quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Crítica – Apresentando os Ricardos

 

Análise Crítica – Apresentando os Ricardos

Review – Apresentando os Ricardos
Eu sei que nem todo mundo aprecia o estilo de Aaron Sorkin, seja sua escrita, seja suas incursões recentes como diretor (eu gosto bastante de Os 7 de Chicago, embora não agrade muita gente), mas desde Questão de Honra (1992) que me deixo encantar pela verborragia característica de Sorkin. Digo isso porque apesar de gostar bastante do olhar dele e também do objeto deste Apresentando os Ricardos, o casal Lucille Ball e Desi Arnaz, não consigo afastar a sensação de que Sorkin talvez não tenha sido a melhor pessoa para lidar com esse projeto, seja como roteirista ou diretor.

A trama foca em uma semana específica da vida de Lucille (Nicole Kidman) e Desi (Javier Bardem), quando Lucille é acusada de ser comunista, o que põe em risco o programa do casal, I Love Lucy, a série de maior audiência da época. Enquanto seguem os preparativos para gravar o próximo episódio, o casal se preocupa com a carreira de Lucille e a possibilidade de ainda terem um programa quando tudo passar.

O recorte de uma semana por si só poderia servir como um microcosmo para todos os problemas do casal naquele momento, com as disputas por controle da série com a emissora, os problemas matrimoniais de Desi e Lucy e o fenômeno cultural que era I Love Lucy. O problema é que Sorkin não se contenta com esse recorte e passa a se deslocar temporalmente para o passado, mostrando o início da relação entre Desi e Lucy, e também para o futuro, mostrando os roteiristas da série, já idosos, comentando sobre a fatídica semana.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Crítica – Não Olhe Para Cima

 

Análise Crítica – Não Olhe Para Cima

Review – Não Olhe Para Cima
É curioso como nos acostumamos a viver é uma espécie de distopia maluca. Não me refiro apenas à pandemia, mas todo o contexto social e político que estamos vivendo. Isso se aplica aos Estados Unidos e também aqui no Brasil. Este Não Olhe Para Cima tenta falar um pouco sobre esse estado de coisas em que existimos, mas faz isso de maneira óbvia e excessivamente solene, quase como se esquecesse se tratar de uma comédia.

A trama começa quando a estudante de doutorado Kate (Jennifer Lawrence) descobre um enorme cometa em rota de colisão com a Terra. Seu professor, o Dr. Mindy (Leonardo DiCaprio) confirma os cálculos e alerta as autoridades, já que se nada for feito, todos morreremos em seis meses. O problema é que as autoridades e a mídia não estão exatamente preocupadas em resolver o problema.

Se em filmes catástrofe típicos é a união da humanidade contra os desafios da natureza que leva ao triunfo, aqui a humanidade é uma calamidade maior do que a própria natureza. O mundo não acaba porque lidamos com uma ameaça além de nossa capacidade, o mundo acaba porque somos idiotas. O que é mostrado aqui poderia ser entendido como uma metáfora para o negacionismo científico relativo às mudanças climáticas ou à pandemia, o problema é que enquanto sátira falta um senso de imprevisibilidade e caos para que a subversão cômica acontece e falta substância para funcionar plenamente como drama.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Crítica – The Witcher: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – The Witcher: Segunda Temporada

Review – The Witcher: Segunda Temporada
A primeira temporada de The Witcher era uma competente introdução ao universo criado nos livros de Andrzej Sapkowski, mas se atrapalhava com uma estrutura narrativa de múltiplas temporalidades que tinha dificuldade de comunicar ao espectador onde e quando na trama estávamos, algo agravado pelo fato de que muitos personagens não envelhecem, dificultando essa localização temporal. Pois esta segunda temporada corrige esse problema, apresentando uma narrativa mais linear ainda que tenha alguma parcela de problemas.

A trama segue do ponto em que o ano anterior parou, com Geralt (Henry Cavill) encontrando Ciri (Freya Allan). Sabendo do perigo que Ciri corre, Geralt decide levá-la para Kaer Morhen, a fortaleza ancestral dos bruxos liderada por Vesemir (Kim Bodnia), mentor de Geralt. Ao mesmo tempo, Yennefer (Anya Chalotra) lida com as consequências da batalha em Cintra, tendo perdido seus poderes mágicos e buscando recuperá-los. Cientes do poder de Ciri, diferentes reinos e monarcas buscam encontrar a garota.

A companhia de Ciri beneficia o desenvolvimento de Geralt enquanto personagem, obrigando ele a se abrir mais, tirando o bruxo de seu estoicismo rígido cuja comunicação se dava principalmente através de grunhidos (algo que acabou virando meme). Assim, a temporada nos permite ver outra faceta de Geralt conforme ele começa a desenvolver uma preocupação genuína pela garota e eles começam a forjar uma relação de pai e filha. A presença de Vesemir também permite que vejamos outras facetas de Geralt conforme ele interage com o mentor a quem tem como pai.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Drops – Um Match Surpresa

 

Análise Crítica – Um Match Surpresa

Review Crítica – Um Match Surpresa
Apesar da palavra “surpresa” no título, essa é a última coisa que você irá encontrar em Um Match Surpresa. É aquela típica comédia romântica que faz pouco para sair do traçado dos filmes do gênero, sendo possível prever os principais desdobramentos já nos dez primeiros minutos, mas ainda assim maneja com habilidade e humor esses lugares comuns para funcionar como passatempo.

A trama é protagonizada por Natalie (Nina Dobrev), a típica personagem desajeitada e sem sorte no amor que aparece em 90% das comédias românticas. Ela conhece aquele que parece ser o homem dos seus sonhos em um aplicativo de namoro e decide surpreender o amado aparecendo na casa dele nas festas de fim de ano, mas chegando lá descobre que Josh (Jimmy O. Yang) na verdade estava usando a foto de um amigo bonitão no perfil, Tag (Darren Barnet). Assim, Natalie faz um acordo com Josh: ele a ajuda a conquistar Tag enquanto ela finge ser a namorada dele durante as festas.

É uma história bem previsível sobre dar uma chance ao amor e perceber que é a personalidade e a beleza interior que conta e de cara já sabemos como tudo isso vai se desenvolver. Ao menos a narrativa evita maniqueísmos fáceis ao não tornar Tag um babaca, fazendo dele alguém que é meramente incompatível com Natalie por mais que ela se force a participar dos interesses dele. Do mesmo modo, o texto resiste em transformar Owen (Harry Shum Jr), o irmão egocêntrico de Josh, em vilão. Sim, ele adora ser o centro das atenções, mas ao final as ações dele de investigar Natalie são também movidas por um cuidado genuíno por Josh e não apenas por um desejo mesquinho de roubar os holofotes.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Crítica – Gavião Arqueiro: Primeira Temporada

 

Análise Crítica – Gavião Arqueiro: Primeira Temporada

Review – Gavião Arqueiro: Primeira Temporada
Apesar de ser um membro fundador dos Vingadores, o Gavião Arqueiro até então não tinha recebido o devido holofote. Mesmo a Viúva Negra recebeu seu próprio longa-metragem e nada do Gavião ter seu momento de protagonismo. Isso muda com a primeira temporada de Gavião Arqueiro, que não apenas aprofunda o que sabemos sobre Clint Barton, como abre caminho para sua sucessora ao nos apresentar a Kate Bishop.

Na trama Clint (Jeremy Renner) está em Nova Iorque com os filhos para compras de Natal e prestes a retornar à fazenda na qual vive com a família. Problemas surgem quando a jovem Kate Bishop (Hailee Steinfeld) esbarra em um leilão ilegal que vende itens retirados do complexo dos Vingadores depois da batalha contra Thanos em Vingadores: Ultimato (2018). Entre os itens estão um relógio que pertence a alguém que Clint conhece e o uniforme de Ronin usado por Clint durante o período do Blip. Sem saber que Clint era o Ronin, Kate sai usando o uniforme pelas ruas da cidade, o desperta hostilidade de vários criminosos, então Clint precisa encontrá-la e confrontar seu passado como Ronin.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Crítica – Esqueceram de Mim no Lar, Doce Lar

Análise Crítica – Esqueceram de Mim no Lar, Doce Lar

Review – Esqueceram de Mim no Lar, Doce Lar
Eu perdi as contas de quantas vezes vi os dois primeiros Esqueceram de Mim na Sessão da Tarde e até gostava do inferior terceiro filme. A franquia ainda recebeu mais dois filmes, ambos muito ruins. Depois de anos no limbo resolveram ressuscitar o que é basicamente “Jogos Mortais para crianças”. Com um novo astro mirim, Archie Yates, saído de um filme de sucesso (Jojo Rabbit) e um elenco repleto de bons comediantes, tudo parecia dar certo para este Esqueceram de Mim no Lar, Doce Lar. Só que deu errado. Deu muito errado, errou feio, errou rude.

Na trama, Max (Archie Yates) fica sozinho em casa no Natal depois que a família esquece ele lá ao sair correndo para uma viagem para o Japão. Em casa, Max aproveita a solidão até que o lugar é invadido por Pam (Ellie Kemper) e Jeff (Rob Delaney), pais de família que estão prestes a perder a casa e estão tentando recuperar uma boneca valiosa que foi roubada da casa deles. O casal acredita que o item está na casa de Max, daí a tentativa de roubá-los.

De cara já se percebe que a ideia é humanizar os ladrões, que agora tem uma motivação compreensível e, na verdade, não são exatamente ladrões, já que estão tentando recuperar algo que pertence a eles. Isso já seria motivo o suficiente para que toda a disputa não funcione, afinal Max não esta se defendendo e torturando ladrões sádicos que querem lhe fazer mal como acontecera com Kevin (Macaulay Culkin) nos primeiros filmes. Ver pessoas boas que estão apenas querendo manter um teto sobre a cabeça dos filhos ter os dentes quebrados por uma criança sádica acaba não tendo efeito cômico, já que a comédia exige o rebaixamento e ridicularização do alvo da piada e o roteiro tenta fazer isso com pessoas cujas circunstâncias já os coloca em posições rebaixadas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Crítica – A Máfia dos Tigres: A História de Doc Antle

 

Análise Crítica – A Máfia dos Tigres: A História de Doc Antle

Review – A Máfia dos Tigres: A História de Doc Antle
Depois da péssima segunda temporada de A Máfia dos Tigres não estava com muita disposição de conferir este...err...spin off da franquia. Só o fiz pela curta duração, de apenas três episódios, e também por ele ser inteiramente centrado na figura de Doc Antle, um dos sujeitos mais bizarros a aparecer na primeira temporada.

Além de denúncias de pedofilia, de cooptar as funcionárias de seu parque para um estranho culto/harém ao seu redor, Antle me chamava atenção pela linguagem corporal perturbadora. Ele sempre falava com uma aparente calma e alegria, com um sorriso tão rígido no rosto que parecia paralisado naquela posição. Bastava alguém dizer algo que Doc não gostava, que sua voz imediatamente se tornava agressiva e descontrolada apesar de um evidente esforço de manter no rosto a expressão plácida e sorridente, o que lhe fazia parecer um completo lunático.

Essa minissérie derivada vai mais à fundo no passado de Antle, explicando como ele estruturou seu harém/seita a partir de suas vivências em uma comunidade alternativa de yoga no interior dos Estados Unidos a partir da década de 60. Através de testemunhos e imagens de arquivo, o documentário mostra como desde jovem Antle estava metido com seitas e também em se relacionar com menores de idade, inclusive levando algumas delas de casa se autorização dos pais (na prática, sequestro). Os vários testemunhos revelam um padrão consistente de abusos e manipulação dessas mulheres, algo que mesmo denunciado para o guru que liderava a seita da qual Antle pertencia não parecia haver consequência (inclusive porque o próprio guru também é acusado de abusos sexuais).

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Crítica – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa

 Análise Crítica – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa


Review – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
As primeiras informações sobre Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa me deixaram preocupado. Afinal, a Marvel estava basicamente adaptando uma das piores histórias recentes do herói nos quadrinhos, o arco em que ele pede a Mephisto para apagar a memória de todos a respeito de sua identidade, apenas substituindo aqui Mephisto pelo Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch). Retificar a continuidade (ou retcon) é um dispositivo dramatúrgico preguiçoso, que “reseta” um personagem por alguma conveniência de roteiro e tira todo o peso do que veio antes. Neste novo filme do teioso a Marvel parecia usar da nostalgia, trazendo vilões (e outros personagens) de filmes passados, para nos fazer esquecer que estamos diante de um retcon covarde.

Tendo visto o filme, posso dizer que alguns dos meus temores estavam equivocados, enquanto outros se confirmaram. A primeira coisa é que esses personagens de outrora não estão ali apenas por um nostalgismo rasteiro, a presença deles aqui tem muito a dizer sobre a jornada de Peter Parker (Tom Holland), o que está no cerne do Homem-Aranha e qual é a essência do heroísmo. Todo mundo meio que concorda que um herói é aquele que faz o bem, no entanto, a ideia de qual bem é esse que um herói faz pode variar. Ao colocar o atual Peter diante da encruzilhada de enviar antigos vilões para a morte certa, a trama nos lembra que um herói é alguém que, acima de tudo, salva pessoas, mesmo vilões. A noção de Peter se arriscar por indivíduos que querem matá-lo também dialoga com os temas de poder e responsabilidade que sempre acompanharam o personagem.

Crítica – A Última Noite

 

Análise Crítica – A Última Noite

Review Crítica – A Última Noite
Misturando o otimismo de películas natalinas com o niilismo de filmes sobre o iminente fim do mundo, este A Última Noite é certamente uma mistura insólita. A diretora Camille Griffin tenta construir uma trama sobre celebrações e encerramentos, mas nem tudo se encaixa como deveria.

A narrativa começa com o casal Nell (Keira Knightley) e Simon (Matthew Goode) esperando um grupo de amigos para as comemorações de Natal em sua casa de campo. Aos poucos o filme vai dando indícios de que há algo estranho no ar e logo descobrimos a razão. A atmosfera se tornou tóxica por conta das mudanças climáticas, gerando tornados e tempestades de substâncias mortais. Para evitar uma morte lenta e sofrida, a família de Nell e seus amigos decidiram tomar os comprimidos distribuídos pelo governo para terem uma morte sem sofrimento.  A comemoração de Natal é, portanto, a última noite deles neste mundo. O problema é que Art (Roman Griffin Davis, filho da diretora), o filho mais velho de Nell, não aceita de bom grado a ideia do suicídio coletivo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Crítica – Top of the Lake: China Girl

Análise Crítica – Top of the Lake: China Girl

Review – Top of the Lake: China Girl
Originalmente lançada em 2017, Top of the Lake: China Girl só chegou oficialmente ao Brasil neste 2021 via HBO Max. Continuação da minissérie Top of the Lake, lançada em 2013 e criada por Jane Campion, essa segunda história da detetive Robin Griffin tenta tocar em temas similares ao original, em especial em questões ligadas à violência contra a mulher, no entanto acaba não tendo o mesmo impacto.

Na trama, Robin (Elizabeth Moss) está de volta a Sidney, Austrália, depois dos eventos passados na Nova Zelândia na primeira temporada. Trabalhando como detetive, Robin investiga o assassinato de uma jovem asiática, encontrada morta dentro de uma mala jogada no mar. O crime se complica quando a detetive descobre que a jovem estava grávida de um bebê sem nenhum marcador genético seu, ou seja, provavelmente servia de barriga de aluguel. Ao mesmo tempo, Robin lida com a tentativa de aproximação de Mary (Alice Englert), filha que ela teve na juventude fruto de um abuso sexual. Mary namora o estranho Alexander (David Dencik), um sujeito que está envolvido em negócios escusos, com os pais adotivos de Mary reprovando a relação.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Lixo Extraordinário – Para Maiores

 


De todos as produções pavorosas que abordei nesta coluna, Para Maiores (2013) talvez seja uma das que menos se qualifique como filme propriamente dito (ao lado de Salvando o Natal, um misto de escola dominical e Telecurso 2000). É uma série esquetes cômicos encadeados por um fiapo de trama. Trama esta, por sinal, que varia em versões diferentes. Em uma das versões a trama se ancora ao redor de um executivo de estúdio tentando passar ideias para novos filmes (daí os esquetes). Em outra versão a trama se estrutura ao redor de dois adolescentes tentando baixar um filme na internet, mas sempre encontrando a produção errada (daí os esquetes).

Em ambos os casos mal dá para considerar como trama e mesmo internamente nenhum esquete tem qualquer propósito além de gerar risos. O problema é que é quase impossível rir de um material tão sem graça, que se apoia meramente em palavrões e escatologia rasa sem muita criatividade. O que surpreende, no entanto, é o elenco, composto por grandes nomes como Hugh Jackman, Kate Winslet, Halle Berry, Chris Pratt, Chloe Moretz, Emma Stone, Liev Schrieber e tantos outros.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Crítica – Titãs: 3ª Temporada

 

Análise Crítica – Titãs: 3ª Temporada

Review – Titãs: 3ª Temporada
Quando escrevi sobre a segunda temporada de Titãs, mencionei como a série acertava nas complicadas relações entre seus personagens, um acerto do primeiro ano, ainda que também repetisse os problemas de seu ano de estreia. Pois isso mudou nesta terceira temporada. Agora a série repete todos os erros anteriores sem nenhum dos elementos positivos.

A trama começa quando Jason Todd (Curran Walters) decide ir atrás do Coringa sozinho e é morto pelo Palhaço do Crime. Dick (Brenton Thwaites) e os demais Titãs vão até Gotham para o funeral e para dar suporte a Bruce Wayne (Iain Glen). Transtornado, Bruce deixa Gotham, cabendo aos Titãs protegerem a cidade quando o misterioso Capuz Vermelho surge como ameaça e o Espantalho (Vincent Kartheiser) também em esquemas em curso.

O arco principal é o do Capuz Vermelho e considerando que essa história já foi contada em animações e games a rodo, a série acerta ao já revelar a identidade dele no segundo episódio. Esse é provavelmente o único acerto, já que todo o restante é conduzido da pior maneira possível. Nos quadrinhos e em outras adaptações da história o que movia o vilão/anti-herói era seu desejo de mostrar a Bruce Wayne como a regra de não matar estava ultrapassada. Aqui, como Bruce não está presente, esse elemento não tem como ser desenvolvido e o Capuz é reduzido a um capanga chorão do Espantalho. Outros elementos dessa história, como o Poço de Lázaro que revive Jason, são jogados de qualquer jeito na trama.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Crítica – Imperdoável

 

Análise Crítica – Imperdoável

Review – Imperdoável
Ao longo do meu tempo com Imperdoável tive a impressão de que esta produção da Netflix era algo orginalmente pensado como série ou minissérie, mas que precisou ser condensado em um filme de menos de duas horas. São muitos núcleos de personagens, muitas tramas, quase que três filmes em um só (nenhum desenvolvido a contento), então não foi sem surpresa quando os créditos subiram e descobri que a produção adaptava uma minissérie britânica.

A narrativa gira em torno de Ruth (Sandra Bullock), que sai da prisão depois de cumprir uma pena de vinte anos por matar um policial. Ruth tenta reconstruir a vida e se reaproximar da irmã caçula, que foi colocada no sistema de adoção depois dela ter sido presa já que elas não tinham mais nenhum parente vivo. Esse caminho não é fácil, pois Ruth precisa lidar com o julgamento constante de uma sociedade que nunca parece disposta a esquecer o que ela fez e lhe dar uma nova chance.

Além de Ruth, a trama segue a família adotiva de Katie (Aisling Franciosi) e os filhos do policial morto por Ruth. A ideia, em tese, é mostrar como esse crime impactou não só a vida da protagonista, mas a vida de todos ao redor do evento. Digo em tese porque o texto nunca consegue dar conta desses vários núcleos passando superficialmente por eles, sem ser capaz de nos transmitir como realmente esses eventos impactaram as vidas dos personagens. Com isso, o filme desperdiça bons atores, como Viola Davis, que fica presa a uma personagem com pouquíssima utilidade na trama.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Crítica – Perdidos no Espaço: 3ª Temporada

Análise Crítica – Perdidos no Espaço: 3ª Temporada


Review – Perdidos no Espaço: 3ª Temporada
Uma das coisas que mais me atraiu para essa nova versão de Perdidos no Espaço era o modo como a série exaltava o trabalho em equipe, a racionalidade e a ciência na superação de problemas. No contexto em que vivemos hoje, com a ascensão de um negacionismo científico que prejudicou e prejudica o combate à pandemia da covid-19 é ainda mais importante que a arte nos lembre e nos inspire com o poder da ciência e engenhosidade humana.

Esta terceira e última temporada inicia um ano depois dos eventos da temporada anterior. Judy (Taylor Russell) lidera o grupo de crianças que fugiram da Resolute em busca de Alfa Centauro. Eles chegaram a um planeta diferente e estabeleceram uma colônia temporária enquanto reúnem recursos para consertar a nave e partir para Alfa Centauro. Enquanto isso, os adultos que ficaram para trás tentam se manter ocultos dos robôs enquanto consertam o que restou de suas naves e tentam encontrar um jeito de chegar ao destino em Alfa Centauro.

De cara a temporada resolve alguns problemas que tive com o ano anterior, dando peso e consequência ao sacrifício da Resolute, mostrando o quão acuados estão os adultos que ficaram para trás liderados por John (Toby Stephens) e Maureen (Molly Parker) ao mesmo tempo em que as crianças sentem o isolamento em seu lar temporário e Judy se vê insegura com seu papel de líder. A série também resolve o problema de Smith (Parker Posey) delineando aos poucos um caminho de redenção para a personagem, evitando que ela fique colocando esquemas mesquinhos quando há coisas tão maiores em risco. 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Drops – Garota da Moto

 

Crítica – Garota da Moto

Review – Garota da Moto
Eu tinha ouvido falar da série Garota da Moto, exibida no SBT entre 2016 e 2019, mas nunca assisti. Quando foi anunciado um filme da série, fiquei curioso para assistir. Histórias de ação e suspense são gêneros pouco explorados no cinema brasileiro e é sempre bom prestigiar os esforços de levar isso a um grande público.

A trama se passa aparentemente depois dos eventos da série. Joana (Maria Casadevall) trabalha como motogirl e vive ao lado do filho Nico (Kevin Vecchiato, que viveu o Cebolinha em Turma da Mônica: Laços). Durante uma entrega, Joana encontra uma fábrica ilegal que opera com imigrantes em regime de trabalho escravo. Furiosa com a injustiça, Joana decide intervir e consegue dominar os culpados antes mesmo que a polícia chegue. A ação, no entanto, coloca ela e o filho na mira de uma poderosa organização criminosa liderada por um policial corrupto.

Como a narrativa se passa depois da série, o início sofre com uma quantidade grande de diálogos expositivos que visam situar o espectador nos eventos que ocorreram até aqui, algo que é recorrente em filmes baseados em séries, como aconteceu com Veronica Mars ou Entourage. O texto tenta explorar como a vida de fuga e brigas afetou o filho de Joana e a relação dele com a mãe, mas tudo acaba sendo desenvolvido rápido demais para sair da superfície do tema.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Crítica – Coquetel Explosivo



Em seu cerne Coquetel Explosivo é um filme de ação aloprado que constrói um universo de matadores profissionais que vive à sombra da nossa sociedade. Lembra um pouco a franquia John Wick, mas tem uma personalidade mais amalucada que os filmes estrelados por Keanu Reeves.

Na trama, Sam (Karen Gillan) se tornou uma assassina profissional depois de ser abandonada pela mãe, Scarlet (Lena Headey). A serviço da poderosa organização criminosa conhecida como “A Firma”. Quando uma missão dá errado, Sam se vê protegendo a garota Emily (Chloe Coleman) e na mira da Firma.

A trama demora um pouco a engrenar, estabelecendo os elementos que compõem esse universo excêntrico de sororidades de assassinas e grupos mafiosos secretos, mas quando engrena se entrega a ação amalucada e ultraviolência. A ação é bem criativa, colocando Sam em situações bem inesperadas para esse tipo de filme. Um dos melhores exemplos é a sequência em que Sam enfrenta três assassinos enquanto está com os braços anestesiados, prendendo uma faca e uma arma nas mãos com fita adesiva. É a perfeita síntese de como o filme mistura uma imaginação completamente pirada com doses cavalares de violência e sangue.

A fita também se beneficia do carisma do elenco. De Karen Gillan fazendo uma típica assassina com coração de ouro, passando por Lena Headey como uma ex-assassina que sempre tem um plano na manga. Além da dupla principal, a trama tem participações divertidas de Angela Basset, Carla Gugino e Michelle Yeoh, que também contribuem em algumas cenas de ação. O grandiloquente embate na biblioteca seria um ótimo clímax, mas o filme insiste em não acabar, se alongando mais do que deveria.

O material acaba levando muito à sério a temática sobre pais e filhos da trama, tentando construir alguns momentos de impacto emocional, no entanto eles não funcionam devido a todo o contexto acelerado e amalucado do filme, servindo mais como um freio brusco para o fluxo da narrativa do que algo que opera organicamente com ela. Todo o segmento da lanchonete poderia ser suprimido se a chegada do vilão acontecesse na própria biblioteca e isso daria mais agilidade ao desfecho. Do jeito que está, ao invés de uma conclusão apoteótica, o filme se arrasta em seus minutos finais, acabando com o senso de energia que foi construído até então. Não deixa de ser divertido, mas fica a sensação de que poderia ser mais conciso.

Coquetel Explosivo diverte por conta da criatividade amalucada de suas cenas de ação e por um elenco que consegue dar algum carisma a personagens que, de outra maneira, seriam bem lugar comum.

 

Nota: 6/10


Trailer

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Drops – Ferida

 

Análise Crítica – Ferida

Review Crítica – Ferida
Estreia de Halle Berry como diretora, este Ferida é uma típica história de superação no esporte. A trama é centrada em Jackie (Halle Berry), uma ex-lutadora de MMA que se encontra no fundo do poço, trabalhando como diarista depois de fugir de uma luta. As coisas se complicam quando ela fica sabendo da morte do ex-marido e precisa cuidar do filho pequeno. Com uma criança sob sua responsabilidade, Jackie precisa reconstruir a vida, encontrando uma nova oportunidade para retornar ao meio do MMA e desafiar a atual campeã.

É uma narrativa que mistura Rocky: Um Lutador (1967), com Nocaute (2015) e outros elementos que já vimos em filmes de esporte. Não tem nada que saia do traçado esperado e boa parte dos desenvolvimentos são bem previsíveis, como a eventual relação de Jackie com a treinadora. Isso seria menos problemático se os personagens ao redor da protagonista fossem mais interessantes, mas todos eles parecem existir apenas para gravitar em torno dela, funcionando como obstáculos (o namorado abusivo, a mãe oportunista) ou facilitadores (a treinadora que sempre está disponível para tudo e parece não ter vida própria) e nunca como indivíduos autônomos com suas próprias motivações ou desejos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Crítica – Ataque dos Cães

 Análise Crítica – Ataque dos Cães


Review – Ataque dos Cães
O western é um gênero que fala da realidade histórica dos Estados Unidos. Durante o período clássico hollywoodiano esses filmes ajudavam a construir mitos ao redor da expansão do país rumo ao oeste. Uma expansão na qual o homem branco dominava um ambiente selvagem e bravio com sua coragem e iniciativa. Eram histórias sobre a identidade nacional, o destino do país e sobre a superioridade de um povo. Já tem um tempo que o western adquiriu um caráter mais revisionista, desde produções como Dança Com Lobos (1990) até produções mais recentes como First Cow (2021). Este Ataque dos Cães, novo trabalho da diretora Jane Campion também apresenta um olhar revisionista sobre elementos típicos do western.

Na trama os irmãos George (Jesse Plemons) e Phil (Benedict Cumberbatch) são fazendeiros com um negócio em ascensão. George cuida do lado administrativo enquanto Phil supervisiona o cotidiano dos animais da fazenda. Phil se comporta com um típico caubói de western, um homem estoico e durão, que fala e socializa pouco e tem orgulho de seu bom manejo da terra e dos animais. A relação entre os dois irmãos é abalada quando George se casa com a viúva Rose (Kirsten Dunst), levando ela e o filho Pete (Kodi Smit-McPhee) para morar na fazenda. Aos poucos Phil começa a atormentar Rose e Pete, ridicularizando Rose por suas incursões musicais fracassadas e Pete por seus modos afeminados ou sua paixão por ciência.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Crítica – Identidade

 

Análise Crítica – Identidade

Review – Identidade
Há uma quantidade enorme de filmes que usam fotografia em preto e branco ou uma taxa de aspecto 4:3 para parecerem mais “artísticos” ou meramente referenciar o cinema de outrora. Na maioria dos casos é um floreio estilístico que pouco acrescenta ao produto final. Neste Identidade, no entanto, é essencial para a discussão sobre colorismo e identidade que o filme tenta construir.

Estreia da atriz Rebecca Hall como diretora, a trama adapta um romance de Nella Larsen, e acompanha Irene (Tessa Thompson), uma mulher negra na Nova Iorque de 1920. Um dia Irene reencontra uma amiga de infância, Clare (Ruth Negga), e descobre que ela vive se passando por branca, inclusive tendo casado com um homem branco fazendo ele acreditar que ela era branca.

O reencontro desperta emoções em ambas. De um lado Irene, que assim como Clare tem uma pele mais clara e conseguiria se passar como branca, se sente incomodada com a possibilidade de esconder quem é, embora se sinta atraída pelas facilidades e segurança de uma vida de branca. Por outro lado, Clare vê em Irene um refúgio, uma possibilidade de ser ela mesma integralmente sem precisar fingir ou temer ser descoberta.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Crítica – Venom: Tempo de Carnificina

 

Análise Crítica – Venom: Tempo de Carnificina

Review – Venom: Tempo de Carnificina
O primeiro Venom (2018) não era lá grande coisa, mas encerrava com um gancho para continuação que talvez rendesse algo melhorzinho por conta da presença do serial killer Cletus Kasady. Pois bem, este Venom: Tempo de Carnificina tenta pegar o gancho final do primeiro e não faz nada de muito interessante.

Na trama, Eddie Brock (Tom Hardy) consegue uma entrevista exclusive com o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson), mas durante a conversa Brock é mordido por Kasady, que fica com o pedaço do simbionte de Eddie. Usando o novo simbionte para se tornar o perigoso Carnificina, Cletus foge da cadeia e começa a causar destruição por onde passa. Cabe a Eddie Brock e ao simbionte Venom deter a nova ameaça.

De cara incomoda como a relação entre Brock e Venom parece estagnada em relação aos eventos do filme anterior. No final do primeiro Brock parecia ter aceito a condição de “protetor letal” permitindo que Venom devorasse bandidos. Aqui, no entanto, tudo parece ter voltado à estaca zero, com o filme dando a desculpa de que as autoridades ainda estavam à procura do simbionte por causa dos eventos do filme anterior, sendo que nada disso tinha sido dito no final do primeiro filme quando Eddie deixa Venom devorar um assaltante. Assim, ao invés de mover adiante a relação dos personagens, tudo soa estagnado, repetindo o que já tinha sido feito no primeiro filme, sendo que o primeiro filme não é exatamente bom.

Muitos defeitos do anterior também retornam, como o fato de que o texto não consegue fazer Eddie soar como um competente repórter investigativo. Porque inicialmente ele recusaria uma exclusiva com um serial killer? Porque ele aceitaria publicar uma fala de Cletus que claramente é uma mensagem cifrada sendo que isso poderia ser um código para que crimes fossem cometidos em nome dele? É um tipo de coisa que deveria passar pela cabeça de um jornalista experiente, mas Brock continua a agir como um amador estúpido.

Do mesmo modo, a relação entre Venom e Eddie continua sendo apresentada mais como uma espécie de comédia romântica e menos como um sujeito lidando com um parasita alienígena querendo controlar seu corpo. Ao fazer Venom engraçadinho, o filme diminui a capacidade intimidadora da criatura como um predador voraz e letal, impedindo que Venom seja aqui a presença imponente que o texto visa construir.

Qualquer um que já tenha assistido Assassinos por Natureza (1994) sabe que Woody Harrelson é perfeitamente capaz de fazer um serial killer caipira cruzando o país ao lado de um interesse romântico igualmente letal. A escalação dele como Cletus Kasady seria um acerto fácil, no entanto, não funciona por conta de um texto que não sabe fazer com o personagem. Kasady muda de personalidade o tempo todo, uma hora sendo enquadrado como um completo lunático e sádico, um psicopata cruel que busca destruição e dor. Em outros momentos o filme tenta transformar Cletus em uma vítima das circunstâncias, um coitado solitário e incompreendido que se tornou violento por causa dos abusos que sofreu e só queria ser amado. Essas duas abordagens entram em conflito uma com a outra e o personagem acaba soando vazio.

Não ajuda que o roteiro tenha uma série de incoerências e elementos mal explicados ou desenvolvidos. Porque, por exemplo, Cletus só queria dar entrevista para Eddie? O filme nunca dá uma justificativa crível para isso e soa mais como algo que acontece porque precisa acontecer para mover a trama. Do mesmo modo, porque exatamente o simbionte Carnificina precisa matar Venom? É estabelecido desde o início que Carnificina é naturalmente mais poderoso que Venom, então qual a razão dessa obsessão em matar o “pai”? Porque Venom fica assustado ao ver Carnificina pela primeira vez, explicando que é por ele ser vermelho? Qual o motivo do inimigo ser um simbionte vermelho afetar tanto Venom?

A ação abusa de névoa e espaços mal iluminados, provavelmente para facilitar os efeitos especiais que criam as criaturas, mas assim como no anterior são escolhas que tornam tudo incomodamente escuro. As lutas entre simbiontes continuam parecendo que duas manchas de tinta foram jogadas em uma folha de papel. São menos confusas que o filme anterior por causa das cores mais díspares entre as criaturas, entretanto não empolgam como deveriam. Parte do motivo da ação não empolgar é que o filme nos diz o tempo todo como esses seres são monstros carniceiros devoradores de gente, porém nunca vemos essa violência e brutalidade nas cenas de ação, já que o filme tem classificação indicativa baixa e não pode mostrar nada muito explícito.

Não esperava nada de Venom: Tempo de Carnificina e ainda assim o filme conseguiu decepcionar sendo pior que o primeiro em praticamente tudo.

 

Nota: 3/10


Trailer

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Crítica – Anônimo

 

Análise Crítica – Anônimo

Review – Anônimo
Escrito por Derek Kolstad, responsável pelos roteiros dos filmes do John Wick, este Anônimo pode ser resumido como uma espécie de “John Wick tiozão”, já que tem muitas características similares com os filmes protagonizados por Keanu Reeves, ainda que este aqui penda também um pouco para o humor. Na trama, Hutch (Bob Odenkirk) é um pacato homem de meia idade que trabalha como contador e vive uma tranquila vida suburbana com a esposa e os filhos. Um dia Hutch vê um grupo de homens assediando uma mulher dentro durante uma viagem de ônibus e decide interferir, espancando brutalmente todos os envolvidos. O problema é que um desses homens era irmão de um poderoso chefe da máfia russa, Yulian (Aleksey Serebryakov), colocando Hutch e sua família como alvo. O que os russos não sabem é que Hutch tem um passado secreto e que não é tão inofensivo quanto parece.

Assim como De Volta ao Jogo (2014), primeiro filme do John Wick, o filme inicialmente se estrutura ao redor do que parece ser uma típica trama de vingança quando a casa de Hutch é invadida por ladrões, mas logo se mostra uma história sobre um sujeito que segurou os impulsos homicidas por tempo demais e agora está mais do que disposto a ir para guerra por qualquer razão. É também um filme de ação sem muitas firulas em termos de narrativa indo direto ao ponto de conflito entre Hutch e os russos e usando isso para criar boas cenas de ação.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2

 

Análise Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2

Review Crítica – Mestres do Universo Salvando Etérnia: Parte 2
A primeira parte de Mestres do Universo: Salvando Etérnia era muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Explorava as relações entre os personagens principais e como anos de batalhas entre He-Man e o Esqueleto afetaram os vários heróis e vilões da série. Essa segunda parte tinha a difícil missão de manter o mesmo nível e também dar conta satisfatoriamente o surpreendente ganho da primeira parte.

Essa segunda parte começa do ponto em que a anterior parou. Esqueleto consegue a Espada do Poder e se transforma em uma versão mais poderosa de si. Maligna toma o lugar da Feiticeira no Castelo de Grayskull e o príncipe Adam está gravemente ferido depois de um ataque do Esqueleto. Os heróis devem se reagrupar e decidir como lidar com essa versão mais poderosa  do Esqueleto ao mesmo tempo em que uma novas crises surgem.