O
serviço de streaming Netflix se
tornou bastante reconhecido pela qualidade de suas produções originais, tanto
de seriados quanto de documentários, mas foi apenas recentemente que a
plataforma começou a investir em longas-metragens de ficção. O primeiro foi o
ótimo Beasts of No Nation, impactante
história sobre crianças soldado na África, mas o projeto seguinte pegou todos
de surpresa com o anúncio de que a Netflix se juntaria com Adam Sandler,
comediante famoso pelos trabalhos rasteiros e cujas bilheterias vem diminuindo
a cada novo projeto, tornando a escolha incompreensível tanto por razões
artísticas quanto comerciais.
A
produção foi marcada por problemas, em especial quando os figurantes indígenas
se recusaram a trabalhar acusando o filme de ser racista. Dado o histórico de
Sandler em fazer um humor baseado na reafirmação de preconceitos de raça e
gênero, o filme começou a ser execrado antes mesmo de ser lançado e tudo
apontava para um completo desastre. A verdade, no entanto, é que o filme de
fato não é exatamente ofensivo em relação aos indígenas, embora seja difícil dizer se ele
sempre foi assim ou se alterações foram feitas depois da polêmica ter surgido.
De todo modo, nada disso evita que a obra seja mais uma coleção de piadas
preguiçosas e desinteressantes que pode até não estar no baixo nível de
atrocidades como Gente Grande 2
(2013) ou Cada um Tem a Gêmea que Merece
(2011), mas ainda assim passa longe de ser minimamente satisfatória e é
provavelmente a pior produção original do Netflix até então.