sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Crítica - Saints Row IV

Análise Saints Row IV


Review Saints Row IV
A franquia Saints Row começou praticamente como uma espécie de Grand Theft Auto genérico, baseando-se no mesmo ambiente aberto, disputas entre gangues e roubos de carro. Com o tempo, entretanto, GTA foi adquirindo um tom mais sério com uma narrativa mais voltada para algo que lembrava um drama criminal e assim os desenvolvedores de Saints Row viram uma ótima oportunidade de diferenciar a franquia investindo pesado no humor e na paródia. Esse espírito de galhofa, que já estava presente no hilário Saints Row The Third (2011), é elevado à enésima potência neste Saints Row IV.

Os primeiros minutos de gameplay já deixam claro o nível de loucura da trama, que se afasta totalmente da temática de gangues se enfrentando por controle e estabelece como o líder da gangue dos Saints se tornou presidente dos Estados Unidos. Meses depois o mundo é atacado por uma poderosa raça alienígena e os humanos são abduzidos e presos a uma realidade virtual no melhor estilo Matrix (1999). Dentro desse mundo virtual, uma versão estilizada da cidade de Steelport do game anterior, o jogador deve encontrar um modo para resgatar seus aliados e derrotar a ameaça alienígena. A reciclagem do cenário e dos modelos de personagem como um todo, entretanto, dá a sensação de um visual levemente datado (afinal o game anterior só tem dois anos) ao jogo.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Crítica – Cine Holliúdy

Tenho que confessar que já estava começando a perder a fé na capacidade do cinema nacional em produzir comédias, já que as recentes incursões ao gênero, como O ConcursoGiovanni Imporotta Se Puder…Dirija! (que estreia também nesta semana) se revelaram incrivelmente repetitivos, preguiçosos, completamente presos a esse formato Globo Filmes/Zorra Total, além de fundamentalmente sem graça. Assim sendo, é bom que tenha aparecido um filme como a produção cearense Cine Holliúdy para mostrar que criatividade e personalidade ainda é possível para o cinemão comercial brasileiro do gênero da comédia.
A história se passa no interior do Ceará na década de 70, período no qual a televisão apenas começava a chegar na região e com isso afastava as pessoas dos pequenos cinemas de interior. O protagonista, Francisgleydisson (Edmilson Filho) é dono de um pequeno cinema e tem a difícil missão de manter seu negócio como opção de entretenimento, mesmo que precise ele mesmo se colocar diante da tela.
O filme olha com saudosismo para uma época mais simples e ingênua onde bastava uma simples cena de luta ou um beijo romântico para envolver a audiência. Durante todo o filme os personagens falam e lamentam o gradual fim dos parques e circos itinerantes que pipocavam pelas pequenas cidades do nordeste. O cinema é visto sob este viés pueril de um gerador de sonhos, cuja principal preocupação não deveria ser efeitos especiais ou grandes astros e sim o encantamento.

Crítica – Se Puder…Dirija!

Análise Se Puder…Dirija!

Review Se Puder…Dirija!Sou fã do ator Luis Fernando Guimarães, principalmente por seu trabalho no humorístico TV Pirata, na série (e nos filmes) Os Normais e também em Minha Nada Mole Vida. Assim sendo, entrei na sala de cinema para ver este Se Puder…Dirija! com muita boa vontade e querendo realmente gostar do filme, mas nem nos meus piores pesadelos seria capaz de imaginar algo tão horrendo, estúpido, sem graça e constrangedor.
O pouco de trama que o filme tem diz respeito a João (Luis Fernando Guimarães) um manobrista de estacionamento particular e um pai relapso. Decidido a passar mais tempo com o filho, pede a esposa (Lavinia Vlasak) que o deixe com ele no dia seguinte, o problema é que João esqueceu que precisaria trabalhar. Para não quebrar a promessa e ao mesmo tempo não faltar ao trabalho, João decide “pegar emprestado” o carro de uma cliente para ir pegar o filho e voltar antes que o chefe perceba, obviamente tudo dá errado.
O filme investe em situações tão forçadas e gratuitas que é difícil achar qualquer uma delas engraçada, além disso, as cenas se alongam mais do que deveriam, passando de sem graça para aborrecidas e depois são resolvidas de um modo completamente gratuito, tornando aquilo que era sem graça e aborrecido em algo frustrante e irritante. É assim, na constante troca entre esses três estados de ânimo que o filme progride, eventualmente se transformando em um desejo quase que irrefreável de deixar a sala de cinema depois de umas duas ou três repetições deste ciclo e a quase certeza de que o filme não irá melhorar (e de fato não melhora).

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Crítica – Sem Dor, Sem Ganho

Para quem acompanha meus textos aqui, devem saber que não sou lá muito fã do diretor Michael Bay (TransformersBad Boys 2). Para mim o sujeito é a encarnação de tudo que está errado no cinema comercial americano, apostando em filmes incrivelmente inchados de efeitos especiais e explosões, sem nenhuma narrativa que sustente seus intermináveis filmes de mais de duas horas e uma direção repetitiva, cheia de cacoetes estilísticos aborrecidos e displicentes, além de um uso de câmera e montagem totalmente incompetentes no sentido de costurar uma continuidade espacial/temporal da encenação.  No entanto, devo dizer que este Sem Dor, Sem Ganho é um filme bem bacana e provavelmente é o mais competente do diretor ao lado de A Rocha (1996).
O filme é baseado na história real de Daniel Lugo (Mark Wahlberg), um fisiculturista e instrutor de academia cansado de ficar olhando ricaços fora de forma se exercitarem em na academia em que trabalha e decide tomar para si este estilo de vida. Para isto ele se alia a dois amigos, Adrian (Anthony Mackie) e Paul (Dwayne “The Rock” Johnson) para sequestrar e extorquir um rico cliente (Tony Shalhoub). Obviamente os marombeiros não são muito inteligentes e seus planos constantemente dão errado, resultando em um ótimo material para uma comédia de erros na qual as ações idiotas geram consequências absurdas e cada vez mais sem sentido. Ao mesmo tempo em que critica a cultura de ostentação e futilidades da sociedade americana, um tema que também foi tratado no recente The Bling Ring: A Gangue de Hollywood.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Crítica – Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos

A adolescência é um período marcado por uma constante sensação de inadequação, é um momento de passagem entre a infância e a vida adulta, cheio de incertezas, de momentos em que precisamos decidir quem somos, quem queremos ser e nosso lugar no mundo. Assim, não é estranho perceber que a ficção voltada para o público jovem e adolescente normalmente recorre a personagens que de repente se veem diante de mundos fantásticos, de uma realidade que outros desconhecem, normalmente com uma missão a cumprir, afinal, se eu me sinto constantemente inadequado à vida que levo, devo vir de outro universo e se constrói facilmente a identificação deste público com os heróis destas histórias.
Isto não é diferente neste Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos(baseado no livro homônimo). A história é centrada na jovem Clary Fray (Lily Collins) que começa a desenhar símbolos estranhos e ver coisas que outros não veem. Quando seres estranhos invadem sua casa e levam sua mãe, a garota se vê em um universo de anjos, demônios e outros seres fantásticos e descobre ser parte da linhagem dos “caçadores de sombra”, humanos com sangue angelical que se devotam a caçar demônios usando o poder de runas mágicas. Para reencontrar sua mãe, contará com a ajuda do caçador de sombras Jace (Jamie Campbell Bower) e Simon (Robert Sheehan), com quem desenvolve um inevitável triângulo amoroso.
A história se desenvolve de uma maneira quase que completamente igual aos filmes recentes do gênero. Clary descobre a relação de sua mãe com um antigo vilão que aparentemente está morto, mas nem tanto assim (qualquer semelhança entre Harry Potter e Voldemort é mera coincidência, ou não) e que sua mãe lhe roubara um poderoso artefato que pode mudar o equilíbrio da guerra entre caçadores e demônios. As poucas reviravoltas são bastante previsíveis, principalmente para qualquer um que tenha visto a primeira trilogia de Star Wars e a série Harry Potter.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Crítica – The Bling Ring: A Gangue de Hollywood



O culto à fama e às celebridades costumeiramente gera situações bizarras onde as pessoas tentam se aproximar de seus objetos de adoração ou alcançar a fama e o estilo de vida dos famosos. The Bling Ring: A Gangue de Hollywood é uma dessas histórias e é tão inacreditavelmente estúpida que não acreditaríamos se não tivesse, de fato, ocorrido e a diretora Sofia Coppola usa essa premissa para parodiar e questionar os valores de nossa sociedade.
A trama acompanha um grupo de jovens californianos que aspiram a fama e a ostentação das celebridades e começa a invadir as casas de grandes estrelas para roubar suas roupas e acessórios de marca. O grupo não é lá muito inteligente, já que vestem os produtos de roubo, postam fotos das invasões em redes sociais, torram todo o dinheiro que arrecadam com festas, drogas e mais roupas, além de parecer não se importar em serem pegos pelas câmeras de segurança das casas ou de terem seus roubos expostos pela mídia. Na verdade, eles parecem gostar da atenção, mesmo depois de formalmente presos e acusados. Em determinado momento um personagem diz que recebeu mais de 800 solicitações de amizade em uma rede social após ser preso e com um sorriso diz que as aceitou sem sequer olhar quem era, apenas pela satisfação de ter tanta gente interessada nele.
O destaque fica por conta de Emma Watson, que rouba a cena cada vez que aparece com sua Nicki, uma jovem incrivelmente fútil que se preocupa apenas em conhecer celebridades e vestir roupas caras. Suas falas reproduzem com exatidão o discurso vazio e autoindulgente da grande maioria das celebridades e todas as suas cenas que se passam durante o julgamento da gangue são simplesmente hilárias pela sua cara de pau e seu discurso falso e ensaiado de arrependimento.

Crítica – Percy Jackson e o Mar de Monstros

Vou ser sincero, não assisti Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010) e tampouco li ou folheei quaisquer dos livros escritos por Rick Riordan que baseiam esta saga, assim, minha experiência com este filme é a de novato, então se você também não é fã da série, mas tem alguma curiosidade em conferir o filme, creio que este texto será de alguma ajuda.
A trama coloca o semideus Percy (Logan Lerman) e seus amigos Annabeth (Alexandra Daddario) e Grover (Brandon T. Jackson) na busca pelo mítico Velo de Ouro para ressuscitar a árvore que protege o acampamento em que vivem e impedir que o grupo de semideuses liderado por Luke (Jake Abel) que quer trazer de volta à vida o titã Cronos e destruir o Olimpo. Para isso, os heróis e vilões precisam atravessar os perigos do Mar de Monstros, localizado no Triângulo das Bermudas.
A narrativa transcorre de forma fluida, alternando bem os momentos de ação e aventura com outros momentos de comédia e dosando bem as duas coisas, embora sem nunca sair do terreno básico e familiar da “profecia” e do “escolhido que tem que encontrar seu próprio valor”. Entretanto, é difícil espantar a sensação de que muitas vezes o roteiro simplesmente facilita demais as coisas ou insere conflitos onde não há. Isso fica claro na cena inicial do filme quando Percy deixa de vencer uma competição para “salvar” um amigo que ficou enroscado em uma corda a meio metro e altura e estava com as costas arrastando no chão, algo realmente perigoso e com risco de morte iminente, só que não. Do mesmo modo, quando eles escapam de uma prisão em um barco, o monstro que auxilia os vilões (uma mantícora, creio) está convenientemente dormindo e não acorda nem quando a pancadaria entre heróis e vilões começa.

Crítica – Gente Grande 2

Adam Sandler. Ao longo dos anos a simples menção desse nome começou a me provocar calafrios e me fazer temer pela minha própria sanidade devido ao seu currículo de obras absolutamente execráveis como Little Nicky: Um Diabo Diferente (2000), Zohan: O Agente Bom de Corte (2008), Cada um tem a Gêmea que Merece (2011) e Esse é o meu Garoto! (2012), que de tão ruim saiu direto em DVD no Brasil. Para não dizerem que possuo algum tipo de birra com o sujeito, devo dizer que gosto de alguns de seus filmes. Acho Afinado no Amor (1998) e Como se Fosse a Primeira Vez (2004) bem bacanas e Click (2006) até que é tolerável, embora seja praticamente um plágio de A Felicidade Não se Compra (1946), mas considero sua única atuação competente a comédia dramática Embriagado de Amor (2002), dirigida por Paul Thomas Anderson (O MestreMagnóliaSangue Negro).
Infelizmente este Gente Grande 2 se enquadra na primeira categoria e não na segunda, apresentando o mesmo tipo de humor preguiçoso, rasteiro e chato que caracteriza os piores momentos do comediante. A desculpa para este filme existir (me recuso a chamar de trama) é basicamente a mesma do filme anterior, Lenny (Adam Sandler), Eric (Kevin James), Kurt (Chris Rock) e Marcus (David Spade) são homens que precisam aprender a conciliar seus impulsos juvenis com suas obrigações de adultos, a diferença é que agora voltaram a morar em sua cidade natal. A partir daí o filme se fragmenta em uma infinidade de subtramas superficiais envolvendo um antigo valentão que incomodava Lenny, o desejo de sua esposa (Salma Hayek) ter outro filho, a tomada do lago local por um grupo de universitários baderneiros (liderados por Taylor Lautner e Milo Ventimiglia), além de uma infinidade de outros arcos que visam mais encher os 100 minutos de filme do que criar uma narrativa coesa.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Crítica - Ducktales Remastered



Nostalgia é uma coisa complicada, principalmente quando mexe com nossas memórias de infância e com aquilo de que gostávamos naquele período. Dito isto tenho que confessar que a série animada da Disney Ducktales foi algo que eu gostava muito quando criança e como na época eu tinha um NES (o famoso Nintendinho 8 bits), foi inevitável colocar minhas mãos no game da série. Como praticamente todos os games de NES, lembro do jogo ser uma aventura de plataforma (tipo Super Mario Bros) absurdamente difícil (sério, os games de hoje nem se comparam ao pesadelo que eram as obras de 8 bits e não falo somente da possibilidade de salvar) e nunca cheguei a terminar nenhuma das 5 primeiras fases que podiam ser jogadas de modo não-linear.

Dito isto, a pergunta fundamental que este Ducktales Remastered levanta é: o game passa no teste do tempo e continua tão legal quanto era em 1989? Bem, sinto-me inclinado em responder sim, mas apesar de manter o carisma, a diversão e a dificuldade, é difícil não experimentar a sensação de estarmos jogando algo datado.

O game mantem a mesma estrutura da versão original colocando o jogador na pele (ou seriam penas?) do Tio Patinhas enquanto ele viaja pelo mundo em busca de tesouros. Como eu falei anteriormente, consiste de um jogo bidimensional de aventura e plataforma, assim o personagem caminha pelo cenário saltando sobre obstáculos e inimigos. A diferença é que o velho Tio Patinhas precisa usar sua bengala como uma espécie de pula-pula que lhe permite saltar mais alto, evitar espinhos, destruir pedras e derrotar adversários.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Crítica – Círculo de Fogo

Análise Crítica – Círculo de Fogo
A premissa de monstros lutando contra robôs gigantes não é exatamente novidade, produções para cinema e TV com esse tema são feitas desde a década de 50, em especial no Japão. Assim sendo, não é estranho que boa parte deste Círculo de Fogo se passe no continente asiático.
No filme a humanidade é atacada por monstros gigantes extradimensionais, os kaiju, que surgem de um portal na fenda do Oceano Pacifico e para combatê-los são criados os jaegers robôs gigantes que precisam ser pilotados por duas pessoas devido ao seu complexo funcionamento. A trama é centrada em Raleigh (Charlie Hunnam) um piloto que abandona o programa depois da morte de seu irmão e co-piloto Yancy (Diego Klattenhoff). Anos se passam e os ataques de monstros não cessam, assim o marechal Stacker (Idris Elba) decide chamá-lo de volta para operar o seu velho jaeger com a ajuda da jovem Mako (Rinko Kikuchi) que, assim como ele, também precisa superar traumas do passado.
A premissa é bem básica e genérica e transcorre de maneira absolutamente previsível sendo muito fácil prever o que irá acontecer e até mesmo o que os personagens irão dizer. Tudo bem, não dá para esperar muito mais do que isso de um filme sobre monstros e robôs gigantes, mas mesmo uma trama convencional pode convencer e envolver e aqui ela simplesmente não funciona. Parte disso deve-se ao próprio roteiro que estabelece situações de forma forçada e inorgânica acontecendo por mera conveniência narrativa, em especial o envolvimento entre Raleigh e Mako que acontece simplesmente porque tem de acontecer. O mesmo acontece no desfecho do filme que covardemente poupa alguns personagens de um modo que nega própria lógica que a trama previamente estabeleceu.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Crítica – RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

O primeiro RED: Aposentados e Perigosos (2011) era um filme moderadamente divertido, mas era, na prática, um filme de uma piada só, mostrando superagentes incrivelmente habilidosos e mortais tentando levar uma vida normal. Assim, quando anunciaram a sequência me perguntei se seria possível um segundo filme repetindo a mesma piada ser bem sucedido.
A resposta a essa questão é um pouco complicada. De um lado o humor e os personagens caricatos, em especial Sarah (Mary Louise-Parker) e Marvin (John Malkovich), continuam funcionando, mas por outro, todo o resto do filme falha miseravelmente. O fiapo de roteiro coloca Frank (Bruce Willis) e os demais numa busca por um poderoso artefato nuclear escondido em Moscou na década de 70 e o único que pode ajudá-los é Bailey (Anthony Hopkins) um cientista que passou os últimos 30 anos em um manicômio judiciário e aparentemente não bate bem da cabeça. Ao mesmo tempo, Frank começa a ser caçado pelo perigoso Han (Byung-hun Lee) um assassino com contas a acertar com o ex-agente.