sexta-feira, 27 de março de 2015

Crítica - Cinderela

Análise Crítica - Cinderela

Review - CinderelaSeja por falta de ideias ou pela certeza de retorno financeiro, a Disney tem investido bastante em novas adaptações de contos de fadas e histórias famosas, muitas delas já adaptadas anteriormente em animações, com resultados que vão do minimamente aceitável, como Oz: Mágico e Poderoso (2013), ao completamente execrável, como o Alice no País das Maravilhas (2010) cometido por Tim Burton. Felizmente este Cinderela se destaca acima dos demais e é certamente o melhor desse ciclo recente de novas adaptações.

A trama tentar se manter fiel ao conto com a jovem Ella (Lily James) sendo explorada por sua madrasta, Lady Tremaine (Cate Blanchett), e suas duas meio-irmãs, mas apesar dos abusos mantém sua personalidade gentil e bondosa. Sua sorte parece mudar quando o príncipe Kit (Richard Madden) anuncia um baile para todo o reino.No entanto, Ella precisará de ajuda se quiser ir ao baile.

O filme investe em uma atmosfera fantástica desde o uso de uma paleta cheia de cores saturadas, passando pelo design dos castelos e paisagens que conferem uma natureza onírica aos ambientes e figurinos. Ainda assim é louvável o esforço do diretor Kenneth Branagh em fazer o máximo possível com cenários e ambientes físicos deixando a computação gráfica preencher apenas aquilo que seria impossível realizar. Os efeitos digitais em geral conseguem convencer, em especial com os ratos que acompanham a protagonista. Assim, há uma constante sensação de encantamento diante de tudo que acontece, inclusive diante da esperada cena com a Fada Madrinha (Helena Bonham Carter), e o fato de conseguirmos nos deslumbrar com esta história mesmo já sabendo o que acontece é uma evidência do senso de espetáculo preciso que a obra possui.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Crítica - Ponte Aérea


Manter um relacionamento não é uma tarefa simples, requer diálogo, atenção e paciência constantes e se já é difícil fazer tudo isso estando próximo um do outro, tudo pode se complicar quando se está a cidades de distância e é exatamente esse tipo de complicação que veremos neste Ponte Aérea.

A trama acompanha o casal Amanda (Letícia Colin) e Bruno (Caio Blat) que se conhecem por acaso quando um voo atrasa. O problema é que vivem em cidades diferentes, ele no Rio de Janeiro e ela em São Paulo e a distância, bem como suas personalidades opostas parecem dificultar a consolidação do relacionamento.

O filme brinca com a velha rivalidade entre Rio e São Paulo, mas não vai muito além de estereótipos regionais, ele é um carioca relaxado e sem grandes ambições que vai levando a vida sem grandes preocupações, ela é uma paulista agitada e constantemente estressada, além de obcecada pelo sucesso profissional. No entanto, ao invés de estimular a rivalidade, o filme tenta conciliar as coisas demonstrando como cada cidade tem seu charme. A fotografia ajuda a estabelecer as oposições entre as duas cidades, enquanto o Rio é uma cidade mais colorida, repleta de espaços abertos e paisagens naturais, São Paulo apresenta uma paisagem urbana tomada por prédios altos, marcada pelas superfícies de concreto e vidro e uma paleta de cores mais frias e menos saturadas, mas que ainda assim consegue achar alguma beleza nessa selva de pedra, sem fazê-la soar opressiva.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Crítica - O Sétimo Filho

Análise Crítica - O Sétimo Filho

Review - O Sétimo Filho
Um filme que tem Jeff Bridges como um cavaleiro alcoólatra e Julianne Moore como uma bruxa que vira dragão deveria ser ao menos divertido, certo? Infelizmente nem os dois carismáticos e veteranos atores conseguem salvar este O Sétimo Filho de ser um moroso festival de clichês.

O filme nos coloca para acompanhar o jovem fazendeiro Tom (Ben Barnes), o sétimo filho de um sétimo filho, que é recrutado pelo caça-feitiços Gregory (Jeff Bridges), o último remanescente de uma ordem devotada a combater o mal. Aparentemente os sétimos filhos tem capacidades acima das de um homem comum, embora o filme nunca explique isso, mas, vamos fingir que isso faz algum sentido, já que nem chega a ser um problema. Juntos eles precisam combater Malkin (Julianne Moore) uma poderosa bruxa que escapou de seu confinamento e está juntando as mais poderosas criaturas sobrenaturais para dominar o mundo durante a duração de um fenômeno que deixa a lua vermelha e amplia seus poderes sombrios.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Crítica - Kingsman: Serviço Secreto


Em tempos nos quais os blockbusters insistem em levar a sério repetições de fórmulas desgastadas (estou olhando para você O Destino de Júpiter) Kingsman corre na direção oposta e resolve não se levar nem um pouco a sério, deixando claro a natureza absurda e datada do universo apresentado ao mesmo tempo em que ousa subverter convenções e estruturas.

A trama acompanha Eggsy (Taron Egerton) um problemático jovem inglês que é recrutado pelo agente Harry (Colin Firth) a fazer parte da misteriosa organização de espionagem chamada Kingsman. Durante seu treinamento Eggsy precisará lidar com os colegas almofadinhas que não aceitam a presença de alguém, digamos, "classe-média" como o protagonista, além de ajudar seu mentor a investigar o misterioso bilionário Valentine (Samuel L. Jackson).

O filme é basicamente uma grande e calorosa homenagem aos antigos filmes de espionagem, em especial os antigos 007, com seus espiões elegantes e refinados cheios de tranqueiras absurdas como pistolas guarda-chuva e bombas-isqueiro, bem como os vilões megalomaníacos com seus covis em topos de montanha e capangas exóticos. O filme trata tudo isso com grande irreverência e humor auto-referencial, consciente do exagero e do absurdo do universo que nos apresenta ao mesmo tempo que brinca com as convenções e tenta trazer novos elementos.

Crítica - 118 Dias



Mais do que um filme denúncia sobre o modo brutal com a qual o governo iraniano lida com suas dissidências internas, este 118 Dias é um sensível estudo sobre o que a solidão e o desespero fazem com alguém.

Baseado em fatos reais, acompanhamos Maziar Bahari (Gael Garcia Bernal), jornalista iraniano radicado em Londres que vai ao Irã em 2009 para cobrir as eleições para a revista Newsweek. Maziar decide continuar no país após as eleições para acompanhar os protestos de cidadãos que questionam a validade da eleição que deu uma vitória folgada para o radical Mahmoud Ahmadinejad sobre o reformista Husseim Moussavi. Ao filmar os protestos ele registra a violência das autoridades, que matam os cidadãos sem pestanejar. Não demora para que ele seja preso sob acusação de espionagem, cuja prova é uma participação do jornalista em um programa de humor (o The Daily Show do diretor Jon Stewart) na qual ele brinca dizendo ser espião. A partir daí acompanhamos os tais 118 dias de Maziar em uma prisão iraniana onde ele será torturado a confessar ser um espião e parte de uma conspiração do ocidente para desacreditar o governo iraniano.

terça-feira, 3 de março de 2015

Crítica - Simplesmente Acontece


Vou ser bem sincero, Simplesmente Acontece não é um filme que vai mudar sua vida, não é um filme que vai te fazer repensar a natureza do amor ou dos relacionamentos, não traz nada que você já não tenha visto e dificilmente irá te surpreender. No entanto, vai conseguir te envolver e te divertir e depois te mandar para casa com um sorriso no rosto. Pode não ser a mais nobre das pretensões para uma obra de arte, mas pelo menos consegue ser um passatempo simpático.

A trama acompanha os amigos Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin), amigos desde pequenos, através de suas desventuras amorosas enquanto vão percebendo que talvez devessem ser mais do que amigos, embora sempre aconteçam coisas para afastá-los.

A história não tem exatamente nada de novo e é possível prever cada desdobramento e reviravolta bem antes que elas aconteçam. A gravidez imprevista, a carta não lida, o cônjuge traidor, todos os obstáculos já foram usados incansáveis vezes pelas comédias românticas e o filme não se arrisca nem um pouco em sair de seus lugares-comuns.