domingo, 25 de novembro de 2012

Crítica - Marcados Para Morrer

Começando com um plano da perspectiva da câmera contida no capô de uma viatura policial e a narração do policial Brian Taylor (Jake Gyllenhaal) este Marcados Para Morrer parece ser mais um desses falsos documentários (ou mockumentaries) que se valem da farsa documental apenas para mascarar todos os defeitos de uma produção realizada com roteiros vazios, atores ruins e técnica capenga como ocorre em embustes do naipe de Atividade Paranormal, Apollo 18 e tantos outros engodos pseudodocumentários que invadem as telas quase que mensalmente. O filme acompanha a dupla de policiais formada por Mike (Michael Peña) e Brian em suas patrulhas pelas ruas dos guetos de Los Angeles enquanto que Brian filma tudo como parte de um projeto de faculdade.
A trama, entretanto, não cai refém de seu próprio formato e sempre que necessário recorre a outras fontes (sempre na forma de imagens captadas por outros personagens ou câmeras de vigilância) para mostrar eventos nos quais os protagonistas não estão presentes. O próprio formato da tela, mais estreita e portanto mais vertical assemelha-se ao de uma produção televisiva e ajuda a passar de vídeos caseiros. Por outro lado, todo o clima de documentário do cotidiano policial torna a trama bastante solta e apenas na proximidade do terceiro ato da projeção é possível vislumbrar um direcionamento para a narrativa.

sábado, 24 de novembro de 2012

Crítica - Os Penetras


Comédias são sempre um gênero difícil de avaliar, afinal, o que é engraçado para alguém pode não ter a menor graça para outra pessoa. Isto se mostra bastante verdadeiro para este Os Penetras, uma vez que a satisfação proporcionada pelo filme está diretamente ligada ao quanto cada um aprecia do tipo de humor defendido pelos dois protagonistas, Marcelo Adnet e Eduardo Sterblich. No filme, Marco (Adnet) é um malandro que vive de penetrar em festas chiques e aplicar pequenos golpes ao lado de seu parceiro Nelson (Stepan Nercessian) e vê em Beto (Sterblich), um homem ingênuo que está tentando reatar com a namorada, uma vítima perfeita para ser “depenada”, termo que o próprio personagem usa.

A verdade é que nenhum dos dois se esforça muito para compor um personagem, se limitando basicamente à fazer as mesmas coisas que fazem na televisão, o Beto, por exemplo canta fino do pé do ouvido do Marco tal qual o Freddie Mercury Prateado que Sterblich faz no Pânico na Band. O roteiro se baseia em um fiapo de triângulo amoroso entre os dois e a misteriosa Laura (Mariana Ximenes) e o desenvolvimento disso tudo é absurdamente frouxo, dando muitas vezes a impressão de que estamos acompanhando apenas uma sequencia de esquetes soltos de algum programa televisivo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Crítica - Argo

Resenha Argo


Review ArgoDo início ao fim este filme dirigido por Ben Affleck se mostra bastante preocupado em assegurar ao seu espectador o quanto está sendo fiel à realidade em seu retrato da crise envolvendo a invasão a uma embaixada americana em Teerã, capital do Irã, em 1979 durante o auge da revolução que derrubou o xá Reza Pahlevi e levou ao poder o aiatolá Khomeini. No início acompanhamos um relato bastante didático que mistura histórias em quadrinhos com imagens de arquivo que contextualizam a revolução iraniana, deixando claro o papel do governo americano na instauração da ditadura do xá e o posterior asilo político dado a ele que motiva a revolta dos iranianos. Já no fim, o diretor contrapõe imagens do próprio filme com imagens e gravações de arquivo, demonstrando o quanto sua obra está próxima dos eventos reais.

Talvez essa preocupação venha do fato da recente popularização dos falsos documentários que brincam com as percepções de realidade da audiência nos tenham deixados mais cínicos quando vemos os dizeres “baseado em fatos reais” ou talvez seja motivada pelos próprios eventos narrados que parecem saídos de um filme de espionagem da década de 60.