No sábado, 26 de fevereiro, um dia antes do Oscar, aconteceu a entrega do Framboesa de Ouro, premiação que "honra" os piores filmes do ano. Nesta edição o terrível Cinquenta Tons de Cinza foi o grande vencedor levando quatro prêmios. A nova versão do Quarteto Fantástico empatou com o romance erótico na categoria de pior filme e ainda rendeu um prêmio de pior diretor para Josh Trank. Confiram abaixo os indicados e os vencedores de cada categoria destacados em negrito.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
Vencedores do Framboesa de Ouro 2016
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Crítica - Deuses do Egito
Vou
ser direto: Deuses do Egito não é
apenas um filme ruim, ele é tão ruim que acaba inevitavelmente descambando para
o humor involuntário e produzindo risos inesperados com a sua ruindade.
A
trama se passa no antigo Egito quando os deuses do Nilo caminhavam entre os
homens. O jovem ladrão Bek (Brenton Thwaites) rouba um dos olhos do deus Hórus
(Nikolaj Coster-Waldau, o Jaime Lannister de Game of Thrones) do cofre de Set (Gerard Butler), deus que dominou
o Egito e o governa como um déspota. Bek resolve devolver o olho a Hórus e o
ajuda em sua jornada para se vingar de Set em troca da ressurreição de sua
amada Zaya (Courtney Eaton).
A
primeira coisa que salta aos olhos são os visuais datados, que parecem saídos
diretamente de alguma série de televisão dos anos noventa. Não ajuda também a
computação gráfica de baixa qualidade que constrói esses ambientes e
personagens, denunciando a artificialidade deste universo. As "formas
divinas" dos deuses egípicios mais parecem designs rejeitados para alguma série japonesa estilo metal hero de décadas atrás e sempre que
aparecem em cena produzem risos ao invés de impressionar, isso sem falar na
transformação de Set em uma espécie de megazord próximo ao fim, quando ele
combina os poderes dos diferentes deuses.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Crítica - Boa Noite, Mamãe

Quando
eu falei sobre o ótimo Corrente do Mal,
escrevi que um dos motivos da criatura ser tão ameaçadora é o fato de sabermos
muito pouco sobre o que é exatamente "a coisa". O uso do desconhecido
é um dos motivos pelos quais o austríaco Boa
Noite, Mamãe acaba funcionando tão bem. O filme sempre nos deixa incertos
quanto à natureza real da ameaça que estamos enfrentando, há algo errado com a
mãe? Há algo errado com as crianças? Quem no fim das contas está ameaçando
quem?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Crítica - Como Ser Solteira
Começando
com uma narração que reclama como histórias envolvendo mulheres são sempre
sobre seus relacionamentos, Como Ser
Solteira irá logo em seguida contar histórias sobre algumas mulheres
justamente a partir de seus relacionamentos. Ao longo do filme cada personagem
irá engatar pelo menos uma relação e será através delas, não pelos seus
momentos de solteirice ou com seus amigos, que as personagens irão passar por
transformações e mudanças.
A
trama é centrada em Alice (Dakota Johnson, de Cinquenta Tons de Cinza) uma jovem que decide "dar um
tempo" em seu namoro de quatro anos para decidir o que quer fazer com sua
vida após faculdade, já que sente que sempre se definiu por quem se relacionava
e agora quer saber quem é sozinha. Além dela acompanhamos também sua irmã mais
velha, a obstetra Meg (Leslie Mann), que decide engravidar via inseminação
artificial, sua melhor amiga Robin (Rebel Wilson) e mais uma penca de
personagens que raramente conseguem dizer a que vieram por causa das atenções
difusas da narrativa.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Os Indicados ao Oscar 2016 e as Pessoas Reais que Eles Interpretaram
Filmes
baseados em fatos reais são comuns em Hollywood e não é raro que muitos desses
filmes cheguem até as premiações. Neste ano, pouco mais de uma dezena de atores
e atrizes indicados ao Oscar conseguiram suas menções ao interpretarem pessoas
que realmente existiram. Vamos ver aqui o quanto os indivíduos reais se parecem
com aqueles que os interpretaram.
Rudolf
Abel e Mark Rylance (Ponte dos Espiões)
Tanto
o diretor Steven Spielberg quanto o ator Tom Hanks diziam querer trabalhar com
Rylance desde que o viram nos palcos em uma versão da peça shakespeariana Noite de Reis há anos atrás. O ator
britânico não foi apenas extremamente competente, como também é bastante
parecido com Abel.
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
Crítica - O Quarto de Jack
Jack
(Jacob Tremblay) está fazendo cinco anos. Ele pede a sua mãe (Brie Larson) que
faça para ele um bolo de aniversário, um bolo de verdade igual ao que ele vê na
televisão. Antes disso ele descreve seu quarto e sua rotina com sua mãe. Seria
uma infância perfeitamente normal se eles não estivessem cativos naquele
quartinho minúsculo há anos com Jack inclusive tendo nascido ali e não
conhecendo nada do mundo além daquelas quatro paredes. Conforme o tempo passa,
Jack vai se tornando mais curioso com o que pode existir além do quarto e sua
mãe começa a pensar em maneiras de sair dali.
A
trajetória desses personagens não é apenas uma espécie de metáfora para o mito
da caverna de Platão, sobre a importância de ir além das paredes e ampliar
nossos horizontes, mas também sobre a ideia de que nada é irreparável e com o
tempo nos livramos de nossas amarras.
Assim
como fez no agridoce Frank (2015), o
diretor Lenny Abrahamson mais uma vez se volta a um protagonista que vive em
seu próprio mundo e é confrontado com a realidade. Contado praticamente sob o
ponto de vista de Jack, cujo olhar inocente evita tornar tudo muito sombrio, o
filme começa com planos fechados, que fazem o diminuto quarto parecer maior do
que realmente é, dando a impressão de que há um mundo ali dentro e para o
garoto é de seu mundo inteiro.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Crítica - Digimon Story: Cyber Sleuth
Depois de quase um ano de seu
lançamento no Japão para PS Vita, o RPG Digimon
Story: Cyber Sleuth finalmente traz os monstrinhos digitais ao ocidente e
agora também com uma versão para o PS4 (usado neste texto). Além do óbvio apelo
da franquia Digimon, o que me atraiu ao game é fazia tempo que eu estava atrás
de um RPG mais tradicional, com batalhas em turnos e encontros aleatórios, e
acabei encontrando aqui exatamente o que eu estava buscando.
A história se passa no futuro quando
é possível digitalizar o corpo e habitar uma realidade virtual chamada EDEN. Um
dia o protagonista (ou a protagonista, dependendo de sua escolha) e seus amigos
são convidados por um hacker a uma
parte antiga e oculta desse mundo virtual. Lá são presenteados com o aplicativo
"Digimon Capture" que os permite pegar e usar Digimons, programas
comumente usado pelos hackers. Nesse
momento o grupo é atacado por uma estranha criatura chamada Eater e o monstro
ataca o protagonista no exato momento em que tentava fazer logoff do EDEN e é quase devorado pela criatura. O protagonista é
salvo pela detetive Kyoko Kuremi, que o ajuda a recuperar seu corpo, agora
parte humano e parte digital, e assim se alia à detetive para desvendar uma
perigosa conspiração envolvendo a empresa que controla o EDEN.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Crítica - Brooklin
Deixar
seu país e tudo que você conhece para tentar a sorte em outra nação na qual não
conhecemos nada nem ninguém é uma experiência bastante assustadora. Não apenas
por não sabermos o que iremos encontrar do outro lado, mas também pela
incerteza se será possível transformar em lar a nova moradia. Este Brooklin trata desses temas e
principalmente de como os imigrantes foram essenciais para a formação de suas
principais cidades, em especial Nova Iorque.
A
jovem Eilis (Saiorse Ronan) deixa a Irlanda sozinha rumo a uma vida melhor nos
Estados Unidos. Lá passa a viver em uma pensão cujas outras moças
constantemente a provocam e arruma um emprego do qual não gosta muito. A
saudade de casa parece ser insuportável e ela parece não ser capaz de tocar sua
vida para frente no novo país, mas tudo parece mudar quando conhece o
descendente de italianos Tony (Emory Cohen).
Com
uma cenografia e figurinos que emulam muito bem a Nova Iorque dos anos 50, este
é um romance bastante tradicional, mas que funciona graças à química do casal
de protagonistas que constrói de modo bastante natural a atração entre os dois.
A jovem Saiorse Ronan faz de sua Eilis uma jovem bastante quieta e
introspectiva, mas consegue revelar de modo cuidadoso e sutil o tormento
emocional experimentado por ela, chega a ser impressionante o quanto Ronan
consegue dizer com apenas um leve franzir da testa ou uma pequena hesitação em
seu sorriso.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Crítica - A Garota Dinamarquesa
Tom
Hooper é um diretor cujos filmes (O
Discurso do Rei e Os Miseráveis)
eu conseguia gostar apesar de sua direção atroz que muitas vezes sequer sabia o
que fazer direito com a câmera, filmando em ângulos tortos ou usando
enquadramentos pouco usuais (que não acrescentavam nada à composição das
cenas) como se apenas quisesse demonstrar seu controle sobre sua obra,
confundindo um amontoado de cacoetes inúteis com autoria. Neste Garota Dinamarquesa tive a sensação de
que o diretor finalmente se desprendeu da ideia de que filmar com
enquadramentos e ângulos esquisitos sem que isso tenha um propósito
dramatúrgico não torna ninguém um "autor" e este é talvez o trabalho
com sua melhor direção. O que ainda está longe de torná-lo um realizador
verdadeiramente competente, já que o que sobra em virtuosismo estético, falta
em emoção.
Baseado
na história real de uma das primeiras pessoas a fazer uma cirurgia de mudança
de sexo, o longa acompanha Einar Weneger (Eddie Redmayne) um pintor dinamarquês
que faz sucesso com suas pinturas de paisagens. Sua esposa, Gerda (Alicia
Vikander, do excelente Ex Machina: Instinto Artificial), é também uma pintora, mas não consegue fazer sucesso neste mundo
dominado por homens. Quando uma amiga de Gerda falha em aparecer para ser
modelo de uma pintura que está em progresso, a pintora pede ao marido para
calças as sapatilhas e meias de balé para que ela termine o quadro. Isso
desperta algo que Einar tinha deixado adormecido em si desde a infância e ganha
mais força quando a esposa o estimula a ir vestido como Lili, o nome que assume
como mulher, a um evento social como uma espécie de brincadeira. A questão é
que para Einar isso não é apenas uma questão performática.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Critica - Um Suburbano Sortudo
Assistir
este pavoroso Um Suburano Sortudo foi
a experiência mais dolorosa do meu dia e, considerando que imediatamente antes
dele eu assisti ao intenso e implacável filme de holocausto O Filho de Saul, isso diz muito sobre o
quanto esta comédia é completamente insuportável.
O
filme acompanha o humilde Denílson
(Rodrigo Sant'anna) um vendedor de rua que inesperadamente descobre ser
herdeiro de Damião (Stepan Nercessian), um milionário dono de uma rede
varejista. Logicamente seus parentes ricos não ficam contentes com a chegada do
vendedor ambulante na casa e resolvem fazer o possível para se livrar dele.
Seria
um material interessante para uma boa comédia de costumes no estilo de Trocando as Bolas (1983), mas troca
qualquer possibilidade de um olhar mordaz sobre relações de classe no Brasil
por um humor preguiçoso, rasteiro e cheio de piadas fáceis e estereótipos
antiquados, tal como acontece na maioria das comédias nacionais como o recente
e igualmente terrível Até Que a Sorte Nos Separe 3 (2015).
Na
verdade, muito do que falei sobre Até Que a Sorte Nos Separe 3 se aplica a este filme e eu só não copio e colo aqui
tudo que escrevi antes porque diferente dos responsáveis por este filme, eu
gosto de me empenhar no que faço ao invés de seguir pelo caminho mais fácil e de
menor esforço.
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