sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Rapsódias Revisitadas – A Vida é Dura: A História de Dewey Cox

 

Rapsódias Revisitadas – A Vida é Dura: A História de Dewey Cox

Review – A Vida é Dura: A História de Dewey Cox
Cinebiografias de músicos são um filão constantemente explorado pela indústria do cinema. Artistas famosos como Johnny Cash, Ray Charles, Elton John ou Elvis já ganharam filmes inspirados em suas vidas. Com uma produção tão profícua era apenas questão de tempo até que esse tipo de filme fosse parodiado. Isso aconteceu em 2007 com o lançamento de A Vida é Dura: A História de Dewey Cox.

O filme conta a história do fictício músico Dewey Cox (John C. Reilly) e o modo como superou adversidades para alcançar o sucesso. A trama brinca bastante com os clichês de como esse tipo de filme é estruturado, apresentando todos os momentos padrão dessas histórias, como a infância pobre e traumática (ele acidentalmente corta o irmão no meio com um facão), o abuso de drogas, os amores e as influências dele sobre outros músicos.

É tudo construído com um exagero extremo, ciente de como certos formatos já estão batidos em cinebiografias, como o fato da primeira esposa de Dewey, Edith (Kristen Wiig) dizer sem sutileza o tempo todo de como ele precisa desistir do sonho de ser músico ou como o pai de Dewey fala constantemente que o filho errado morreu. Em um dado momento, quando Dewey grava Walk Hard, a música que o tornaria famoso, o filme faz piada no modo como a montagem desses filmes dá a impressão de que o sucesso vem rápido com a cena do estúdio cortando diretamente para um locutor de rádio anunciando a canção que terminou de ser gravada há três minutos atrás.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Crítica – Mortal Kombat 1

 

Análise Crítica – Mortal Kombat 1

Review – Mortal Kombat 1
O ano de 2023 tem sido bom para jogos de luta, com algumas de suas principais franquias lançando novos games. Depois do excelente Street Fighter 6, agora é a vez de Mortal Kombat 1 ganhar os holofotes, reiniciando a continuidade da história depois dos eventos de Mortal Kombat 11.

A trama se passa na nova linha do tempo criada por Liu Kang. Ele moldou os eventos para criar uma era de paz entre o nosso mundo e a Exoterra, no qual o torneio entre os reinos é mais uma celebração da cooperação entre os dois mundos e não um instrumento de conquista. Um novo torneio está prestes a começar, com Liu Kang treinando os novos campeões da Terra em Raiden e Kung Lao, mas uma misteriosa visitante de fora dessa linha do tempo instiga antigos vilões, como Shang Tsung, a recuperarem seus poderes e tramarem contra a nova paz.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

 

Análise Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

Review – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
Apesar de gostar do universo das Tartarugas Ninja, não estava lá muito interessado na animação As Tartarugas Ninja: Caos Mutante. Provavelmente porque os últimos dois filmes live-action não foram grande coisa e isso esfriou minha vontade de ver qualquer coisa com esses personagens. Felizmente essa nova animação acerta no espírito de aventura e na energia adolescente de seus protagonistas.

A trama reconta a origem de Leonardo, Michelangelo, Donatello, Raphael e o mestre Splinter. Animais comuns transformados em humanoides quando um mutagênico cai nos esgotos. Já adolescentes, as tartarugas querem se integrar no mundo dos humanos, mas Splinter teme que eles sejam tratados como monstros e caçados ou usados como arma. Os quatro irmãos acabam ficando amigos da adolescente April O’Neil e juntos vão investigar a gangue do Superfly, que vem aterrorizando a cidade. Ao longo da investigação descobrem que Superfly é também um mutante que lidera um bando de outros mutantes.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Crítica – Jagun Jagun: O Guerreiro

 

Análise Crítica – Jagun Jagun: O Guerreiro

Review – Jagun Jagun: O Guerreiro
Apesar de algum contato com os filmes produzidos por países africanos, confesso que ainda conheço pouco a respeito sobre os filmes iorubás feitos na Nigéria. Talvez por isso minha curiosidade em conferir este Jagun Jagun: O Guerreiro, épico iorubá produzido na Nigéria e distribuído pela Netflix.

A trama conta a história de Ogunjimi (Femi Adebayo), um líder tribal que ganhou renome e temor pela região por conta de suas habilidades de guerreiro e exércitos que comanda. Qualquer um que busque vencer uma batalha procura a ajuda do temível Ogunjimi e qualquer guerreiro que busque provar seu valor almeja treinar sob o comando dele. É então que aparece Gbotija (Lateef Adedimeji), um jovem valoroso que tem a habilidade de se comunicar com as árvores e quer se tornar um guerreiro para vingar o pai e a destruição de sua vila. O talento e o caráter de Gbotija despertam atenção do exército de Ogunjimi, mas o líder vê a ascensão do jovem como uma ameaça a seu comando e tenta eliminá-lo ao lhe incumbir de cumprir três tarefas praticamente impossíveis para ser aceito em suas fileiras.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Crítica – Sex Education: 4ª Temporada

 

Análise Crítica – Sex Education: 4ª Temporada

Review – Sex Education: 4ª Temporada
O fim de uma série da qual gostamos é sempre algo agridoce. Por um lado queremos ver mais, por outro temos a satisfação de vê-la encerrar antes que se alongue demais. No caso de Sex Education esses sentimentos ainda encontram a constatação de que o elenco já passou do ponto em que é capaz de nos convencer de que são adolescentes, então é melhor mesmo colocar um ponto final.

Quando escrevi sobre a terceira temporada, mencionei como um dos grandes méritos da série era sua capacidade de sempre dar complexidade a seus personagens e mesmo figuras que operam como antagonistas ou vilões nunca são reduzidos a figuras unidimensionais. A temporada começa com Otis (Asa Butterfield), Eric (Ncuti Gatwa) e os demais chegando a um novo colégio, este mais inclusivo e aberto. Enquanto isso Maeve (Emma Mackey) começa seu curso nos Estados Unidos e a mãe de Otis, Jean (Gillian Anderson), começa a demonstrar que está sofrendo de depressão pós-parto. Na nova escola Otis tenta abrir uma nova clínica de aconselhamento, mas descobre que o local já tem sua terapeuta sexual em O (Thaddea Graham), iniciando uma rivalidade com a garota.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Crítica – Novela

 

Análise Crítica – Novela

Review – Novela
A telenovela é o principal produto de ficção seriada televisiva no Brasil, é tão assistida e seus elementos fundamentais são tão conhecidos pelo público que é possível parodiá-los em uma série como Novela, produção brasileira para a Prime Video. A série tenta funcionar simultaneamente como uma celebração desse tipo de produto e uma sátira de seus clichês.

A trama é protagonizada por Isabel (Monica Iozzi) uma roteirista que aspira se tornar autora de novelas. Seu sonho parece estar perto de virar realidade quanto ela passa a trabalhar para o renomado dramaturgo Lauro Valente (Miguel Falabella), que a encoraja a escrever sua própria novela. Acontece que Lauro rouba o trabalho de Isabel, passando como se fosse dele e produzindo a novela dela sob o nome de Rebote do Destino. Na festa de estreia da novela, Isabel se dispõe a revelar tudo para o público, mas em um acidente bizarro ela vai parar dentro do mundo da novela, tomando o lugar da mocinha Izabel, que era interpretada por Grazi (Maria Bopp), uma ex-participante de reality show. Dentro da novela, a presença de Isabel muda os rumos da trama e enquanto ela tenta encontrar um modo de sair, Lauro tenta encontrar um meio de retomar o controle da produção e justificar o que está acontecendo para os executivos da emissora.

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Crítica – Na Mira do Júri

 

Análise Crítica – Na Mira do Júri

Review – Jury Duty
Faz tempo que eu não via uma série tão singular quanto Na Mira do Júri. Misturando ficção e realidade, a série se apresenta inicialmente como um documentário sobre pessoas que servem como jurados em julgamentos nos Estados Unidos. Logo de cara, no entanto, a série nos informa que todo o julgamento é encenado e praticamente todos os sujeitos filmados são atores exceto um dos jurados, Ronald Gladden, um sujeito comum que acha que foi realmente convocado a servir em um júri e que agora precisa navegar pelos meandros do tribunal e lidar com os excêntricos colegas de júri.

Ronald é como um protagonista de filme que não sabe que é um protagonista. Tudo é feito ao redor dele e a trama precisa se adaptar ao modo como ele reage aos eventos e outros personagens. É um esforço logístico hercúleo para uma produção funcionar assim, tendo um roteiro, mas precisando de espaço para improvisar caso Ronald decida seguir por outros caminhos.

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Crítica – O Conde

Análise Crítica – O Conde

 

Review – O Conde
Dirigido pelo chileno Pablo Larraín O Conde parte de uma premissa bem curiosa: e se o ditador Augusto Pinochet não tivesse morrido e na verdade fosse um vampiro que ainda estivesse vagando por aí? É uma ideia que por si só já despertou minha curiosidade, mas infelizmente a premissa acaba sendo mais interessante do que o filme em si.

Na trama, o Conde (Jaime Vadell), apelido pelo qual Pinochet gosta de ser chamado, é um vampiro que vive recluso em uma propriedade remota se alimentando do sangue de incautos enquanto lida com a cobiça de sua esposa e seus filhos que, ao contrário dele, não são vampiros. O Conde fica entediado com essa imortalidade e decide que em breve dará um fim a sua vida, dividindo seus bens entre os herdeiros, o que gera briga entre eles. No entanto a chegada da contadora Carmen (Paula Luchsinger) desperta novos interesses no velho vampiro.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Rapsódias Revisitadas – Oldboy

Análise Crítica – Oldboy

 

Review – Oldboy
Tramas de vingança normalmente abordam como a busca por vingança devasta tanto o vingador quanto o alvo de sua fúria, mas poucos filmes mostram isso de maneira tão brutal e com consequências tão devastadoras como Oldboy. Lançado em 2003 e dirigido por Park Chan-Wook, o filme completa vinte anos em 2023 e volta aos cinemas em uma versão remasterizada em 4K.

A trama acompanha Oh Dae-Su (Choi Min-Sik) um homem relativamente patético que é sequestrado depois de uma noite de bebedeira. Dae-Su passa quinze anos preso em um minúsculo apartamento sem saber o que seus captores querem com ele, quando será solto ou o motivo de ter sido capturado. Quando misteriosamente acorda fora do cativeiro, ele busca se vingar daqueles que o prenderam, conseguindo ajuda da jovem Mi-do (Kang Hye-Jeong) para investigar seu passado. O problema é que os captores de Dae-Su parecem observá-lo de perto e a oportunidade de vingança soa como uma grande armadilha.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Drops – Elementos

 

Análise Crítica – Elementos

Review – Elementos
O material de divulgação de Elementos não fez muito para me deixar empolgado para a nova animação da Pixar. Parecia uma trama romântica bem típica de “opostos se atraem” com os diferentes seres elementais servindo como metáfora para tensões étnicas e de classe social. Tendo visto o filme constato que era meio que isso mesmo, embora os visuais e a construção do romance seja boa o bastante para manter nosso interesse.

A trama se passa em uma cidade habitada por seres formados por elementos, com uma população de fogo, água, ar ou terra. A família de Faísca migrou para a cidade décadas atrás com o sonho de reconstruir lá suas vidas sem esquecer as tradições de seu povo. Embora Faísca queira ser uma boa filha, ela não tem certeza se quer assumir a loja do pai. Quando ela conhece o elemental da água Gota, eles acabam tendo que juntar esforços para impedir vazamentos de água no bairro do fogo e acabam se apaixonando.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Crítica – O Demônio dos Mares

 

Análise Crítica – O Demônio dos Mares

Review – O Demônio dos Mares
Não contente em fazer filmes sobre tubarões, Hollywood decidiu fazer filmes sobre tubarões gigantes como em Megatubarão (2018). Não contente em fazer filmes sobre tubarões gigantes, a indústria resolveu fazer filmes sobre tubarões gigantes com poderes sobrenaturais astecas como neste O Demônio dos Mares. É o tipo de mistureba maluca que poderia dar certo se fosse aloprada o suficiente, mas o resultado aqui é puro tédio.

A trama acompanha a família de Paul (Josh Lucas), que vai até o México fiscalizar uma plataforma de petróleo e aproveita para levar a família de férias. Ao chegar na cidade em que a plataforma se localiza, Paul estranha a cidade estar tão deserta e desolada. Ele vai para a plataforma e descobre que não restou quase ninguém lá. Aparentemente a perfuração despertou um megalodonte que dormia no assoalho oceânico e agora a criatura está causando o caos nos mares.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Crítica – O Conto da Aia: 5ª Temporada

 

Análise Crítica – O Conto da Aia: 5ª Temporada

Review – The Handmaid's Tale: 5ª Temporada
Quando escrevi sobre o quarto ano de O Conto da Aia falei que a série dava sinais de desgaste, mas que o impactante desfecho sinalizava um caminho adiante e que as próximas temporadas talvez não ficassem andando em círculos. Isso não aconteceu nesta quinta temporada e a impressão é que a trama fica vagando a esmo sem um senso de direcionamento, com ideias jogadas de qualquer jeito na tela, abandonadas e sendo substituídas por outras logo depois. A impressão é que não há um plano, não há uma visão e tudo é feito só para alongar a série e render mais temporadas ao invés de contar uma história consistente.

A trama segue onde o ano anterior parou, com June (Elizabeth Moss) matando o comandante Fred (Joseph Fiennes) e as consequências disso. Serena (Yvonne Strahovski) tenta usar o evento para atrair simpatia do mundo para Gilead e retomar sua posição na nação. Enquanto June aproveita para pressionar ainda mais Gilead e tentar recuperar a filha, que agora está sendo treinada para se tornar uma esposa e pode ser forçada a casar com um comandante a qualquer momento.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Crítica – A Noite das Bruxas

 

Análise Crítica – A Noite das Bruxas

Review – A Noite das Bruxas
Depois de dois filmes adaptando algumas das histórias mais famosas do detetive Hercule Poirot em Assassinato no Expresso do Oriente (2017) e Morte no Nilo (2022), o diretor Kenneth Branagh se desloca para um dos romances menos célebres do detetive e um dos últimos escritos por Agatha Christie neste A Noite das Bruxas. A verdade é que o filme basicamente só pega o título e a premissa de um assassinato cometido na noite do Dia das Bruxas, todo resto é bem distante do material original.

Na trama, Poirot (Kenneth Branagh) está vivendo em Veneza quando é convidado pela escritora Ariadne Oliver (Tina Fey) a participar de uma sessão espírita em um prédio da cidade tido como mal assombrado. A escritora espera que Poirot seja capaz de desmascarar a suposta médium Reynolds (Michelle Yeoh), que diz ser capaz de se comunicar com a filha morta da cantora de ópera Rowena Drake (Kelly Reilly). A noite da sessão é marcada por uma forte chuva que os deixa presos no prédio e assassinatos começam a acontecer.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Crítica – Sea of Stars

 

Análise Crítica – Sea of Stars

Review – Sea of Stars
Desenvolvido pela Sabotage, mesmo estúdio responsável pelo ótimo The Messenger, que misturava ação ao estilo Ninja Gaiden com exploração metroidvania, Sea of Stars é um RPG que homenageia produtos da era 16 bits como Chrono Trigger, Super Mario RPG ou Star Ocean. Ao contrário de muitos games indie que tentam esse tipo de construção referencial, Sea of Stars vai além da mera referência e cria um produto com personalidade própria, cuja força da trama, construção de mitologia e mecânicas de combate e exploração são bem mais do que uma colagem de elementos de games de outrora.

A trama se passa no mesmo universo de The Messenger, mas ele não é necessário para entender a história, já que ela se passa séculos antes. Claro, quem jogou The Messenger vai apreciar como elementos do jogo, como o templo do sol e da lua ou os cristais temporais ganham mais contexto aqui, mas não faz diferença no entendimento da narrativa. Centrada em Valere e Zale, dois guerreiros nascidos no solstício e dotados de poderes vindos da lua e do sol, respectivamente, que recebem a missão de cruzar o mundo para derrotarem horrores abissais conhecidos como Residentes para impedir o retorno do poderoso Fleshmancer.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Crítica – A Pequena Sereia

 

Análise Crítica – A Pequena Sereia

Review – A Pequena Sereia
Mais nova tentativa de um live action de suas animações clássicas, A Pequena Sereia é mais uma animação a usar tecnologia de ponta para recriar de maneira bastante realista o universo submarino de sua protagonista. A exemplo de produções como o remake de O Rei Leão (2019) esse fotorrealismo mais tira do que acrescenta à experiência.

Na trama Ariel (Halle Bailey) é uma sereia sonhadora que anseia em conhecer o mundo da superfície apesar de seu pai, o poderoso Rei Tritão (Javer Bardem) alertá-la dos perigos que os humanos representam. Quando Ariel salva o príncipe Eric (Jonah Hauer King) ela se torna ainda mais decidida em experimentar o modo de vida dos humanos. A sereia decide aceitar um perigoso acordo com a bruxa do mar Ursula (Melissa McCarthy) para se tornar humana, mas isso coloca os mares e a superfície em risco.

O filme recria o fundo do mar com muita fidelidade e competência técnica, mas essa escolha por realismo faz o reino submarino soar vazio, sem graça e desprovido de encantamento. Isso fica evidente no número musical de Aqui no Mar, uma das canções mais marcantes da animação que perde muito da sua energia e deslumbramento porque as criaturas marinhas estão presas a se movimentarem como criaturas marinhas. Se até o filme do Aquaman (2018) conseguiu colocar um polvo tocando bateria, não vejo porque uma trama mais lúdica e fantasiosa como A Pequena Sereia deveria se prender tanto ao realismo.

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Crítica – Minhas Aventuras com o Superman

 

Análise Crítica – Minhas Aventuras com o Superman

Review – Minhas Aventuras com o Superman
Depois que o Superman de Zack Snyder dividiu opiniões com uma visão mais cínica sobre o personagem, a impressão é que nos últimos anos a Warner vem tentado resgatar a imagem de um Superman mais esperançoso, benevolente e mais humano. Isso se aplica ao tratamento do personagem na série Superman & Lois e também nesta nova série animada Minhas Aventuras com o Superman.

A trama acompanha os primeiros anos de Clark Kent em Metropolis, iniciando como estagiário no Planeta Diário ao lado do colega de faculdade Jimmy Olsen e conhecendo a intensa Lois Lane. Clark, Jimmy e Lois logo se tornam amigos e se unem para investigar o aparecimento de criminosos usando uma tecnologia extremamente avançada. Diante da ameaça desses criminosos, Clark decide usar seus poderes para proteger a cidade como Superman, mas isso o torna alvo dos militares.

Para quem tem alguma familiaridade com o personagem muitos desdobramentos e reviravoltas são relativamente previsíveis. É bem óbvio, por exemplo, que o misterioso general investigando as ações do Superman é o general Sam Lane, pai de Lois. Do mesmo modo, os sinais na tecnologia kryptoniana que ataca a Terra claramente indicam a intervenção de Brainiac (ou algo similar) e não de Jor-El como Clark acredita.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Crítica – One Piece: A Série

 

Análise Crítica – One Piece: A Série

Considerando o péssimo histórico de produções ocidentais que fazem adaptações live action de animes e mangás, como o recente Os Cavaleiros do Zodíaco: O Começo ou o pavoroso Dragonball Evolution (2009), não esperava muita coisa deste One Piece: A Série, que adapta a interminável obra de Eiichiro Oda. Depois de assistir a produção da Netflix, confesso que achei...bom?!? Como assim? Que sensação estranha é essa? Eu assisti um live action de anime e gostei? Por essa eu não esperava.

Devo dizer que não sou um profundo conhecedor de One Piece, com meu contato com esse universo se limitando a games como One Piece Pirate Warriors ou One Piece Odyssey. Eu sei quem são os personagens e tenho alguma noção dos principais arcos, mas não seria a melhor pessoa para dizer se é fiel ou não.

A trama segue a mesma premissa do mangá e do anime. Luffy (Iñaki Godoy) deseja encontrar o mítico tesouro One Piece e se tornar o Rei dos Piratas, para tal precisa encontrar uma tripulação que tope cruzar a perigosa Grand Line ao seu lado. Ele encontra aliados em Zoro (Mackenyu, que foi o Seiya no pavoroso live action de Cavaleiros do Zodíaco) e Nami (Emile Rudd), mas o caminho até a Grand Line é cheio de perigos e eles encontrarão muitos obstáculos, seja na poderosa Marinha, que combate os piratas com mão de ferro, seja em outros piratas que veem Luffy como um problema.

Se a maioria das adaptações ocidentais de animes tenta inscrever seus universos e personagens em uma estética realista, One Piece acerta em manter tudo dentro de um regime cartunesco, mantendo as matizes saturadas, cabelos coloridos e armas exageradas, deixando claro que estamos diante de um desenho que ganhou vida ao invés de forçar esse universo em um regime estético que não dá conta da inventividade visual do material original.

O texto também acerta na construção da amizade entre o bando dos Chapéus de Palha, que aos poucos aprendem a confiar um no outro. Os episódios dão espaço não apenas para que eles se desenvolvam como um coletivo, mas também dando cenas isoladas com cada um ao lado de cada companheiro (ou da maioria deles) permitindo que vejamos como essas diferentes personalidades vão se ajustando umas as outras. Muito do mérito vem também do elenco, no modo como Iñaki Godoy dá uma energia vibrante e interminável a Luffy, Mackenyu traz uma sisudez estoica a Zoro ou como Emily Rudd faz de Nami alguém que usa sua dubiedade moral e fachada durona para não ter que se abrir aos outros.      

A ação mantem o espírito das lutas grandiloquentes do anime, com personagens como Luffy, Zoro ou Sanji (Taz Skylar) despachando dezenas de inimigos de vez ou golpes que põem abaixo prédios inteiros. Muito do motivo de tudo funcionar não é apenas a qualidade dos efeitos visuais ou a energia das coreografias de luta, mas o já citado regime visual cartunesco que faz tudo soar coeso. Mesmo poderes como as habilidades elásticas de Luffy soam convincentes dentro do regime estético excêntrico que a série adota para si e a linguagem corporal de Iñaki Godoy ajuda a dar um senso de peso e movimento aos golpes do pirata, com Luffy “engatilhando” os braços brevemente antes de esticá-los, como que fazendo um movimento pendular para que eles tenham energia para chegar longe com bastante força.

Como a temporada condensa todo o arco de East Blue, é visível mesmo para um neófito que alguns eventos acontecem rápido demais. Toda a batalha com Buggy (Jeff Ward) e a libertação da cidade sob seu controle parece se resolver de maneira muito repentina, como se a série precisasse resolver logo o conflito para partir para o seguinte. A velocidade também faz alguns temas ficarem na superficialidade. O vilão Arlong (McKinley Belcher) menciona como o Governo Mundial escravizou os homens-peixe e que mesmo depois do fim da escravidão eles ainda são estigmatizados. É claramente uma tentativa de fazer um paralelo com a escravidão e diáspora negra no mundo real (o fato de Arlong ser interpretado por um ator negro não parece ser coincidência), mas o texto não investe realmente nessas ideias, rapidamente levando à batalha entre Luffy e Arlong, deixando de lado a discussão dessas ideias.

Ainda assim, One Piece: A Série é uma competente adaptação live action que traz as batalhas empolgantes, senso de humor e conexão emocional entre os protagonistas que tornaram o material original tão longevo.

 

Nota: 7/10


Trailer

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Crítica – TMNT Shredder’s Revenge: Dimension Shellshock

 

Análise Crítica – TMNT Shredder’s Revenge: Dimension Shellshock

Review Crítica – TMNT Shredder’s Revenge: Dimension Shellshock
Parte de uma renascença recente de beat’em ups TMNT: Shredder’s Revenge transitava bem entre a nostalgia pela época de fliperamas e o desenho oitentista das Tartarugas Ninjas e uma tentativa de agregar mecânicas mais contemporâneas ao gênero, com mais opções de mobilidade, defesa e oportunidades de combos. Agora em sua primeira expansão, intitulada Dimension Shellshock, o jogo tenta trazer novos elementos para enriquecer a experiência.

As principais ofertas são os novos personagens e modos. O DLC traz dois novos combatentes na forma do coelho samurai Usagi Yojimbo e a ninja Karai. Ambos são bem diferentes entre si e divertidos de usar, com Yojimbo sendo um lutador rápido e dotado de combos aéreos enquanto Karai prima pela força e ataques com alcance mais amplo. Os dois são diferentes o suficiente para valer retornar à campanha ou o modo arcade para jogar com eles.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Crítica – Que Horas Eu Te Pego?

 

Análise Crítica – Que Horas Eu Te Pego?

Review – Que Horas Eu Te Pego?
Boas comédias besteirol parecem ter se perdido em Hollywood. Com um foco cada vez maior em produções de grande orçamento, a impressão é que a indústria deixou de lado esse tipo de filme. Claro, aqui e ali surgem coisas como A Noite do Jogo (2018), mas são ocorrências pontuais que tem aparecido a cada punhado de anos. Este Que Horas Eu Te Pego? tenta resgatar esse espírito de absurdo e falta de noção, surpreendendo ao conseguir conciliar isso com momentos eficientes de emoção.

A trama é centrada em Maddie (Jennifer Lawrence), uma mulher que nunca saiu de sua pequena cidade e está prestes a perder a casa por dívidas com impostos municipais. Ela trabalha e roda como motorista de aplicativo para levantar o dinheiro, mas quando seu carro é guinchado tudo parece se complicar. É nesse momento que ela encontra um anúncio de pais que buscam uma jovem para se relacionar com seu filho tímido, oferecendo um carro como pagamento. Apesar da proposta estranha, ela vai conhecer o rico casal Laird (Matthew Broderick) e Allison (Laura Benanti), pais controladores que acham melhor que o filho, Percy (Andrew Barth Feldman), perca a virgindade antes de ir para a faculdade. Assim, Maddie aceita seduzir o rapaz.