O meu primeiro pensamento ao
terminar de assistir este Vende-se Esta
Casa foi: "como a Netflix aprovou isso?". Com um texto inócuo, que
vai do nada a lugar nenhum, e sem nenhum grande nome para atrair o público, como
alguém achou que fazer esse longa-metragem seria uma boa ideia? De algum modo esse filme
de terror foi aprovado, nos brindando com seus quase noventa minutos de puro
tédio.
Quando o pai de Logan (Dylan
Minette, de 13 Reasons Why) é morto
em um acidente, ele e a mãe, Naomi (Piercey Dalton), resolvem ir ficar na casa
de uma tia em uma pequena cidade nas montanhas. Porque, claro, nada melhor para
superar o luto do que ir ficar sozinho em uma enorme e velha casa no meio do
nada. Não tem como isso dar errado, certo?
O problema, no entanto, não é a
premissa clichê, mas o modo vazio, sem personalidade e por vezes contraditório
com o qual tudo é desenvolvido. O filme tenta ser um suspense psicológico
ambíguo e criar suspense a partir da incerteza envolvendo os eventos estranhos
que acontecem com a mãe e o filho. Filmes que vão por esse caminho costumam
sugerir diferentes possibilidades ao seu público, dando evidências suficientes
para que o espectador conclua como possível uma determinada possibilidade ao
mesmo tempo em que também deixa o texto aberto para que outras alternativas
também sejam causas possíveis. Ao Cair da Noite (2017), por exemplo, faz isso ao nos deixar em dúvida se a principal
ameaça é o suposto vírus mortal ou a instabilidade dos personagens.