A arte muitas vezes nasce do
diálogo com o mundo real. Alguém olhou para alguma coisa no mundo, sentiu algo
e resolveu transformar isso em arte. A arte, no entanto, não tem qualquer
obrigação de reproduzir o mundo real, nem uma representação realista, próxima
de como as coisas funcionam no mundo real, torna uma peça artística
automaticamente boa. Digo isso porque reconheço como
Depois da Caçada, novo filme do diretor Luca Guadagnino (de
Rivais e
Me Chame Pelo Seu Nome), é uma representação fiel do universo que
representa, mas, ao mesmo tempo, ser fiel à realidade não significa que isso
rende um bom drama.
Politicagem acadêmica
A trama é centrada em Alma (Julia
Roberts), professora de filosofia em Yale. Ela tem um caso extraconjugal com
Hank (Andrew Garfield), também professor na universidade, e um relacionamento
distante com o marido, Frederik (Michael Stuhlbarg). Quando Maggie (Ayo
Edebiri), uma doutoranda orientada por Hank, o acusa de estupro, Alma fica no
meio da questão. Hank se defende dizendo que Maggie inventou a acusação depois
que confrontou a orientanda sobre a tese dela ser um plágio. Alma já tinha
noção que Maggie não era uma boa aluna e que seu trabalho poderia ser plágio,
mas ela também sabe que Hank é mulherengo e gosta de dar em cima das alunas.