quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Crítica – John Candy: Eu Me Amo

 

Análise Crítica – John Candy: Eu Me Amo

Review – John Candy: Eu Me Amo
Na década de 80 o ator de John Candy era uma presença constante em comédias hollywoodianas, em especial por sua parceria com o diretor John Hughes, com quem colaborou em nove filmes. Candy faleceu em 94 por conta de um infarto, encerrando precocemente uma carreira que ainda tinha muito potencial. Dirigido por Colin Hanks, o documentário John Candy: Eu Me Amo é um tributo e um estudo da vida de Candy.

Gigante gentil

O documentário narra a vida de Candy desde a juventude, quando perde o pai aos cinco anos, um acontecimento que marca sua vida. A partir daí, o filme acompanha a sua juventude conforme ele ganha interesse por atuar, o crescimento de sua carreira e seus últimos anos de vida. Estruturalmente é um documentário biográfico bem comum, se valendo de imagens de arquivo e entrevistas para contar sua história. O que sustenta o filme, a despeito dessas estruturas típicas, é o acesso que o diretor Colin Hanks tem tanto a material de arquivo quando às pessoas próximas de John Candy.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Crítica – A Mulher na Cabine 10

 

Análise Crítica – A Mulher na Cabine 10

Review – A Mulher na Cabine 10
O suspense A Mulher na Cabine 10 parecia uma típica trama investigativa cujo elenco variado poderia ser capaz de sustentar sua narrativa mesmo que a estrutura do mistério fosse bem conhecida. Infelizmente não é isso que acontece, já que a péssima condução da intriga e soluções pouco verossímeis estragam o que poderia ser um thriller competente.

Mulheres desacreditadas

A narrativa é protagonizada por Laura (Keira Knightley), uma repórter que recentemente passou por uma experiência traumática ao noticiar injustiças cometidas contra mulheres. Para que ela relaxe, sua chefe, Rowan (Gugu Mbatha-Raw), lhe passa uma tarefa que pode ser mais tranquila. Laura deve passar três dias acompanhando a viagem marítima do super iate da ricaça norueguesa Anne (Lisa Loven Kongsli). Ela está com câncer terminal e com a ajuda do marido, Bullmer (Guy Pearce), irá devotar sua fortuna a uma fundação de pesquisa ao câncer, fazendo uma festa de arrecadação para o lançamento da ONG. Na viagem, Laura tem como tarefa entrevistar Anne e ajudar a divulgar a causa. Os problemas começam quando Laura vê uma estranha mulher loira na cabine ao lado da sua e na primeira noite ela ouve sons de briga na cabine vizinha e vê um corpo sendo atirado ao mar. Ela alerta a equipe, mas é informada que não havia ninguém na cabine ao lado. Agora ela precisa desvendar o que aconteceu.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Crítica – O Telefone Preto 2

 

Análise Crítica – O Telefone Preto 2

Review – O Telefone Preto 2
O primeiro O Telefone Preto (2022) era um conto eficiente sobre perda de inocência que tocava em alguns elementos sobrenaturais, mas se mantinha razoavelmente pé no chão focando no protagonista que tentava escapar do cativeiro de um serial killer. Este O Telefone Preto 2 entra mais no sobrenatural e expande a mitologia ao redor dos personagens apresentados no filme anterior.

Nas montanhas da loucura

A narrativa se passa alguns anos depois que Finn (Mason Thames, cujo crescimento torna um pouco difícil acreditar que seu personagem ainda é um adolescente) sobreviveu ao Sequestrador (Ethan Hawke). Ele é marcado pelo trauma de tudo que viveu e sua irmã caçula Gwen (Madeleine McGraw) começa a ter visões intensas de crianças sendo mortas na neve e de sua falecida mãe ainda jovem em um retiro religioso nas montanhas. Finn recebe estranhas ligações, similares às do telefone preto de quando estava em cativeiro e Gwen passa a acreditar que as duas coisas estão conectadas. A garota logo descobre que a mãe deles trabalhou em um acampamento cristão nas montanhas geladas do interior e convence Finn a se candidatar com ela para trabalharem no local como monitores para investigar mais. Chegando lá, o local é tomado por uma violenta tempestade de neve, deixando Finn, Gwen e os funcionários do local isolados antes que os campistas chegassem. Presos nas montanhas, eles precisam descobrir o que conecta aquele lugar à mãe deles e ao Sequestrador.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Crítica – Pacificador: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – Pacificador: Segunda Temporada

Review – Pacificador: Segunda Temporada
A primeira temporada de Pacificador foi uma grata surpresa ao entregar um consistente estudo de personagem que equilibrava bem o drama e a comédia. Esse segundo ano segue na mesma linha, ampliando os dramas conforme eles lidam com as consequências da aventura anterior, mas decepciona no final.

Multiverso de loucuras

Mesmo depois de ter salvado o mundo na primeira temporada, Chris Smith (John Cena), o Pacificador, ainda é um pária entre os super-heróis e as forças de inteligência. Cansado disso e rejeitado em seus avanços pela agente Harcourt (Jennifer Holland) Chris se entrega ao hedonismo, até que um dia entra na câmara quântica que seu pai, Auggie (Robert Patrick), usava e descobre portas para outros universos. Um desses universos é similar ao dele, mas lá o Pacificador é visto como herói ao lado do pai e do irmão, Keith (David Denman), que está vivo nessa realidade. Ao mesmo tempo, Economos (Steve Agee) e Adebayo (Danielle Brooks) descobrem que Rick Flag Sr. se tornou o diretor da Argus depois dos eventos da primeira temporada e de Comando das Criaturas, usando a agência para monitorar Chris em busca de vingança pela morte de Flag Jr (Joel Kinnaman) em O Esquadrão Suicida (2021). Sem perspectivas e perseguido, Chris pensa em fugir para a realidade alternativa que descobriu, principalmente depois de matar acidentalmente a versão do Pacificador dessa outra Terra.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Crítica – O Ônibus Perdido

Análise Crítica – O Ônibus Perdido


Review – O Ônibus Perdido
Dirigido por Paul Greengrass este O Ônibus Perdido conta a história real de uma catástrofe natural e usa esse evento para pensar sobre as mudanças climáticas que tem acontecido no planeta e como desastres são potencializados por conta disso. Como de costume na filmografia de Greengrass sua estética pende para o realismo e por fazer tudo soar o mais autêntico possível, embora sua história tenha uma estrutura típica de filme-catástrofe. 

Cortina de fogo

A narrativa se baseia na história real dos incêndios florestais que aconteceram no interior da Califórnia em 2018, um incidente que se tornou o mais mortal incêndio florestal da história do país. Depois que uma subestação de energia em mau estado dá início a um incêndio, os ventos e a secura da mata facilitam que o fogo rapidamente se espalha. Kevin (Matthew McConaughey) é um motorista de ônibus escolar que está retornando para a garagem ao terminar seu turno, mas é chamado a ajudar no transporte de uma escola da região que está sendo evacuada. Ele pega a professora Mary (America Ferrera) e sua turma de crianças do ensino fundamental. Durante a evacuação, o ônibus fica preso em uma área de incêndio e Kevin perde o contato via rádio com a base. Agora ele e Mary precisam encontrar um jeito de sobreviverem e levarem as crianças em segurança.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Crítica – Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro

 

Análise Crítica – Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro

Review – Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro
Baseado em uma história real, este Deu Match: A Rainha dos Apps de Namoro é mais uma daquelas histórias de empreendedorismo e superação. A narrativa ainda tenta tocar em outros temas, como o machismo no mundo da tecnologia ou como plataformas digitais transformam relacionamentos, no entanto, tudo é simplório demais resultar em qualquer coisa minimamente interessante.

Rede de pegação

A narrativa é inspirada pela história real de Whitney Wolfe (Lily James) uma das criadoras do app Tinder. Quando o seu ambiente de trabalho se mostra excessivamente machista, ela decide denunciar o que acontece, mas é colocada para fora da empresa e desacreditada. Ela então faz uma parceria com o magnata russo Andrey (Dan Stevens) para criar o Bumble, um aplicativo de relacionamentos que forneceria um ambiente seguro para as mulheres.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Crítica – Marvel Zumbis

 

Análise Crítica – Marvel Zumbis

Review – Marvel Zumbis
Depois da série What If?, a próxima incursão da Marvel em séries animadas é este Marvel Zumbis que não só continua a partir do episódio dos zumbis em What If? como pega inspiração nos quadrinhos Zumbis Marvel embora guie sua história por caminhos diferentes. Com apenas quatro episódios, a minissérie animada é concisa e acerta em algumas coisas que os filmes da Marvel tem deixado a desejar.

Mundo dos mortos

A trama foca em um grupo de heróis sobreviventes em um mundo tomado por zumbis, inclusive a maioria dos heróis. Kamala Khan (Iman Vellani), Riri Williams (Dominique Thorne) e Kate Bishop (Hailee Steinfeld) tentam como podem sobreviver no apocalipse. A sorte do trio muda quando encontram um transmissor espacial capaz de chamar a Tropa Nova, que poderia ajudar a exterminar a praga de zumbis, mas para isso precisariam levar o transmissor para fora da atmosfera. Agora elas tentam encontrar alguma antiga base da SHIELD que tenha o equipamento necessário.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Gundam Wing e o teatro do poder

 

Reflexões Boêmias - Gundam Wing e o teatro do poder

Revisitando Gundam Wing
Lançado em 1995, Gundam Wing só chegaria no ocidente nos anos 2000, sendo a primeira série em muito tempo da famosa franquia de mechas exibida pelas bandas de cá. O sucesso em países como Brasil e Estados Unidos ajudou a visibilidade da franquia no Ocidente. Pessoalmente, foi a primeira série Gundam que assisti e só muito tempo depois fui descobrir que no Japão e entre fãs era uma série relativamente divisiva. Com Gundam Wing completando 30 anos de lançamento agora em 2025 decidi retornar a ela para ver se a série se sustentava ou eu estava sendo traído pela minha nostalgia.

Palco da guerra

A narrativa se passa em um futuro próximo, no qual a humanidade se expandiu para o espaço, vivendo em colônias espaciais. As nações da Terra formaram uma aliança unificada e passaram a controlar as colônias, que não tinham armas, com seu poderio militar. Depois de décadas de opressão, as colônias montaram um plano para combater a Oz, organização militar que mantinha o controle das colônias usando mobile suits, mechas bélicos pilotados por soldados. Cada uma das cinco colônias envia um Gundam, um poderoso mobile suit, em segredo para a Terra com o objetivo de sabotarem as bases da Oz e eliminarem os membros que estimulam a guerra contra as colônias. Esses cinco jovens pilotos não se conhecem e atuam de forma independente um do outro, mas a guerra logo os obriga a se unir. Heero Yuy, piloto do Wing Gundam, é confrontado por Zechs Merquise, um dos pilotos de mobile suits mais hábeis da Oz, iniciando uma longa rivalidade.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Drops – Elio

 

Crítica – Elio

Review – Elio
Nova animação da Pixar, Elio teve uma produção conturbada, com substituição de diretor, saída de elenco e alterações na proposta do filme. É algo que lembra O Bom Dinossauro (2015) que também teve problemas na produção e, tal como Elio, quando finalmente estreou o resultado não impressionou, embora não seja exatamente ruim.

Solidão cósmica

A narrativa gira em torno de Elio, um garoto que perde os pais e vai morar com a tia, Olga, em uma base militar que monitora o espaço sideral. Lá ele se torna fascinado com a ideia de que possa existir vida em outros planetas, desejando ser abduzido por alienígenas. Esse desejo provavelmente vem do seu sentimento de solidão depois da morte dos pais e Elio acaba conseguindo exatamente o que deseja quando sua tia decifra uma mensagem alienígena e Elio é levado, confundido como o líder da Terra. No espaço ele é recebido pelos embaixadores do comuniverso, uma espécie de ONU galáctica. Para ser aceito, Elio precisa provar seu valor e se dispõe a resolver um conflito diplomático com o agressivo Lord Grigon, que não partilha dos ideais pacifistas do grupo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Crítica – Djeli: Contos Modernos

 

Análise Crítica – Djeli: Contos Modernos

Review – Djeli: Contos Modernos
De certa maneira Djeli: Contos Modernos adere com grande proximidade a estruturas típicas do melodrama. Por outro lado, porém, essa produção de 1981 da Costa do Marfim dirigida por Fadika Kramo-Lanciné apresenta um senso de frescor pelo modo como o filme acompanha uma realidade cultural pouco mostrada pelo cinema hegemônico e como usa essa realidade para pensar seus conflitos.

Conto ancestral

A narrativa é focada em Fanta, uma jovem da Costa do Marfim que se apaixona por Kramoko Kouyate, mas apesar dos dois se amarem eles não podem se casar. Kramoko Kouyate vem de uma linhagem de griots, enquanto Fanta vem de uma origem mais nobre e as famílias de ambos não aprovam o casamento. Ainda assim, o casal viaja da capital para sua vila natal de modo a tentar convencer seus pais a deixarem o casamento acontecer.