Quando
foi anunciado que o terceiro filme do Capitão América seria inspirado no arco
da "Guerra Civil" dos quadrinhos, confesso que fiquei preocupado.
Primeiro porque uma trama envolvendo tantos personagens seria mais adequada a
um filme dos Vingadores, segundo porque o plantel dos heróis do universo
cinematográfico era relativamente pequeno para transmitir a larga escala do
conflito dos quadrinhos. Estava em parte enganado, já que mesmo com poucos (se
comparado ao quadrinho) personagens a narrativa consegue criar uma sensação de
risco global e as tensões entre os personagens são de fato bem construídas
(beneficiadas por anos de desenvolvimento da personalidade dos heróis ao longo
de vários filmes). Por outro lado, mesmo com o Capitão América e seu arco
dramático do centro da trama, ainda assim parece mais um filme "de
equipe" do que uma aventura solo na qual outros personagens ocasionalmente
aparecem (como a breve aparição do Falcão em Homem-Formiga).
A
trama começa depois que uma missão para deter o vilão Ossos Cruzados (Frank
Grillo) acaba causando graves baixas civis. Diante do acontecido e de toda
destruição causada pelos Vingadores em filmes anteriores é proposto o "Acordo
de Sokovia" (nação arrasada durante os eventos de Vingadores: Era de Ultron) que colocaria os herois para trabalhar
sob ordens das Nações Unidas e supervisionado pelo General Ross (William Hurt).
Isso, somada à suspeita do envolvimento de Bucky (Sebastian Stan) em um ato
terrorista recente, faz colidir as personalidades de Steve Rogers (Chris Evans)
e Tony Stark (Robert Downey Jr.) e provoca uma cisão na equipe.