segunda-feira, 21 de julho de 2014

Crítica - Planeta dos Macacos: O Confronto

Recebi com certa desconfiança o lançamento de Planeta dos Macacos: A Origem (2011) parecia mais um remake caça-níqueis e desnecessário depois da desastrosa tentativa de Tim Burton em reiventar a franquia com O Planeta dos Macacos (2001). Felizmente meus temores foram equivocados e o filme era um sólido e competente recomeço para a série. Este Planeta dos Macacos: O Confronto é uma continuação direta da fita de 2011 e consegue ser ainda melhor que o anterior.

A trama se passa dez anos depois do filme de 2011 e nos apresenta uma humanidade quase extinta devido à “gripe símia”. Nesse cenário pós-apocalíptico um grupo de sobreviventes liderados por Malcolm (Jason Clarke) e Dreyfus (Gary Oldman) chega ao que restou de São Francisco (cidade em que o filme anterior se passou), na esperança de reativar uma hidroelétrica em uma floresta próxima. O problema é que a dita floresta é agora o lar de Cesar (Andy Serkis) e sua comunidade de macacos inteligentes. Inicialmente os dois lados tentam resolver tudo pacificamente, mas com o tempo emergem rancores e preconceitos que podem por tudo a perder. Preciso ressaltar, no entanto, que é possível ver tranquilamente esse filme sem o conhecimento do primeiro, embora algumas poucas referências a eventos anteriores possam se perder pelo caminho. Assim sendo, embora mantenha um senso coeso de continuidade, o filme não afasta os neófitos.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Crítica - Juntos e Misturados

Acho que já falei isso, mas nos últimos anos sempre que via a vinheta da Happy Madison (produtora de Adam Sandler) ficava com dois pés atrás em relação ao que veria seguir. Não um temor injustificado, já que o últimos projetos do comediante resultaram em porcarias homéricas como Gente Grande 2 (2013) e Esse é o Meu Garoto (2012) e Cada um Tem a Gêmea que Merece (2011). Este Juntos e Misturados, no entanto, parecia um pouco mais promissor ao trazer de volta a parceria de Sandler com Drew Barrymore, que rendeu suas melhores comédias, Como Se Fosse a Primeira Vez (2004) e Afinado no Amor (1998). Embora não chegue a ser desastroso como os esforços recentes do comediante, o filme lamentavelmente fica aquém dos outros produtos da parceria Sandler/Barrymore.

Na trama, Laura (Drew Barrymore) é uma mulher recém-divorciada e mãe de dois filhos que topa um encontro às cegas com Jim (Adam Sandler), um viúvo que tem três filhas. O encontro é um desastre e eles concordam em não se verem novamente. O destino, entretanto, intervém quando ambos compram o mesmo pacote de férias familiares na África e são obrigados a ficarem juntos. Como é de se esperar, aos poucos ele se aproximam, percebem como precisam um do outro e daí já é possível prever o que acontece.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Crítica - O Grande Hotel Budapeste

O diretor Wes Anderson é conhecido por seu estilo peculiar de fazer filmes, seja pelos temas que trata ou pela maneira bastante específica como filma suas obras, é inegável que seu conjunto de trabalho possui uma identidade que lhe é própria. Essa identidade autoral, no entanto, é uma faca de dois gumes, se por um lado traz frescor e diferenciação a uma obra, por outro é preciso que o realizador não se acomode em apenas repetir cansativamente os mesmos artifícios, como vem acontecido com as obras de Tim Burton. Se alguns dos filmes de Anderson como A Vida Marinha com Steve Zissou (2004) ou Viagem à Darjeeling (2007) pareciam meras repetições dos cacoetes narrativos e estilísticos do diretor, este O Grande Hotel Budapeste é suficientemente criativo e insólito para não ser uma mera reprodução.
A trama acompanha as desventuras de Gustav (Ralph Fiennes), o concierge de um luxuoso hotel europeu no período entre guerras, e seu assistente Zero (Tony Revolori) que se envolvem na disputa de herança de uma família rica e perigosa. Depois que Gustav se torna herdeiro de uma valiosa pintura o filho da viúva,Dimitri (Adrien Brody), e seu empregado, Jopling (Willem Dafoe), passam a persegui-los. O concierge e seu assistente precisam, então atravessar a Europa para se manterem vivos.