sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Reflexões Boêmias – Melhores Filmes de 2018


Melhores filmes


É sempre importante fazer um balanço do ano que passou e pesar as coisas boas e ruins que vivenciamos ao longo deste período. Como já fizemos nossa lista dos piores filmes de 2018, agora é a vez de pensarmos em quais foram os melhores filmes do ano que passou. A lista leva em conta apenas filmes que tiveram lançamento comercial no Brasil em 2018, seja nos cinemas ou direto para vídeo e streaming. Vamos a eles!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Crítica – Bumblebee


Análise Crítica – Bumblebee


Review -  Bumblebee
Depois de ir piorando progressivamente a cada um de seus cinco filmes e chegando ao fundo do poço no péssimo Transformers: O Ùltimo Cavaleiro (2017), que inclusive rendeu abaixo do esperado, deixando evidente que a franquia precisava se reinventar se quisesse continuar relevante. Este Bumblebee acaba sendo o exato respiro criativo que o universo precisava, tanto em termos narrativos quanto em termos estéticos, já que o diretor Michael Bay, responsável por todos os filmes dos Transformers até então, sai para dar lugar a Travis Knight (que comandou a animação Kubo e as Cordas Mágicas) e a troca traz uma notável diferença.

A trama se passa na década de oitenta e é centrada na garota Charlie (Hailee Steinfeld). Prestes a completar dezoito anos, ela quer ganhar um carro de aniversário, mas sua família não tem condições. Tudo muda quando ela acha um Fusca amarelo em um ferro-velho e decide consertá-lo, descobrindo que o veículo era um Transformer danificado que tinha caído na Terra tempos atrás. Assim, a jovem começa a construir uma amizade com Bumblebee (voz de Dylan O’Brien) ao mesmo tempo em que ambos ficam na mira da perigosa Decepticon Shatter (voz de Angela Bassett), que está em busca de Bumblebee para obter a localização dos demais Autobots.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Reflexões Boêmias – Piores Filmes de 2018


2018 Worst Movies


Com todo final de ano e começo de um novo chega o momento de fazer um balanço de tudo que passou. Como de costume, decido começar minha retrospectiva pelos piores porque, bem, melhor dar as más notícias primeiro, então aqui vão as piores coisas que lamentavelmente assisti e foram lançadas comercialmente no Brasil em 2018.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Crítica – O Retorno de Mary Poppins

Análise Crítica – O Retorno de Mary Poppins


Review – O Retorno de Mary Poppins
Não imaginei que a Disney faria outro filme com a babá Mary Poppins, afinal é notório que a escritora P.L Travers não gostou do que Walt Disney fez com sua personagem no filme de 1964 estrelado por Julie Andrews, uma história que também já foi contada nos cinemas em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013), ainda que o filme alivie um pouco as animosidades entre Travers e Disney. A questão é que o estúdio conseguiu fazer um acordo com o espólio da escritora e assim chegamos a este O Retorno de Mary Poppins.

Na trama, as crianças Banks do primeiro filme já estão adultas. Michael (Bem Winshaw) é um pai viúvo de três crianças e está prestes a perder a casa, enquanto Jane (Emily Mortimer) é uma líder sindical que tenta organizar os trabalhadores durante o período de crise econômica. Assim, Mary Poppins (Emily Blunt) mais uma vez aparece na vida dos Banks, dessa vez sendo auxiliada por Jack (Lin-Manuel Miranda) um trabalhador que cuida das lamparinas das ruas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Crítica – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver


Análise Crítica – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver


Review – Marvel’s Spider-Man: Comando Silver
Comando Silver é o terceiro e último DLC para Marvel’s Spider-Man e tinha a missão de trazer um desfecho às histórias iniciadas em O Assalto e Guerras Territoriais, encerrando todos os arcos de personagem enquanto pavimentava os rumos para novas narrativas em uma possível (e talvez inevitável) continuação.

A trama continua onde a expansão anterior parou, com o gângster Cabeça de Martelo escapando depois de ser dado como morto e a capitã Yuri Watanabe sendo afastada depois de tentar assassinar o criminoso. Agora, Peter precisa descobrir onde o vilão se esconde ao mesmo tempo que precisa lidar com o retorno de Silver Sable, que não está nem um pouco feliz com o fato de Cabeça de Martelo ter roubado seu equipamento.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Crítica – Bird Box


Análise Crítica – Bird Box


Review – Bird Box
Uma mulher e duas crianças caminham vendadas em meio a uma floresta tomada por um nevoeiro. A mulher alerta as crianças para não tirarem as vendas, pois se verem as criaturas invisíveis que tomaram nosso mundo, correm o risco de morrer. No papel a premissa de Bird Box parece risível, mas funciona melhor na prática. A questão é que a trama se pretende a um exame da erosão da sociedade diante de um ambiente apocalíptico e também a uma metáfora sobre a maternidade e faz as duas coisas apenas superficialmente.

Malorie (Sandra Bullock) está grávida e tem dúvidas se conseguirá amar e criar vínculo com a criança que irá nascer. Em meio a esses questionamentos, o mundo é tomado por um surto de insanidade, com pessoas enlouquecendo e se matando aparentemente sem razão alguma. Não demora a descobrirem que a razão de tudo isso são criaturas que, quando vistas, levam a pessoa à loucura. A trama alterna duas temporalidades, o presente no qual Malorie viaja com duas crianças através de um rio e o passado, com ela ainda grávida refugiada em uma casa com outros sobreviventes.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Lixo Extraordinário – Salvando o Natal


Crítica – Salvando o Natal


Review - Saving Christmas
Estrelado pelo ex-ator mirim Kirk Cameron, famoso em sua juventude por conta da série Tudo em Família e que hoje se tornou uma espécie de televangelista, este Salvando o Natal promete em seu pôster “trazer Cristo de volta ao Natal”. Imaginei que com isso o filme quisesse criticar o consumismo das festas natalinas e resgatar a essência da fé cristã que se perdeu nas comemorações da festa. Eu estava errado, eu estava muito, muito errado. O que ele apresenta é uma visão delirante e equivocada sobre os significados da festa, mas nem é só isso que o torna abominável.

O filme abre com Kirk sentado diante de uma poltrona falando sobre as festas natalinas e logo após uma breve fala sobre o Natal ser uma época de caridade e oração ele mostra o real intento do filme, entregando um longo discurso sobre como as comemorações natalinas estariam “sob ataque” ou sendo ameaçadas por pessoas que não gostam ou não entendem o significado das festas.

Ora, os Estados Unidos são uma nação formada por puritanos cristãos, as notas de dólar trazem a mensagem “in God we trust” (em Deus confiamos) escrita nelas, o juramento à bandeira menciona o fato do país ser “uma nação sob Deus, indivisível”, e assim é difícil comprar a ideia de que o cristianismo é de algum modo um grupo perseguido. Cristãos são um grupo social hegemônico, que determina padrões e normas, tanto lá quanto aqui no Brasil. Desta forma, tentar argumentar sobre perseguição é uma dissonância cognitiva com a realidade ou pura desonestidade intelectual, mesmo se considerarmos que está havendo uma perda de hegemonia, já que isso seria muito diferente de ser perseguido ou intimidado.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Crítica – Minha Vida em Marte

Análise Crítica – Minha Vida em Marte


Review – Minha Vida em Marte
Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou (2014) era uma comédia morna, excessivamente colada nos clichês do gênero, mas obteve sucesso suficiente para render uma continuação neste Minha Vida em Marte, que apresenta uma trama difusa e que perde de vista sua protagonista.

O casamento entre Fernanda (Mônica Martelli) e Tom (Marcos Palmeira) esfriou. Eles mal conversam, mal transam e só dialogam para falar sobre a filha. A falta de interação entre os dois leva Fernanda a conversar com o amigo Aníbal (Paulo Gustavo) e repensar a relação.

Assistindo o filme, a impressão é que Paulo Gustavo entrou armado no set e tomou toda a produção de refém, já que seu personagem, que deveria ser o típico melhor amigo engraçadinho, acaba tendo mais espaço e mais falas do que a própria protagonista do filme. Não importa qual o teor da conversa ou quão dramática, Aníbal sempre tem longos comentários venenosos a fazer sobre o que quer que esteja ao seu redor, mesmo que não faça nenhum sentido que aquilo fosse dito na situação, como nos momentos em que ele faz comentários maldosos para as clientes de sua empresa de eventos, o que é mais grosseiro do que engraçado.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Crítica - Roma


Análise Crítica - Roma


Review - Roma
O Roma do diretor mexicano Alfonso Cuarón não trata da capital italiana, pegando seu título da Colônia Roma, área de classe média da Cidade do México na qual o diretor cresceu. É, portanto, um trabalho que se pretende a algo memorialista, remetendo a experiências de infância do diretor e construindo uma sensação de estarmos acompanhando experiências cotidianas.

A história dessa família de classe média é contada sob a ótica de Cleo (Yalitza Aparicio) uma das empregadas dessa família de classe média cujos filhos dos patrões a consideram quase como uma segunda mãe. A trama acompanha o cotidiano dessa família bem como a vida de Cleo e as transformações que vão ocorrendo nesse núcleo familiar. Se inicialmente a trama parece romantizar excessivamente a relação de trabalho de Cleo com a família que a emprega, em sua segunda metade esse incômodo é atenuado quando a trama passa a ser sobre a solidão feminina, com tanto Cleo e a patroa abandonadas pelos respectivos companheiros não tendo o apoio de mais ninguém exceto uma da outra.  

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Crítica – South Park: 22ª Temporada


Análise Crítica – South Park: 22ª Temporada


Review – South Park: 22ª TemporadaA vigésima segunda temporada de South Park começou abordando o polêmico tema dos tiroteios em escolas. A escolha criou controvérsia antes mesmo do episódio ser exibido, com muita gente questionando como a série faria comédia em cima de algo tão trágico e, na verdade, eles se saíram muito bem ao abordar o tema. A série extrai a comédia não do tiroteio ou das mortes em si, mas da banalização que é feita ao redor desse tipo de evento e da inação em tentar fazer algo para coibi-lo.

O ridículo e o absurdo emergem de como esses tiroteios foram absorvidos no cotidiano das pessoas que, ao saber de um novo massacre, anunciam que seus “pensamentos e orações” estão com as vítimas apenas para continuar suas atividades como se nada tivesse acontecido. O episódio ainda traz uma subtrama envolvendo Cartman e Token sobre o fato de Cartman não ter gostado do filme Pantera Negra, o que é uma piada recorrente durante toda a temporada. Eu imagino que a intenção tenha sido parodiar as comunidades de fãs que não aceitam opiniões divergentes e atacam com fúria virulenta qualquer um que pense diferente, mas a temporada acaba não tendo nada a dizer sobre isso e apenas repete várias vezes a fala de Cartman de que o filme não é tão bom assim.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Crítica – Henfil


Análise Crítica – Henfil


Review – Henfil
Famoso por seu trabalho como cartunista, mas tendo também atuado como escritor, dramaturgo e até diretor de cinema, Henfil é uma figura importante para a história política e cultural brasileira cuja trajetória precisa ser examinada e conhecida. O documentário Henfil faz exatamente isso e é bem sucedido em evitar as armadilhas comuns deste tipo de filme.

A trama é contada a partir da pesquisa de estudantes de animação que pesquisam a vida e obra de Henfil para fazer um curta animado sobre seus mais famosos personagens. A partir disso o público vai conhecendo o cartunista a partir da pesquisa realizada pelos animadores. Com isso, o filme se afasta dessa estrutura tradicional de apenas intercalar entrevistas e imagens de arquivo, colocando o público para acompanhar a experiência de aprendizado da equipe de animação, o manuseio que eles fazem das artes de Henfil e as visitas de outros cartunistas, como Ziraldo e Jaguar, que vão ao estúdio comentar sobre a obra do biografado.

Claro, ainda estão presentes as entrevistas estáticas e imagens de arquivo, mas tudo é organizado sob o enquadramento dessa pesquisa dos animadores cuja intenção não é apenas conhecer os eventos da vida de Henfil, mas a gênese do seu gesto criativo. Entender porque ele produzia charges e cartuns sobre determinados temas e também qual a razão dele fazê-las do jeito que fazia, as suas escolhas estéticas, o tipo do traço e outros elementos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano


Análise Crítica – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano


Review – Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano
Detetives do Prédio Azul: O Filme, que levava aos cinemas a série do canal infantil Gloob, era uma aventura simpática, ainda que simples. Esse segundo filme não faz muito para ir além do anterior, mas continua a apresenta uma trama leve, imaginativa e lúdica.

A narrativa continua a acompanhar o trio de detetives mirins Sol (Letícia Braga), Bento (Anderson Lima) e Pippo (Pedro Henriques Motta). Dessa vez o grupo precisa viajar até a Itália (daí o título do filme) para desvendar o sumiço das crianças de seu prédio que foram sequestradas pelos bruxos Máximo (Diogo Vilela) e Mínima (Fabiana Karla), que querem usar o canto das crianças para atingirem a imortalidade. Na missão, o grupo de pequenos investigadores contará com a ajuda do avô (Antonio Pedro) de Pippo.

Tal como antes, a trama continua a costurar bem a junção da trama investigativa com elementos de fantasia e sobrenatural. Se quando eu escrevi sobre o primeiro filme mencionei o quanto isso era tributário de narrativas como a do Scooby Doo ou Josie e as Gatinhas (antes do reboot mais sério e sombrio em Riverdale), este segundo filme se aproxima ainda mais dessas referências. O castelo italiano com quadros cujos olhos se movem parece saído diretamente de um episódio do Scooby Doo e o trio de detetives agora tem uma banda na qual Sol toca bateria usando uma tiara com orelhinhas ao melhor estilo Josie.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Crítica – Aquaman




Depois da recepção abaixo do esperado de Liga da Justiça (2017) ficava claro que o modelo do diretor Zack Snyder para os heróis da DC não era mais comercialmente viável. O diretor teve três chances nesse universo e todas as três obtiveram um resultado morno, embora alguns estúdios ainda tenham tentado copiar equivocadamente esse formato como o péssimo Robin Hood. Este Aquaman tinha a missão de mostrar que o universo DC poderia se sustentar sem o diretor e construir em cima das promessas deixadas em Liga da Justiça.

É curioso que enquanto muitos blockbusters recentes, como o já citado Robin Hood, tentam copiar essa estrutura dark e sisuda, o chamado universo compartilhado da DC nos cinemas (que começou em O Homem de Aço) só obteve sucessos incontestes quando foi na contramão disso, abraçando a fantasia e aventura em Mulher Maravilha (2017), e agora tenta ser bem sucedido ao fazer um filme com um quê de matinê dos anos 30 e espírito de uma aventura de capa e espada (ou tridente) neste Aquaman.

Na trama, Arthur (Jason Momoa) é filho de um humano, Tom (Temuera Morrison), com a rainha Atlanna (Nicole Kidman), monarca da nação submarina de Atlântida. Arthur cresce na superfície, alheio ao que acontece em Atlântida, mas quando o seu meio-irmão, o rei Orm (Patrick Wilson) decide declarar guerra à superfície, ele se junta à princesa Mera (Amber Heard) e ao conselheiro Vulko (Willem Dafoe) para deter a guerra iminente e, para isso, precisam recuperar o tridente perdido de Atlan, primeiro rei de Atlântida.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Crítica – Mogli: Entre Dois Mundos


Análise Crítica – Mogli: Entre Dois Mundos


Review – Mogli: Entre Dois Mundos
A jornada de Mogli: Entre Dois Mundos para chegar a ser exibido ao público não foi fácil. O projeto, dirigido pelo ator Andy Serkis, foi anunciado pela Warner quase que ao mesmo tempo em que a Disney divulgava um remake com atores da animação Mogli: O Menino Lobo. Os dois filmes estavam marcados para estrear no mesmo ano, mas a Warner preferiu adiar sua versão a competir com a encarnação mais famosa da Disney. Um ano passou e nada de Mogli: Entre Dois Mundos estrear até que em 2018, quase dois anos depois da data marcada para sua estreia, foi anunciado que a Netflix comprou o filme da Warner e o distribuiria mundialmente em seu serviço de streaming.

Dada a demora em levar o filme ao público e a eventual desova dele na Netflix pelo estúdio, a impressão é que a Warner estava querendo se livrar de um potencial fracasso financeiro e diminuir suas perdas com filme, tal qual a Paramount fez ao largar o péssimo The Cloverfield Paradox (2018) no colo da Netflix. A impressão se confirma ao assistir o filme, pois embora ele não seja uma bomba insuportável de assistir, tem poucos atributos para realmente envolver o público, sendo uma experiência apática.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Crítica – NBA 2K19

Análise Crítica – NBA 2K19


Review – NBA 2K19
Jogos de esporte não são exatamente o meu forte, mas meu interesse por basquete acabou me motivando a conferir este NBA 2K19. A experiência foi relativamente positiva e eu encontrei um complexo e detalhado jogo de basquete, ainda que alguns problemas em termos de progressão atrapalharam a experiência.

A primeira coisa que chama a atenção é o quanto o jogo acerta ao reconstruir o estilo e o clima de uma partida da NBA. Dos modelos fiéis aos jogadores e quadras reais que reproduzem, às faixas de comentários ao longo das partidas e ao pré e pós show exibidos ao final de cada partida da campanha principal, tudo trabalha para te deixar imerso no sentimento de que o jogador de fato está fazendo parte de uma partida de basquete profissional.

O jogo traz uma variedade de modos e talvez aquele que inicialmente traz os jogadores, em especial alguém como eu que não tem muita experiência com os games da série NBA 2K, é o modo MyCarreer que funciona como a campanha principal do jogo. Nela, o usuário cria seu próprio personagem, um jogador iniciante com a alcunha de A.I para acompanhar suas tentativas de ter sucesso na NBA. A história me surpreendeu pela qualidade do roteiro, cheio de reviravoltas e dramas que me fizeram me importar com A.I a despeito da conduta ocasionalmente petulante e imatura do personagem. Existem alguns momentos em que o jogo te dá a opção de escolher o diálogo do personagem, mas a maioria delas teve pouco impacto na narrativa.

God of War é o grande vencedor do Video Game Awards


God of War review

O Video Game Awards, maior premiação de games dos Estados Unidos, aconteceu ontem, 06 de dezembro, e sagrou a nova versão de God of War como jogo do ano, levando também os prêmios nas categorias de direção e melhor jogo de aventura. A vitória marca um ano repleto de bons exclusivos para Playstation 4, como Marvel’s Spider-Man. O exclusivo para Xbox One Forza Horizon 4, por sua vez, ganhou como melhor jogo de esporte. O independente Celeste, que tinha brasileiros em sua equipe de desenvolvedores, venceu como melhor jogo indie. Confiram abaixo todos os vencedores.
  

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Conheçam os indicados ao Globo de Ouro 2019


A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood anunciou hoje os indicados ao Globo de Ouro. No cinema, Vice, cinebiografia do ex-vice presidente dos EUA Dick Cheney, recebeu o maior número de indicações, concorrendo em seis categorias. Na televisão o mais lembrado foi American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace. A cerimônia de entrega dos prêmios acontecerá no dia 6 de janeiro e será apresentada por Andy Samberg e Sandra Oh. Confiram abaixo todos os indicados:


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Crítica – Making a Murderer: 2ª Temporada


Análise Crítica – Making a Murderer: 2ª Temporada


Review – Making a Murderer: 2ª Temporada
A primeira temporada da série documental Making a Murderer pegou todo mundo de surpresa e se tornou uma sensação ao contar a história de Steven Avery, um homem condenado por estupro que passou dezoito anos na prisão até que novas evidências provaram sua inocência. Tempos depois ele é preso novamente sob uma acusação de assassinato cuja obtenção de provas foi bastante suspeita. A narrativa sobre um homem injustiçado envolvida em mistério e a possibilidade de uma grande conspiração policial atraiu a atenção de muita gente, tornando a série um sucesso e inclusive gerando consequências reais, com petições para libertar Avery e movimentos a favor dele.

A série também foi alvo de críticas por sua parcialidade, ficando do lado de Avery e da hipótese de sua inocência o tempo todo, e por conta disso teria supostamente ignorado as evidências mais fortes que provavam a culpa dele, focando a narrativa da série nas provas mais questionáveis. Essa segunda temporada tenta responder a essas críticas ao mesmo tempo que acompanha os novos desenvolvimentos nos casos de Steven e de seu sobrinho, Brendan, mas a verdade é que não há muito material para justificar essa nova leva de dez episódios.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Crítica – A Balada de Buster Scruggs


Análise Crítica – A Balada de Buster Scruggs


Review – A Balada de Buster Scruggs
Os irmãos Coen já dirigiram filmes em muitos gêneros diferentes e até já realizaram obras difíceis de subscrever a um único gênero como o caso de Fargo (1996). Agora, com este A Balada de Buster Scruggs eles se aventuram no western em um “filme de antologia” que nada mais é que uma série de curtas montados juntos. Sim, eles são unidos pela ambientação no velho oeste e também pelo tema da morte irônica e inesperada, com os destinos dos personagens sofrendo inesperadas reversões, mas ainda assim, são desconectados um do outro o suficiente para poderem ter sido lançados em episódios no formato de minissérie ao invés de colados juntos em um filme.

Como a maioria dos filmes que conta múltiplas histórias, A Balada de Buster Scruggs é irregular. Isso se dá tanto por conta de algumas tramas funcionarem bem melhor que outras como pelas mudanças bruscas de tom ou pelo fato da duração de algumas histórias ser muito maior do que as outras dando a impressão que de se estende mais do que deveria. É um pouco difícil saltar do humor excêntrico dos dois primeiros curtas, protagonizados por Tim Blake Nelson e James Franco respectivamente, para a melancolia da história encabeçada por Liam Neeson envolvendo um jovem sem pernas e sem braços.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Lixo Extraordinário – Na Onda do Rap


Crítica - Na Onda do Rap


Review Cool as IceQuando foi lançado em 1991, Na Onda do Rap era vendido como uma nova versão do filme O Selvagem (1953) colocando Rob Van Winkle no papel que foi tornado célebre por Marlon Brando. Não sabe quem é Van Winkle? Talvez vocês o conheçam melhor por seu nome artístico, o rapper Vanilla Ice. O quê? Não sabem quem é Vanilla Ice? Bem, ele foi famoso por um tempo na década de noventa graças à canção Ice Ice Baby. Vocês também não conhecem essa música? Não os culpo, é uma canção famosa principalmente pela batida, que na verdade é um sample das batidas iniciais da música Under Pressure do Queen.

De todo modo, os responsáveis por este filme acharam uma boa ideia chamar um rapper famoso por uma única música cujo principal mérito artístico pertencia a uma outra canção para fazer um papel que Marlon Brando tornou icônico e lógico que isso dá muito errado. Sim, imagino que o objetivo era promover o cantor e lucrar em cima da imagem dele, colocando-o como um galã rebelde, mas primeiro deveriam ter se certificado se Ice era realmente capaz de convencer dessa imagem. 

Além do filme ter sido um fracasso de público e crítica, a mudança dos paradigmas culturais, com o lançamento do disco Nevermind do Nirvana cerca um mês antes de Na Onda do Rap chegar aos cinemas colocando o grunge rock como a próxima grande onda, garantiram que Ice caísse no ostracismo. Ocasionalmente ele tenta retornar aos holofotes através de participações em reality shows e pontas nos filmes do Adam Sandler (como Esse é Meu Garoto), mas Vanilla Ice nunca chegou perto de recuperar a fama de outrora.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Crítica – As Viúvas


Análise Crítica – As Viúvas


Review – As Viúvas
Minha reação inicial ao saber que o projeto seguinte do diretor Steve McQueen seria um filme de assalto como este As Viúvas foi de estranhamento. McQueen foi responsável por filmes como 12Anos de Escravidão (2013), Shame (2011) e Fome (2008), trabalhos sobre pessoas vulneráveis e à margem, então a ideia de que ele embarcaria em um tipo de filme mais convencional parecia, à primeira vista, motivada por dinheiro. Por outro lado, outros diretores já tinham migrado para gêneros mais populares sem, no entanto, abrirem mão dos temas que tornam suas obras tão singulares. Spike Lee fez isso no excelente Plano Perfeito (2006), que, por baixo do verniz de filme de roubo, trazia o olhar típico de Lee para questões de classe, etnia e reparação social e agora McQueen faz o mesmo com As Viúvas.

A narrativa acompanha Veronica (Viola Davis), uma mulher que recentemente perdeu o marido, Harry (Liam Neeson) morto durante um assalto que deu errado. O problema é que o marido de Veronica roubou dinheiro de um poderoso gângster, Jamal (Brian Tyree Henry), que agora é candidato a vereador e pressiona Veronica pelo dinheiro roubado. Acuada, Veronica procura as viúvas dos outros ladrões mortos, Linda (Michelle Rodriguez) e Alice (Elizabeth Debicki), para juntas realizarem um roubo que Harry planejou antes de morrer e assim consigam o dinheiro para pagar Jamal e reconstruírem suas vidas.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Crítica – Supa Modo


Análise Crítica – Supa Modo


Review – Supa Modo
O longa-metragem queniano Supa Modo começa com duas crianças estão assistindo a um exagerado filme de artes marciais oriental. O filme termina e as duas saem empolgadas, conversando sobre quem seria melhor, se Jet Li, Jackie Chan ou Bruce Lee. É uma conversa trivial, mas que ajuda a entender o tom do filme, já que logo depois da cena descobrimos que a garota, Jo (Stycie Waweru), está com câncer terminal e como só tem dois meses de vida, a família tirá-la do hospital para que ela passe os últimos dias em casa.

A escolha de mostrar Jo como uma criança como qualquer outra ao invés de já iniciar nos comunicando de sua grave doença ajuda que não a vejamos como uma coitada ou uma vítima, mas como uma garota cheia de vida e energia. Retornando à casa e sem perspectiva de melhora, a irmã de Jo, Mwix (Nyawara Ndambia), decide aproveitar o tempo que a irmã tem restando para fazê-la viver o sonho de ser uma super-heroína.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Crítica – Robin Hood: A Origem


Análise Crítica – Robin Hood: A Origem


Review – Robin Hood: A Origem
É impressionante como Hollywood parece não saber o que fazer com a mítica figura de Robin Hood. Em tese é um personagem atemporal, afinal enquanto existir desigualdade social a figura de Robin permanece relevante. Por outro lado, a indústria estadunidense parece rejeitar veementemente o estilo “capa e espada” (ou swashbuckling em inglês) das histórias do personagem, com aventureiros charmosos, salões de baile e pessoas se balançando em lustres.

Ridley Scott já tinha tentando fazer um Robin Hood como épico histórico que falhou miseravelmente e agora essa nova versão tenta transformar a história do personagem em uma espécie de cópia safada dos filmes dos super-heróis da DC dirigidos pelo Zack Snyder. Considerando que a própria Warner/DC está se afastando do modelo “snyderiano” (e o sucesso comercial abaixo do esperado deste formato), este Robin Hood: A Origem é um filme que já nasce datado, superado e anacrônico. É o equivalente cinematográfico de um bebê natimorto.

Na trama, o nobre Robin de Loxley (Taron Egerton) retorna das cruzadas para descobrir que o Xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn) confiscou todas as suas propriedades e sua amada Marian (Eve Hewson) está casada com um líder local Will (Jamie Dornan). Destituído, Robin acaba se aliando ao mouro John (Jamie Foxx) para derrubar o Xerife.

Crítica - Rafiki


Análise Crítica - Rafiki


Review - Rafiki
Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva) são filhas de dois políticos rivais que estão disputando a eleição para vereador. Quando as duas se apaixonam, precisam decidir se viverão abertamente esse romance, tanto por conta de suas famílias quanto do preconceito da sociedade, ou se continuarão escondidas e em segurança. Esse é o conflito no centro do queniano Rafiki, segundo longa-metragem da diretora Wanuri Kahiu.

A primeira metade do filme trata o enlace romântico das duas com uma certa ingenuidade romântica, como se estivéssemos diante de uma comédia romântica qualquer. Nenhuma das duas parece ter qualquer problema (embora boa parte das pessoas ao redor delas tenha) em estar apaixonada por uma mulher ou questionam a própria sexualidade. O filme trata esse romance homossexual com a mesma naturalidade que boa parte das comédias românticas tratam romances heterossexuais e, com isso, manifesta um ideal de igualdade. Amor e romance são amor e romance independente dos gêneros das pessoas envolvidas.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Crítica – Marvel’s Spider-Man: Guerras Territoriais


Análise Crítica – Marvel’s Spider-Man: Guerras Territoriais


Review – Marvel’s Spider-Man: Guerras Territoriais
Guerras Territoriais, segundo DLC do excelente Marvel’s Spider-Man, continua mais ou menos do ponto em que O Assalto parou. O gângster Cabeça de Martelo (Hammerhead) ampliou ainda mais seu poder e influência entre os criminosos da cidade, iniciando um reino de terror por Nova Iorque. Cabe ao Homem-Aranha, com a ajuda da capitã Yuri Watanabe, deter o criminoso.

Preciso admitir que me surpreendi pelos caminhos sombrios que a narrativa me levou, explorando a elevação das tensões depois que um esquadrão da capitã Watanabe é assassinado pelo Cabeça de Martelo e a policial para em uma sangrenta e desesperada busca por vingança. Durante a campanha principal Yuri era basicamente um veículo de diálogos expositivos e “fornecedora de missões”, mas aqui ela ganha bastante nuance conforme é afetada pelas consequências brutais do seu duelo com a máfia e vai abandonando seus valores em sua sanha vingativa.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Crítica - Los Silencios


Análise Crítica - Los Silencios


Review - Los Silencios
São muitos os silêncios que marcam este Los Silencios, da diretora Beatriz Seigner. Os silêncios provocados por ausência, os silêncios daqueles que não têm voz diante dos caprichos dos poderosos e o silêncio daqueles que morreram e por isso são incapazes de contar suas histórias.

A trama é centrada em Amparo (Marleyda Soto), uma mãe de dois filhos que tenta fugir da zona de conflito em que vive na Colômbia. Ela vai para a zona de tríplice fronteira entre Colômbia, Peru e Brasil, se instalando em uma casa de palafita em uma ilha localizada no meio do Rio Amazonas e que formalmente não pertence a nenhum dos três países. Lá, ela encontra o marido (Enrique Diaz), que supostamente estava morto.

O filme traz uma mistura de realismo social com realismo fantástico. Falo em realismo social pelo fato de registrar o cotidiano de uma comunidade que literalmente não pertence a lugar nenhum (a “Ilha da Fantasia”) realmente existe, mostrando o desafio diário de viver em um local que está aos sabores das cheias e vazantes do rio, mesclando atores profissionais com um elenco de não atores formados pela comunidade. O realismo fantástico, por outro lado, se manifesta na literal presença de fantasmas que interagem com os vivos.

Vencedores do XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema


Vencedores do XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema


O XIV Panorama Internacional Coisa de Cinema encerrou ontem e distribuiu os prêmios das suas mostras competitivas. Na competitiva nacional, o longa Luna foi escolhido como o melhor pelo júri oficial, enquanto que Ilha foi o eleito do júri jovem, recebendo também uma menção honrosa do júri oficial. Na competitiva baiana, o júri oficial premiou o documentário Bando, um filme de, dirigido por Lázaro Ramos e o júri jovem premiou o documentário Dr. Ocride. Confiram abaixo a lista completa de vencedores.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Crítica – A Voz do Silêncio


Análise Crítica – A Voz do Silêncio


Review – A Voz do Silêncio
A Voz do Silêncio é um daqueles filmes que constroem um grande mosaico de personagens, transitando entre diferentes histórias que eventualmente se conectam de alguma maneira. Me lembrou bastante o excelente Magnólia (1999), de Paul Thomas Anderson, não só pela sua estrutura de mosaico, como também pela temática de pessoas solitárias em busca de afeto ou alguma conexão e pelo eventual uso de uma ocorrência cósmica/fantástica/sobrenatural para arrematar todas essas histórias. No filme de Anderson é uma chuva de sapos retirada do Velho Testamento, aqui é um eclipse lunar que deixa a Lua vermelha.

Como acontece em muitas tramas que saltam constantemente entre múltiplos personagens e narrativas, o resultado aqui é irregular e nem todas as histórias envolvem como deveriam. A mais eficiente é a que envolve uma mulher solitária em seu apartamento, interpretada por Marieta Severo, falando sobre o filho que está viajando pelo mundo. É uma das tramas que o filme dá mais tempo de tela e talvez seja por isso que ela envolva mais que as demais, além, claro do trabalho de Marieta Severo como uma senhora que parece cada vez mais deslocada da própria realidade e anestesiada pela televisão.