terça-feira, 31 de julho de 2018

Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Análise Crítica – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo


Review – Mamma Mia: Lá Vamos Nós de NovoEntrei para assistir esse Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo sem saber o que esperar. Não havia muita necessidade de contar a juventude da personagem vivida por Meryl Streep no filme original e as principais músicas do Abba já tinham usado nos números musicais, então essa continuação/prelúdio não parecia ter muita razão de existir além de faturar em cima do anterior. Felizmente meus temores não se confirmaram e essa continuação se mostra tão divertida e encantadora quanto o primeiro.

A trama começa com Sophie (Amanda Seyfred) organizando a festa de inauguração do hotel que pertenceu a sua mãe. Conforme os convidados começam a chegar, Sophie vai descobrindo novas informações sobre a juventude Donna (Lily James) e como ela conheceu seus três pais.

Sendo simultaneamente uma continuação e um prelúdio, a trama constantemente alterna entre as duas temporalidades, mas a verdade é que nenhuma delas tem algo a dizer sobre essas personagens que já não tínhamos entendido no filme anterior. Tanto a jornada de Donna pela Europa quanto os perrengues de Sophie com o hotel parecem acontecer por eventos fortuitos e coincidências convenientes demais, como as tudo fosse por exigência do roteiro e não uma decorrência orgânica das ações dos personagens. A viagem ao passado também não tem muito a dizer que já não tenha sido dito sobre Donna.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Crítica – Orange is the New Black: 6ª Temporada


Análise Crítica – Orange is the New Black: 6ª Temporada


Review – Orange is the New Black: 6ª Temporada
O final da quinta temporada de Orange is the New Black prometia uma espécie de recomeço para a série ao levar as detentas para uma prisão de segurança máxima e parte delas sendo levada a uma outra prisão. Ficava, no entanto, a dúvida, se a sexta temporada iria se dividir entre duas prisões ou se concentraria apenas em uma, descartando o resto das personagens. A decisão acabou sendo a mais acertada, mantendo tudo em uma só prisão e se concentrando nas detentas que foram para a área de segurança máxima de Litchfield, mas mesmo reduzindo o número de personagens a série ainda tem alguns problemas de arcos narrativos que não funcionam como deveriam.

O sexto ano começa nos mostrando as consequências da rebelião, com as autoridades federais investigando as responsáveis pela rebelião e também pela morte do guarda Piscatella (Brad William Henke), já que os guardas que mataram por acidente plantam provas para implicar uma das presas. Além de lidarem com os interrogatórios, as presas precisam arranjar um jeito de sobreviver ao cotidiano violento da nova prisão, que vive em uma constante disputa entre as gangues lideradas pelas irmãs e rivais Carol (Henny Russell) e Barb (Mackenzie Philips).

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Crítica – Missão Impossível: Efeito Fallout

Análise Crítica – Missão Impossível: Efeito Fallout


Review – Missão Impossível: Efeito Fallout
Quando escrevi sobre Missão Impossível: Nação Secreta (2015), mencionei que, apesar de continuar divertindo, a franquia dava sinais de cansaço e estagnação ao repetir as mesmas tramas, sendo necessário que ele encontrasse novo vigor para continuar relevante. Pois bem, é exatamente isso que Missão Impossível: Efeito Fallout faz, traz uma nova energia e uma preocupação maior com seus personagens que me fez me interessar novamente pela franquia.

A trama começa quando Ethan (Tom Cruise), Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames) tentam recuperar material radioativo roubado por terroristas. A missão da errado e o plutônio cai em mãos erradas, sendo necessário que Ethan tente recuperar o plutônio antes que seja usado em um ataque terrorista. A diretora da CIA, Erica Sloan (Angela Bassett), não fica contente com o fato de Ethan ter escolhido salvar sua equipe ao invés de completar a missão e envia o bruto agente Walker (Henry Cavill e seu bigode da discórdia) para supervisionar Ethan. Ao mesmo tempo, o time precisa descobrir a identidade de um agente infiltrado que está ajudando terroristas.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Crítica – O Diabo e o Padre Amorth

Análise Crítica – O Diabo e o Padre Amorth



Review – O Diabo e o Padre Amorth
William Friedkin dirigiu um dos mais célebres filmes de terror de todos os tempos com O Exorcista (1973), sedimentando a história de possessão demoníaca na cultura pop e no imaginário popular. Aos 82 anos, Friedkin continua um cineasta ativo e realizando bons filmes, a exemplo do excelente Killer Joe: Matador de Aluguel (2013), mas seu mais recente trabalho, o documentário O Diabo e o Padre Amorth, está muito aquém de seu trabalho e todo seu legado como cineasta.

O documentário começa com Friedkin examinando a história real que inspirou O Exorcista e o impacto que seu filme teve no imaginário pop, o que renderia um filme interessante, mas isso acaba sendo um breve preâmbulo e a verdadeira intenção do documentário a de mostrar o exorcismo de uma jovem italiana (que já passou por outros oito exorcismos que supostamente não resolveram seu problema) pelo padre Gabriele Amorth.

Em nenhum momento Friedkin questiona a natureza daquilo que aflige a mulher italiana. Do início ao fim ele está completamente convencido de que ela está possuída por alguma força demoníaca e por conta dessa extrema proximidade e deslumbramento com a ideia da possessão demoníaca o veterano diretor não percebe uma questão ética fundamental que emerge de seu registro. Como indivíduo ou mesmo documentarista, Friedkin é livre para pensar, crer e professar suas crenças com bem entender, mas a partir do momento que a tentativa dele em confirmar suas crenças envolve outras pessoas e exibe potencial para impactar suas vidas, um documentarista precisa pensar em que tipo de impacto seu trabalho pode causar sobre o sujeito filmado e se realmente vale a pena expor esses sujeitos sob o risco de um impacto negativo.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Lixo Extraordinário – Birdemic: Shock and Terror


Análise - Birdemic: Shock and Terror


Resenha - Birdemic: Shock and Terror
Eu já falei de muitos filmes ruins, mas é bem possível que nenhum até agora consiga ser tão técnica e artisticamente mal concebido quanto o pavoroso Birdemic: Shock and Terror. Se você sempre quis saber como seria Os Pássaros (1963) se Alfred Hitchcock fosse totalmente incompetente, esse filme oferece uma resposta para essa pergunta.

A trama é centrada em Rod (Alan Bagh), um jovem vendedor de software que acabou de fechar um grande contrato e está prestes a abrir sua própria empresa. Ele conhece a jovem modelo Nathalie (Whitney Moore) e ambos se apaixonam, mas o romance dos dois é interrompido quando os pássaros começam a atacar os seres humanos.

A primeira coisa que chama a atenção é a total falta de ritmo da montagem e quase ausência de decupagem das cenas. A maioria dos planos se alonga mais do que deveria sobre os rostos dos personagens e fachadas de prédios, com o filme demorando alguns segundos para cortar mesmo depois das conversas entre os personagens já terem terminado. O melhor exemplo de como o filme não tem a menor noção de decupagem ou como usar a montagem para conferir ritmo e dar andamento à trama deve ser a sequência que vemos Rod ir trabalhar. Normalmente um filme nos mostra um personagem saindo de casa e já corta para uma imagem dele chegando em seu local de trabalho, afinal, se nada relevante para a trama ou desenvolvimento do personagem acontece no trajeto, não há razão para gastar tempo e dinheiro filmando cenas que não irão servir para nada.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Crítica - Distúrbio


Análise Crítica - Distúrbio


Review - UnsaneO diretor Steven Soderbergh tem constantemente experimentado com gêneros, formatos e maneiras de filmar. Distúrbio, seu mais recente filme, por exemplo, foi quase que inteiramente filmado com um iPhone 7 (em alguns momentos também dá para perceber imagens captadas por drones). Poderia ser meramente uma estratégia publicitária da Apple para promover seu produto, mas Soderbergh consegue criar um suspense psicológico satisfatório dentro dessa proposta de filmar.

A trama acompanha Sawyer (Claire Foy), uma mulher que recentemente mudou de cidade e está se acostumando ao seu novo emprego. Sua mudança foi decorrente de ter sido vítima de um stalker e as marcas do trauma de ser perseguida permanecem com ela ao ponto que a protagonista decide procurar ajuda médica. Após a consulta com a médica, Sawyer é internada em uma clínica psiquiátrica, descobrindo que alguns dos papéis que assinou durante a consulta eram formulários de internação voluntária. Aos poucos, Sawyer começa a perceber coisas estranhas acontecendo, pondo em questão se tudo aquilo é real ou fruto de seu estado mental.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Crítica - Todo Dia


Análise Crítica - Todo Dia


Review - Todo Dia
Todo Dia chama atenção por sua premissa pouco usual para um filme de romance. Uma garota, Rhiannon (Angourie Rice), se apaixona por uma pessoa (ou entidade), autointitulada A, que cada dia ocupa um corpo diferente. É algo com um quê de metafísico ou realismo fantástico, mas lamentavelmente o filme nunca embarca no potencial de sua própria trama.

Rhiannon é constantemente ignorada pelo namorado, Justin (Justice Smith), mas um dia ele chega diferente ao colégio e leva Rihannon em um passeio inesquecível que a faz sentir ainda mais apaixonada pelo rapaz. No dia seguinte, no entanto, Justin não só retorna à sua postura negligente com a namorada como também afirma não se lembrar de nada. Nos dias que seguem, a protagonista é abordada por diferentes pessoas (de ambos sexos) que lhe lembram do dia que teve com Justin até que um desses indivíduos conta a ela que todo esse tempo Rhiannon esteve interagindo com um só indivíduo. Essa pessoa, que diz se chamar A, troca de corpo toda noite e não parece ter um corpo próprio. Intrigada por essa situação pouco usual, Rhiannon vai se aproximando de A em suas diferentes formas.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Crítica - Ilha dos Cachorros


Análise Crítica - Ilha dos Cachorros


Review - Ilha dos Cachorros
Uma animação stop-motion sobre um garoto em busca de seu cachorro perdido parece soar como uma aventura ingênua e afetuosa. Ilha dos Cachorros não deixa de ser isso, mas também é uma reflexão sobre a retórica fascista e como governos autoritários conseguem legitimar o extermínio de minorias.

A narrativa se passa em um futuro próximo no Japão. O governante local declarou todos os cachorros como uma ameaça à saúde pública por eles carregarem diferentes doenças e decide enviar todos os cachorros para uma remota ilha de modo a livrar a sociedade da praga desses animais. O garoto Atari (Koyu Rankin), no entanto, decide ir até a ilha para resgatar seu cachorro Spots (Liev Schreiber). Lá ele encontra a matilha liderada por Chief (Bryan Cranston) e acaba recebendo ajuda deles para encontrar Spots. Na ilha Atari também vai aos poucos descobrindo que exilar os animais na ilha foi só o primeiro passo do governo em um plano maior para o extermínio completo dos cachorros e que o atual governante pertente a uma longa dinastia que ama gatos e odeia cães.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Crítica – Sexy por Acidente


Análise Crítica – Sexy por Acidente


Review – Sexy por Acidente
Misturando elementos de Quero Ser Grande (1988) com O Amor é Cego (2001), Sexy por Acidente é um filme cheio de boas intenções e, embora não seja o primeiro a trazer uma mensagem de que a beleza física não importa, o que torna-o tão interessante é a sinceridade com a qual aborda esse tema em uma sociedade cada vez mais obcecada com a imagem e a beleza física.

A trama é centrada em Renee (Amy Schumer), uma mulher cheia de inseguranças quanto à aparência por não se conformar com os padrões de beleza. Ela é relativamente bem sucedida, mas pensa que sua vida poderia ser bem melhor se ela tivesse um corpo perfeito. Seu desejo é mais ou menos atendido quando ela bate a cabeça na academia e ao acordar acredita ter magicamente adquirido a beleza que tanto desejava, mas na verdade seu corpo não mudou, apenas a percepção que ela tem de si mesma.

O início do filme é hábil em mostrar como determinados padrões de aparência são impostos pelos meios de comunicação, mostrando capas de revista, publicidade e tutoriais de internet que lembram a todos, especialmente mulheres, que existe apenas uma forma, um tipo de corpo, que é considerado belo e todas as outras são incentivadas a correr atrás desses padrões.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Crítica – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada


Análise Crítica – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada


Review – The Handmaid’s Tale: 2ª Temporada
A primeira temporada de The Handmaid’s Tale (O Conto da Aia em português) foi uma das melhores séries do ano passado. Ambientado em um universo distópico no qual o governo dos Estados Unidos sofreu um golpe de estado e se tornou uma teocracia, o seriado alertava para os perigos de misturar política e religião, bem como os riscos para direitos civis e liberdades individuais que essas forças conservadoras representam.

Havia, no entanto, o temor que essa segunda temporada não conseguisse ser tão boa quanto o seu ano estreia. Primeiro porque era um patamar alto demais para conseguir ser alcançado novamente e segundo pois essa nova temporada não tinha mais o suporte do livro escrito por Margaret Atwood, já que o primeiro ano tinha coberto o romance praticamente inteiro exceto por seu epílogo. A verdade é que este segundo ano é um pouco inferior ao anterior, mas ainda assim continua sendo bastante contundente em seu exame sobre como seria viver sob a égide de um governo religioso e machista. Aviso que a partir desse ponto o texto pode conter SPOILERS da temporada.

A trama começa no ponto em que a primeira temporada parou, com June (Elizabeth Moss) grávida tentando fugir de Gilead para o Canadá com a ajuda de Nick (Max Minghella) e a partir daí acompanhamos os desafios dela em tentar cruzar a fronteira ao mesmo tempo em que o coronel Waterford (Joseph Fiennes) tenta trazer June de volta para sua casa.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Crítica – Samantha!: 1ª Temporada


Análise Crítica – Samantha!: 1ª Temporada


Review – Samantha!: 1ª Temporada
Não sabia o que esperar desta primeira temporada Samantha!, série brasileira feita pela Netflix, mas o que encontrei foi um divertido deboche do universo televisivo brasileiro, bem como do culto às celebridades e à busca da fama como um fim em si mesmo. A trama é centrada em Samantha (Emanuelle Araújo), uma mulher que fez sucesso na televisão na década de oitenta, quando ainda era criança e apresentava um programa infantil. Agora, adulta e com dois filhos, ela continua a tentar fazer sucesso, prendendo-se ao seu passado como estrela mirim e inventando esquemas mirabolantes para voltar à televisão.

Parte do passado televisivo de Samantha é mostrado através de flashbacks e essas cenas são uma paródia certeira dos programas infantis brasileiros na década de oitenta, com direito a dançarinas com pernas de fora, conteúdos inapropriados para o público mirim e publicidades que não deveriam ser para crianças, como menções a cerveja e cigarros. Isso sem falar na fidelidade da criação dos sets do programa infantil que reproduzem o tipo de espaço e figurino, com direito a um excesso de cores neons, e as canções cantadas pelas personagens, com direito a mensagens subliminares quando tocadas ao contrário, tal qual a lenda urbana envolvendo as músicas da Xuxa.

Conheçam os indicados ao Emmy 2018


Emmy 2018 Nominees


A Academia de Artes e Ciências Televisivas dos EUA divulgou os indicados para o Emmy 2018. Game of Thrones foi a mais lembrada na categoria drama, faturando 22 indicações, enquanto que Atlanta foi a mais indicada no campo da comédia, sendo indicada a 16 prêmios. Nas minisséries a mais lembrada foi American Crime Story: O Assassinato de Gianni Versace. A premiação acontece no dia 17 de setembro e será apresentada por Colin Jost e Michael Che, comediantes do Saturday Night Live. No Brasil a cerimônia será exibida pelo canal a cabo TNT. Confiram abaixo a lista de indicados:

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Crítica – Arranha-Céu: Coragem Sem Limites


Análise Crítica – Arranha-Céu: Coragem Sem Limites


Review – Arranha-Céu: Coragem Sem Limites
Na superfície Arranha-Céu: Coragem Sem Limites parece uma colagem pouco inspirada de Duro de Matar (1988) com pitadas de Inferno na Torre (1974) e, bem, é só isso mesmo. Não é exatamente um produto ruim, mas é tão derivativo, sem personalidade e apoiado em refazer cenas que já vimos em filmes melhores que não me produziu nada além de apatia.

A trama é centrada em Will Sawyer (Dwayne “The Rock” Johnson), um ex-militar que depois de perder a perna em combate passou a trabalhar com segurança privada. Ele é contratado pelo bilionário Zhao (Chin Han) para avaliar a segurança de seu novo empreendimento: o Pérola, um arranha-céu tão grande que é praticamente uma cidade vertical. A avaliação de Will está quase acabando quando criminosos armados invadem o prédio e incendeiam parte dos andares, incluindo o pavimento no qual a família de Will está. Assim, o protagonista precisa salvar a família e deter os criminosos.

The Rock se afasta um pouco dos tipos invencíveis que vinha fazendo, como no recente Rampage: Destruição Total, para assumir a persona de um herói mais vulnerável, nos moldes do John McClane de Duro de Matar. Além das dificuldades envolvendo sua prótese na perna, Will se fere a cada confronto, precisando parar para improvisar curativos e pensar cuidadosamente suas ações. Tudo isso ajudaria a construir uma sensação de perigo e nos fazer temer pelo personagem conforme seus ferimentos se agravam, mas é tudo tão igual a Duro de Matar e seus muitos clones, que nada soa genuíno, mesmo com o carisma de The Rock.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Crítica – Uma Quase Dupla

Análise Crítica – Uma Quase Dupla


Review – Uma Quase Dupla
Uma Quase Dupla prometia ser uma versão brasileira dos “filmes de parceiros” hollywoodianos como Máquina Mortífera (1987), criando uma comédia de ação protagonizada por dois detetives com personalidades opostas. Como esse é um filão pouco explorado pelo cinema brasileiro, entrei para assistir torcendo por um resultado positivo, mas lamentavelmente não é isso que acontece.

A trama acompanha Keyla (Tatá Werneck) uma durona policial carioca que é enviada para uma pacata cidade do interior para ajudar na investigação de um estranho homicídio que a polícia local não sabe como lidar. Lá ela recebe ajuda de Cláudio (Cauã Reymond), um atrapalhado policial da cidade. Ao longo da investigação novas mortes começam a ocorrer e Keyla desconfia se tratar de um assassino em série.

Os personagens apresentam uma curiosa inversão de expectativas, com Tatá Werneck, famosa por seu talento cômico, assumindo a personagem mais séria enquanto que Cauã fica com o lado pacato e incompetente da dupla. Poderia dar muito errado, mas os atores fazem funcionar, principalmente Cauã que abraça sem medo a estupidez ingênua de seu personagem enquanto que Tatá adota a postura intransigente que assumia em esquetes como o “Entrevista com o Especialista” do seu programa no Multishow.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Crítica – Good Girls: 1ª Temporada


Análise Crítica – Good Girls: 1ª Temporada


Review – Good Girls: 1ª Temporada
Tive curiosidade em conferir a primeira temporada da série Good Girls por sua premissa parecer uma espécie de versão mais cômica de Breaking Bad e pela presença da atriz Christina Hendricks (a Joan de Mad Men). A premissa poderia render uma comédia crítica sobre as contradições e problemas da classe média dos Estados Unidos, mas essa temporada de estreia nunca explora suas ideias de maneira satisfatória.

A série é centrada em três mulheres, cada uma com problemas financeiros de natureza diferente. Beth (Christina Hendricks) é uma pacata dona de casa que vê seu casamento naufragar ao descobrir que seu marido, Dean (Matthew Lilard), não só a está traindo com a secretária como também perdeu boa parte das economias do casal em investimentos ruins. Annie (Mae Whitman), a irmã de Beth, trabalha como caixa em um supermercado e está prestes a perder a guarda da filha para seu rico ex-namorado, não tendo condições de pagar um advogado. Já a garçonete Ruby (Retta) está com dificuldades para pagar o caro tratamento médico da filha e teme que seus problemas financeiros custem a vida da garota.

sábado, 7 de julho de 2018

Crítica - Homem Formiga e a Vespa


Análise Crítica - Homem Formiga e a Vespa


Review - Homem Formiga e a Vespa
O primeiro Homem-Formiga (2015) contava uma história de origem bem aderente às fórmulas que a Marvel estabeleceu para seus filmes, mas conseguia ser moderadamente divertido. Este Homem-Formiga e a Vespa tenta se distanciar um pouco das fórmulas sendo um pouco melhor que o anterior, ainda que continue exibindo os mesmos problemas que vêm com o “padrão Marvel”.

A trama se passa depois dos eventos de Capitão América: Guerra Civil (2016), mas antes do que acontece em Vingadores:Guerra Infinita (2018). Depois de ter sido preso por ajudar o Capitão América, Scott Lang (Paul Rudd) faz um acordo com o governo, abrindo mão de ser o Homem-Formiga e é colocado em prisão domiciliar. Enquanto isso, Hank Pym (Michael Douglas) e Hope (Evangeline Lilly) buscam um jeito de resgatar Janet (Michelle Pfeiffer), a Vespa original, do reino quântico depois de Scott ter retornado de lá no filme anterior. Os planos da dupla, no entanto, são observados de perto pela misteriosa Fantasma (Hannah John-Kamen), que tem seus próprios planos envolvendo a dimensão quântica.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Crítica – Fevereiros


Análise Crítica – Fevereiros


Review – Fevereiros
Documentários sobre artistas da música se tornaram um grande filão comercial do cinema brasileiro nos últimos anos. A maioria deles segue o padrão “talking heads” com entrevistas estáticas ocasionalmente intercaladas com imagens de arquivo e embora este Fevereiros siga essa estrutura base, sua protagonista, a cantora Maria Bethânia, é tão fascinante que é difícil não se envolver com ela.

O documentário tem um recorte específico sobre a vida da cantora, tendo como ponto de partida a homenagem feita a Bethânia pela escola de samba carioca Mangueira, cujo samba-enredo no ano de 2016 foi uma celebração dos 50 anos de carreira de Bethânia. Poderia ser meramente um filme publicitário sobre um samba-enredo vencedor (e talvez seja), mas o filme ganha força ao ir um pouco além da história pessoal de sua protagonista e tentar entender as matrizes culturais que tanto a influenciaram.

Nesse sentido, o filme é tanto um exame das influências de Bethânia como da importância das tradições religiosas do Recôncavo da Bahia para a cultura e para música brasileira (afinal, o samba de roda nasceu no Recôncavo). São nos momentos em que o filme explora as festas populares e religiosas de Santo Amaro, derivadas tanto de matrizes católicas quanto das religiões afro-brasileiras, em que ele se afasta um pouco mais das estruturas mais típicas do documentário musical brasileiro para acompanhar as festas e as andanças de Bethânia pelas ruas da cidade.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Crítica – Duck Butter


Análise Crítica – Duck Butter

Review – Duck ButterVer as agruras de um casal discutindo a natureza de sua relação, se bem feito, pode fornecer muitos insights sobre a condição humana, como formamos nossas conexões e como nos relacionamos uns com os outros, um bom exemplo disso é Antes da Meia-Noite (2013) e os outros dois filmes anteriores que compõem a trilogia. Quando esse “filme de DR”, por outro lado, não é bem realizado, se torna um aborrecido exercício de paciência conforme acompanhamos pessoas desinteressantes reclamarem de coisas sobre as quais não damos a mínima, como no caso do sonolento À Beira Mar (2015). Este Duck Butter, dirigido pelo porto-riquenho Miguel Arteta (responsável por Jantar Com Beatriz), não chega a nenhum desses extremos, ficando em um meio termo entre eles.

A trama é centrada em Nima (Alia Shawkat, a Maeby de Arrested Development), uma jovem atriz que ainda espera sua grande chance para emplacar a carreira. Depois de um dia frustrante de trabalho Nima conhece a cantora e compositora Sergio (Laia Costa) e ambas se interessam uma pela outra. Sergio propõe que elas passem 24 horas juntas para tentarem se conectar.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Crítica – GLOW: 2ª Temporada


Análise Crítica – GLOW: 2ª Temporada


Review Crítica – GLOW: 2ª Temporada
A primeira temporada de GLOW foi uma grata surpresa ao conseguir equilibrar drama e comédia ao contar a história de um grupo de atrizes na década de 80 tentando emplacar um programa televisivo sobre luta-livre feminina. Esta segunda temporada consegue manter o nível da primeira enquanto tenta aprofundar suas personagens e relações entre elas.

A trama começa pouco tempo depois do fim da temporada anterior, com as lutadoras se reunindo para iniciar uma nova temporada do seu programa enquanto enfrentam novos desafios para se manterem no ar e exigências da emissora. Ruth (Alison Brie) tenta ajudar o mal-humorado diretor Sam (Marc Maron) ao mesmo tempo em que tenta reparar sua complicada relação com a colega Debbie (Betty Gilpin) que agora é uma produtora do programa.

Com apenas dez episódios de cerca de meia hora cada, a série alterna entre episódios mais dedicados ao arco maior da temporada e outros mais autocontidos. Isso poderia resultar em um ritmo inconsistente, mas cada episódio consegue trazer um desenvolvimento consistente dos personagens ao ponto em que nenhum deles soa como filler. Na verdade, o efeito é oposto e quando cheguei aos últimos três episódios da temporada desejei que ela durasse mais porque não estava pronto para me despedir daquelas personagens.