que conhece a mulher de sonhos e pouco tempo depois ela entra em coma. Tinha tudo para ser contado da maneira mais chorosa e apelativa possível, mas o texto do comediante Kumail Nanjiani e sua esposa Emily, que escreveram o filme a partir da história real de seu relacionamento, consegue ter sensibilidade o bastante para perceber a seriedade e contorno trágico da situação sem esquecer da leveza e bom humor.

A trama acompanha Kumail (Kumail Nanjiani), um jovem comediante de origem paquistanesa que tenta fazer sua carreira deslanchar. Sua família não vê com bons olhos sua escolha de carreira e sua mãe tenta a qualquer custo fazer um casamento arranjado para ele, mas Kumail não tem muito interesse na prática. As coisas se complicam quando ele conhece Emily (Zoe Kazan) e os dois começam a se relacionar. Ele esconde da família que está namorando uma mulher branca, já que seus familiares cortariam relações com ele, e também não conta a Emily que sua mãe está tentando arranjar um casamento para ele. As coisas se complicam quando Emily fica doente e precisa ser internada, sendo colocada em coma induzido. Como o estado dela era grave, Kumail acaba ligando para os pais dela e assim conhece os sogros, Terry (Ray Romano) e Beth (Holly Hunter).

Crítica - Além da Morte

Análise Além da Morte


Review Além da Morte
Linha Mortal (1990) não era lá grande coisa a despeito de sua premissa intrigante sobre o que acontece quando morremos e do carisma de seu elenco formado por (então) jovens astros como Julia Roberts, Kiefer Sutherland e Kevin Bacon. A ideia de um remake, este Além da Morte, só faria sentido se houvesse algum esforço para finalmente fazer jus ao potencial de sua premissa. Esta nova versão, no entanto, não demonstra qualquer disposição ou esforço de melhorar coisa alguma e ainda piora algumas coisas.

A trama é praticamente a mesma do filme original. Um grupo de estudantes de medicina decide pesquisar o há além da vida e que tipo de experiência uma pessoa tem depois da morte. A equipe é liderada por Courtney (Ellen Page) e a experiência consiste em zerar os batimentos cardíacos para depois ser revivido com o desfibrilador. Ao serem revividos, eles tem suas capacidades mentais ampliadas, mas também são atormentados por horrendas visões.

Assim como o original, a premissa sobrenatural/existencial acaba desperdiçada com explicações pouco convincentes que não dão conta do que exatamente está acontecendo. Se as visões são uma manifestação de seus traumas produzidos em sua mente em seus últimos momentos de vida, como essas visões, mesmo as que correspondem a pessoas que estão vivas, conseguem aparecer no mundo físico e ferir esses personagens? Suas mentes estão fazendo esses traumas se manifestar fisicamente no nosso mundo? Eles trouxeram para nosso mundo algum tipo de criatura que se alimenta do medo como o palhaço de It: A Coisa?

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Crítica - Mindhunter: 1ª Temporada

Análise Mindhunter: 1ª Temporada


Review Mindhunter: 1ª Temporada
Há uma frase do filósofo Friedrich Nietszche em seu livro Além do Bem e do Mal que diz que quem enfrenta monstros pena tornar-se um deles e que ao olhar o abismo o observador por ele também é contemplado. É possível interpretar que Nietszche queria falar sobre como é impossível passar por situações de moral questionável sem se afetado por elas e perseguir um inimigo significa absorver e se deixar "contaminar" em alguma medida por sua visão de mundo e maneira de pensar. É sobre isso que irá tratar essa primeira temporada de Mindhunter.

A série se passa na década de 70 e é centrada no agente do FBI Holden Ford (Jonathan Groff, a voz do Kristoff de Frozen). Holden trabalha como negociador de reféns e instrui novos agentes neste tipo de atividade, mas vai percebendo que seus conhecimentos não são suficientes para dar conta da conduta dos criminosos. Ele decide voltar à universidade e conhece Wendy Carr (Anna Torv), uma acadêmica que pesquisa condutas sociopatas. Ao lado dela e do agente Tench (Holt McCallany), também um instrutor do FBI, Holden propõe um estudo consistindo em entrevistar presos condenados por múltiplos crimes violentos para entender o que move esse tipo de criminoso.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Crítica - A Babá

Resenha Crítica - A Babá


Review A Babá
Curioso para saber o que sua babá faz depois que ele vai dormir, o garoto Cole (Judah Lewis) decide ficar acordado. Depois de um tempo ele desce de seu quarto e encontra sua babá, Bee (Samantha Weaving), recebendo alguns colegas na sala de sua casa. Parece uma festinha adolescente, com direito à brincadeira do "verdade ou desafio", mas as coisas dão uma guinada inesperada quando Bee esfaqueia um dos colegas. A babá e os amigos na verdade estavam ali para realizar um ritual satânico. É com essa premissa que inicia este A Babá, que podia ser um típico filme de terror, mas acaba se voltando mais para a comédia.

O filme investe no senso de absurdo e nas brincadeiras com as convenções de filmes de terror adolescentes como Sexta Feira 13 ou A Hora do Pesadelo. Os personagens são claramente caricaturas de arquétipos tradicionais como o atleta sempre sem camisa vivido por Robbie Amell, a líder de torcida burra e fútil interpretada por Bella Thorne ou a gótica trevosa de Hana Mae Lee. Os atores abraçam esses estereótipos entregando atuações cheias de exagero e canastrice que servem bem aos propósitos cômicos do filme.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Crítica - Entre Irmãs

Análise Entre Irmãs


Review Entre Irmãs
Com Entre Irmãs o diretor Breno Silveira (de Gonzaga: De Pai Para Filho e Dois Filhos de Francisco) ambiciona ser um grande épico sobre relações familiares e a formação da sociedade brasileira. Da duração do filme à música sempre presente e em alto volume tudo evoca grandiosidade, mas não deixa de ser curioso que os momentos em que tudo realmente funciona se dão quando a obra deixa essa pretensa grandiosidade de lado e foca nas pequenas coisas do cotidiano de suas duas protagonistas.

A narrativa é centrada nas irmãs Luzia (Nanda Costa) e Emília (Marjorie Estiano), que vivem no interior pernambucano nas primeiras décadas do século XX. As irmãs acabam separadas quando o cangaceiro Carcará (Júlio Machado) leva Luzia à força para acompanhar seu bando e Emília se casa com Degas (Romulo Estrela), um jovem abastado que vive em Recife, e se muda com ele para a capital.

Já na primeira cena, com as personagens ainda crianças, o filme estabelece as personalidades contrastantes das irmãs. Luzia é destemida e resoluta, Emília é romântica e ingênua. Poderiam ser personagens unidimensionais, mas Nanda Costa e Marjorie Estiano as preenchem de sentimentos, dúvidas, conflitos e frustrações tão verdadeiras que acreditamos nas personagens mesmo quando o texto deixa a desejar. Há uma grande naturalidade na relação entre elas e as duas comunicam muito uma para outra mesmo sem falarem diretamente.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Crítica - Logan Lucky: Roubo em Família

Resenha Logan Lucky: Roubo em Família


Review Logan Lucky: Roubo em Família
Retornando ao universo dos filmes de roubo depois de anos sem um novo projeto, o diretor Steven Soderbergh faz praticamente uma versão caipira de Onze Homens e Um Segredo (2001), também dirigido por ele, neste Logan Lucky: Roubo em Família. Depois de anos afastado da cadeira de direção nos cinemas, seu último filme foi Terapia de Risco (2013), o retorno de Soderbergh acaba rendendo uma esquisita e engraçada história de assalto.

A trama acompanha Jimmy Logan (Channing Tatum) que está em um péssimo momento em sua vida. Ele acaba de perder seu emprego e descobre que sua ex-mulher, Bobbie (Katie Holmes), vai se mudar para outro estado e levar sua filha junto. Sem perspectivas, ele decide roubar o cofre de um grande autódromo e para isso convoca a ajuda de seu irmão maneta Clyde (Adam Driver), sua irmã Mellie (Riley Keough) e do arrombador de cofres Joe Bang (Daniel Craig), que está preso, para realizar o golpe.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Crítica - As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme

Análise As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme'


Review As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme
Com super-heróis estando em evidência constante na produção hollywoodiana nos últimos anos, é de se imaginar que os estúdios tentem colocar as mãos em qualquer material envolvendo combatentes do crime fantasiados. Este As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme, adaptação dos livros de Dav Pilkey (que, confesso, nunca li), é basicamente o tipo de história de origem que Hollywood consegue fazer de olhos fechados, o que não significa necessariamente que este é um filme ruim. Na verdade, é bem divertido.
                                     
A trama é centrada nos meninos Jorge (Kevin Hart) e Haroldo (Thomas Middletich) que tentam enfrentar Krupp (Ed Helms), o diretor mal humorado de seu colégio, pregando peças e pegadinhas nele e nos professores. Eles também passam o tempo livre criando histórias em quadrinhos envolvendo um super-herói chamado Capitão Cueca, que enfrenta o crime usando apenas suas roupas de baixo. Quando uma brincadeira deles passa dos limites e o diretor Krupp ameaça colocá-los em salas separadas, os meninos o hipnotizam para que ele pense ser o Capitão Cueca. Simultaneamente o novo professor da escola, o Prof. Fraldinhasuja (Nick Kroll), se revela um cientista do mal que quer acabar com o riso do mundo. Cabe aos garotos e o Capitão Cueca salvar o dia.

Jogamos o beta de Star Wars Battlefront 2

Preview Star Wars Battlefront 2


O Star Wars Battlefront lançado dois anos atrás prometia muito, mas se revelou uma grande decepção. Sem um modo campanha, se limitando apenas à trilogia original quando até mesmo os antigos Battlefronts de PS2 exploravam as duas trilogias (a original e a prelúdio), com pouca variedade de modo e mapas e um caro passe de temporada, parecia um jogo incompleto.

A desenvolvedora EA prometeu sanar todas as queixas nesse Star Wars Battlefront 2. O jogo deve trazer uma campanha de um jogador que se estende ao longo dos três períodos retratados nos filmes e o multiplayer também deve explorar essas três eras. O jogo não terá mais um passe de temporada e o conteúdo adicional será gratuito, além de uma reformulação de várias mecânicas, prometendo mais conteúdo e uma melhor experiência de jogabilidade. O beta mostra essa evolução, mas ao mesmo tempo levanta algumas preocupações.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Crítica - Blade Runner 2049


Análise Blade Runner 2049


Review Blade Runner 2049
Blade Runner: O Caçador de Androides (1982) não era um filme que requisitava uma continuação. Considerando que é uma obra incrivelmente influente, tendo inspirado (estética e tematicamente) do mangá (e anime) Ghost in the Shell (1995) e filmes como Estranhos Prazeres (1995), Gattaca (1997) ou Cidade das Sombras (1998), era de se imaginar que talvez as possibilidades para um novo filme já tivessem sido exploradas e esgotadas. Felizmente esse Blade Runner 2049 é perfeitamente capaz de ampliar o que foi antes construído e ainda se manter respeitoso ao original.

A narrativa é centrada em K (Ryan Gosling), um novo e mais "dócil" modelo de replicante que trabalha para a polícia de Los Angeles caçando antigos modelos rebeldes. Ele estava no que deveria ser uma missão de rotina para capturar o replicante Sapper (Dave Bautista), quando encontra enterrado na casa dele os restos mortais de uma antiga replicante. A ossada traz sinais de que a replicante, apesar de ser uma criatura sintética, estava grávida e provavelmente morreu no parto. A chefe de K. a tenente Joshi (Robin Wright), fica preocupada com as implicações dessa descoberta. Se os replicantes podem se reproduzir, eles então poderiam ser considerados uma forma de vida autônoma e não meros produtos, criando assim uma série de conflitos éticos na exploração de seu trabalho de maneira escrava. A tenente ordena Joshi que descubra o que aconteceu com o suposto filho da replicante e apague todas as evidências para evitar um conflito social. K, no entanto, não é o único em busca desse filho perdido. O bilionário Wallace (Jared Leto), que controla a produção de replicantes, também deseja encontrá-lo, já que isso seria a chave para acelerar e baratear a criação de novos replicantes.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Crítica - Chocante

Análise Chocante


Review Chocante
A nostalgia pelos anos 80 e 90 parece estar em alta no cinema brasileiro. Depois do competente Bingo: O Rei das Manhãs chega aos cinemas este Chocante, claramente inspirado por bandas do anos 90 como Dominó e Menudo. Se Bingo conseguia contar uma história competente sobre o fascínio da fama e a cultura oitentista, Chocante não consegue ser nada mais que um exercício vazio de nostalgia que não tem nada a dizer sobre a época que referencia além de um raso "lembra disso daqui?".

A trama se passa nos dias atuais quando um dos membros da antiga banda Chocante morre em um acidente insólito. Os membros restantes: Téo (Bruno Mazzeo), Toni (Bruno Garcia), Clay (Marcus Majella) e Tom (Lúcio Mauro Filho) se encontram no velório e começam a relembrar dos velhos tempos. Juntamente com a antiga presidente do fã-clube, Quézia (Débora Lamm), eles começam a pensar em retornar aos holofotes.

É um filme de praticamente dois tipos de piadas. A primeiro tipo consiste em criar situações para mostrar como eles estão velhos demais para tentar ser uma boy band. A segunda em mostrar como as vidas deles se tornaram patéticas com um deles sendo anunciante de supermercado e outro virando motorista de Uber (como se fossem profissões humilhantes). O filme passa boa parte do tempo alternando entre essas situações rasas e superficiais até que tudo se torne exaustivamente aborrecido e os 90 minutos de projeção pareçam mais três horas. Os diálogos são igualmente óbvios e vomitam sem sutileza os temas do roteiro. Um exemplo da conversa entre Téo e Tom na qual ele diz algo como "você quer ficar vivendo no passado para não ter que encarar o futuro" comunicando o espectador um sentimento que ele já deveria ter sido capaz de perceber nos personagens.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Crítica - Jogo Perigoso

Análise Jogo Perigoso


Review Jogo Perigoso
Um casal sai de férias e vai para uma isolada cabana perto de um lago. Para apimentar a relação Gerald (Bruce Greenwood) propõe a Jessie (Carla Gugino) algemá-la nas barras da cama. A contragosto Jessie aceita, mas seu marido tem um infarto fulminante e cai morto aos seus pés. As chaves das algemas não estão perto, a cama é resistente e não há ninguém por perto para ouvir seus gritos de socorro. Se Jessie não conseguir se libertar é provável que ela morra de desidratação ou fome, mas as coisas pioram quando um cão faminto entra na cabana para se alimentar do cadáver de Gerald e Jessie sabe que ela será a próxima. É com essa premissa tensa e desesperadora que começa Jogo Perigoso, adaptação de um romance do célebre Stephen King.

Com pouquíssimo uso de música o filme investe em silêncios e nos efeitos sonoros de sons da floresta e da casa para construir a sensação de isolamento e solidão de Jessie, deixando claro o perigo e precariedade de sua situação. O trabalho de maquiagem é igualmente eficiente em denotar a decadência física e psicológica de Jessie, conforme os dias passam e a fome e a sede passam a abatê-la. A inanição começa a provocar delírios que mostram não só o desespero da personagem e como ela está perdendo seu senso de realidade, mas seu processo mental de pensar em maneiras de se libertar.