
A
trama se passa no início do século XVII no interior dos Estados Unidos e
acompanha uma família de puritanos ingleses que vai morar em uma fazenda
isolada no campo depois de ser expulsa de sua colônia por causa de seu
radicalismo religioso. Nos primeiros dias na nova residência o bebê não
batizado do casal de fazendeiros William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate
Dickie), desaparece sob os cuidados de sua filha mais velha Thomasin (Anya
Taylor-Joy) e imediatamente vemos o bebê sendo usado em um ritual macabro
enquanto uma estranha criatura parece se banhar em seu sangue. A partir daí
vemos as coisas pioraram para a família e suas crenças fervorosas começam a
jogar uns contra os outros conforme eles começam a crer que um deles é o
responsável por tudo de ruim que está acontecendo.
Como
falei, o filme constrói cuidadosamente um clima de pavor constante, não apenas
pela possível ameaça sobrenatural, mas também pelos próprios membros da família
que vão aos poucos perdendo o discernimento conforme a crise se agrava. Não é
um filme de terror que recorre a trucagens baratas como coisas pulando na tela
e sustos gratuitos, mas no medo do desconhecido, do não visto, do não dito.
Claro, há muitas imagens verdadeiramente macabras e assustadoras como a já
citada cena do bebê no início ou o momento em que Katherine
"amamenta" um corvo e vemos a ave arrancar nacos de seu seio a
bicadas, mas no geral muito do temor é por aquilo que não vemos e por não saber
exatamente se o mal vem da bruxa da floresta ou da própria família.