quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Crítica – Quiz Lady

Análise Crítica – Quiz Lady


Review Crítica – Quiz Lady
Estrelado por Awkwafina e Sandra Oh, Quiz Lady é um road movie bem típico que envolve pelas duas protagonistas. A trama é centrada em Anne (Awkwafina) uma contadora solitária cujo ponto alto de suas noites é assistir o mesmo programa de perguntas e respostas que ela acompanha desde a infância. Tendo começado a assistir durante o divórcio dos pais, o programa virou para ela uma espécie de porto seguro e um momento no qual ela se sente em controle da própria vida.

As coisas se complicam quando seu cachorro é sequestrado por agiotas para quem sua mãe viciada em jogo deve dinheiro. Como a mãe de Anne fugiu do país e voltou para a China, o agiota resolve cobrar de Anne e sequestra seu cachorro para obrigá-la a pagar. A irresponsável irmã mais velha de Anne, Jenny (Sandra Oh), a encoraja a participar do programa que assiste diariamente para levantar o dinheiro. Assim as duas iniciam uma viagem pelo país para tentar entrar no programa.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Crítica – Clube da Luta Para Meninas

 

Análise Crítica – Clube da Luta Para Meninas

Segundo longa metragem da diretora Emma Seligman (do ótimo Shiva Baby), é uma pena que este Clube da Luta Para Meninas tenha chegado ao Brasil com um título tão genérico ao invés da tradução não oficial Passivonas com o qual ele circulava pela internet, já que é mais fiel ao título original Bottoms e também ao espírito de sátira do filme. É uma produção que mergulha no absurdo, mas que comenta de maneira consistente sobre o senso de invisibilidade e inadequação da juventude.

A trama é protagonizada por PJ (Rachel Sennott) e Josie (Ayo Edebiri), duas garotas pouco populares, solitárias e lésbicas que, na tradição das comédias adolescentes estadunidenses, decidem que o próximo ano escolar será finalmente aquele em que perderão suas respectivas virgindades. Para fazer isso inventam uma mentira de que passaram as férias em um reformatório e que tiveram que lutar contra toda sorte de agressor e abusador. A partir daí elas decidem iniciar um “clube da luta” supostamente para ensinar as garotas da escola a se defenderem, mas na verdade querem usar isso como um pretexto para se aproximarem das meninas de quem gostam.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Crítica – Invencível: Segunda Temporada (Parte 1)

 

Análise Crítica – Invencível: Segunda Temporada (Parte 1)

Review – Invincible: Segunda Temporada (Parte 1)
Depois de um hiato de quase dois anos após sua primeira temporada, a animação Invencível chega ao seu segundo ano com uma divisão em duas partes, com os primeiros quatro episódios sendo lançados agora em novembro de 2023 e a segunda parte chegando em algum momento no início de 2024. A decisão foi tomada supostamente para que o público não se dispersasse por conta das festas de fim ano, um raciocínio que não faz sentido considerando que se trata de uma produção de streaming e não de TV convencional, que é exibida em um horário específico e requer que as pessoas sintonizem naquele momento. Digo isso porque a trama claramente não foi construída pensando em uma divisão.

A narrativa se passa cerca de seis meses depois dos eventos do ano de estreia, Mark e mãe, Debbie, ainda lidam com os sentimentos resultantes do ataque do Omni-Man e a revelação que ele veio à Terra para conquistá-la. Enquanto isso, o Robô se acostuma ao seu novo corpo e treina os Guardiões do Globo para estarem à altura de enfrentarem Omni-Man em um eventual retorno. Eve Atômica, por sua vez, pensa em como usar seus poderes para ajudar as pessoas agora que não é mais uma super-heroína enfrentando vilões.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Crítica – Scott Pilgrim: A Série

 

Análise Crítica – Scott Pilgrim: A Série

Review – Scott Pilgrim: A Série
Meu primeiro contato com a obra de Bryan Lee O’Malley foi a adaptação para os cinemas de Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010), de Edgar Wright. Um tempo depois fui ler o quadrinho homônimo que inspirou o filme e gostei ainda mais, já que ele aprofundava mais os vários personagens e dava mais evidência ao fato de Scott estar longe de ser um “cara legal” e que Ramona tinha seu grau de responsabilidade no modo como tratava aqueles com quem se relacionava. Agora, cerca de vinte anos depois do lançamento do quadrinho, ele é adaptado como série animada pela Netflix neste Scott Pilgrim: A Série.

Inicialmente pensei que fosse ser uma adaptação mais fiel da HQ e me empolguei pelo fato do elenco de dubladores ser o mesmo do filme do Edgar Wright, já que todos funcionavam muito bem. A série, no entanto, é mais uma releitura do material original, do que uma transposição direta, o que acaba se revelando uma boa escolha. Primeiro que evita a estrutura de uma ordem linear no enfrentamento com os ex-namorados de Ramona, algo que fez o quadrinho e o filme soarem repetitivos em certos pontos, segundo que com o distanciamento de vinte anos de sua própria obra, O’Malley, que escreveu os roteiros dos oito episódios, pode examinar melhor alguns aspectos que não tão bem trabalhados no original e expande muito de suas ideias.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Crítica – Crescendo Juntas

 

Análise Crítica – Crescendo Juntas

Adaptando o romance Are You There God? It’s Me Margaret, de Judy Blume, o filme Crescendo Juntas é uma típica história de amadurecimento e descobertas que envolvem a chegada da adolescência. Apesar de ser um tipo de história similar a várias outras que já vimos, o filme conquista pela sua sensibilidade e doçura.

A trama se passa em 1970 e é protagonizada por Margaret (Abby Ryder Fortson), uma garota prestes a fazer 12 anos que começa a contemplar as mudanças trazidas pela adolescência. Ela também lida com uma mudança literal, já que sua família se muda de Nova Iorque para os subúrbios de Nova Jersey, começando em uma nova escola e precisando fazer novas amizades.

A narrativa traz tópicos presentes em muitas tramas sobre juventude, como a primeira menstruação, o primeiro sutiã ou o despertar do interesse por garotos. São temas passíveis de discussão franca e aberta hoje, mas não tanto na época em que a história se passa e na qual o livro foi escrito. É um período onde não há internet, informação não estava disponível tão fácil e mesmo locais de aprendizado, como a escola, lidavam com esses temas de maneira relativamente tabu.

O texto, porém, evita que tudo isso soe excessivamente didático ao enquadrar tudo sob a perspectiva de Margaret e transitar com bastante sensibilidade entre esses temas, fugindo de simplismos que diluiriam suas ideias. A trama também é esperta ao não eleger vilãs para a história, entendendo a imaturidade de suas personagens e como muito das ações dessas garotas são movidas por senso de insegurança e necessidade de pertencimento. Assim, mesmo quando Nancy (Elle Graham), uma garota que posava de avançada e já desenvolvida, é revelada como mentirosa, a narrativa trata isso mais como uma evidência da fragilidade da menina e seu desejo desesperado de adequação do que como uma falha moral de seu caráter, entendendo que jovens eventualmente fazem besteira, agem com imaturidade e se magoam.

Muito da sensibilidade do filme vem também do elenco. A jovem Abby Ryder Fortson traz uma doçura e ingenuidade encantadora a Margaret e estabelece uma química afetuosa com o resto da família, o pai, Herb (Benny Safdie), a mãe, Barbara (Rachel McAdams), e especialmente a avó paterna, Sylvia (Kathy Bates), que funciona como um porto seguro para a garota. As relações entre esses personagens estabelecem um lar cheio de calor humano que contribui para o olhar afetuoso que o filme constrói sobre juventude.

Inclusive a fotografia preza por tons de sépia, com matizes de laranja e marrons, que parecem evocar uma certa nostalgia pelo passado e pela infância. Esse componente visual de nostalgia ajuda a justificar o retrato mais inclusivo que faz da vida suburbana nos EUA da década de 70, aqui mostrado como um espaço mais inclusivo e menos preconceituoso do que realmente era. Esse retrato soa menos como uma tentativa de reescrever ou romantizar a história e mais com o fato de tudo ser filtrado pela subjetividade de Margaret, que observa tudo com sua ingenuidade infantil e, talvez por isso, não atente para certas coisas.

Isso não significa, no entanto, que o filme faça um retrato completamente idílico da sociedade estadunidense na década de 70. Como o cerne do conflito de Margaret está em sua relação com deus por ter uma mãe cristã e um pai judeu, a narrativa explora como intolerância ou imposição religiosa pode afastar as pessoas ao nos informar que Barbara foi expulsa de casa pelos pais conservadores cristãos ao se relacionar com o judeu Herb. A descoberta desses fatos por Margaret representa a mudança na visão que temos de nossos pais conforme crescemos. Se na infância os vemos como super-heróis infalíveis, conforme chegamos na adolescência vamos percebendo a humanidade e como eles são pessoas com falhas e problemas como quaisquer outras.

O debate sobre a relação de Margaret com deus e que caminho ela deveria seguir em sua vida espiritual é inteligentemente deixado em aberto para a interpretação do espectador, evitando assim respostas fáceis sobre algo tão complexo e reconhecendo que esse é um elemento íntimo de cada sujeito a ser resolvido dentro da subjetividade de cada um. Assim, ainda que se estruture como uma típica história de amadurecimento, Crescendo Juntas envolve pela doçura de sua protagonista e pela sensibilidade com a qual transita sobre seus temas de juventude.

 

Nota: 7/10


Trailer

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Crítica – Dinheiro Fácil

 

Análise Crítica – Dinheiro Fácil

Review – Dinheiro Fácil
Fortunas são construídas e perdidas rapidamente no mercado financeiro. Investimentos na bolsa muitas vezes soam como um cassino e como tal, tem seus vícios nos resultados. Dinheiro Fácil é um filme que serve de lembrete de como os super ricos colocam o dedo na balança do mercado e viciam os resultados a seu favor, não dando nenhuma chance para que trabalhadores e assalariados consigam ganhar algo.

A trama se baseia na história real de Keith Gill (Paul Dano), bancário e analista financeiro que percebeu em 2020 que o mercado estava subvalorizando as ações da loja de games Gamestop. A franquia de lojas se mantinha aberta durante a pandemia por vender dispositivos eletrônicos considerados de primeira necessidade, mas grandes fundos de investimento compravam ações da empresa a descoberto apostando em sua queda. A tese de Gill era de que o mercado estava criando uma espécie de “profecia auto realizável”. Ao apostar bilhões na desvalorização, eles instigariam o resto do mercado a apostar junto, efetivamente fazendo outras pessoas investirem na queda das ações, quebrando a empresa, desempregando milhares e fazendo esses bilionários ainda mais ricos sem terem produzido efetivamente nada.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Crítica – Napoleão

Análise Crítica – Napoleão


Review – Napoleão
Dirigido por Ridley Scott, Napoleão funciona mais como um estudo de personagem do que como um épico histórico. Digo isso porque a trama é mais interessada na relação de seu personagem título com esposa e o que motiva suas ações do que em grandes batalhas ou em todo o contexto das Guerras Napoleônicas. Não que essa escolha seja um problema, apenas aviso para que ajustem suas expectativas.

A trama acompanha Napoleão (Joaquin Phoenix) a partir de sua ascensão no exército após a revolução francesa. Com suas primeiras vitórias ele se consolida em uma posição de liderança e se casa com a bela Josefina (Vanessa Kirby) enquanto suas ambições o impelem a almejar cada vez mais.

O filme é, em essência, um estudo sobre essa ambição desmedida que coloca a busca por grandeza acima de tudo, sacrificando até mesmo a relação com a mulher que ama, e o que impele essa busca. A narrativa constrói Napoleão como um bruto vulgar dotado de certo complexo de inferioridade por vir de uma família humilde ao contrário dos aristocratas ricos que o cercam. Assim, o personagem age como se sempre tivesse algo a provar e seu desejo de conquista, bem como a vaidade com a qual exibe sua inteligência tática, se mostram fruto dessa tentativa de ser visto como alguém grandioso.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Rapsódias Revisitadas – A Negação do Brasil

 

Crítica – A Negação do Brasil

Review – A Negação do Brasil
O debate sobre representatividade negra no audiovisual tem recebido bastante atenção nos últimos anos, mas no meio da arte ele já era objeto de discussão faz muito tempo. Lançado em 2000 o documentário A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo, visa discutir as presenças e ausências da representação negra nas telenovelas brasileiras, mostrando como desde os anos 60 artistas negros já tentavam dar mais visibilidade a pessoas negras na teledramaturgia e a luta para isso desde então.

Recorrendo a entrevistas, imagens de arquivo e narrações feitas pelo próprio diretor o documentário argumenta que a pouca presença de negros na televisão e o tipo de representação feita dos negros nesses meios produz uma dupla negação da realidade social brasileira. De um lado a pouquíssima presença de negros em telenovelas seria uma negação da fatia que os negros ocupam da população brasileira. Por outro, as representações estereotipadas ou condescendentes que reproduziam a ideia de uma democracia racial plena negavam a pervasividade do racismo no nosso cotidiano e como isso afeta a população negra.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Drops – Tiozões

 

Crítica Drops – Tiozões

Review – Tiozões
Em seus stand-ups o comediante Bill Burr se tornou famoso por seu “humor de reclamação” no qual ele vai em longas e irritadas tiradas reclamando de algo do cotidiano. Ele não é o primeiro a fazer isso, Lewis Black vem fazendo isso há anos, por exemplo. A questão é que nem tudo que funciona num palco de stand-up comedy funciona em uma narrativa de ficção e Tiozões, escrito, dirigido e estrelado por Burr é um exemplo disso.

A trama segue três pais de meia-idade, Jack (Bill Burr), Connor (Bobby Cannavale) e Mike (Bokeem Woodbine) que se sentem deslocados em um mundo em que seu chefe é mais novo que eles e qualquer comentário pode ser problematizado. Podia ser uma oportunidade para falar de conflitos geracionais e fazer piada com isso, mas vai numa direção de um coitadismo tosco de tentar dizer que homens brancos de meia idade estão sendo excluídos e mal tratados pela sociedade, o que está longe de ser o caso.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Crítica – Retratos Fantasmas

 

Análise Crítica – Retratos Fantasmas

Review – Retratos Fantasmas
Em seus dois primeiros longas, O Som ao Redor (2012) e Aquarius (2016), o diretor Kleber Mendonça Filho falava de preocupações sobre a transformação do cotidiano e da paisagem urbana de Recife. Questões que, embora as narrativas localizassem nesse contexto específico, dialogavam com o contexto maior da urbanização e segurança pública no Brasil. Neste Retratos Fantasmas, documentário ensaístico sobre a paisagem urbana de Recife, Mendonça usa a discussão do fim dos cinemas de rua no centro de sua cidade para retomar essas ponderações sobre a paisagem urbana brasileira.

O filme é dividido em duas partes, a primeira dedicada ao bairro de Setúbal e ao apartamento em que viveu durante boa parte da vida. A segunda ao centro de Recife e ao desaparecimento das salas de cinema de rua. Na primeira parte o diretor pondera sobre o local em que cresceu e como a relação com o bairro influenciou suas visões sobre a urbanização de Recife e seu próprio cinema.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Crítica – O Assassino

 

Análise Crítica – O Assassino


Resenha Crítica – O Assassino
O diretor David Fincher é famoso por seu perfeccionismo e controle de cada detalhe. Quando escrevi sobre Let Them All Talk (2021) de Steven Soderbergh citei uma anedota em que Soderbergh se sentia cansado só de ver Fincher trabalhar por conta da obsessão do diretor em controlar cada elemento que aparecia em cada frame do filme. Menciono tudo isso porque O Assassino, novo filme de Fincher, mais do que um thriller de vingança é um filme sobre perfeccionismo e como isso afeta as pessoas que tentam controlar tudo ao seu redor.

A trama acompanha um assassino (Michael Fassbender) completamente devotado à sua profissão e que é famoso por entregar o que promete. Quando uma tentativa de assassinato dá errado, ele foge para evitar ser pego e inicia uma corrida contra o tempo para evitar que as consequências desse erro atinjam aqueles que conhece. De certa forma a trama poderia ser enquadrada como uma narrativa de vingança de um assassino subindo na cadeia de comando para eliminar aqueles que tentaram destruí-lo depois do erro. Não deixa de ser isso, no entanto, Fincher pega essa estrutura banal para refletir sobre a natureza do perfeccionismo e como esse esforço de estar sempre no controle está fadado ao fracasso.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Critica – Loki: Segunda Temporada

 

Análise Critica – Loki: Segunda Temporada

Review – Loki: Segunda Temporada
Depois do picolé de chuchu que foi a minissérie Invasão Secreta não estava disposto a voltar tão cedo a outra série da Marvel e só acompanhei essa segunda temporada de Loki porque o primeiro ano foi bem bacana. Ainda que não seja tão bom quanto sua estreia, esse segundo ano ao menos tem um final que encerra com consistência o arco iniciado por Loki no primeiro Thor (2011).

A trama retoma ao ponto em que o ano anterior terminou, com Loki (Tom Hiddleston) retornando à AVT, mas uma versão diferente àquela em que estava e agora ninguém o reconhece. Loki se dá conta de que está aleatoriamente viajando através do tempo e O.B (Ke Huy Quan), o responsável por boa parte da tecnologia da AVT, lhe avisa que isso pode estar relacionado com a energia emitida pelo Tear Temporal, mecanismo que constrói as linhas do tempo, que saiu do controle desde que Sylvie (Sophia di Martino) matou Aquele Que Permanece (Jonathan Majors). Agora Loki precisa restaurar o Tear para salvar a si mesmo e o multiverso.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Crítica – Marvel’s Spider-Man 2

 

Análise Crítica – Marvel’s Spider-Man 2

Review – Marvel’s Spider-Man 2

Depois de um excelente primeiro game em Marvel’s Spider-Man e um spin-off competente, ainda que carente de inovações em Spider-Man: Miles Morales, a Insomniac entrega uma continuação propriamente dita neste Marvel’s Spider-Man 2, que não apenas alcança as altas expectativas deixadas pelos games anteriores como também é o primeiro jogo que efetivamente me fez sentir a diferença da atual geração de consoles.

A trama começa com o retorno de Harry Osborn, aparentemente curado da doença degenerativa que o afligia. Peter e Miles agora trabalham em conjunto e tentam equilibrar suas vidas como Homem-Aranha e seus desafios pessoais. A chegada de Harry traz uma nova oportunidade para Peter reconstruir sua carreira profissional, mas uma nova ameaça surge quando o temível Kraven aparece em Nova Iorque disposto a caçar os vários heróis e vilões que habitam a cidade. Ao mesmo tempo, o estranho traje que mantem Harry saudável começa a dar sinais que talvez seja algo mais, principalmente no modo como se fixa em Peter.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Crítica – Gen V: 1ª Temporada

 

Análise Crítica – Gen V: 1ª Temporada

Review – Gen V: 1ª Temporada
Não esperava muita coisa quando Gen V foi anunciado. A ideia de um derivado de The Boys que se situava em uma academia de treinamento para jovens heróis da Vought parecia mais algo pensado para atender as demandas contemporâneas por “universos compartilhados” do que uma necessidade narrativa ou dramatúrgica da história sendo contada. Felizmente eu estava equivocado e Gen V não só traz outras perspectivas sobre o universo de The Boys como também acaba sendo bem coeso em dialogar com a série original.

A trama é centrada em Marie (Jaz Sinclair), uma jovem que cresceu em um orfanato da Vought depois de acidentalmente matar os pais quando descobriu seus poderes de controlar sangue com a mente. Misteriosamente ela recebe uma bolsa para estudar na universidade Godolkin, instituição que forma as próximas gerações de heróis da Vought. Lá ela começa a fazer amizade com a colega de quarto, Emma (Lizze Broadway), ao mesmo tempo em que desperta tensões com os alunos mais populares. As coisas se agravam quando Golden Boy (Patrick Schwarzenegger), o aluno mais popular, mata um dos professores e depois se mata. Isso coloca Marie e outros colegas para investigar o que aconteceu e os coloca no centro de uma conspiração da Vought.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Crítica - Máfia da Dor

 

Análise Crítica - Máfia da Dor

Review - Máfia da Dor
A crise de opioides tem sido um tema recorrente de produções hollywoodianas. Já foi abordada na minissérie Dopesick no terror de A Queda da Casa de Usher e neste Máfia da Dor, produção da Netflix, cuja tentativa de misturar sátira e denúncia nunca resulta em nada de interessante. A trama se baseia no livro de mesmo nome escrito por Evan Hughes sobre uma startup farmacêutica do centro da Flórida que tomou o mercado de assalto com uma variação do poderoso opioide fentanil.

O filme toma algumas liberdades com a história real, mas mantem a base de mostrar a ascensão e queda de uma empresa da Flórida que rapidamente ganhou milhões ao produzir um medicamento a base de fentanil que funcionava através de um inalador sublingual fazendo o medicamento agir mais rápido. A trama é protagonizada por Liza (Emily Blunt), uma mãe divorciada e desempregada que conhece o representante farmacêutico Pete (Chris Evans), que a contrata como vendedora para tentar penetrar o mercado da Flórida. Liza consegue convencer médicos a receitarem o medicamento a pacientes com câncer terminal e logo eles desenvolvem um esquema para recompensar os médicos que receitam suas drogas, estimulando que receitem também em casos que não se enquadram na bula.

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Rapsódias Revisitadas – O Estranho Mundo de Jack

 

Análise Crítica – O Estranho Mundo de Jack

Review – O Estranho Mundo de Jack
Embora muita gente pense ser um filme dirigido pelo Tim Burton, a animação stop motion O Estranho Mundo de Jack foi produzida pelo diretor e escrita a partir de um argumento desenvolvido por ele. A confusão, no entanto, é compreensível, já que o nome dele era sempre usado na divulgação quando o longa foi lançado em 1993 e também porque ele tem vários elementos que encontrávamos nos filmes do diretor ali no final da década de 80 e início dos anos 90.

A trama se passa na Cidade do Halloween, um lugar habitado por criaturas que vivem para assustar e trazer o Halloween para o nosso mundo. Se destacando entre os habitantes está o esqueleto Jack, considerado o Rei Abóbora e principal referência da cidade em sustos. Apesar de ser admirado por todos na cidade, passar ano após ano pensando apenas no Halloween faz Jack se sentir vazio. Vagando pela floresta nos arredores da cidade, Jack encontra portais para as cidades de outras datas comemorativas e entra na Cidade do Natal. Lá ele se encanta pelas luzes e cores natalinas e decide que o próximo Natal será feito por sua cidade. A questão é que os aterrorizantes habitantes da Cidade do Halloween não entendem exatamente o espírito natalino e veem tudo como mais uma oportunidade de assustar.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Crítica – Mussum: O Filmis

Análise Crítica – Mussum: O Filmis


Review Crítica – Mussum: O Filmis
Os trailers de Mussum: O Filmis, biografia do músico e humorista que se tornou famoso por seu trabalho com a trupe Os Trapalhões, não me deixaram muito empolgado. O material de divulgação focava quase que exclusivamente na fase humorista de Antônio Carlos Bernardes Gomes, nome real de Mussum, e me dava a entender que o filme se restringiria a esse período da carreira dele, deixando de lado aspectos menos conhecidos, mas não mais interessantes. Felizmente o material de divulgação não era um reflexo do filme inteiro, que faz um relato bem abrangente da vida de seu biografado.

A trama acompanha a trajetória de Mussum (Yuri Marçal na juventude, Ailton Graça na idade adulta) da infância até o auge do seu sucesso com Os Trapalhões, mostrando sua formação militar, sua trajetória na música com o grupo Originais do Samba e sua relação com a mãe, Malvina (Cacau Protásio/Neusa Borges). Como muitas biografias recentes é relativamente episódica, saltando rapidamente entre várias temporalidades e raramente dando tempo para que conflitos persistam, resolvendo problemas assim que eles se apresentam e se movendo rapidamente para o próximo evento significativo da trama.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Crítica – Cinemagia: A História das Videolocadoras de São Paulo

 

Análise Crítica – Cinemagia: A História das Videolocadoras de São Paulo

Review – Cinemagia: A História das Videolocadoras de São Paulo
Devo muito da minha cinefilia às videolocadoras. Seja na época do VHS ou do DVD, alugar e assistir filmes era parte central da minha vivência no audiovisual e talvez tenha sido um dos fatores que me levou a trabalhar com isso eventualmente. O documentário Cinemagia: A História das Videolocadoras de São Paulo visa reconstruir as memórias desse tempo e também ponderar sobre aquilo que deixamos pelo caminho quando abraçamos os streamings e deixamos de lado a estrutura de locadoras.

O longa conta a história das videolocadoras a partir dos casos da cidade de São Paulo, mostrando como o negócio começou de maneira informal, com pessoas trazendo filmes de fora e copiando uns dos outros para montarem suas locadoras até a eventual derrocada para os streamings nos últimos anos. Em meio a isso tudo o ramo viveu a profissionalização e combate à pirataria, a revolução do DVD, a concorrência de franquias estrangeiras como a Blockbuster Video e uma série de outras coisas.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Crítica – A Queda da Casa de Usher

 

Análise Crítica – A Queda da Casa de Usher

Review – A Queda da Casa de Usher
Não vi as séries anteriores que o diretor Mike Flanagan fez para a Netflix, como Missa da Meia Noite e A Maldição da Residência Hill, mas o que me atraiu para este A Queda da Casa de Usher ser inspirada na obra de Edgar Allan Poe. Apesar do título evocar um conto específico do escritor e poeta, a minissérie pega elementos de várias histórias e poemas escritos por ele, com cada episódio evocando uma obra específica além de personagens inspirados em diferentes outras obras.

A narrativa se passa nos dias atuais, sendo centrada no magnata da indústria farmacêutica Roderick Usher (Bruce Greenwood). Sua empresa está no auge do poder e riqueza depois de lançar um analgésico altamente viciante que agrava a epidemia de opioides nos EUA. Aos poucos eventos estranhos começam a acontecer ao redor dele e de sua família, com seus filhos sendo mortos um a um. É então que a irmã de Roderick, Madeline (Mary McDonnell), se recorda de um acordo que fizeram com uma misteriosa mulher (Carla Gugino) anos atrás em troca de poder e riqueza.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Crítica – Ângela

 

Análise Crítica – Ângela

Review – Ângela
O assassinato de Ângela Diniz pelo companheiro Raul “Doca” Street foi um ponto de virada na discussão sobre feminicídio no Brasil. Inicialmente o assassino saiu praticamente incólume ao usar o argumento machista de “defesa da honra”, o Ministério Público recorreu e conseguiu uma sentença mais coerente com a severidade do crime. Toda essa discussão está ausente de Ângela, produção que foca na relação entre a socialite e Street, discorrendo sobre o impacto do crime apenas em cartelas de texto ao final.

A trama segue Ângela (Isis Valverde) do momento em que ela primeiro conhece Raul (Gabriel Braga Nunes) em uma festa até seu assassinato nas mãos do companheiro. É uma escolha estranha de parar a história no momento do crime, já que é nos desdobramentos posteriores e em toda a discussão sobre feminicídio o motivo do caso ter sido tão emblemático e permanecer até hoje em nossa memória coletiva originando produções como esta ou o excelente podcast Praia dos Ossos.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Drops – Hypnotic: Ameaça Invisível

 

Análise Crítica – Hypnotic: Ameaça Invisível

Review – Hypnotic: Ameaça Invisível
Dirigido por Robert Rodriguez Hypnotic: Ameaça Invisível soa como uma mistura de A Origem (2010) com Em Transe (2013) e O Vidente (2007), mas não consegue fazer nada de interessante com essa junção de elementos. A trama gira em torno do detetive Rourke (Ben Affleck), um policial traumatizado pelo sequestro da filha que busca incansavelmente seu paradeiro. As coisas se complicam quando Rourke encontra o misterioso Dellrayne (William Fichtner), um sujeito que parece ter o poder de controlar a mente das pessoas ao seu redor. Com a ajuda da misteriosa Diana (Alice Braga), o policial descobre que Dellrayne é um “hipnótico”, alguém com o poder de influenciar as mentes dos outros e alterar as percepções de realidade de seus alvos.

A ideia de poder mexer com a mente das pessoas poderia ser um veículo para pensar o funcionamento da psique humana e como projetamos nossa subjetividade no mundo a nossa volta. Poderia ser usado também como uma metáfora para os tempos de desinformação em que vivemos, onde pessoas vivem presas em bolhas de fake news e não conseguem mais se conectar com a realidade. Ao invés disso, os poderes dos personagens são usados apenas para gerar cenas de ação e reviravoltas.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Crítica – Assassinos da Lua das Flores

 

Análise Crítica – Assassinos da Lua das Flores

Review – Assassinos da Lua das Flores
Sabemos que a prosperidade econômica dos Estados Unidos em parte se deveu ao genocídio indígena e o fato do país ter tomado as terras de vários povos originários na expansão rumo ao oeste. Mesmo com essa informação, a verdade é que ainda sabemos muito pouco sobre os massacres cometidos contra minorias no país que visavam não apenas tomar as riquezas desses povos como também impedir a formação de uma elite não branca. Assassinos da Lua das Flores, novo filme de Martin Scorsese, traz um mergulho profundo em um capítulo da história dos EUA que mostra como a riqueza dos brancos foi construída sobre o sangue e cadáveres de indígenas.

A trama é baseada na história real contada no livro homônimo escrito por David Grann e se passa no início do século XX no estado do Missouri, nas terras do povo Osaje, nação indígena deslocada para o centro do país durante a expansão para o oeste em terras que aparentemente não valiam nada. Quando petróleo é encontrado nas terras Osaje, o povo começa a prosperar, mas logo chegam uma série de empresários e trabalhadores brancos de olho na riqueza que os indígenas adquiriram. Um desses trabalhadores é Ernest (Leonardo DiCaprio), veterano da Primeira Guerra que chega para trabalhar com o tio, Bill Hale (Robert DeNiro), um empresário que posa de benfeitor, mas almeja obter controle sobre as concessões de petróleo indígenas.

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Crítica – Megatubarão 2

 

Análise Crítica – Megatubarão 2

Review – Megatubarão 2
Continuações normalmente permitem ampliar o original e aprender com os erros de realizar a primeira experiência, muitas vezes entregando um produto mais maduro e melhor resolvido. Nada disso acontece em Megatubarão 2, que não só não aprendeu nada com os erros do original como ainda abre espaço para novos equívocos.

A trama é mais uma vez protagonizada por Jonas Taylor (Jason Statham) que agora trabalha para a fundação que pesquisa e preserva o ecossistema abissal do primeiro filme. Logicamente existem pessoas em busca de ganho financeiro com os recursos do abismo e visão tomar o controle da fundação. Quando um ato de sabotagem na instalação submarina causa explosões que criam aberturas grandes na fenda para que os seres ancestrais passem por elas, o mundo inteiro fica em risco.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Crítica – BlackBerry

 

Análise Crítica – BlackBerry

Review – BlackBerry
Hollywood se interessou em contar várias histórias de produtos em 2023. Tivemos Air, TetrisFlaming Hot e The Beanie Bubble, todos de alguma maneira usando histórias de produtos ou pessoas de sucesso para confirmar todos os mitos sobre o capitalismo e empreendedorismo. Pensei que BlackBerry poderia ser mais uma dessas produções, mas a produção acertadamente vai na contramão de outras histórias de produtos para refletir que não existe garantia de sucesso, que você pode “trabalhar enquanto eles dormem”, ser o melhor no faz, dar tudo de si e ainda assim fracassar.

Alguns poderiam dizer que é um retrato pessimista, mas eu diria que é uma visão realista de como as coisas funcionam no mundo capitalista no qual nem tudo é mérito individual e que nos lembra como são ingênuas noções de que tudo vai dar certo se você simplesmente se dedicar e fazer por merecer. A trama conta a história real de ascensão e queda do BlackBerry, o primeiro smartphone, que dominou o mercado por alguns anos até ser completamente obliterado pela Apple e seu iPhone. Acompanhamos o engenheiro Mike Lazaridis (Jay Baruchel) e o executivo Jim Balsillie (Glenn Howerton) conforme eles tomam o mercado de telefonia móvel com um produto que ninguém pensava ser possível de fazer.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Rapsódias Revisitadas – Jamaica Abaixo de Zero

 

Resenha – Jamaica Abaixo de Zero

Review  - Jamaica Abaixo de Zero
Perdi as contas de quantas vezes assisti Jamaica Abaixo de Zero na Sessão da Tarde na TV quando criança. Eu gostava tanto do filme que cheguei a gravar o filme VHS pra rever quando quisesse. Como em 2023 ele comemora 30 anos de seu lançamento em 1993, resolvi falar um pouco sobre ele.

A trama se baseia na história real da formação de uma equipe jamaicana de corrida trenó para as Olimpíadas de Inverno de 1988. Um esporte de inverno em uma ilha tropical é uma ideia tão insólita que é fácil entender porque a Disney quis transformar isso em filme. No filme a narrativa é centrada em Derice (Leon) um velocista que sonha em representar o país nas Olimpíadas. Quando um acidente na classificatória tira de Derice as chances de competir, ele busca outras alternativas ao sonho olímpico. É aí que ele conhece Irv (John Candy), estadunidense radicado em Kingston que anos atrás tentou convencer o pai de Derice a formar uma equipe de trenó com velocistas jamaicanos. Apesar de afastado do esporta há décadas, Irv relutantemente aceita treinar Derice e a equipe formada por ele.