quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Crítica – Love Me

 

Análise Crítica – Love Me

Review – Love Me
Fui assistir este Love Me sem saber absolutamente nada além dele ser estrelado por Kristen Stewart e Steven Yeun. Nada me preparou para a natureza aloprada da narrativa, ainda que sinta que a produção não consegue sustentar todas as ambições que tem.

Amor digital

A narrativa se passa milênios no futuro quando a humanidade foi extinta e a Terra ficou desabitada. Um satélite vaga na órbita do nosso planeta contendo todo o acervo digital da humanidade para que outras formas de vida o encontrem. A única outra forma de vida inteligente, porém, é uma boia marítima criada para analisar os níveis de salinização da água. Ela entra em contato com o satélite e ao acessar seu acervo se torna fixada em um casal de influencers (interpretados por Stewart e Yeun) e decide experimentar a vida humana. Para isso tenta fazer a amizade com o satélite e juntos tentam construir uma simulação de como era a vida desse casal para reproduzir a experiência humana. Logicamente, viver um relacionamento humano é bem mais complexo do que imitar algumas centenas de reels de influencers e logo o casal começa a ter problemas.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Crítica – Depois da Caçada

 

Análise Crítica – Depois da Caçada

Review – Depois da Caçada
A arte muitas vezes nasce do diálogo com o mundo real. Alguém olhou para alguma coisa no mundo, sentiu algo e resolveu transformar isso em arte. A arte, no entanto, não tem qualquer obrigação de reproduzir o mundo real, nem uma representação realista, próxima de como as coisas funcionam no mundo real, torna uma peça artística automaticamente boa. Digo isso porque reconheço como Depois da Caçada, novo filme do diretor Luca Guadagnino (de Rivais e Me Chame Pelo Seu Nome), é uma representação fiel do universo que representa, mas, ao mesmo tempo, ser fiel à realidade não significa que isso rende um bom drama.

Politicagem acadêmica

A trama é centrada em Alma (Julia Roberts), professora de filosofia em Yale. Ela tem um caso extraconjugal com Hank (Andrew Garfield), também professor na universidade, e um relacionamento distante com o marido, Frederik (Michael Stuhlbarg). Quando Maggie (Ayo Edebiri), uma doutoranda orientada por Hank, o acusa de estupro, Alma fica no meio da questão. Hank se defende dizendo que Maggie inventou a acusação depois que confrontou a orientanda sobre a tese dela ser um plágio. Alma já tinha noção que Maggie não era uma boa aluna e que seu trabalho poderia ser plágio, mas ela também sabe que Hank é mulherengo e gosta de dar em cima das alunas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Crítica – A Mão Que Balança o Berço

 

Análise Crítica – A Mão Que Balança o Berço

Review – A Mão Que Balança o Berço
Nova versão do suspense homônimo de 1992 protagonizado por Rebecca De Mornay, o novo A Mão Que Balança o Berço sofre por não saber exatamente que história quer contar e por não conseguir manejar a construção do suspense.

Ameaça na residência

A narrativa segue Caitlin (Mary Elizabeth Winstead), uma advogada sobrecarregada com o trabalho e o cuidado com as duas filhas que decide contratar a jovem Polly (Maika Monroe) para cuidar das filhas depois de cuidar de um processo envolvendo o local em que Polly mora. De início a jovem parece se integrar bem à família, se conectando com as filhas de Caitlin, mas logo a advogada começa a sentir que Polly está interferindo demais no cotidiano da casa. Preocupações que o marido dela, Miguel (Raul Castillo), relativiza dizendo que ela pode estar próxima de um episódio de burnout, algo que já tinha acometido Caitlin antes.

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Drops – Os Roses

 

Análise Crítica – Os Roses

Resenha Crítica – Os Roses
Estrelado por Benedict Cumberbatch e Olivia Colman, Os Roses é a mais nova adaptação para os cinemas do romance A Guerra dos Roses de Warren Adler que já tinha sido levado aos cinemas 1989 em um filme homônimo ao livro dirigido por Danny DeVito. Nunca li o livro e vi o filme do Danny DeVito, com Michael Douglas e Kathleen Turner nos papéis principais, há muito tempo e não tenho muita memória, então vou analisar essa nova versão sem fazer nenhuma comparação com outros materiais.

Inimigo íntimo

A trama acompanha o casal Theo (Benedict Cumberbatch) e Ivy (Olivia Colman), cujo casamento vai erodindo ao longo dos anos conforme a carreira de Theo vai piorando e a de Ivy deslancha. As tensões entre os dois crescem ao ponto de se tornarem insustentáveis e eles acabam se divorciando, mas a disputa pelos bens, em especial pela casa construída por Theo e paga por Ivy, se torna tensa.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Crítica – A Mulher no Jardim

 

Análise Crítica – A Mulher no Jardim

Review – A Mulher no Jardim
É curioso como a Blumhouse foi de uma produtora referência no terror para uma produtora que parece dar sinal verde para qualquer produção do gênero sem qualquer curadoria dos filmes que seleciona ou se preocupar com a qualidade deles. A impressão é que de uns tempos para cá o prestígio da produtora enfraqueceu um pouco conforme ela lançava filmes cada vez mais distantes do padrão de qualidade que estabeleceu para si. A Mulher no Jardim é mais uma dessas produções que dá a impressão que os melhores dias da Blumhouse estão no passado e não no presente.

Visitante sombria

A narrativa é protagonizada por Ramona (Danielle Deadwyler) uma mulher devastada pelo luto depois de perder o marido em um acidente de carro. Sozinha na fazenda que o marido comprou para a família, ela sequer tem ânimo para levantar da cama, precisando que os filhos a façam sair do quarto quando algum problema acontece na casa. Ela também está com uma perna quebrada por conta do acidente, se locomovendo com o auxílio de muletas. Um dia uma estranha mulher vestida de preto aparece sentada na frente da casa dela. A mulher parece confusa, mas também faz várias ameaças a Ramona. Ela tenta convencer os filhos de que está tudo bem, mas as crianças desconfiam de que há algo muito errado.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Crítica – Coração de Lutador

 

Análise Crítica – Coração de Lutador

Review – Coração de Lutador
Depois de dirigir filmes como Bom Comportamento (2017) e Joias Brutas (2019) ao lado do irmão Josh, Coração de Lutador marca o primeiro esforço de Benny Safdie dirigindo um filme sozinho. Se os trabalhos com o irmão renderam resultados instigantes, esse primeiro trabalho solo de Benny Safdie na cadeira de diretor entrega um resultado morno.

Máquina de esmagar

A trama conta a história real de Mark Kerr (Dwayne “The Rock” Johnson), lutador que foi um dos pioneiros no UFC. A narrativa acompanha a ascensão de Kerr nos primeiros anos da modalidade, quando ela ainda era olhada com desconfiança pela população e os lutadores não recebiam muito, seus problemas com narcóticos e sua relação atribulada com a esposa, Dawn (Emily Blunt).

A despeito do título e do material de divulgação focarem bastante em Kerr como lutador, o filme acaba sendo mais sobre o processo de sobriedade dele do que sobre lutas em si. Não que a narrativa não apresente cenas de luta e que elas não reflitam o quão brutal era o UFC no final dos anos 90 com bem menos regras e segurança para os lutadores, mas a trama foca menos nisso do que na recuperação de Mark.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Drops – Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda

 

Crítica – Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda

Review – Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda
Lançado depois de vinte anos do original, Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda soa como mais uma continuação tardia que visa apelar para a nostalgia do filme original, Sexta-Feira Muito Louca (2003), numa Hollywood que tem se tornado cada vez mais avessa a riscos e que prefere requentar velhas propriedades que ninguém pedia continuações do que fazer algo novo. Tendo visto o filme, ele é exatamente isso, embora tenha sua graça.

Se eu fosse você...

Na trama, Anna (Lindsay Lohan) agora tem uma boa relação com a mãe, Tess (Jamie Lee Curtis), e tem sua própria filha adolescente, Harper (Julia Butters). Quando Anna conhece o viúvo Eric (Manny Jacinto, de The Good Place e The Acolyte) acaba se apaixonando por ele e planejam se casar. O problema é que Harper não se dá bem com Lily (Sophia Hammons) e as brigas das duas ameaçam o relacionamento do casal. Quando elas brigam durante a festa de noivado de Anna e Eric, uma cartomante apresenta uma profecia para elas e na manhã seguinte Harper e Lily acordam respectivamente nos corpos de Anna e Tess. Obviamente elas vão precisar aprender valiosas lições de vida antes de retornarem a seus corpos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Crítica – Sacramento

 

Análise Crítica – Sacramento

Review – Sacramento
Estrelado por Michael Cera e Michael Angarano, que também escreveu e dirigiu o filme, Sacramento é um típico road movie sobre pessoas em busca de si mesmas. A narrativa usa uma viagem como catalisador para confrontar os problemas de seus personagens, mas nunca explora isso de maneira consistente.

Viagem atribulada

Glenn (Michael Cera) é um homem certinho, tenso por estar prestes a ser pai e preocupado em fazer tudo corretamente pela esposa e filha que vai nascer. Rickey (Michael Angarano) é seu melhor amigo desde a infância, mas eles estão há algum tempo sem se falar. Quando Rickey pede que Glenn o acompanhe em uma viagem de Los Angeles até Sacramento para que ele espalhe as cinzas do pai lá.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Drops – Drop: Ameaça Anônima

 

Crítica – Drop: Ameaça Anônima

Review – Drop: Ameaça Anônima
Se passando em um espaço contido, Drop: Ameaça Anônima tenta construir suspense nas limitações desse confinamento a partir de preocupações sobre privacidade digital. A produção é até eficiente em criar tensão, mas não consegue resolver tudo de modo satisfatório.

Ameaça invisível

A narrativa é protagonizada por Violet (Meghann Fahy, da minissérie Sereias), uma sobrevivente de violência doméstica que depois de anos resolve retomar a sua vida amorosa e está saindo em um encontro com Henry (Brandon Sklenar). Ela deixa o filho pequeno com a irmã e vai ao restaurante. Durante o encontro com Henry a protagonista começa a receber mensagens anônimas no celular ameaçando seu filho e dando ordens para que ela recupere um cartão de memória na posse de Henry. Sem ter como avisar ninguém por medo que a figura anônima dê cabo da ameaça, Violet tenta descobrir quem é o responsável sem despertar suspeitas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Crítica – Quando o Céu Se Engana

 

Análise Crítica – Quando o Céu Se Engana

Review – Quando o Céu Se Engana
Dirigido e estrelado por Aziz Ansari, Quando o Céu Se Engana é uma daquelas produções em que a ideia é melhor do que a execução em si. Se na série Master of None Ansari conseguia fazer um retrato simultaneamente cômico e sensível das agruras de um jovem adulto, aqui tanto o humor quanto as críticas sociais construídas nunca ficam a altura do potencial da premissa inicial.

Trocando as bolas

A narrativa acompanha Gabriel (Keanu Reeves), um anjo da guarda cuja ocupação principal é proteger pessoas que mandam mensagens de texto enquanto dirigem. Gabriel, no entanto, aspira trabalhos mais nobres, em especial o de redimir almas perdidas e vê uma oportunidade de fazer isso ao conhecer Arj (Aziz Ansari), um jovem aspirante a documentarista desempregado, que vive de bicos e aceita um trabalho como assistente pessoal do ricaço Jeff (Seth Rogen). Quando Arj é demitido e sente que perdeu tudo, Gabriel se aproxima para ajudar Arj a perceber que sua vida é mais significativa do que imagina. Para ensinar uma lição a Arj o anjo troca a vida de Arj com a de Jeff para que Arj perceba que o dinheiro de Jeff não é o que resolveria seus anseios. O problema é que Arj de fato consegue usar o dinheiro de sua nova vida para lidar com a maioria de suas questões e não se mostra disposto a voltar para sua antiga vida.