O
cinema brasileiro tem uma longa tradição na produção de filmes musicais, dos
musicais carnavalescos e chanchadas dos primeiros anos do nosso cinema sonoro,
passando pelos filmes da Jovem Guarda nos anos sessenta aos musicais do chamado
BRock, que traziam músicas e artistas do rock nacional, nos anos oitenta. Nos
últimos anos a produção musical se concentrou no filão das cinebiografias, como
Gonzaga: De Pai Para Filho (2012) ou Tim Maia (2014), nos quais os números de
canto e dança apareciam de modo mais "natural" através das
apresentações dos artistas.
Exemplares
"mais tradicionais" do gênero, nos quais os personagens começam a
cantar e dançar "do nada" para uma melodia que não está ali, tem
aparecido apenas em produções mais independentes como O Que Se Move (2013), que tinha um viés mais dramático ao se
concentrar em pessoas lidando com tragédias pessoais, e neste Sinfonia da Necrópole, que abraça o lado
mais cômico do musical, mas sem deixar de lidar com questões como nossa relação
com a morte ou o processo de urbanização das nossas cidades.