quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Crítica - Sem Amor

Análise Sem Amor


Review Sem Amor
Muitos filmes já abordaram a importância do amor e do afeto em nossas vidas, mas poucos abordaram as consequências de uma vida sem afeto ou amor de maneira tão dura e contundente quanto este Sem Amor do cineasta russo Andrey Zvyagintsev (responsável pelo excelente Leviatã).

O casal Zhenya (Maryana Spivak) e Boris (Aleksey Rozin) está se divorciando. Conforme eles discutem o que farão com o filho deles, Alyosha (Matvey Novikov), fica evidente que nenhum dos dois deseja ficar com o garoto. Um dia Alyosha simplesmente desaparece e seus pais iniciam as buscas por ele. Era de se imaginar que isso os aproximaria ou que os faria ver as falhas que cometeram, mas ao invés disso apenas culpam um ao outro sem qualquer autocrítica.

O filme todo trabalha para criar um constante clima de distanciamento e desolação. A fotografia trabalha predominantemente com tons de cinza e uma paleta de cores com pouca saturação fazendo tudo parecer sem vida, sem intensidade. A música é predominantemente ausente durante boa parte do tempo, deixando um vazio sonoro que reflete o vazio e o silêncio da existência triste e sem afeto daquelas pessoas.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Crítica - A Forma da Água

Análise  A Forma da Água


Review  A Forma da Água
Em A Forma da Água o diretor Guillermo del Toro cria algo difícil de definir sob uma chave de gênero narrativo. A mescla de elementos de horror, romance, suspense, filme de monstro, de espionagem e até um número musical podia render uma colcha de retalhos sem personalidade, mas o cineasta mexicano consegue criar algo bastante singular a partir dessa mescla de referências.

A trama se passa na década de 50 e é centrada em Elisa (Sally Hawkins), uma mulher muda que trabalha como faxineira em uma instalação militar do governo dos EUA. Um dia, durante a limpeza de uma das salas mais secretas, Elisa descobre que o governo está mantendo cativa uma misteriosa criatura aquática anfíbia (Doug Jones) e aos poucos vai ficando mais próxima da criatura.

Filmes como O Monstro da Lagoa Negra (1954), que é claramente uma referência para ser aquático deste A Forma da Água, sempre usaram suas criaturas como uma metáfora da incapacidade do ser humano em compreender e lidar com o que é diferente. O monstro representa o diferente, o não conformismo aos padrões de normalidade e por isso mesmo é considerado uma ameaça que precisa ser exterminada, já que aceitá-lo ou colocá-lo no mesmo nível que um humano significaria repensar (e portanto por em risco) os tais padrões de normalidade. Guillermo del Toro reverbera todos esses temas, mas aqui desloca o eixo do protagonismo para o monstro e aqueles que, como ele, são considerados aberrantes e fora dos padrões de normatização da sociedade da época.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Crítica - Todo Dinheiro do Mundo

Análise Todo Dinheiro do Mundo


Review Todo Dinheiro do MundoFalar da imoralidade dos muitos ricos é algo presente na ficção há muito tempo, mesmo antes da existência do cinema outras formas de arte já se debruçavam sobre o caráter daqueles que enchem os bolsos no sistema capitalista. O exemplo mais célebre talvez seja o romance Um Conto de Natal de Charles Dickens no qual Ebenezer Scrooge era confrontando com a desumanidade de sua conduta. Ao se basear da história real do sequestro de Paul Getty (Charlie Plummer) nos anos 70, Todo Dinheiro do Mundo tenta ser mais uma história a criticar a postura dos muito ricos. Paul era neto de J.P Getty (Christopher Plummer), bilionário e magnata do petróleo considerado o homem mais rico do mundo na época,.

Como neto de alguém tão rico, Paul era um alvo fácil para sequestradores. O que os criminosos não sabiam é que a mãe dele, Gail (Michelle Williams), tinha se divorciado do marido sem receber um centavo da fortuna Getty, abrindo mão de qualquer pagamento desde que ficasse com a guarda dos filhos. Sem condições para arcar com o pedido milionário de resgate, Gail não ter outra opção senão pedir ajuda ao ex-sogro, mas não será fácil convencê-lo.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Crítica - Iconoclasts



Eu me interessei por Iconoclasts desde que vi as primeiras informações sobre o jogo. Ele se vendia como um jogo de aventura estilo Metroid e estética 16 bits, mas o resultado final não é uma mera reciclagem de elementos familiares que necessita de nostalgia para funcionar. Iconoclasts é um afiado game que combina aventura, puzzles e combate com uma narrativa muito mais interessante do que se espera de um jogo assim e uma bela estética de pixel art que enche o mundo de personalidade. Um feito impressionante considerando que o desenvolver Joakim Sandberg fez o jogo inteiro sozinho ao longo de dez anos.

A trama se passa em um universo governado por uma ditadura teocrática na qual o governo determina a ocupação de cada pessoa. A protagonista é Robin, uma garota que quer ser mecânica, mas isso a coloca em rota de colisão com o regime, já que tecnologia é considerada algo sagrado e a profissão é altamente regulada. Essa premissa tradicional de uma jovem contra um império cruel é usada para criar personagens bem interessantes, cada um com seu próprio arco dramático abordando os traumas e inadequações de viver sobre um regime repressor. Ao longo do avanço da trama há um senso real de crescimento nesses personagens conforme os eventos vivenciados os afetam e eles se desenvolvem de modo bastante crível. Além disso há também espaço para humor e a presença de figuras excêntricas que rendem momentos bem divertidos em virtude dos diálogos sagazes, ajudando a conferir certa leveza e evitando que tudo se torne sisudo demais.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Crítica - Vende-se Esta Casa

Análise Vende-se Esta Casa


Review Vende-se Esta Casa
O meu primeiro pensamento ao terminar de assistir este Vende-se Esta Casa foi: "como a Netflix aprovou isso?". Com um texto inócuo, que vai do nada a lugar nenhum, e sem nenhum grande nome para atrair o público, como alguém achou que fazer esse longa-metragem seria uma boa ideia? De algum modo esse filme de terror foi aprovado, nos brindando com seus quase noventa minutos de puro tédio.

Quando o pai de Logan (Dylan Minette, de 13 Reasons Why) é morto em um acidente, ele e a mãe, Naomi (Piercey Dalton), resolvem ir ficar na casa de uma tia em uma pequena cidade nas montanhas. Porque, claro, nada melhor para superar o luto do que ir ficar sozinho em uma enorme e velha casa no meio do nada. Não tem como isso dar errado, certo?

O problema, no entanto, não é a premissa clichê, mas o modo vazio, sem personalidade e por vezes contraditório com o qual tudo é desenvolvido. O filme tenta ser um suspense psicológico ambíguo e criar suspense a partir da incerteza envolvendo os eventos estranhos que acontecem com a mãe e o filho. Filmes que vão por esse caminho costumam sugerir diferentes possibilidades ao seu público, dando evidências suficientes para que o espectador conclua como possível uma determinada possibilidade ao mesmo tempo em que também deixa o texto aberto para que outras alternativas também sejam causas possíveis. Ao Cair da Noite (2017), por exemplo, faz isso ao nos deixar em dúvida se a principal ameaça é o suposto vírus mortal ou a instabilidade dos personagens.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Crítica - Artista do Desastre



Muita gente quer fazer sucesso em Hollywood, mas poucos conseguem. Alguns fazem sucesso por causa do talento, outros da beleza, mas alguns alcançam sucesso através da infâmia, fazendo algo tão bizarro e ruim que é difícil ignorar. Foi isso que aconteceu com Tommy Wiseau. Cansado de ser ignorado em testes e não conseguir papéis ele decidiu escrever, produzir, dirigir e protagonizar um filme mesmo sem ter qualquer experiência real. Gastando cerca de 6 milhões do próprio dinheiro (uma fortuna que ninguém sabe ao certo como ele conseguiu) Wiseau realizou The Room, considerado por muitos o "Cidadão Kane dos filmes ruins". Este Artista do Desastre, baseado no livro The Disaster Artist escrito por Greg Sestero, mostra exatamente o processo de realização de The Room e a amizade esquista entre Wiseau e Sestero ao longo da realização do filme.

Seria fácil transformar a figura bizarra de Wiseau em algo meramente caricatural e fazer do filme inteiro uma comédia direcionada apenas a rir do comportamento bizarro dele, mas, assim como no livro escrito por Sestero, a trama tem um claro afeto por seu esquisito protagonista e tem um interesse genuíno em compreendê-lo. A cena que abre a narrativa é bem eficiente em justificar o que Greg (Dave Franco) vê em Tommy (James Franco, que também dirigiu o filme) e qual a razão deles se aproximarem. Daí em diante acompanhamos o modo como ambos tentam e fracassam em Hollywood, a decisão de Tommy em fazer seu próprio filme e todo o processo envolvido na feitura de The Room.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Crítica - O Rei da Polca

Análise O Rei da Polca


Review O Rei da Polca
É difícil assistir a este O Rei da Polca e não lembrar de Bernie: Quase um Anjo (2011) dirigido por Richard Linklater. Ambos são filmes baseados em histórias reais e estrelados por Jack Black interpretando um sujeito aparentemente boa praça e inofensivo que acaba cometendo um crime para viver do modo extravagante como deseja. A diferença é que Bernie era mais competente tanto em extrair o humor sombrio da situação quanto em tentar compreender quem era aquele sujeito e porque ele fez o que fez.

Este filme é baseado na história real do cantor e imigrante polonês Jan Lewan (Jack Black), que já tinha sido retratada no documentário The Man Who Would Be The Polka King (2009). Lewan tinha uma banda de polca e também uma loja de souvenires poloneses em sua cidade natal. Ele desejava se tornar uma grande estrela, mas para conseguir seu sonho precisava de dinheiro. O meio que encontrou para conseguir dinheiro foi vender notas promissórias falsas para seus fãs (a maioria idosos) como se eles estivessem investindo em sua banda. Com isso Lewan criou um enorme esquema pirâmide que se estendeu por vários anos.

Indicados ao Oscar 2018



A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou hoje os indicados ao Oscar 2018. Entre os indicados, A Forma da Água, de Guillermo del Toro, recebeu o maior número de indicações com 13 menções. Dunkirk de Christopher Nolan ficou em segundo lugar com 8. A cerimônia de premiação acontecerá no dia 4 de março e será apresentada pelo comediante Jimmy Kimmell. Confiram a seguir a lista completa de indicados.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Crítica - The Post: A Guerra Secreta

Resenha The Post: A Guerra Secreta


Análise The Post: A Guerra Secreta
A expressão alemã zeitgeist é comumente traduzida como "espírito do tempo" ou "sinal do tempos" e muitas vezes é usado para se referir ao contexto cultural/ideológico no mundo durante um determinado período de tempo. Hollywood costuma capitalizar o zeitgeist em seus filmes, seja para obter sucesso financeiro, seja para chamar a atenção das instâncias de premiação por sua pertinência aos temas do momento. Este The Post: A Guerra Secreta, dirigido por Steven Spielberg, parece calculado para faturar indicações ao Oscar ao trazer à baila temas como o machismo no ambiente de trabalho e a importância do jornalismo em enfrentar um governo desonesto (uma discussão que ganhou força desde a eleição de Donald Trump e suas acusações de conluio com os russos).

Quando falo em calculado não estou necessariamente usando o termo com uma conotação pejorativa. Toda arte é, de alguma maneira, pensada e calculada para dialogar com o espectador e em algum nível provocar um efeito específico sobre ele. Diretores como Alfred Hitchock ou Stanley Kubrick são laureados constantemente pelo modo como cada enquadramento, movimento de câmera ou corte de montagem é calculado ao seu mínimo detalhe. Assim sendo, a questão é menos se algo é calculado para ser de uma determinada maneira e mais se o filme funciona ou não. The Post: A Guerra Secreta, a despeito de seu claro oportunismo, funciona em suscitar as discussões que propõe.

Conheçam os indicados ao Framboesa de Ouro 2018




O Framboesa de Ouro, premiação que "celebra" os piores filmes do ano, divulgou hoje seus indicados. Entre os principais indicados estão Emoji: O Filme, Transformers: O Último Cavaleiro e Cinquenta Tons Mais Escuros. A cerimônia de entrega ocorrerá no dia 03 de março, um dia antes da entrega do Oscar. Confiram aqui toda a lista de indicados e contem pra gente quais filmes vocês acham que mereciam uma indicação.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Crítica - Street Fighter V: Arcade Edition

Resenha Street Fighter V: Arcade Edition


Análise Street Fighter V: Arcade Edition
Quando foi lançado em 2016, Street Fighter V mais parecia um beta de luxo ou uma versão early access de algo que ainda seria lançado. Mesmo relevando os problemas técnicos da queda de servidores e dificuldade de encontrar partidas online, o jogo tinha pouquíssimo conteúdo. Aos poucos a Capcom foi adicionando material ao jogo, como um modo história mais completo, melhorias no multiplayer online e mais personagens e estágios, mas ainda parecia que alguma coisa faltava. Felizmente a desenvolvedora resolveu dar um polimento geral e adicionar ainda mais conteúdo com este Street Fighter V: Arcade Edition, que acrescenta novos modos e novos elementos de jogabilidade. É importante frisar que se você já tem o jogo, a Arcade Edition é completamente gratuita, bastando atualizar o game. Se você não tem, comprar a Arcade Edition não apenas dá direito a todo conteúdo do jogo base e da nova edição como também recebe os conteúdo dos dois primeiros passes de personagem (mas não o terceiro).

A principal nova adição é o modo Arcade, pedido desde o lançamento do jogo. Aqui o modo apresenta diferentes "caminhos" cada um inspirado em uma era diferente de Street Fighter. Um é inspirado no primeiro jogo, outro no clássico Street Fighter II, na série Alpha e assim por diante. Em cada um há um número determinado de batalhas e um final diferente para cada personagem, além de ocasionais fases de bônus. Se antes havia pouco conteúdo single player, o modo Arcade oferece horas de combates. Ao fim de cada luta o jogo dá a opção de escolher entre dois oponentes diferentes, às vezes com diferenças na dificuldade entre eles. 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Crítica - Me Chame Pelo Seu Nome

Análise Me Chame Pelo Seu Nome


Review Me Chame Pelo Seu Nome
Dirigido pelo cineasta italiano Luca Guadagnino, Me Chame Pelo Seu Nome é um exame sobre o período formativo de um jovem rapaz conforme ele descobre sua sexualidade e seu primeiro amor. O jovem em questão é Elio (Timothée Chalamet), que vai passar o verão na exuberante propriedade dos pais no norte da Itália. O pai de Elio, o Sr. Perlman (Michael Stuhlbarg), é um renomado acadêmico que costuma alugar um quarto em sua propriedade para algum colega de universidade. O escolhido da vez é Oliver (Armie Hammer), um jovem e promissor acadêmico.

Oliver chama a atenção de Elio desde sua chegada à propriedade, mas o próprio Elio não sabe exatamente o porquê de estar tão fascinado por Oliver ou qual a natureza do sentimento que começa a nutrir por ele. O filme acerta ao contar a história sob o ponto de vista de Elio, mostrando como boa parte da iniciativa para se aproximar de Oliver e concretizar o que sentem parte dele. O romance entre os dois é construído com muita sensibilidade e cuidado, deixando claro que há um sentimento forte conectando os dois e não é algo motivado meramente por sexo, sendo possível entender o que os atrai um no outro.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Crítica - Sobrenatural: A Última Chave

Resenha Sobrenatural: A Última Chave


Análise Sobrenatural: A Última Chave
Centrado no passado da personagem Elise Rainier (Lyn Shaye), este Sobrenatural: A Última Chave tinha a promessa de aprofundar uma figura recorrente nos três filmes anteriores ao colocá-la para enfrentar a entidade que destruiu sua família. Como Elise sempre foi uma personagem interessante, fiquei curioso por saber mais sobre seu passado.

A trama começa na infância de Elise, com a jovem garota começando a demonstrar seus poderes mediúnicos assustando tanto o pai quanto o irmão. Ela começa a ver uma sinistra figura com dedos em formato de chave vagando pela casa e quando cede às ordens da entidade e abre uma porta em sua casa, a criatura se apodera de Elise e mata a mãe dela. Anos depois, já trabalhando como investigadora paranormal, ela recebe um pedido de ajuda do homem que mora em sua antiga casa e que está vendo a mesma criatura. Assim, Elise parte com seus ajudantes para sua cidade natal e enfrentar a criatura que a assombra desde a infância.

A maior parte das tentativas do filme de assustar o público vem de sustos súbitos bastante previsíveis. Toda vez que a câmera fica muito tempo parada, demora de cortar para outro plano ou cena e tudo fica muito silencioso, é certo que algo vai subitamente pular na tela fazendo um barulho enorme. Como é tão fácil identificar os sustos antes de acontecerem, raramente funcionam.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Crítica - Battle Chasers: Nightwar

Análise Battle Chasers: Nightwar


Review Battle Chasers: NightwarEu não conhecia nada dos quadrinhos de Battle Chasers, criados por Joe Madureira, quando me aproximei deste Battle Chasers: Nightwar. O que me atraiu para o jogo era o modo como ele prestava homenagem a antigos RPGs japoneses com batalhas por turnos e também seu estilo visual que remetia a animes de fantasia como Slayers e Records of Lodoss War.

A trama é bem típica desse tipo de narrativa fantástica com um grupo de heróis perseguindo um ser mágico poderoso que pode colocar o mundo inteiro em risco. Perto do fim até apresenta algumas reviravoltas interessantes, mas não chega a envolver como deveria. Isso acontece provavelmente pelo pouco desenvolvimento dos personagens principais. Ao dormir em estalagens o jogador presencia alguns diálogos entre eles que ajudam a compreender como aquele grupo se relaciona. São protagonistas carismáticos, mas nunca conseguem ir além dos clichês. Além disso, a trama também não consegue construir nenhuma motivação, investimento pessoal ou aprendizado significativo para os personagens ao curso missão na qual estão engajados. Eles tentam salvar o mundo porque sim e pronto.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Crítica - Dirk Gently's Holistic Detective Agency: Segunda Temporada

Análise Dirk Gently's Holistic Detective Agency: Segunda Temporada


Review Dirk Gently's Holistic Detective Agency: Segunda Temporada
A primeira temporada de Dirk Gently's Holistic Detective Agency me surpreendeu com o quanto conseguia ser fiel ao espírito aloprado e nonsense dos livros homônimos de Douglas Adams e sua habilidade de tecer uma trama investigativa no qual nada parecia se conectar de acordo com alguma lógica causal. Essa segunda temporada (e última, já que a série foi cancelada) tenta manter o mesmo clima de absurdo, mas não se sai tão bem quanto a temporada de estreia.

A trama começa mais ou menos no ponto em que a primeira temporada encerrou. Dirk (Samuel Barnett) foi capturado pela CIA, enquanto Todd (Elijah Wood) e Farah (Jade Eshete) cruzam o país em busca de pistas sobre o paradeiro dele. O trio inadvertidamente acaba encontrando um novo caso para investigar quando habitantes do reino mágico de Wendimoor chegam ao nosso mundo. Eles falam de uma profecia na qual Dirk Gently salvará Wendimoor do poderoso e maligno Mago (John Hannah) ao encontrar o "garoto escolhido". Assim, Dirk e os demais começam uma corrida contra o tempo para encontrar o garoto e desvendar outras ocorrências bizarras que encontram pelo caminho.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Crítica - O Estrangeiro

Análise O Estrangeiro


Review O Estrangeiro
Este O Estrangeiro vem sendo divulgado como uma espécie de retorno em grande estilo do ator Jackie Chan a produções ocidentais. De fato é o melhor filme de Chan em muito tempo, mas não esperem aqui uma típica comédia de ação já que a narrativa está mais para um thriller político entremeado com uma história de vingança bem tradicional.

A trama adapta o romance The Chinaman de Stephen Leather e é centrada em Quan (Jackie Chan), um pacato comerciante que há décadas vive no Reino Unido. Quando a filha de Quan é morta em um atentado terrorista, ele começa a procurar respostas sobrem que foi o responsável pela ação. A investigação de Quan o leva ao político Liam (Pierce Brosnan), que no passado fez parte de grupos extremistas irlandeses. Quan se convence de que Liam é capaz de dar a ele os nomes dos envolvidos no atentado e passa a persegui-lo, mas o político tem segredos que deseja manter ocultos e decide deter Quan.

O filme faz bom proveito de Jackie Chan e Pierce Brosnan ao colocá-los em personagens que se distanciam da persona típica que eles apresentam em cena. Ao invés de viver alguém otimista e alegre como na maioria de suas participações em filmes ocidentais, Chan faz de Quan um sujeito marcado por traumas, quieto e implacável. É um personagem mais sombrio que os tipos cômicos que estamos acostumados a ver de Chan, mas o ator consegue convencer da dor e raiva de seu personagem. Já Pierce Brosnan deixa de lado seu charme de James Bond para interpretar um político corrupto e sem escrúpulos.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Crítica - O Destino de uma Nação

Análise O Destino de uma Nação


Review O Destino de uma Nação
Em Dunkirk (2017), o diretor Christopher Nolan mostrou como se deu a evacuação das tropas britânicas da costa da França durante a chamada "Operação Dínamo". Agora, neste O Destino de uma Nação, o diretor Joe Wright conta como foram tomadas as decisões políticas que levaram à evacuação e colocaram os britânicos como a principal nação europeia a se colocar contra o avanço nazista.

O filme é centrado na figura de Winston Churchill (Gary Oldman) e sua chegada ao cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, enfrentando resistência de diversas alas do parlamento que queriam uma tentativa de acordo de paz com os nazistas e também do próprio rei George VI (Ben Mendelsohn).

Com um excelente trabalho de maquiagem, o ator Gary Oldman desaparece no personagem de Winston Churchill, construindo com naturalidade seus maneirismos e sendo preciso no modo pragmático e senso de humor seco que tornaram o político famoso. Apesar de uma clara admiração pela figura de Churchill e senso ufanista, o filme não deixa de apresentar as falhas e problemas do personagem, evidenciando seu lado impulsivo e sua predileção por táticas arriscadas que poderiam colocar tudo a perder caso fracassassem. Ele também se mostra um sujeito tomado por dúvidas, consciente dos altos riscos que toma e do que seu fracasso pode impactar o país e o mundo.

Vencedores do Globo de Ouro 2018



A cerimônia de entrega dos Globos de Ouro aconteceu ontem, 07 de janeiro, apresentada pelo comediante Seth Meyers. A premiação sagrou como seus principais vencedores o filme Três Anúncios para um Crime e a série Big Little Lies com cada um levando quatro prêmios. Confiram aqui a lista de indicados com os vencedores de cada categoria destacados em negrito. 

domingo, 7 de janeiro de 2018

Crítica - Viva: A Vida é uma Festa



Quando vi as primeiras imagens deste Viva: A Vida é uma Festa, temi que ele acabasse sendo uma repetição do longa animado Festa no Céu (2014) pelo fato de ambos explorarem a cultura mexicana e o modo vívido e colorido com o qual o mundo dos mortos é concebido. Apesar de inevitáveis similaridades estéticas, esta nova animação da Pixar consegue se sustentar muito bem com as próprias pernas e entrega um resultado emocionante.

A narrativa é focada em Miguel (Anthony Gonzalez), um garoto que sonha em ser músico à despeito de sua família detestar música e desejarem que ele seja um sapateiro como o resto de seus parentes. O garoto, no entanto, parece determinado a se tornar um músico e decide se inscrever em um show de talentos durante o feriado do Dia dos Mortos. Sem um violão, ele acaba roubando um da tumba do famoso músico Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt), mas o ato o faz ser transportado para o mundo dos mortos. Para voltar ao mundo dos vivos ele precisará encontrar seus parentes falecidos que ali habitam e se reconectar com eles.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Reflexões Boêmias: Melhores Filmes de 2017

Top Filmes 2017


Com a chegada de um novo ano, é sempre importante fazer um balanço do que passou e por isso resolvemos lembrar dos filmes que mais gostamos ao longo de 2017. Para a presente lista foram considerados os filmes lançados no Brasil em circuito comercial, nos cinemas ou direto para vídeo, ao longo do ano.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Crítica - 120 Batimentos por Minuto

Análise 120 Batimentos por Minuto


Review 120 Batimentos por Minuto
Quem é mais jovem provavelmente não lembra da onda de medo e falta de informação que acompanhou o estouro da epidemia de AIDS no final dos anos 80 e boa parte dos 90. Na época não se sabia exatamente como combater a doença ou como ela se disseminava, com muitos equivocadamente considerando que o vírus apenas afetava a população gay ou se disseminava apenas através do sexo homossexual. Tendo ou não vivenciado esta época, o filme francês 120 Batimentos por Minuto funciona como um retrato contundente do período.

A trama acompanha um grupo de ativistas LGBT que se intitulam como Act Up!, juntos eles organizam ações para tentar conscientizar a população a respeito dos métodos de prevenção à AIDS, incluindo o uso de camisinha, assim como organizam protestos contra órgãos do governo que demoram a tomar medidas para combater o avanço da doença e contra as indústrias farmacêuticas que demoram a tornar públicos seus estudos em relação ao vírus.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Crítica - Jumanji: Bem-vindo à Selva

Análise Jumanji: Bem-vindo à Selva


Review Jumanji: Bem-vindo à Selva
Eu não esperava muita coisa desse Jumanji: Bem Vindo à Selva, parecia mais uma daquelas continuações tardias feitas somente para lucrar em cima de uma "marca" conhecida sem ter muito a oferecer. O resultado, porém, acaba sendo divertido, ainda que descartável.

A trama começa quando quatro adolescentes que ficaram de castigo na escola encontram um antigo videogame intitulado Jumanji e decidem jogar para passar o tempo. Assim que escolhem seus personagens são sugados para dentro do jogo e assumem as formas de seus avatares, que acabam sendo o oposto de suas personalidades. O garoto nerd se transforma em um aventureiro fortão (Dwayne "The Rock" Johnson), o atleta grandão se transforma no pequeno carregador e armas e especialista em animais (Kevin Hart), a patricinha fútil se torna um cientista rechonchudo (Jack Black) e a menina tímida vira uma guerreira com pouca roupa (Karen Gillan).