sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Crítica – Zumbilândia: Atire Duas Vezes


Análise Crítica – Zumbilândia: Atire Duas Vezes


Review – Zumbilândia: Atire Duas Vezes
O primeiro Zumbilândia (2009) foi uma grata surpresa graças ao seu elenco afiado e senso de humor com os clichês de filmes sobre zumbis. O sucesso do filme parecia tornar inevitável que houvesse uma continuação, mas ainda assim ela não veio. Ao invés disso, ganhamos uma série de televisão que matinha os personagens do filme, mas trazia um elenco diferente e o resultado foi algo sem a mesma graça do filme original, fazendo a série ser rapidamente cancelada. Com isso o retorno a este universo parecia fadado a não acontecer, até que agora, dez anos depois do lançamento do primeiro filme, chega aos cinemas este Zumbilândia: Atire Duas Vezes, continuação que mantem o elenco original.

Depois de anos viajando pelos Estados Unidos devastado pelo apocalipse zumbi, Columbus (Jesse Eisenberg), Tallahassee (Woody Harrelson), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) decidem estabelecer residência na Casa Branca abandonada. Com o tempo, no entanto, a rotina começa a tomar conta. Wichita teme por sua relação com Columbus, enquanto que Little Rock deseja conhecer outros lugares e outras pessoas para além do trio com quem cresceu. Assim, as duas mulheres vão embora, mas Columbus e Tallahassee vão atrás delas ao descobrirem que as duas foram para uma região com zumbis mais letais.

A trama é praticamente a mesma do filme original, com os dois homens sendo deixados pelas duas mulheres e depois indo resgatá-las para que todos finalmente aprendam que são como uma família. A repetição poderia render algo bastante entediante se não fosse o entrosamento do elenco, que é hábil em nos convencer de que essas pessoas convivem juntas há uma década e conhecem muito bem umas às outras, sabendo até trabalhar em unidade, como fica evidente na cena do ônibus.

Também funciona pela criatividade do texto em brincar com a saturação das produções sobre zumbis, muito mais proeminentes hoje do que na época do primeiro filme, incluindo algumas piadas diretamente miradas em The Walking Dead. Ainda há a criatividade envolvendo as cenas de ação e maneiras pouco usuais de matar zumbis, em especial quando os personagens disputam a “morte da semana” ou “morte do ano”, incluindo uma cena na Itália que certamente pegará todos de surpresa. As cenas de ação também envolvem pelo seu senso de continuidade, como na sequência que se passa dentro de um hotel temático do Elvis envolvendo uma luta com dois zumbis e é filmada para dar a impressão de ser um único plano sequência.

Além do quarteto principal, o filme recebe alguns novos personagens, como Nevada (Rosario Dawson), que acaba funcionando como um interesse romântico para Tallahassee e a patricinha fútil e estúpida Madison (Zoey Dutch). Dutch rouba todas as cenas em que Madison aparece por conta de seu total comprometimento com a falta de noção da personagem, que parece nunca saber exatamente como reagir e constantemente faz as escolhas mais imbecis possíveis. A entrega da atriz a uma personagem tão burra lembra um pouco o trabalho de Michelle Williams na pouco vista Todas as Garotas do Presidente (1999).

Zumbilândia: Atire Duas Vezes pode até ser mais do mesmo, mas o carisma do elenco e sua criatividade em brincar consigo mesmo e com as narrativas de zumbis continua resultando em uma experiência bem divertida.

Nota: 7/10

Obs: Há uma divertida cena no meio dos créditos


Trailer

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